Um dos personagens mais ativos da Ufologia Brasileira é Nelson Vilhena Granado, autor dos livros Dimensionalis – Preparação para a Grande Revelação, Omniversalis – Da Matéria Primordial ao Infinito, e o mais recente, A Herança do Mestre, todos editados pela Wanel Editora, além de outros quatro livros didáticos publicados pela Editora Ática, na década de 70, quando o entrevistado era professor em São Paulo. Granado nasceu em São Vicente (SP), em abril de 1942. Teve suas primeiras experiências no campo da Ufologia aos 12 anos, quando por duas ocasiões avistou objetos voadores não identificados em Santos, litoral paulista. Tais fatos foram decisivos para sua incessante busca por tudo o que se referisse aos discos voadores. “Desde minhas primeiras observações, não me desliguei deste fascinante assunto”, diz.
Autor e conferencista consagrado em todo o país, Granado morou em Santos até os 19 anos, quando se mudou para São Paulo para cursar engenharia na Escola Politécnica, até 1968, e física no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), até 1972. Foram estes estudos que lhe deram formação científica para lecionar física, matemática e estatística em diversos cursos de São Paulo, Goiás e Brasília. E também uma sólida base para sustentar suas atividades na Ufologia, embora, anos mais tarde, tenha se visto inclinado a abraçar o segmento holístico da presença alienígena na Terra, o que resultou em seus livros.
No começo da década de 80, Granado se dirigiu ao Planalto Central brasileiro, onde viveu em comunidade rural com preocupações ufológicas, ecológicas e espiritualistas. Foi nesta época que conheceu o general Alfredo Moacyr de Mendonça Uchôa [Veja entrevista com ele na edição UFO 140] e seus trabalhos no campo da pesquisa dos discos voadores, realizados principalmente nos arredores da cidade de Alexânia, em Goiás. O contato do autor com o militar, um dos pioneiros da Ufologia Brasileira, foi determinante para gerar uma grande abertura mental em suas concepções, pois a Ufologia, a partir de então, passou a ser vista por ele de um modo muito amplo, envolvendo também aspectos espiritualistas.
Acredito que nós e muitas espécies que nos visitam em discos voadores somos parte de uma mesma coisa, e poderemos um dia, no futuro, conviver em harmonia. Temos que nos sentir compromissados com a reforma interior e com a reintegração do homem terrestre ao fraterno convívio com habitantes de outros planetas
Granado permaneceu na região de Ceres (GO) durante seis anos, em projetos ligados a diversos grupos de estudos relacionados com o crescimento interior e realizando trabalhos de conscientização do operário do campo. Durante este tempo, lecionou numa instituição católica ligada ao Movimento Franciscano. De volta a São Paulo, em 1986, reassumiu aulas de física e ingressou na Faculdade de Medicina da USP, graduando-se no curso de fisioterapia, em 1995. A partir deste ano, começou a coordenar grupos de estudos que estivessem compromissados com a reforma interior e com a reintegração do homem terrestre ao fraterno convívio com habitantes de outros planetas. “Acredito que nós e muitas espécies que nos visitam em discos voadores somos parte de uma mesma coisa, e poderemos um dia, no futuro, conviver em harmonia”, diz o entrevistado.
Em suas palestras, Granado tem dissertado sobre ciência, Ufologia e espiritualidade, sempre abordando a proposta de reforma interior do ser humano, com abertura da consciência e aperfeiçoamento da cidadania planetária e cósmica. O entrevistado é também especialista em sistemas oscilantes neurais e multidimensionais, entre tantos outros temas. Sobre isso, publicou na edição UFO 110, de maio de 2005, o artigo A Mudança Vibratória do Planeta Terra, no qual defendeu que uma parcela da população acredita que a Terra, neste começo do terceiro milênio, estaria saltando para dimensões superiores, nas quais um verdadeiro paraíso envolveria o planeta. “E nós, seus ocupantes, iremos aproveitar esta oportunidade para também saltarmos para tais patamares superiores e usufruirmos, assim, de uma vida com características paradisíacas”.
Eclético, Granado tem feito palestras em universidades, instituições religiosas, lojas maçônicas, rosacruzes e teosóficas, espaços esotéricos, congressos espíritas e espiritualistas, entre outros. “Nos eventos de que participo, tenho encontrado amizades e companheirismo, onde quer que eu passe proferindo meus cursos e ‘palestras energéticas’”. Ciente da abundância da vida extraterrestre, como também da multidimensionalidade de tais espécies, como da raça humana, Granado criou fortes laços na Comunidade Ufológica Brasileira. Nesta entrevista, ele nos fala dos aspectos espiritualistas e cósmicos que pairam desde as dimensões espaço-temporais mais sutis até a fantástica multiplicidade de universos em dimensões tridimensionais.
