Com grupos ufológicos concentrados principalmente nas capitais e cidades litorâneas, a Ufologia Brasileira se recente da falta de grandes pesquisadores e de organizações que a promovam no interior do país. Poucas são as entidades que, ao desenvolverem suas atividades de forma independente fora das grandes regiões metropolitanas, alcançam um impacto nacional. Um desses grupos é o Instituto de Astronomia e Pesquisas Espaciais (INAPE), de Araçatuba, no interior de São Paulo.
Mesmo não tendo a Ufologia como foco principal de suas pesquisas, uma vez que a base de atividades de seus membros é a astronomia, o Instituto de senvolve trabalhos de caráter cultural e científico também na área de astrobiologia e paraciências, incluindo as hipóteses de existência de vida extraterrestre inteligente, com destacado foco na Ufologia, contando com a participação de ufólogos renomados.
Com o objetivo de promover e divulgar as pesquisas de seus membros e as novidades científicas, o INAPE realiza, desde 2001, um evento anual batizado de Cosmos, composto por um ciclo de palestras que acontece no mês de julho, envolvendo ufólogos e cientistas notáveis das mais variadas áreas, como astronomia, astrofísica, psicologia, parapsicologia e espiritualidade — tudo em uma simbiose abrangente e pacífica. Nosso entrevistado desta edição é um dos responsáveis pela existência do evento.
Estudo multidisciplinar
Advogado, professor, pedagogo e diretor de diversas organizações comerciárias do Estado de São Paulo, Gener Silva é o presidente do INAPE desde sua fundação, em 1996, e um entusiasmado defensor da aplicação e difusão da multidisciplinaridade no estudo e conhecimento dos mistérios do universo. Não por acaso, e em analogia à essa abordagem filosófico-holística do espaço sideral, o pesquisador é detentor de um extenso currículo técnico, o que o embasa a ir muito além das singulares atividades de seu Instituto.
Como muitos pesquisadores já entrevistados pela Revista UFO, Gener Silva também teve seu interesse pelo assunto despertado na infância, por meio dos livros. Neste caso, foi no primeiro volume da coleção A Conquista do Espaço [Logos, 1960], do professor Júlio Minham, membro da Associação Brasileira de Astronomia, que o pesquisador encontrou o assunto pela primeira vez, estampado sob o título Discos Voadores: A Prova Material. O artigo falava sobre dois casos ocorridos no Brasil, um em Campinas e outro em Ubatuba — ambos os episódios, como sabemos, se tornaram clássicos da literatura ufológica.
Com o passar do tempo, outros livros e outros casos vieram e o estudo não parou mais. Habilidoso conhecedor de práticas educacionais e humanitárias, que inclusive o credenciaram a receber diversos prêmios e comendas de instituições e entidades públicas e privadas, nosso entrevistado já ocupou, e ainda ocupa, altos cargos em entidades como o Rotary Clube Internacional, o Serviço Nacional do Comércio e a Federação do Comércio de São Paulo.
Na área de Ufologia e afins, Silva é experiente palestrante, tendo participado dos maiores congressos ufológicos brasileiros desde o I Fórum Mundial de Ufologia, realizado em 1997, na capital federal. Ele também é conselheiro especial da Revista UFO e, como ativo membro da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), tem participado das principais atividades da campanha UFOs: Liberdade de Informação Já, que resultaram na abertura de milhares de documentos sigilosos do Governo Brasileiro.
Em 2012, em sua palestra no IV Fórum Mundial de Ufologia, Silva apresentou uma nova proposta de classificação de encontros ou contatos imediatos, elevando os graus de classificação de sete para 10, e preenchendo, portanto, algumas lacunas preexistentes — a nova classificação, mais detalhada e cuidadosa facilita e enriquece a catalogação de casos e o processo de estudo.
Uma visão equilibrada
Quem é pesquisador sabe bem que equilíbrio é uma palavra difícil de se encontrar dentro da Ufologia, principalmente porque o assunto causa paixões e discussões acaloradas. E quando a questão se volta para as ditas Ufologias Científica e Mística, a temperatura normalmente sobe e pesquisadores tendem a defender suas ideias com muito mais vigor, ocasionando, muitas vezes, desafetos perenes.
Com muitos anos não só de experiência, mas também de convivência no meio ufológico, nosso entrevistado é uma pessoa respeitada e querida por todos por possuir uma visão ampla e conciliadora sobre o assunto — para ele, um bom pesquisador deve conhecer de tudo um pouco e compreender que sem um entendimento maior da Ufologia não se caminha dentro dela. “Tanto a abordagem mística quanto a científica devem ser respeitadas e estudadas como partes de um todo e não como visões únicas e definitivas”, diz.
A entrevista a seguir é uma boa amostra do pensamento e filosofia que embasam Gener Silva em sua busca por respostas, deixando sempre espaço para que o leitor aprecie, concorde e discorde de suas ideias. Dos deuses astronautas às novas descobertas científicas, passando por assuntos como acobertamento governamental e comportamento humano, nenhuma pergunta ficou sem resposta. Vamos a elas.
Um bom pesquisador deve conhecer de tudo um pouco da Ufologia para caminhar dentro dela. Tanto a abordagem mística quanto a científica devem ser respeitadas e estudadas como partes de um todo e não como visões únicas e definitivas.
Com sua experiência na Ufologia, o que pode nos dizer sobre a vida na Terra e em outros planetas?
