As pessoas que não o conhecem profundamente, podem imaginar que seja um “crente em UFOs, empedernido”. Contudo, se nos libertamos de nossos preconceitos e pensamentos petrificados, veremos que este homem dará razões e convicções que ele mesmo tem experimentado, tudo isto exercendo estudos e conhecimentos de psiquiatria e seu intelecto intransferível de ser uma pessoa honrada consigo mesma.
O chileno Mário Dussuel Jurado é considerado entre os pesquisadores mais criteriosos de seu país e um dos mais bem informados. Membro da Agrupación de Investigaciones Ovniológicas de Chile (AION) e reconhecido psiquiatra, é um incansável divulgador da Ufologia, área em que emprega seus conhecimentos profissionais.
Foi o principal investigador do Caso Valdés, que incluiu abdução com modificação temporal em área militar. Possuindo ligações efetivas com vários representantes governamentais e militares do Chile, o psiquiatra conheceu, pesquisou e divulgou casos ocorridos no país ainda durante a ditadura militar. Em toda a América Latina, seu nome é um dos mais reputados na área da investigação de abduções e contatismo, com experiência também na psicologia do funcionamento de seitas ufolátricas.
Conversar com o doutor Jurado é uma verdadeira aventura transcendental, onde asseverações científicas e um possível mundo imaterial, anômalo, invisível, fantástico e desconhecido se unem e completam. Numa oportunidade ímpar, concedeu entrevista ao ufólogo Raúl Núñez, coordenador do Instituto de Investigação e Estudos Exobiológicos (IIEE).
A conversa foi longa e muitos os temas tratados. Alguns detalhes foram ignorados ao publicar, por expressa menção do entrevistado, pois eram experiências muito próximas a seu círculo familiar mais íntimo.
“Quem exerce a Ufologia de alguma forma neste país, tem uma idéia superficial de sua real personalidade, confessamos sem rubor, que nós mesmos o estereotipamos mais de uma vez, mas em nosso caminho de busca da verdade, não podemos deixar de mencionar que muitas pessoas vão a seu consultório com verdadeiros dramas relacionados com o Fenômeno UFO, com todas as conseqüências que essas experiências trazem”, discorreu Raúl Núñez.
No entanto, sabemos que são seus próprios colegas psiquiatras quem lhe remetem as pessoas afetadas, pois reconhecem, em forma privada, que não são capazes de compreender o que estes “pacientes” tratam de expressar. Repassam-nas ao consultório de Jurado, “quem durante muitos anos atende, escuta e também acolhe-os ativamente, se incorporando à fenomenologia destes indivíduos, que buscam alguém que lhes dê explicações ao que estão vivendo, depois de uma experiência ufológica”, informou Núñez.
O desempenho deste singular profissional confirma que esta atitude é bem distante das normas que impõem os grêmios médicos oficialistas e profissionais em geral, devendo possuir convicções muito profundas para atuar de forma independente, aceitando os ditados do coração e se introduzindo em labirintos que nem todo mundo entende [Leia o artigo de Mario Dussuel Incríveis abduções por extraterrestres no Chile – Os seqüestros por alienígenas devem ser investigados não somente sob o ponto de vista físico e mental, mas também como social e de estratégia militar].
Quase 40 anos atrás – O início
Nos anos 70, em Santiago, um grupo de meditação localizado na comunidade de Nuñoa lhe comunicou que logo iria conhecer novos conceitos, entre estes, uma pessoa em especial. É a lembrança que entrelaça com a posterior carreira profissional inicial, longe da capital. À província de Aysén, como clínico geral, chegou jovem, exercendo em uma das zonas mais austrais [Sul] do Chile.
Foram nessas longínqüas terras que acabou conhecendo um homem que mantinha uma vida entre a extrema simplicidade e o místico. Num dia, o cidadão lhe disse para exercer e aplicar uma classe de psicologia não aprendida na universidade. Segundo Jurado, perguntou imediatamente ao rapaz: “E onde está o indivíduo para me ensinar isto?”
Este indivíduo resultou ser um “lama viajante” (assim se auto denominava, e quem o conhecia) cujo nome era Ramón Montoya. Esta pessoa começou a introduzir o jovem doutor em meditações especiais, em múltiplos trabalhos espirituais e a tratar às pessoas sob uma perspectiva diferente. “No princípio”, confessou o doutor Jurado, “eu não acreditava no que dizia, mas escutava bastante. Naquele tempo, era muito apegado às estruturas totalmente científicas, como todo profissional vindo da universidade”, disse.