Naturalmente, como investigador da presença alienígena na Terra, você acredita na multiplicidade de vida fora dela. Mas onde ela se manifesta e de que forma? Bem, na verdade, eu não acredito em vida extraterrestre, eu tenho certeza de sua existência, o que são coisas bem diferentes. E, assim, afirmo por uma questão muito simples de bom senso, de lógica e de observação. Comparar o tamanho do planeta Terra à Criação é similar a comparar o diâmetro de um próton ou nêutron ao tamanho da Via Láctea. E é um absurdo imaginar que uma única partícula seria o único lugar que reteria a vida em muitos trilhões de outras que povoam nossa galáxia, para começar, e todo o cosmos, enfim. A vida extraterrestre é algo tão natural e óbvia como a existência de muitos milhões de espécies diferentes na biosfera de nosso planeta. E não precisaríamos de prova alguma para saber que há vida fora da Terra. Basta comparar o tamanho da Terra com o que está fora dela. Entretanto, para quem gosta de provas, na casuística ufológica há um acervo muitíssimo rico de testemunhos, filmes, fotos, registros em telas de radar etc, que nos dão o respaldo necessário para afirmar que a vida fora da Terra é algo real, certo, lógico e incontestável. Entretanto, onde as diferentes formas de vida extraterrestre se manifestam e de que forma, isso é assunto para muitas longas conversas.
É quase um consenso entre os pesquisadores que a Ufologia tem que ser estudada com enfoque multidisciplinar. Você tem formação nas áreas de ciências exatas, biológicas e agora humanas, além de estudar a espiritualidade. Até mesmo em suas palestras e livros, você enfoca bastante as relações entre o macro e o microcosmo, destacando esta multidisciplinaridade. Como visualiza que isto deva funcionar na Ufologia? Na fascinante aventura da vida, durante a fase material, o homem interage, conscientemente ou não, com o ambiente que o envolve – a natureza, outras espécies de seres vivos e o cosmos –, utilizando como meio de troca as ondas e vibrações, e como instrumentos de recepção os sensores naturais manifestados em seus cinco sentidos, audição, visão, olfato, paladar e tato. Dono do atributo da inteligência, o homem criou instrumentos que lhe ampliaram as percepções, a ponto de fazê-lo sentir realidades fora do alcance de seus cinco sentidos. E para melhor compreender a vida, elaborou modelos científicos que expliquem estas várias realidades e o plano físico de manifestação, no qual vive sensações e é o laboratório em que experimenta e testa modelos e teorias. Os elementos químicos da tabela periódica garantem a impressionantemente rica expressão desse plano – cores, matizes, formas, tamanhos, gostos, texturas, aromas, sabores e tonalidades. A partir do estudo cada vez mais aprofundado dos fenômenos e propriedades das estruturas deste plano denso de manifestação, o homem passou a compreender o funcionamento daquilo que é incrivelmente pequeno – microcosmo – e do majestosamente grande – macrocosmo –, chegando inclusive a tangenciar aspectos da multidimensionalidade, dos campos de consciência, dos planos de manifestação. Enfim, o ser humano começa a compreender o relacionamento entre ciência e espiritualidade.
E como isso pode nos ajudar a compreender o Fenômeno UFO? Bem, sabemos que os estímulos do meio ambiente são agregados aos sistemas psíquicos do homem em seus níveis consciente e inconsciente, gerando condicionamentos que determinam comportamentos. Deste modo, o ser humano é aquilo que aprendeu, e isso se deve às suas experiências de vida. Para compreender algum fenômeno, portanto, ele tem de conhecê-lo em sua plenitude e sob diversas abordagens e pontos de vista. O Fenômeno UFO não foge a essa regra, e por isso é preciso analisá-lo sob os olhares de um grande leque de observadores que utilizem diversas ciências e vários modelos. Essa forma de encarar os fatos da vida nos tem servido de incentivo para cada vez mais procurarmos nas ciências acadêmicas subsídios para a compreensão dos muitos fenômenos que ocorrem nos campos da Ufologia e da espiritualidade.
