O ufólogo e editor da UFO foi entrevistado para a edição 193 da revista Trip, pela jornalista Mariana Caldas. Contou sobre duas experiências ufológicas pessoais e falou sobre as dificuldades existentes na área. Vejamos a matéria, abaixo.
Em 1993, nas cercanias da mítica Área 51, no deserto de Nevada (EUA), o carro em que A. J. Gevaerd estava com amigos foi perseguido durante 40 minutos por uma luz muito forte, que sobrevoava o veículo. “Não conseguíamos passar de 20 km/h, e todos ficamos sonolentos.” A segunda experiência foi em 1997, no Pantanal, quando viu uma luz estranha. No entanto, um contato mais imediato, de terceiro grau, ainda não rolou. “Estou na fila da abdução há anos”, brinca.
A paixão de Gevaerd pela Ufologia é bem anterior. “Uma amiga da minha mãe era aficionada por discos voadores. Ela viu que eu ficava hipnotizado sempre que falava no assunto e me deu uma coleção de revistas Planeta quando eu tinha 12 anos. Nunca mais parei de pesquisar”, conta. Aos 14, já guardava mais de 10.000 recortes de jornais sobre o assunto no quarto de casa, em Maringá. Hoje, aos 48 anos, comemora a longevidade da primeira e única revista brasileira sobre assuntos extraterrestres, a Revista UFO, que abriu em 1985 juntando umas poucas economias com um amigo.
A publicação, que mantém tiragem entre 20 e 30 mil exemplares, depende exclusivamente de Gevaerd. É ele quem faz a maioria dos textos, boa parte das fotos e ainda elabora o layout de todas as páginas, direto de sua base em Curitiba. Na paralela, se dedica a pesquisas, palestras e congressos em todo o mundo – já acumula 137 viagens internacionais para 56 países. Sobre a possibilidade de, até 2020, naves pousarem em frente às TVs, Gevaerd tem suas dúvidas. “Depende muito mais deles do que de nós. Minha estimativa é que o contato direto e oficial vá ocorrer mais para o fim da primeira metade deste século.”
O fato de muita gente não levar a sério a Ufologia já chegou a desanimá-lo. “Já tive muitas decepções, pensei em desistir. Mas não consigo, é minha vida, minha missão.” O especialista tem se entusiasmado com a abertura de alguns arquivos governamentais sobre o assunto, inclusive no Brasil. “A cada dia que passa está mais difícil esconder certas verdades. Isso vai gerar uma maior conscientização da população. A partir do momento em que o governo vem a público, não há mais o que se questionar.”
Mas o que irá então acontecer quando chegar a hora de um contato maior dos extraterrestres? “Haverá uma mudança completa nas estruturas da nossa sociedade, e talvez esse seja um dos motivos da relutância dos governos em fazer certas declarações, assim como da Igreja. Nossos conceitos de origem vão mudar. Se nós somos parecidos com esses seres, talvez não tenhamos sido feitos à imagem e semelhança de Deus”, explica.
E completa o raciocínio: “Muitas questões vão surgir e a história da humanidade vai ter que ser reescrita. O fato de os ETs terem o mesmo formato que os seres humanos não é coincidência. Somos parte da mesma coisa. A humanidade não está restrita ao planeta Terra. Nós e eles talvez tenhamos a mesma origem, podemos ser primos”.