O homem lhe ensinou, aos poucos, que existem outras formas de comunicação e iria aprender um tipo de conhecimento incompreendido por muitos. As dúvidas de Jurado foram muitas, mas este indivíduo foi demonstrando, com o passar do tempo, alguns dons totalmente desconhecidos para este singelo doutor, que nesses momentos nadava em um mar de dúvidas e confusão, mais ainda, quando seu estranho amigo lhe confessou que adquiria seus conhecimentos em reuniões de pessoas que manejavam um legado científico superior ao dos humanos, pois essa sabedoria provinha de seres que não eram deste planeta.
Doutor, em algum momento Ramón Montoya revelou algo sobre os locais das possíveis reuniões? Não, nunca mencionou e jamais deu explicações concretas com respeito aos lugares onde se realizavam estas reuniões.
Continue, por favor, a nos contar o desenrolar dos acontecimentos. Bem, nesse ponto já estávamos no ano de 1977, o tempo passou e, um dia, Montoya me disse que, para transcender em meu trabalho e na minha forma de ver a vida, devia fazer um real voto de pobreza na região, com meus pacientes. E assim, durante um ano não cobrei absolutamente nada, recebia em troca galinhas, porcos e outros similares pela atenção aos doentes necessitados. Meu armário no dormitório pessoal transformou-se em um caixote de maçãs, meu transporte uma singela bicicleta, numa série de situações parecidas. Presenciei e senti a vida que levavam os habitantes, de pobreza extrema e muito sacrificada.
Noutra ocasião, meu amigo lama me entregou uma pirâmide pequena e disse que era um “sincronizador” para tratar doenças de alguns humano
s. Avisou que me apresentaria a um paciente com reais complicações no estado de saúde física, para demonstrar sua eficácia, além de apagar todas as dúvidas que ainda circulavam pela minha cabeça. Foi assim que provei a pirâmide e a veracidade das palavras de Montoya.
Como e quem foi tal paciente? Era Humberto Pérez Zurita, um conhecido madeireiro da região, que padecia de uma dolorosa e cruel hérnia lombar. Seus esforços para solucionar este problema o tinham levado até os Estados Unidos para tratar sua doença, sem resultados positivos. No Chile, os médicos temiam deixá-lo paraplégico. Este rico senhor tinha três barcos e uma frota de caminhões, trazia madeira de todo o litoral para embarcar com destino à Comodoro Rivadavia, na Argentina. Fomos visitá-lo em sua residência, eu e Montoya. Aceitou a aplicação da nova terapia, sob a “desculpa” de que eram técnicas de digipuntura avançada. A pirâmide no corpo do afetado causava grande desconforto, chegou a reclamar veementemente, mas ao terminar a terapia a dor não existia mais, pôde caminhar sem bengala e chorou de alegria ao se sentir aliviado de seu mal.
O senhor reagiu de que forma? O que pensou? Minha decisão foi continuar absorvendo os ensinamentos desta personagem de nome Ramón Montoya e aplicar no Hospital de Aysén esta terapia, mostrando-se eficaz. O que me ensinaram em Santiago, então, não me servia de nada. Naqueles tempos não se conheciam vocábulos nem terapias alternativas tão conhecidas hoje em dia, como Reiki, Shiatsu ou Tai-Chi/Chi-Kong etc. Foi assim que comecei a praticar, sem esquecer os conhecimentos acadêmicos, tratamenos diferentes aos conhecidos e com resultados muito positivos.
Mas e o companheiro, “lama viajante” Montoya? Ele se ausentava por grandes temporadas, pois viajava muito e, posteriormente, soube de seu falecimento.
