Um dos co-editores da Revista Ufo detém um recorde mundial que dificilmente será batido por qualquer outro ufólogo, em qualquer parte do mundo. Rafael Cury, residente em Curitiba e presidente do Núcleo de Pesquisas Ufológicas (NPU), é o mais produtivo e bem sucedido organizador de eventos na área ufológica de que se tem notícia, em todos os tempos. Tendo iniciado suas atividades no setor há 22 anos, Rafael já realizou nada menos do que 120 congressos, simpósios, seminários, workshops e conclaves em geral em que o Fenômeno UFO foi tema principal. Para tamanho número de eventos, conseguiu reunir nada menos do que 150 ufólogos do Brasil e 50 de outros 20 países. Para assisti-los, o paranaense conseguiu atrair a fantástica quantidade de mais de 50 mil pessoas. Esses são números respeitáveis e indicam, além de uma grande devoção ao tema, o espetacular interesse que o público brasileiro tem pelo assunto. Rafael conta com a ajuda do irmão Romio Cury, consultor de Ufo, e de toda sua família, que se empenha com idêntico carinho à realização dos eventos. Os últimos aconteceram em São Paulo, em 26 e 27 de abril, e em Curitiba, de 01 a 04 de maio. Foram, respectivamente o XXVI Congresso Brasileiro de Ufologia Científica e o I Diálogo com o Universo. Novamente nestas datas, Rafael levou à Curitiba os ícones da Ufologia Norte-Americana Roger Leir, Bob Pratt e David Jacobs, além de dezenas de ufólogos de vários estados brasileiros. Ainda esse ano prepara a realização de novas atividades, que serão oportunamente divulgadas na Revista Ufo, parceira desde o início de sua carreira.
Rafael, sua obstinação por realizar eventos de Ufologia lhe garante um recorde mundial. O que o compele a fazer tantos congressos? Iniciei minhas atividades na Ufologia acompanhando o famoso Caso Vasp Vôo 169, ocorrido em 1982. Naquele período tive a sorte e felicidade de conhecer grandes nomes na área, entre eles Carlos Alberto Reis, Jaime Lauda, Ademar Eugênio de Mello, Daniel Rebisso e Ademar José Gevaerd. Todos foram fundamentais para minha formação ufológica. Sempre gostei muito da pesquisa do assunto, mas optei preferencialmente por sua divulgação pois achava necessário levar a temática para o público em geral. Assumi esta função como uma espécie de missão, e acredito que seja mesmo uma. Procuro realizá-la com muita dignidade, apesar de enfrentar inúmeras dificuldades a cada novo evento. Acho que eles devem ser cada vez mais valorizados e prestigiados, pois oferecem importantes oportunidades de conhecimento, troca de informações e confraternização entre o público e os pesquisadores. Além de atrair a atenção da mídia em geral.
Algumas pessoas acreditam que fazer congressos de Ufologia seja uma atividade lucrativa e se lançam a realizá-los. Você desenvolve essa atividade como um meio de vida, garantindo seu sustento e a manutenção das atividades do NPU? São poucas as pessoas que se aventuraram a realizar congressos de Ufologia no Brasil, e todas sabem das dificuldades existentes. Acredito que nenhuma realizou eventos ufológicos com o objetivo de obter lucros. Os que fizemos em Curitiba só foram possíveis em razão do amplo círculo de amizades que temos junto a órgãos públicos, meios políticos e de imprensa. Após duas décadas fazendo estes eventos, posso afirmar que não possuo nenhum bem em decorrência de ganhos oriundos de sua organização. Muito pelo contrário, grande parte das dívidas que tenho acumuladas tiveram origem na organização desses congressos. Mas espero que um dia possamos realizar eventos com menos dificuldades. Apesar de hoje não depender da Ufologia como meio de vida, não vejo nenhum problema se amanhã esse for o caminho que eu escolher. Basta ter dignidade, trabalhar com transparência e objetividade.
A Ufologia pode ser explorada comercialmente, mas com muita seriedade, dignidade e transparência
Você acredita na possibilidade da Ufologia vir um dia a ser uma atividade estabelecida e, assim, exercida por qualquer pessoa de forma comercial? Crê em sua oficialização? Inúmeras atividades na Ufologia podem ser desenvolvidas e exploradas no campo comercial. Hoje temos a produção de material de pesquisa, revistas, jornais, CDs, vídeos, livros etc. E até atividades turísticas e culturais. Não há como não inseri-las no universo comercial. Penso que, a exemplo de outras áreas, temos que ter uma conduta ética e moral no lido doFenômeno UFO, ainda mais quando ele estiver ligado ao comércio. Acima de tudo, a Ufologia deve ser conduzida com seriedade e de forma científico-espiritualista. Ainda precisamos de amadurecimento para, aí sim, lutarmos por seu reconhecimento oficial. Acho que não estamos longe disso, mas ainda temos muito a fazer para conseguirmos este intento.