Tomando como ponto de partida a Ufologia, a tarefa fica mais simples. A Ufologia é matéria multidisciplinar e quem se dedica a ela deve procurar conhecer as outras disciplinas que a compõe, o que robustece o entendimento. Sabemos que os campos de estudo são os mais variados possíveis, vindos de todas as vertentes. Em outras palavras, deve-se ler e assimilar de tudo. Sobre a sua pergunta, arrisco-me a relembrar que, não faz muito tempo, a questão da origem da vida era altamente complexa. Os livros de história natural mais antigos pintavam uma imagem interessante, e mentalmente fixadora, de um estado geológico primitivo, mostrando o “caldo” ou “sopa primordial” de onde a vida teria surgido, em um ambiente inóspito e antagônico, com atmosfera muito rarefeita, praticamente sem oxigênio e sem compostos orgânicos. É bom lembrar que alguns autores afirmavam que a vida seria produto da casualidade da natureza, e que a mesma fez, constantemente, experiências por milhões de anos, até que enfim se acertou na fórmula e vida surgiu.
E foram feitas experiências nesse sentido para comprovar essa teoria?
Sim. Há vasta literatura, desde o livro do pioneiro bioquímico russo Aleksandr Oparin até o que descreve a célebre experiência realizada, em 1953, no laboratório dos pesquisadores Stanley Miller e Harold Urey, na qual uma mistura de elementos químicos básicos, semelhante ao que seria a citada sopa primordial, foi submetida ao bombardeamento de raios ultravioletas, simulando o ambiente da Terra primitiva — após algum tempo, eles conseguiram detectar a presença de alguns aminoácidos, algo muito distante da complexa definição do que é a vida, aquela que é capaz de replicar a si mesma.
E atualmente?
Atualmente vemos que revigoraram uma antiga tese, adicionando a ela uma nova força de argumentos vinda, principalmente, de novas descobertas. Estou falando da tese da Panspermia, que, em palavras simples, vem a ser a convicção de que os primórdios da vida surgiram com as quedas dos asteroides e cometas, significando que a vida, por mais primordial que seja, foi “importada” do espaço exterior. Disso para a vida inteligente é um salto exponencial, mas de qualquer forma há teorias e mais teorias a respeito. Elas vêm desde os antigos e sábio gregos, passando pela Idade Média — quando alguns que tinham opiniões diferentes da Igreja foram sacrificados — até os dias de hoje com as novas denominações de novas ciências, como astrobiologia, exobiologia, biomimética, exopaleontologia, xenobiologia, nanotecnologia, exopolítica, astroteologia ou exoteologia, exodireito etc. Enfim, um sem número de novos estudos e pesquisas, dando a entender que há uma simbiose da ciência aqui da Terra com componentes vindos do espaço exterior, constituindo uma profusão infernal e infinita de neologismos.
O que você pensa a respeito do surgimento e da evolução da raça humana no contexto acima?
Em minha opinião, é mais correto abordar-se algumas análises e pontos de vista vindos da antropologia. Sem citar nomes e nem autoria bibliográfica, e falando de maneira simples, há três teorias principais sobre esse palpitante assunto. A primeira diz que a criação humana teve a participação direta da divindade como está na Bíblia e, de maneira geral, em muitas religiões. A segunda vem da antropologia e de sua teoria da evolução natural, que ocorreu em todo o planeta. Ela é bastante robustecida e é a corrente principal entre os estudiosos acadêmicos da matéria. Por fim, temos a hipótese mais recente e que tem o beneplácito dos estudiosos do Fenômeno UFO. Estamos falando da ideia bastante plausível, e suficientemente difundida na atualidade, de que houve, em tempos imemoriais, uma interferência real, física e objetiva de seres inteligentes de outros planetas em nosso caminho evolutivo — eles promoveram o que seria uma implantação gradativa de aprimoramento e de modificação, inteligentemente aplicada em nossa espécie por meio de engenharia genética, visando nossa evolução.
Você, então, acredita que possa ter havido alguma influência externa nesse processo, como uma ajuda dos chamados deuses astronautas?
Sim, acredito. Penso mais ou menos como Robert Charroux, Peter Kolosimo, Erich von Däniken e Giorgio Tsoukalos, que os deuses astronautas seriam somente seres de outros planetas, cientificamente muito mais avançados. Em suas aparições eram vistos como entidades sobrenaturais, pois promoviam acontecimentos de natureza incompreensível para os nativos, levando-os a crer que seriam verdadeiros deuses. Um bom e recente exemplo desse fenômeno foi o ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial, na Melanésia, região da Oceania. Os nativos da ilha, que presenciaram a ocorrência de pousos e decolagens dos aviões aliados trazendo e transportando homens e mercadorias, não compreendiam o que eram aquelas aeronaves. Após a guerra, descobriu-se algo surpreendente — ao longo do que seria uma rudimentar pista, sobre a qual havia uma réplica também rudimentar de uma aeronave feita em madeira, os nativos adotaram o costume tribal de olhar fixa e continuamente os céus, esperançosos do retorno dos aviões e dos deuses que os pilotavam, imaginando que, assim procedendo, eles pudessem voltar.
Eles criaram um culto.