Vamos mudar de direção. Sabemos que estudou alguns pacientes com esquizofrenias [Psicose caracterizada pela incapacidade de coordenar as idéais, perda de contato com o mundo exterior etc]. Doutor Jurado, qual é sua visão pessoal com respeito aos esquizofrênicos que escutam vozes e recebem mensagens, e quando alguns deles expressam que são de supostas entidades extraterrestres? Eu tenho trabalhado intensamente com estes doentes que possuem “canais abertos” e a melhor forma de explicar é com um exemplo de um paciente meu. Margarita Cáceres T., quem um dia chegou ao meu consultório e expressou que devia me ler o episódio de Lot da Biblia. Com o ufólogo Rodrigo Fuenzalida [Correspondente internacional da Revista UFO], subimos ao Manzano – lugar montanhoso situado a 50km de Santiago, no interior da localidade denominada Cajón do Maipo. Os entendidos dizem que tem grande atividade ufológica e tivemos uma reunião em uma das grutas que ali existem. Com uma garota de nome Paola fizemos exercícios de canalização, de contato e, pouco depois, tivemos a presença de luminosidades e destas entidades, que nos faziam sinais à distância. Eu repeti a experiência às 03h00 da madrugada e senti muito medo, reconheço. Na reunião, aflorou o nome do filho de Lot, por parte do canalizador que não tinha conhecimento deste detalhe. Essa experiência concordou com tudo o que expressou a paciente em meu consultório, então comecei a prestar atenção a esse tipo de pessoas.
Outra paciente esquizofrênica de nome Irma relatou-me que tem contato com seres extraterrestres através da telepatia, e afirmou com veemência que “não sou sua paciente, mas sim sua mensageira” e ponte de contato com estes. Esta senhora adivinhava números de cinco cifras que lhe apresentava, em forma oculta. Estou convencido que estes seres usam aos esquizofrênicos, pela razão que estas pessoas têm a qualidade do “automatismo do mandato”, ou seja, são excelentes milicos [Militares]. Obedecem sem questionar as ordens recebidas, sem objetar nada. O problema surge quando, às vezes, estas vozes que escutam lhes dizem para que se matem, e estes esquizofrênicos atiram-se ao Metro sem hesitar. Em meus estudos comprovei que uma paciente que se matou tinha uma desordem mental social a este estado, recebeu esta ordem de se matar sem mais nem menos, e assim o fez. Ao conversar com sua família posteriormente, confirmaram que esta pessoa tinha experiências ufológicas há bastante tempo, onde adivinhou anteriormente um acidente do ônibus no qual viajava com seus seres mais próximos, além do mais lhes mencionou que eram seguidos por um UFO, e toda sua família foi testemunha do fenômeno.
Acha que a própria Ufologia nacional tenha propiciado a divulgação do tema Friendship? É possível sim. É possível.
Você acredita que teremos contato definitivo com estes seres em um futuro próximo? Eu acho que sim.
O que nos falta para este contato? O contato nesses momento está mais personalizado com os contatados, mas falta-nos mudar o conceito de consciência planetária. Estamos, por assim dizer, de alguma maneira, muito primitivos ainda para eles. Por exemplo: você entraria numa jaula de leões? Ainda que estejam em um zoológico, satisfeitos de comida, sentiria temor intenso. Nós somos como uma jaula de leões para eles. Não sabem como vamos reagir. Eles consideram que ainda não é o momento.
Estão convivendo conosco? Como infiltrados? Assim o é. Há alguns que passam como seres humanos e são como um de nós, inclusive se materializam e se desmaterializam.
São parecidos conosco então? São iguais a nós, mas com pouca gesticulação. Todavia, são similares aos humanos.
Comem como nós? Às vezes não. Alimentam-se de energia solar ou alternativa. Eu estive fazendo uma investigação em um destes tipos e este não comia absolutamente nada! Dizia que se alimentava de energia solar e não precisava se alimentar como os humanos.
E por que no Chile se dão tanto estas situações? O Chile é uma ilha de fundo, está entre a cordilheira e o mar. Está isolado. É uma ilha longa e dá possibilidades para esconder-se geograficamente. Dá para ter bases sem problemas com os habitantes.
Acha que estejam utilizando aos humanos para se reproduzirem? Sim…Sim.