Você tocou num ponto crucial, que é a ética e a moral no lido do Fenômeno UFO, justamente nos dias de hoje, em que vemos algumas pessoas usarema Ufologia para a formação de seitas. O que você pensa sobre isso? Sem dúvida alguma, uma das minhas maiores preocupações como ufólogo é a exploração do Fenômeno UFO por seitas ou por pessoas que se intitulam “representantes dos ETs na Terra”. Tenho muito orgulho de fazer parte da Revista Ufo, que tem dado grande contribuição ao alertar seus leitores quanto ao perigo destes movimentos. Acho que o governo brasileiro deveria estar mais atento para tais atividades, pois as seitas estão se multiplicando. E não são só as ufológicas ou esotéricas, mas também as de cunho religioso, que são muito mais perigosas. Não podemos em hipótese alguma permitir que falsos profetas explorem a boa-fé da população anunciando coisas absurdas, como a promessa de resgate planetário, fazendo pessoas ingênuas crer que poderão ser salvas no caso de um holocausto. Há ainda aquelas seitas que vendem até mesmo Jesus Cristo. Um absurdo, verdadeiro caso de polícia.
A Revista Ufo publicou uma matéria na edição 87, em que expunha a informação de que o estigmatizado italiano Giorgio Bongiovanni não tem mais seus ferimentos na testa. Você o conheceu e viu suas chagas. O que pensa deste fenômeno? Conhecer e conviver com Bongiovanni foi sem dúvida um grande aprendizado. Ele foi responsável por grandes avanços na pesquisa ufológica. Basta lembrar que foi quem mais obteve entrevistas, material e informações de cosmonautas e astronautas. Em duas oportunidades, aqui no Brasil, foi submetido a exames médicos diante das câmeras de televisão e, numa das vezes, a médica que examinou suas chagas confirmou tratar-se de um fenômeno. Sempre respeitei muito a humildade de Bongiovanni, e isso me motivou a lançar no Brasil odocumentário OSegredo de Fátima – A História de Bongiovanni, com80 minutos de muitas informações sobre toda sua trajetória.O vídeo é legendado e também mostra as análises laboratoriais de seusestigmas, além de fatos que estão ocultos pela igreja sobre o chamadosegredo de Fátima. A Ufologia mundial deve muito a Giorgio Bongiovanni [Os interessados podem solicitar o documentário ao próprio entrevistado, através do e-mail rafael.cury@avalon.sul.com.br ou telefone (41) 9994-8758].
Você começou recentemente a fazer viagens de estudos e pesquisas ufológicas a locais exóticos do Brasil e outros países, acompanhado de interessados.O que o motivou a isso e quais serão suas próximas viagens? Uma das atividades mais fascinantes da Ufologia são as vigílias noturnas e as pesquisas de campo. Neste momento, estamos desenvolvendo um programa que possa ser praticado sem muito custo por pessoas interessadas, visando terem total acesso às tais atividades, principalmente durante viagens que empreenderemos. Elas têm o propósito de pesquisar, buscar conhecimentos e desenvolver intercâmbio com pesquisadores de outros estados e países, além do entrosamento com outras culturas. Estamos atendendo a uma antiga solicitação de pessoas que mantêm contatos com nossa entidade. Nossa próxima viagem está prevista para o mês de agosto e iremos visitar as cidades sagradas dos incas, no Peru, principalmente Machu Pichu. Aqueles que desejarem maiores informações, podem nos contatar via e-mail.
Você acredita que é possível a alguém, numa vigília ou situação parecida, buscar um contato com extraterrestres e efetivamente consegui-lo? Espera que isso aconteça em sua viagem ao Peru? Não temos como objetivo, nestas viagens, a tentativa de contatos com extraterrestres. Mas isso não significa que durante nossas pesquisas e vigílias isso não possa acontecer. Sou favorável a que as pessoas que venham a participar de vigílias ufológicas procurem não se condicionar a ver algo. Isso pode causar frustrações ou até ilusões. Não acredito nos chamados contatos programados com ETs. Estas atividades geralmente são conduzidas por pessoas suspeitas e de caráter duvidoso. E não acho que os alienígenas estejam a nossa disposição para aparecerem com horário marcado.
O que você falaria para um adolescente que estivesse ingressando na Ufologia no Brasil, neste instante? Inicialmente, daria os meus parabéns pela opção de ingressar na Ufologia. Como informação, diria que ele está iniciando num país que detém uma das mais ricas casuísticas do mundo, monitorada por dezenas de pesquisadores e grupos ufológicos do mais alto nível. Diria a ele que, como base para suas atividades, mantivesse contato com todos os consultores da Revista UFO, e que procurasse ser um leitor da publicação. Também o aconselharia que tivesse uma conduta neste campo pautada pela honestidade, pela seriedade e pelo respeito que o tema merece. E por fim, que ele saiba que pode sempre contar com minha modesta contribuição para o que precisar.