Sim. Criaram um culto e um ritual para aquela nova divindade — os deuses norte-americanos. O procedimento recebeu a denominação acadêmica de “culto à carga”, dada pelo antropólogo Kirk Huffman. Ainda hoje, entre nós, pelo total desconhecimento das tecnologias usadas pelos UFOs, e a exemplo dos militares russos estudiosos do fenômeno, usamos a conhecida expressão tecnomagia. O termo vem da literatura de ficção científica e corresponde à Terceira Lei de Arthur C. Clarke, que diz que “qualquer tecnologia muito avançada é indistinguível da magia”. Usamos o termo para explicar as manifestações de ciência avançada que vemos quando estudamos e observamos os UFOs e os extraterrestres.
Você saberia dizer de onde vem tal avançado conhecimento?
A origem desse conhecimento e saber incompreensíveis para nós vem em decorrência do fato de que seus mundos se formaram em um tempo exponencialmente anterior à formação de nosso planeta e à constituição de nossa espécie, há milhões, talvez bilhões de anos. Isso corrobora uma observação em forma de pergunta, feita por Carl Sagan, em seu livro Variedades da Experiência Científica [Companhia das Letras, 2006]: “Vocês poderiam imaginar uma civilização inteligente um milhão de anos à nossa frente?”. Portanto, com uma assertiva dessa natureza, feita por um astrônomo e cientista como ele o era, o entendimento sobre a pluralidade de inteligência no universo torna-se questão pacífica.
Seria assim um contraponto ao princípio antrópico, portanto?
Sim, esse é um princípio oposto ao denominado princípio antrópico, que somente vê o universo para os humanos. Nós vemos e sentimos o universo, ou melhor, o multiverso, seja no sentido físico ou dimensional, como um habitat natural, uma singularidade do cosmos, em que nós, humanos, somos consequência e o produto final da criação universal. Esta afirmação é corroborada por inúmeros livros de cosmologia, inclusive. Acredito que em tempos remotíssimos houve, na constituição e na caracterização da espécie humana, como Homo Sapiens sapiens, o planejamento e aplicação de um programa feito por alienígenas. Esses seres teriam paulatina, regular e constantemente implantado, em um procedimento a longo prazo, uma avançada tecnologia genética para o nosso aprimoramento como espécie. E é de se esperar que assim seja, porquanto a consolidação das características como espécie somente ocorre com a manutenção do status quo do DNA, imutável de geração a geração. Tudo leva a crer que possivelmente tenha sido uma atuação de seres habitantes de civilizações do tipo II ou III, na escala de Nikolai Kardashev, ou do tipo IV, na classificação de Zoltan Galantai. Por outro lado, há também o entendimento dos naturalistas, de que a evolução da espécie humana é constante e ininterrupta.
A Ufologia é matéria multidisciplinar e quem se dedica a ela deve procurar conhecer as outras disciplinas que a compõe, o que robustece seu entendimento. Sabemos que os campos de estudo são os mais variados possíveis, vindos de todas as vertentes.
Como poderíamos entender os estágios e gradações do binômio evolução científica versus evolução moral nos planetas?
Evolução científica e evolução moral não caminham juntas, infelizmente, quando não são diametralmente opostas. Para mim, há duas posições de observação: aquela feita de perto e afetada por um alto grau de miopia, que enxerga que as duas caminham juntas, e a segunda opção, da qual prefiro falar. Penso que, na verdade, evolução científica e evolução moral caminham em direções opostas. Aliás, essa é a marca característica do progresso e desenvolvimento humano e tecnológico. Em qual momento da nossa história não houve guerras? Nunca! Atualmente, segundo as notícias, dos 162 países cobertos pelo Instituto Para Economia e Paz, em apenas em 11 não há registros de nenhum tipo de conflito. O resultado está no documento 2014 Global Peace Index [Índice da Paz Global de 2014]. Em outras palavras, o mundo está sempre em guerra. Sabemos que somos, e estamos, beligerantes o tempo todo. E, cá entre nós, começa conosco mesmo, no trânsito.
Este é um assunto imenso…
Claro, e há muitas outras considerações a fazer. Nós, estudiosos da Ufologia, nesses tempos da implantação da Exopolítica — que é a última graduação dos estudos da Contatologia —, devemos conhecer o conteúdo impactante e a importância do documento A Paz Indesejável: O Relatório da Montanha de Ferro [Laudes, 1969], que fala sobre a economia de guerra e é um estudo científico sobre as consequências da paz. A obra informa que, em 1963, a pedido de setores do governo dos Estados Unidos, formou-se uma comissão extraordinária de alto nível, composta por pesquisadores selecionados por seu alto saber, que se reuniu em um local denominado Montanha de Ferro para analisar, realística e objetivamente, as inconveniências ou não de um sistema permanente de paz. Surpreendentemente, a conclusão foi a de que somente a guerra traz desenvolvimento e avanço tecnológico. E daí por diante, isso sustenta o permanente estado de beligerância entre os povos e nações.
Os deuses astronautas da Antiguidade teriam errado no componente evolutivo de sua criação?
Interessante a provocação da pergunta. Isso abre a oportunidade de respondê-la sob a ótica da explicação bíblica sobre a destruição da humanidade da época, quando o Senhor se arrepende de sua Criação e a destrói por meio de uma inundação, o conhecido dilúvio universal, poupando Noé. Em Gênesis, o Senhor diz que a maldade se multiplicara sobre a Terra e entra em detalhes, reportando-se até mesmo à constância da maldade na imaginação e nos pensamentos dos homens. Coincidência com os nossos tempos e as teorias do
apocalipse?
