Em uma interessante entrevista com o pesquisador norte-americano Courtney Brown, este tratou sobre a possibilidade de contatos com extraterrestres através do uso de uma técnica conhecida como visão remota. Brown deu a explicação de que o procedimento é “um fascinante campo de estudo surgido há pouco mais de uma década”. Na verdade, o estudo sistemático do que se chamou de visão remota iniciou-se bem antes disso e teve trabalhos publicados já na década de 70. Assim, para levar ao leitor esclarecimentos sobre esta técnica e seus resultados, apresentamos esse texto.
Em 1973, os físicos norte-americanos Russel Targ e Harold E. Puthoff iniciaram as pesquisas sobre a visão remota no Stanford Research Institute (SRI), atualmente conhecido como SRI International, em Menlo Park, na Califórnia. Targ havia trabalhado anteriormente com estudos sobre os raios laser, tendo sido o inventor do oscilador de plasma sintonizável em frequências de micro-ondas. Puthoff era detentor de patentes na área da tecnologia laser e de aparelhos de ótica, sendo autor de um compêndio sobre física quântica amplamente adotado em universidades dos Estados Unidos. Antes de ingressar no SRI, Puthoff foi também oficial da Marinha norte-americana e trabalhou em pesquisas realizadas nos laboratórios do Departamento de Defesa daquele país. A expressão visão remota foi utilizada para denominar o fenômeno que estava sendo estudado pelo fato de ser considerada neutra.
Os leitores familiarizados com a nomenclatura parapsicológica logo poderão identificar que a técnica é provavelmente aquilo que se chama na área de clarividência, ou, com menor probabilidade, de telepatia. Embora Targ e Puthoff não empregassem com frequência a expressão, o que foi pesquisado na SRI foi percepção extrassensorial (ESP). Mais propriamente, em termos do que propicia acertos, trata-se daquilo que o famoso e pioneiro parapsicólogo Joseph Rhine denominou de percepção extrassensorial geral (GESP), ou seja, clarividência, telepatia ou precognição. Mas que acertos são estes?
Antecedentes interessantes
Em 30 de março de 1972, um artista plástico de Nova York chamado Ingo Swann escreveu uma carta para Puthoff. Swann era conhecido por ter capacidade de frequentemente produzir fenômenos paranormais. Na missiva, Swann descrevia o bem-sucedido trabalho de psicocinesia (PK) que realizara com a parapsicóloga Gertrude Schmeidler, do Departamento de Psicologia da Universidade City College. Em junho do mesmo ano, Swann foi submetido a um teste no SRI — o experimento consistia em tentar atuar ou influenciar com a mente um magnetômetro condutor dentro de uma caixa blindada por um escudo magnético de metal, situado no subsolo do edifício. Iniciado o teste, após cinco segundos o campo magnético registrado começou a se alterar e a frequência de oscilação dobrou por um período de cerca de 30 segundos.
Mas além do surpreendente efeito, algo mais inspirador ocorreu. Quando indagado sobre o que tinha feito para influenciar o magnetômetro, Swann respondeu que havia tido uma visão direta do interior do aparelho e que, aparentemente, o ato de olhar aquelas partes resultara na produção dos efeitos registrados. Ao descrever isso, esboçou em um papel um diagrama do interior do magnetômetro tal como ele o “viu” — chegou inclusive a tecer comentários sobre uma placa feita de uma liga de ouro que de fato lá se encontrava.
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