Cientistas finalmente podem estar perto de descobrir vida em Marte. Ela não estaria na superfície, mas dois metros abaixo dela
A busca por vida em Marte tem sido uma obsessão para muitos cientistas do mundo, isso por que o Planeta Vermelho, dentre todos do Siste Solar, é o que mais se aproxima das características físicas da Terra.Porém suas baixíssima temperatura e atmosfera hostil, desestimulam a busca por formas de vida como as que conhecemos por aqui.
A chegada das sondas Viking 1 e 2 foram um grande banho frio na expectativa dos cientistas na década de 70, pois não conseguiram encontrar nenhuma bioassinatura como previam. Agora, surge a hipótese de que a vida possa até existir em abundância em Marte, mas no subsolo, à cerca de dois metros de profundidade, graças aos raios cósmicos.
Detectando bioassinaturas em Marte
Embora os dados coletados pelos veículos espaciais tenham inicialmente causado excitação , os cientistas concluíram que as sondas Viking 1 e Viking 2 não conseguiram detectar a atividade biológica das amostras coletadas na superfície de Marte, embora encontrassem elementos e minerais que também existem em nosso planeta .
Segundo a pesquisadora Dimitra Atri do Centro de Ciências Espaciais da Universidade de Nova York em Abu Dhabi, é proposto que a vida exista em Marte, e prospere de modo nunca imaginado antes, mas teríamos que buscar isso mais profundamente no solo.
As pesquisas apontam um bombardeio constante e mais intenso de raios cósmicos galácticos (GCR) em Marte, que poderia simplesmente fornecer a energia necessária para catalisar a atividade orgânica abaixo de sua superfície.
O estudo foi publicado no site Scientific Reports, e argumenta que condições abaixo da superfície inexplorada de Marte poderiam sustentar a vida, algo não detectado na superfície.
Com o passar das últimas décadas, várias descobertas sobre o Planeta Vvermelho vêm surpreendendo a comunidade científica, entre elas a existência de um antigo oceano no planeta, a descoberta de várias bacias hidrográficas e até vestígios de um grande tsunami, provavelmente causado pela colisão de um grande corpo celeste. Ouseja, o interesse por Marte só aumentou.
A grande adaptabilidade da vida
O que não podemos desprezar é a alta adaptabilidade que a vida possui, pois o subsolo dos desertos e o fundo de nossos oceanos terrestres, fornecem exatamente essa constatação. Por que em Marte não teria ocorrido o mesmo?
A água em forma de gelo encontrada na superfície indica que o planeta não perdeu totalmente suas características ancestrais, portanto seus segredos estariam esperando os cientistas mais ousados. Não há dúvida de essa seria uma das maiores descobertas da humanidade, com um prêmio Nobel aguardando para laurear a descoberta.
Para chegar à “cereja do bolo” é necessário enfrentar um clima desafiador, a escolha do local exato próximo das fontes de salmoura e contar também com a sorte, pois tal prospecção seria caríssima e nos tempos em que a humanidade atravessa, com cortes de verbas devido ao combate ao coronavírus, a missão torna-se mais desafiadora ainda.
A erosão da atmosfera marciana causou mudanças drásticas em seu clima, as águas superficiais desapareceram, reduzindo os espaços habitáveis ??no planeta e deixando apenas uma quantidade limitada de água perto da superfície na forma de salmoura e depósitos de gelo na água.
Usando combinação de modelos numéricos, dados de missões espaciais e estudos de ecossistemas de cavernas profundas na Terra como referência, a doutora Atri propõe mecanismospor meio dos quais a vida, se alguma vez existiu em Marte, poderia ter sobrevivido e pode ser detectada com a missão ExoMars [Exobiology on Mars] onde fazem parceria a ESA [Agência Espacial Européia] e a ROSCOSMOS [Agência Espacial Russa].
O grande legado que deixaremos
A missão vai estudar até que ponto a radiação cósmica galáctica pode penetrar vários metros abaixo da superfície, e como reações químicas podem ter gerado energia metabólica para sustentar as prováveis formas de vidas, aguardando que o exemplo terrestre tenha sido replicado abaixo do solo marciano.
Em 2022 será enviado o veículo espacial Rosalind Franklin, e sua broca subterrânea será o grande trunfo para finalmente detectarem a vida existente, e por fim responder uma das questões mais antigas da humanidade.
Quem sabe essa resposta não seria o grande legado de noss geração para as futuras se inspirarem e colonizarem todo Sistema Solar? Só o futuro vai dizer.
Fonte: Nature