Mas, os alienígenas não vão interferir neste processo?
Aí temos outra resposta, que é a de que nós nos encontramos sob a égide da lei universal do livre arbítrio, que é respeitada pela maioria das etnias alienígenas. Não podemos sofrer interferências alheias, vindas de outros orbes. Há que se deixar o barco correr, sob quaisquer intempéries que possam haver. Portanto, apesar de todas as mazelas causadas pelo mal que se alastra, há também o bem que resiste e prospera, buscando-se o equilíbrio. Aqui, penso, pode-se aplicar o princípio do liberalismo econômico, o laissez-faire, o que quer dizer, “deixai como está para ver como fica”. Entretanto, sempre há o acompanhamento constante, feito por aqueles outros lá do alto, que se interessam por nós. Daí a questão do monitoramento e vigilância dos alienígenas inteligentes sobre nossas atividades bélicas, em especial as de natureza nuclear. Nós nos encontramos ainda na puberdade da civilização — e não sabemos lidar com as armas que temos. Somos inconsequentes, perigosos, agressivos, e todo cuidado é pouco.
É interessante essa questão da criação bíblica do homem no Gênesis. Segundo a Teoria dos Antigos Astronautas, ela teria origem nas histórias dos deuses sumérios, os anunnaki. Em seus estudos você encontrou alguma evidência científica que apoie os teóricos seguidores de Zecharia Sitchin?
É evidente que devemos entender a criação bíblica do homem no sentido alegórico, mas tudo é passível de interpretações, de hermenêutica, e Zecharia Sitchin fez isso magistralmente. Até o momento, o melhor entendimento — e que faz sentido — sem dúvida é o dele, mesmo porque há fundamentos e pesquisas em profusão. Há críticas também. Porém, se você não leu ainda pelo menos dois de seus inúmeros livros, não há como entender ou assimilar favoravelmente a teoria. Para os adeptos da Teoria dos Antigos Astronautas, a tese defendida por Sitchin cai como uma luva, e é sempre bom esclarecer que, à época de Sitchin, somente ele tinha a capacidade de decifrar e traduzir os escritos cuneiformes sumérios. Atualmente, com o recurso disponível nos livros Sumerian Lexicon [Léxico Sumério, Athus Editor, 1996] e Sumerian Dictionary [Dicionário Sumério Athus Editor, 1998], as traduções estão ao alcance de qualquer interessado, ainda que com ruídos, abrindo a possibilidade de se divergir desse pesquisador histórico e brilhante pioneiro.
O que você pensa sobre o assunto?
Veja, discordar ou duvidar parece ser mais intelectual do que admitir e aceitar, pois causa espanto e faz a pessoa ser notada. Apesar das várias críticas de expertises no assunto da civilização sumeriana, inclusive por autores brasileiros, volta e meia algumas verdades das pesquisas de Sitchin tocam descobertas recentes da ciência, comprovando que somente o tempo julgará a veracidade de seus apontamentos.
Você pode nos dar um exemplo disso que está falando?
Sim. Sitchin alegava que, de acordo com a cosmologia suméria, haveria umplaneta desconhecido em nosso Sistema Solar, que teria uma órbita elíptica e demorada, passando próximo à Terra a cada 3.600 anos. O planeta era chamado de Nibiru pelos sumérios, que significa “cruzamento, travessia ou passagem”. O nome foi difundido e ganhou fama no mundo todo, e hoje existe uma profusão de livros a seu respeito. O mérito, sem dúvida, é de Sitchin. Por outro lado, temos toda a historicidade do enigmático 12° planeta, tão decantado por inúmeros outros autores de forma intensa. Pois bem, em 01 de agosto de 2013 foi estampada a seguinte manchete no site Luzes do Conhecimento: “Planeta X: Nibiru é finalmente reconhecido e mencionado na CNN”, sendo a matéria acompanhada de um vídeo daquela rede no qual se fala sobre a descoberta de um planeta desconhecido no Sistema Solar. Também há um vídeo do site Project Camelot de uma entrevista com o jornalista investigativo italiano Luca Scatambulo, na qual ele afirma claramente que o próprio Serviço de Informação do Vaticano, órgão até então conhecido por poucos, possui um notável vídeo de dois minutos mostrando o planeta desconhecido. O vídeo veio a público em abril de 2005, em Pescara, na costa do Mar Adriático, por meio de por Cristóforo Barbato. O vídeo, que teria sido feito por uma câmara a bordo de uma sonda espacial de pertinência secreta do Vaticano, chamada Siloé, mostraria que o planeta está adentrando no Sistema Solar e que supostamente deve ser o Planeta X, como é chamado atualmente o Nibiru da Suméria ou o Marduk da Babilônia. Aí está o nome do mestre Sitchin em uma sucessão de remissão e de resgate — e por certo há muito mais novidades por vir.
Houve uma interferência real, física e objetiva de seres inteligentes de outros planetas em nosso caminho evolutivo. Eles promoveram o que seria uma implantação gradativa de aprimoramento e de modificação, inteligentemente em nossa espécie.
O que você acha das marcas da evolução do homem e sua interação físico-espiritual com outras humanidades? Como vê a questão dos contatos, afinidades, abduções, agroglifos etc?
