Na Ufologia Mundial existem inúmeros casos intrigantes que se destacam dos demais seja pelas características espantosas de manifestação do fenômeno, seja pelo número de testemunhas diretas, ou ainda pelo impacto gerado pelo fato ufológico, seja nas testemunhas ou nas altas esferas governamentais. A chamada Noite Oficial dos UFOs destaca-se nestes aspectos e segue sendo o fato ufológico com o maior número de testemunhas diretas da história.
Milhares de pessoas, entre pilotos militares, comerciais, autoridades e a população em geral, observaram um verdadeiro show aéreo de dezenas de objetos voadores com formatos e tamanhos variados que realizavam manobras a velocidades ainda hoje impossíveis para a tecnologia terrestre, naquilo que o controlador de voo sargento Sérgio Mota da Silva — uma das principais testemunhas do caso — definiu como “O Festival dos Discos Voadores”. Hoje, 36 anos depois, existem muitos detalhes inéditos deste evento e muito mais ainda por descobrir.
Parte do que aconteceu na noite de 19 para 20 de maio de 1986 só foi possível reconstituir graças aos áudios gravados na ocasião e liberados oficialmente pela Força Aérea Brasileira (FAB). São quase oito horas de gravações das comunicações ocorridas na torre de controle do Aeroporto de São José dos Campos (SP), na Defesa Aérea e de quatro dos cinco caças enviados para interceptar os misteriosos objetos. Dados adicionais foram obtidos com entrevistas recentes com as testemunhas, civis e militares, que acrescentaram detalhes interessantes e inéditos ao acontecimento.
Tudo começou por volta das 18h00 de 19 de maio de 1986, quando o primeiro objeto luminoso foi observado a partir da torre de controle de São José. O UFO encontrava-se a noroeste da cidade e permaneceu visível por vários minutos, estático no céu. Experiente em sua função, o controlador de voo local, sargento Silva, estranhou o fato e, seguindo os protocolos aeronáuticos, entrou em contato com a torre de controle do Aeroporto de Guarulhos questionando a presença de aeronaves na referida região. Em resposta, o operador de Guarulhos informou que não havia qualquer aeronave na área informada pelo sargento Mota.
Neste mesmo momento, o Controle de Aproximação de São Paulo (APP-SP) já captava outro objeto voando lentamente, 37 km a leste de São José dos Campos. O UFO avistado pelo sargento Mota não era captado pelos radares da Força Aérea, que registrava outro objeto que não era visível naquele momento. Dada a estranheza do fato, iniciou-se ali um intenso diálogo telefônico entre diferentes departamentos e setores aeronáuticos brasileiros. Ao telefone, Mota alternava conversas entre o Centro da Aeronáutica de Brasília, de São Paulo e o da Defesa Aérea, informando o que estava sendo observado ou pedindo confirmação de radar para os objetos avistados.
Fenômeno intenso
Por volta das 19h00, vários controladores de voo já recebiam relatos por parte de pilotos comerciais em voos em diferentes pontos do Brasil. Naquela época, não havia telefones celulares nem internet e a comunicação ocorria via telefones fixos. As comunicações entre os centros foram tão intensas a ponto de deixarem os telefones congestionados na Base Aérea de São Paulo. Os controladores repassaram estas informações à Defesa Aérea, que elevou o nível de atenção aos fatos.
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