Estão confeccionando clones nossos, por terem problemas para reproduzirem-se? Estão realizando experimentos de investigação de reprodução, hibridação. Tenho o caso de uma paciente que diz ter sido levada por estes seres em uma nave, lhe tinham retirado um óvulo e abriam, realizando a fecundação, e depois lhe mostraram o filho. Para ela foi um trauma, pois nã
o quer contar a ninguém, não deseja ser considerada uma louca. Isso me expressou em privado [este caso foi conhecido primeiramente pelo Instituto de Investigação e Estudos Exobiológicos (IIEE) do Chile e confirmamos plenamente o que diz o doutor Jurado. A paciente mencionada está e continua em um pânico constante, com uma série de experiências colaterais a seu estado, que afetam a sua família. Por ética e compromisso com esta família, nunca a mencionamos em nossos meios de comunicação, ainda que seguimos sua experiência muito de perto]. Acho que estão fazendo experimentos de hibridação. Uma pessoa que diz ter sido levada por uma nave e é devolvida, há que pesquisar a parte imunológica, devem ser feitos scanners para ver possíveis implantes, há que pesquisar perfis químicos, se diz que em alguns contatados sobe o nível da creatinina [composto orgânico gerado a partir da degradação da creatina (que é um nutriente útil para os músculos). É um produto de eliminação do metabolismo normal dos músculos que usualmente é produzida pelo corpo em uma taxa muito constante (dependendo da massa dos músculos), e normalmente filtrada pelos rins e excretada na urina. A medida da creatinina é a maneira mais simples de monitorar a correta função dos rins].
Doutor, o que diz é uma investigação multidisciplinária, mas neste sentido a denominada “ciência oficial” não tem colaborado? Para nada… Nada em absoluto. Para estudar um abduzido é necessário muito dinheiro, muito mesmo, há que fazer scanner, mas não qualquer scanner, tomografia, ressonância nuclear magnética, estudos imunológicos avançados, perfis químicos em laboratórios especializados. Fazer toda uma investigação a nível familiar, seu meio etc. Se encontrarão surpresas.
Se importa com o que pensem as pessoas de você, dedicado a estes temas? Não, nada. Eu vivo de meus pacientes. Meus pacientes me adoram, querem e vão a minha consulta. Tenho o que se chama uma chegada grande com eles. Não vivo da opinião dos ufólogos nem de ninguém em particular. Eu vivo de minha carteira de pacientes, que têm toda a confiança em minha pessoa e quase sempre não tenho horas para marcar por duas semanas em minha consulta.
Mas por que? Simples. Atuo com consciência ética. Não subo preços se sobe a demanda. Mantenho um valor baixo da consulta. Cobrança barata. Atendo com bônus e faço exceções de cobrança. Com 30 anos de psiquiatria e 37 anos de médico, deveria cobrar o dobro, como todos os psiquiatras em suas funções.
E o que dizem seus colegas profissionais com respeito a esta atitude sua? Dizem..que sou um tonto! Questionam por que faço isto. Minha resposta é que o ato médico dever ser um ato ético também, e ter uma consciência social. Não ser uma máquina de ganhar dinheiro. Se o paciente não tem dinheiro, não lhe cobro e o atendo igual e com a mesma dedicação que se estivesse pagando a consulta, e como tenho essa consciência cristã, eu atendo muita gente sem cobrar nada. Ajudo com os medicamentos ou se envia o paciente pelo pároco da igreja. Com tudo isto, digo, que a opinião das pessoas que me interessa são de meus pacientes, e eles me querem. A opinião dos ufólogos não me interessa. Inclusive quando colaborei com o Comitê de Estudos de Fenômenos Aéreos Anómalos (CEFAA), nunca cobrei um centavo. Em palestras que dou na universidade também não cobro nada. Me ponho, isso sim, à nível universitário. Faz algum tempo, também me ofereceram de criar uma cátedra de Ufologia, – o ex-general Ricardo Bermúdez do CEFAA – e o projeto se perdeu pela falta de interesse das pessoas, além do preço anunciado, que era exorbitante para os possíveis universitários e interessados em geral.
Autenticidade humana
A conversa prossegue com vários detalhes, e Raúl Núñez ficou gratamente satisfeito de ter conversado com uma personagem indiscutível da Ufologia Nacional, que “aplica conceitos éticos e humanitários em seu trabalho. Sua pessoa é discutível para muitos. Agradável, simpático a toda prova, e para acrescentar, honrado e sincero, sem se importar o que falem dele, algo muito difícil de relevar em um país como o Chile”, discorreu.
Achamos que possui assegurada sua inclusão nesta galeria de pessoas que têm contribuído à Ufologia do Chile, seu caráter e selo próprio. Um humano autêntico. Só nos fica agregar que cada leitor forme sua própria impressão deste profissional. A convicção do Dr. Mário Dussuel Jurado é profunda e a demonstra e explica com centenas de pacientes.