Bem, se por outras humanidades você se refere à interação com civilizações inteligentes de outros planetas, o assunto está no campo da novíssima ciência da Exopolítica, como disse há pouco, o último grau da contatologia. No IV Fórum Mundial de Ufologia, de 2012, tive a ousadia de classificá-la em 10 graus. Quanto ao chamado contato final, ele não ocorrerá pela simples razão de que o contato já é frequente, permanente e nunca interrompido desde tempos imemoriais. A abdução é um contato de 5º grau e, daí em diante, a graduação aumenta, conforme aumenta o nível e a estreiteza dessa relação. Os contatos isolados e individuais sempre aconteceram desde a pré-história e continuam até os dias de hoje. Já os agroglifos, no meu entendimento, são uma forma de comunicação — são uma mensagem entre civilizações, recados pictográficos misteriosos e indecifráveis, porém fáticos e reais. Somente o tempo nos dirá seu significado. Os especialistas dizem que se tratam de expressões matemáticas de quinta dimensão, que já geraram inúmeras consequências, expandindo e favorecendo novas descobertas sobre propriedades matemáticas que têm aplicação na física. Sim, claro, há também as fraudes, infelizmente…
Poderia explicar melhor sua classificação em 10 graus?
Claro. Sabemos que o primeiro cientista da história da Ufologia foi o astrônomo J. Allen Hynek, que introduziu o conceito de encontro ou contato imediato de 1º, 2º e 3º graus para fins classificatórios em seus relatórios de pesquisa, como está em seu livro Ufologia: Uma Pesquisa Científica [Nórdica, 1972]. De lá para cá, diversos pesquisadores contribuíram para a extensão dessa classificação, aumentando-a por necessidade de estudo até o 7º grau. Inclusive, também para fins de estudo, foi acrescentado o avistamento de grau zero. Temos então, atualmente, uma classificação que vai de zero até o 7º grau e, por questão de entendimento, será necessário discriminar cada um deles, rapidamente, para entender a razão de eu sentir a necessidade de preencher um espaço que estava em aberto.
Entendo. Você criou uma nova classificação para preencher lacunas?
Sim. E acrescento que para fins desse estudo tomei a liberdade de denominá-la de Contatologia. Cabe aqui um parêntese sobre dar preferência ao termo contato e não encontro, como originalmente se deduz pesquisando a origem do termo criado por Hynek. Prefiro contato porque, em português, o termo possui melhor sentido e significado, e também porque o filme de Steven Spielberg, Contatos Imediatos do Terceiro Grau [1977], consagrou e popularizou o termo. Lembremo-nos que já há alguns anos foi criado e constituído o termo Exopolítica pelo doutor Alfred Lambremont, doutor em direito internacional pela Universidade de Yale — o termo traduz a comunicação, em seu mais alto nível, entre civilizações planetárias vindas de mundos diferentes, com a devida oficialidade e formalidade. São os primeiros passos para a diplomacia universal e para a convivência cósmica, com toda a implicação e complexidade de que se revestirá esta inter-relação. Pois bem, temos então de zero a 7º grau, chegando ao topo em Exopolítica, que para fins de estudos, estabeleci como sendo a graduação de 10º grau. Ao estudo dos contatos imediatos faltam, portanto, o 8º e 9º graus.
E como ficou a classificação?
Pesquisando com afinco os detalhes das classificações, percebi que há no estudo um entendimento natural e pedagógico da classificação. Portanto, aplicando criteriosamente o estudo do processo e, evidentemente, das características da fenomenologia que separam os dois graus, institui por dever intelectual e pesquisa, consciente e decisivamente, esses dois estágios. De forma resumida, temos que o contato de grau zero é aquele em que há uma observação de UFO à grande distância, como um ponto luminoso. Em 1º grau temos um avistamento à curta distancia, com percepção de detalhes do objeto, como janelas, forma, radiação, brilho, cores etc. A classificação de 2º grau ocorre quando o objeto pousa ou sobrevoa um determinado local, deixando indícios fortes de sua passagem, como vegetação queimada, marcas no solo, fragmentos, radiação etc, além de provocar perturbações em pessoas e animais. O 3º grau, o mais conhecido, ocorre quando se observa ou se é observado pelos tripulantes do UFO, dentro ou fora dele, mas sem qualquer comunicação.
Esses são os graus mais conhecidos?
Seguindo adiante, em 4º grau temos, além da observação de tripulantes, algum tipo de comunicação com palavras, gestos ou mensagem telepática. Aqui há interação direta entre o tripulante e a testemunha. No 5º grau, o observador entra no aparelho a convite, como contatado, ou à força, como abduzido, gerando situações de contato direto pacífico ou sob coação, com condição de completa submissão à exames clínico-biométricos no aspecto médico-laboratorial. O 6º grau, de acordo com o ufólogo Michael Naisbitt, ocorre quando o encontro provoca diretamente ferimentos ou a morte das testemunhas, ou quando há intenção hostil. Já o 7º grau ocorre quando há união sexual entre um humano e um extraterrestre, gerando ou não um híbrido.
E as novas graduações?
Nelas temos que o 8º grau ocorre quando há interação entre grupos de seres humanos e seres alienígenas inteligentes, no ambiente terrestre. Um exemplo seria o famoso encontro ocorrido supostamente na Base Aérea de Edwards, em 1954, quando o então presidente norte-americano Dwight Eisenhower teria se encontrado com representantes dos grays [Cinzas]. Contatos de 9º grau ocorrem quando há interação entre a inteligência terrena e a extraterrena e vice-versa, por meio de comunicação tecnológica, eletrônica, pictogramática, simbólica, matemática, geométrica e em código binário digital. Por fim, em 10º grau temos o contato oficial, com intercâmbio regular e constante entre nossa civilização e demais civilizações alienígenas inteligentes. A partir daí, nosso relacionamento sociopolítico com os alienígenas inteligentes muda drasticamente e passa a ter a denominação mais apropriada de Exopolítica.
Qual é a sua opinião sobre artefatos e obras de arte como as Pedras de Ica, os desenhos rupestres, peças de cerâmica, crânios de cristal e pinturas medievais, que mostram imagens de UFOs e de extraterrestres?
Penso que todos são evidências que corroboram — cada qual à sua maneira e em seu tempo — a interferência e as manifestações de seres inteligentes de outros mundos aqui na Terra. Na literatura ufológica há robustas argumentações a respeito e autores consagrados defendem essa tese há décadas. Para mim, não há quaisquer dúvidas a respeito. O mesmo ocorre em abundância nas pinturas da Idade Média, que reproduzem características marcantes da temática ufológica, objeto, aliás, de minhas pesquisas e palestras.
Nós vemos e sentimos o universo, ou melhor, o multiverso, seja no sentido físico ou dimensional, como um habitat natural, uma singularidade do cosmos em que nós, seres humanos, somos consequência e o produto final da criação universal.
Alguns desses achados têm recebido severas críticas vindas dos céticos, em relação a serem provas da presença alienígena no passado, especialmente os esqueletos. O que pensa sobre essas discussões?
Devemos encarar como normal o ceticismo que permeia a Ufologia como um todo. A crítica é sempre bem-vinda, principalmente a que possui honestidade. Não aquela radicalizada, desmesurada, mas aquela que traz frutos positivos, que o faz pensar, refletir e pesquisar mais ainda. Toda e qualquer discussão deve estar sempre mergulhada em um clima sadio de cordialidade e boa vontade, embora com argumentos opostos, divergentes e até mesmo extremamente contrários. A tolerância deve ser marca registrada e as diferenças, respeitadas.
O que você pensa sobre os diversos esqueletos encontrados?
Vou comentar sobre alguns deles. Sobre o Crânio de Sealand, descoberto em 2007 em Olstykke, na ilha dinamarquesa de Sealand, há nele algumas características interessantes. O crânio foi analisado em 2010 na Faculdade de Medicina Veterinária do próprio país, que determinou como incerta e não sabida sua classificação animal. Quando enviado ao Instituto Niels Bohr, em Copenhague, a datação por carbono situou o crânio como sendo da Idade do Ferro, por volta de 1200 a.C. Ele é interessante por ser bem maior do que o do Homo Sapiens, com órbitas muito maiores do que as dos humanos, além de mais profundas e arredondadas. A narina é bem pequena e o queixo muito estreito e causa profunda estranheza a constatação de que o tamanho dos olhos sugere que a criatura tivesse hábitos noturnos. Para completar, temos os dois dentes frontais superiores mais proeminentes e pontiagudos, como presas de um primata. Para mim, dão a nítida impressão de serem postiços.
Também foram encontrados outros objetos durante a escavação?
Sim, encontraram ossadas de animais, machados de pedra e utensílios do Período Neolítico, mas nada relacionado com o crânio. E não podemos esquecer que, quando da descoberta em julho de 2007, o crânio estava localizado acima de antigos tubos de esgoto, colocados em 1900, o que indica que ele foi enterrado depois disso. Acerca do local, há uma lenda urbana sobre uma associação chamada de Ordem da Luz de Pégaso, conhecida como guardiã de objetos misteriosos e sagrados, como estranhos crânios humanos, ferramentas e utensílios. Pouco se sabe sobre a ordem secreta, exceto que foi criada em 1350 e que ao longo de sua existência teve em suas fileiras poetas e escritores de renome, entre os quais Giovanni Boccacio, William Shakespeare, René Descartes, Thomas Jefferson etc. Um time e tanto, se quer saber. A minha conclusão é de que se trata de fraude, pois há algumas incongruências e alguns detalhes que condenam a montagem.
Sempre há fraudes, o que é uma pena…
Sim. Temos o exemplo do Homem de Piltdown, quando, em 1912, antropólogos tentaram fraudar o chamado elo perdido na evolução humana. Os pesquisadores encontraram na localidade de Piltdown, na região de Sussex, na Inglaterra, umas ossadas que foram consideradas pela ciência de então como prova de uma passagem perdida de um antepassado dos humanos modernos — o consideraram um ponto de ligação da evolução, que apresentava características de homem e de macaco. Os fósseis foram levados para o Museu de História Natural de Londres e lá ficaram durante mais de 40 anos, até que cientistas da Universidade de Cambridge conseguiram provar que os fósseis eram falsos.
Há ainda outros exemplos?
Sempre há. Veja a confusão que paira até hoje sobre o crânio conhecido como Starchild [Criança das estrelas]. Existe uma coleção enorme de crânios insólitos, excêntricos e assustadores espalhados pela internet. Tratam-se de fraudes e malfeitas. As pessoas misturam lenda urbana com a Teoria dos Antigos Astronautas. Confesso que é difícil resistir ao desejo incontrolável de acreditar. Como disse o físico Richard Feynman, “o primeiro princípio é que você não deve enganar a si mesmo, e você é a pessoa mais fácil de ser enganada”. E para completar o sentido da frase, podemos citar o astrônomo e cosmólogo Chris Impey, que em seu livro O Universo Vivo [Larousse, 2009] afirma que “devem haver profundas razões psicológicas pelas quais queremos acreditar em alienígenas”. Assim, para os autores das fraudes, afirmar aos desavisados que o crânio encontrado é de um alienígena fica fácil. Aliás, não faz muito tempo, apresentaram na internet um crânio de tartaruga como se fosse de extraterrestre.
O que você tem a dizer sobre o acobertamento ufológico?
O acobertamento é questão óbvia, e o entendimento das razões também. A situação é liderada pelos Estados Unidos, que há tempos têm como adágio estratégico e militar a ideia de que o país que detiver o maior conhecimento tecnológico alienígena consequentemente deverá ser aquele que produzirá as melhores e as mais avançadas armas.
E no Brasil, o que podemos falar sobre acobertamento?
Sabemos, e não é de hoje, que os miliares de forma geral e em qualquer parte do globo terrestre usam e abusam da política do acobertamento. Há poucas exceções, como a França, por exemplo e seu Dossiê Cometa [Biblioteca UFO, 1999], que deu o exemplo para o mundo. O Caso Varginha, nosso “Roswell brasileiro”, realmente ocorreu e há evidências e provas cabais suficientes para o convencimento da Ufologia Mundial. A política adotada pelos nossos militares, que não deveria causar surpresa, é o modus operandi normal instituído pelas Forças Armadas. Digo com naturalidade que devemos aceitar pacificamente essa situação sem estresse, revolta ou inconformismo, porque se nós estivéssemos onde eles estão com certeza faríamos o mesmo.
Penso que, na verdade, evolução científica e evolução moral caminham em direções opostas. Aliás, essa é a marca característica do progresso e do desenvolvimento humano e tecnológico. Em qual momento da nossa história não houve guerras entre nós? Nunca!
Esta é uma interessante forma de pensar este assunto…
Nós aceitamos, pesquisamos e divulgamos o Fenômeno UFO. Eles aceitam, pesquisam e não divulgam, exceto entre suas colunas. O contato com essa realidade e o que a comprova vêm do inesquecível, histórico e importantíssimo encontro que a Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) teve com os militares das três forças no Ministério da Defesa, em Brasília, em 18 de abril de 2013. A própria Revista UFO deu a medida certa e correta de como os militares se comportam quando se trata de discutir tal assunto quando publicou que, “durante a reunião, que teve a duração de uma hora e 15 minutos, foi surpreendente para a CBU constatar que alguns dos militares participantes tinham desconhecimento a respeito de casos importantes e clássicos da Ufologia Brasileira, tais como a Operação Prato ou o próprio Caso Varginha, que foram então descritos pelos integrantes da Comissão”. Tal epílogo encerra a questão.
Quais os verdadeiros objetivos da ciência ou dos cientistas sobre os conhecimentos de conceitos espíritas e a existência de seres inteligentes físicos e não físicos de origem extraterrestre?
Bem, se você me permite, há uma contradição na pergunta — a ciência propriamente dita deixa de lado estudos de natureza espírita, infelizmente. Há um ou outro pesquisador que se aventura no assunto como, por exemplo, o cientista húngaro Ervin Laszlo, detentor de cinco doutorados. Em seu livro A Ciência e o Campo Akáshico [Cultrix, 2008], Laszlo especula sobre o assunto de maneira cautelosa e cuidadosa. E, sim, há seres físicos e não físicos e toda uma ordem e natureza de fenômenos incompreendidos por nós.
Por essa lógica, podemos supor que pelo menos alguns desses seres não tenham origem na Terra. Quais as razões de os cientistas não se dedicarem à busca por explicações acadêmicas para fatos levantados pela Ufologia?
Minha afirmação induz ao contrário, ou seja, que não alguns, mas muito desses seres não têm sua origem na Terra. Nós, ufólogos, temos que ter paciência, tolerância e muita compreensão, porque tudo tem o seu tempo. Como diz o pensador Paulo Ursaia, “dar tempo ao tempo não é sintoma de passividade, mas de sabedoria na maior parte dos casos”.
Nem sempre temos a paciência necessária?
Temos que compreender que, com o devido tempo, tudo se ajustará. Veja o caso do doutor J. Allen Hynek, sobre quem já falamos. Durante mais de 20 anos ele trabalhou para a Força Aérea Norte-Americana (USAF) e até no Projeto Livro Azul, sempre e incansavelmente produzindo explicações e justificativas acadêmicas as mais estapafúrdias possíveis para casos ufológicos. Lembram-se da história do gás do pântano? É dele! Pois bem, Hynek também teve o seu tempo — em um certo momento, ele rompeu com o governo norte-americano, anunciou a veracidade do fenômeno e separou o autêntico do falso denunciando, inclusive, a razão da sonegação de informações feita pelo governo. Tudo tem seu tempo…
O que você pensa sobre o discurso do maniqueísmo e suas manipulações no contexto da evolução humana, Ufologia na Bíblia e as religiões em questão?
A dicotomia do bem e do mal. Mas o que é o bem e o que é o mal? Na verdade, não há esta distinção. A meu ver, cada um é o que é de acordo com sua própria natureza. Será que podemos raciocinar sobre a condição moral dos alienígenas sem sabermos que moral têm? Como focar e entender a individualidade de cada ser no universo? E o que pensar dos seres não físicos? Essas questões são daquelas que, como diz um amigo meu, “dão câimbra no cérebro de qualquer um”.
O que pensa da atuação dos alienígenas em relação aos armamentos atômicos?
A repressão feita pelos alienígenas ao uso de armamento atômico é lógica e procedente. Sabemos ao certo que algumas civilizações extraterrestres estão monitorando bem de perto — inclusive com interferência direta e explícita — a localização e manutenção das ogivas nucleares. Elas deixam claro, sem o menor escrúpulo, que têm o controle, o gerenciamento e a administração desses avançados e complexos equipamentos, em sua maioria subterrâneos. E isso em qualquer parte do mundo, mas em especial nos Estados Unidos e na Rússia. Obviamente, não se precisa ser nenhum adivinho e nem pertencer a algum grupo secreto ou apocalíptico para se saber a razão disso. Basta acompanhar os fatos e a evolução dos acontecimentos, principalmente dos conflitos no planeta, que nunca cessam.
Se pensarmos o planeta Terra como exemplo de evolução, qual é o nosso estágio e o que podemos esperar desses tempos atuais em termos de contato?
Bem, pensar o planeta Terra como exemplo de evolução só pode ser piada. Somamos mais de 5.000 etnias, estamos em constante e permanente conflito armado, somos extremamente agressivos e beligerantes, atiramos primeiro para perguntar depois. Portanto, somente com a evolução paulatina de nossa espécie, e dando-se tempo ao tempo, sairemos do grau zero da escala evolutiva e atingiremos o grau 1. Só então poderemos ter alguma esperança de aproximação e de um contato mais abrangente, no modelo da defendido pela Exopolítica.
Você acredita que pelo fato de termos tantos indícios, a ponto de eles terem levado à criação da Exopolítica, um contato aberto já estaria próximo?
O epílogo da história da Contatologia, o chamado contato final, é marcantemente impossível de se prever. Há uma dinâmica maior que não somos capazes de compreender, e ela é gerenciada por um tempo e de uma maneira que não são os nossos, mensurada por uma unidade de medida desconhecida, que nos impede sua compreensão. Faço coro ao ceticismo sadio do doutor Jacques Vallée, um dos maiores ufólogos da atualidade e também um dos mais controversos, por defender que os UFOs podem não ser apenas naves extraterrestres — seu mistério é enorme e sua complexidade, idem. A fenomenologia ufológica tem o tamanho incomensurável do universo. Então, como entendê-la?
Você pode nos falar um pouco sobre seu trabalho nos eventos em Araçatuba, aliando astronomia e Ufologia?
Nós constituímos na cidade, já há 15 anos e juntamente com o SESC local, um evento denominado Cosmos. Em julho de 2016 foi realizada a 15ª edição do encontro. O evento é gratuito e aberto à população, e proporciona sempre cinco palestras de astronomia e cinco de Ufologia, de forma a atrair muitos interessados de 08 a 80 anos, com uma matéria científica e outra multidisciplinar — mas devo acrescentar que a Ufologia é a que realmente lota o evento. Na astronomia são convidados, sempre que possível, doutores da área. E na Ufologia, os ufólogos mais consagrados do Brasil. Cabe aqui a observação de que o editor da Revista UFO A. J. Gevaerd, o mais tradicional palestrante, sempre prestigiou e compareceu a todos os eventos, exceto do ano passado.
Ao juntar astrônomos e ufólogos em um único evento, o Cosmos vem privilegiando um viés holístico das ciências espaciais e afins. Como advogado dessas causas, você se considera um holista?
Sim, considero-me um pesquisador holístico, entendendo o holismo de acordo com a definição de Jan Christian Smuts, que criou o termo em 1926. Para Smuts, holismo é a “tendência da natureza de usar a evolução criativa para formar um todo que é maior do que a soma das suas partes”. Essa noção nos remete a uma forma específica de contemplar o mundo, que pode ser aplicada em várias vertentes do conhecimento, como, por exemplo, medicina, psicologia, física, administração, ecologia etc. Evidentemente, introduzi a Ufologia nessa vertente do conhecimento, embora creia que Ufologia seja um termo ainda muito vago e pálido para abarcar todo o conhecimento necessário para se entender um pouco, um pouquinho somente, a complexidade do Fenômeno UFO. Atualmente, e de forma obrigatória, o estudo se soma à labiríntica e multifacetada compreensão da fenomenologia extraterrestre que aí está.
Então, agora para finalizar, o que é Ufologia para você?
Considero a Ufologia como uma matéria de estudo e pesquisa de natureza multidisciplinar. Como já disse antes, deve-se conhecer um pouco de tudo, embora melhor fosse conhecer muito de tudo, o que é bem mais difícil. O melhor exemplo deste modelo de pesquisador sem dúvida é o do general Alfredo Moacyr de M. Uchôa, com seu ecletismo cultural, autor de vários livros, militar de carreira, engenheiro civil, matemático, estudioso da parapsicologia, metapsíquica, parafísica, parafisiologia e outras ciências correlatas. A realidade é que quanto mais informações e conhecimentos possuir, seja lá de que área for — embora seja sempre melhor que se conheça áreas afins —, menor a possibilidade de se ver enganado e de cometer enganos. Afinal, como disse Isaac Newton, “o que sabemos é uma gota; o que ignoramos é um oceano”.