Como é a receptividade de seus estudos ufológicos, combinados com elementos provenientes da espiritualidade, em suas apresentações públicas? Quando apresento estes temas e seus relacionamentos nos seminários, congressos, palestras e cursos, tenho tido a preocupação de desenvolver os assuntos de forma simples e didática, de acordo com cada platéia e buscando exemplos no cotidiano da vida de cada um. Estes ajustes acabam por fazer com que as pessoas saiam dos eventos com informações que as permitam enxergar horizontes novos e aguçar seu espírito crítico. A compreensão de como funcionam os mecanismos dos condicionamentos e aprendizados faz o homem entender que ele é o grande responsável pelo seu próprio caminho e destino. Assim, o público que me assiste começa a perceber que conhecer a verdade realmente o liberta. Da mesma forma, sempre insisto que os modelos que apresento não devem ser aceitos como verdades absolutas, e sim como pontos que estimulem a reflexão. Evidentemente, outros modelos e formas de entender os fenômenos que nos cercam, como a presença alienígena na Terra, podem surgir, permitindo aprofundamentos. E estas informações nós não podemos esconder. Afinal, tentar compreender o que nos rodeia é postura fundamental que todo homem sensato deve ter, e, então, buscar novos paradigmas que expliquem os fenômenos observados passa a ser um princípio de vida dos ufólogos.
A Comunidade Ufológica Brasileira aguarda a liberação de informações ufológicas oficiais, como as realizadas pelos governos da França e da Inglaterra. Espera-se que isso ocorra também em nosso país. Você acha que a população em geral está preparada para a grande mudança de paradigma que ocorrerá quando ficar comprovada oficialmente a presença extraterrestre? Vamos analisar isso. Veja, em todas as dimensões de manifestação, há uma interligação energético-vibratória entre as estruturas que as constituem, as quais participam das mudanças que ocorrem no decorrer do tempo. Os fatores que determinam essas alterações dependem das variáveis que caracterizam as próprias estruturas. A humanidade, por exemplo, participa constantemente de um processo lento e gradativo de alterações e ajustes, normalmente não ocorrendo grandes saltos. Em termos evolutivos, estamos no patamar que nos é devido, ou seja, no degrau que precisamos, merecemos e que sabemos nos portar. Os vários problemas sociais, políticos e econômicos existem e não serão resolvidos enquanto formos como somos. Entretanto, a humanidade hoje é mais bem situada e evoluída do que há 50, 100 anos ou em datas anteriores. Grandes foram as conquistas conseguidas durante todo um processo histórico vivido pelo homem, e as aquisições tecnológicas, científicas, políticas e sociais obtidas durante os ajustes históricos nos permitem dizer que de fato houve evolução. Ela é incontestável. A própria existência da mídia atuante e crítica favorece ajustes comportamentais e, de certo modo, mitiga e diminui abismos entre “favorecidos” e “explorados”. Certamente há ainda grandes desequilíbrios, mas o conhecimento e a atuação de grandes forças sociais tendem a diminuí-los, devido às adaptações naturais que induzem erosões, possibilitando suavizar grandes diferenças. Entre os problemas que mais agravam os desequilíbrios está a educação, que a meu ver é o grande desafio do homem dos próximos tempos. É deste modo que a civilização caminha. Haverá tempos de maturação de idéias e outros tempos de saltos incríveis. A liberação de segredos ufológicos guardados nos arquivos oficiais irá provocar um destes saltos. Com isto, um número maior de pessoas tomará contato com uma realidade que vem sendo há décadas escondida a sete chaves. A abertura fará a população ficar mais preparada para uma aparição maciça de UFOs, que certamente está cada vez mais próxima de ocorrer. Enquanto os arquivos oficiais não forem escancarados para todos, acredito que os ETs não surgirão claramente.
A liberação de segredos ufólogos guardados nos arquivos oficiais irá provocar um salto. Um número maior de pessoas tomará contato com uma realidade que vem sendo há décadas escondida a sete chaves. A abertura fará a população ficar mais preparada para uma aparição maciça de UFOs, cada vez mais próxima de ocorrer
Você acredita que os seres que nos visitam, das mais diferentes origens, saberiam de nossos anseios para que a verdade a seu respeito viesse a público? Acho que sim, que as próprias inteligências extraterrestres estão sabendo o que acontece na Terra. E digo isto por um motivo simples: elas têm tecnologia suficiente para nos observar minuciosamente, e para surgirem quando e onde quiserem. Se não o fizeram ainda é porque precisam da preparação de grande parte da população, e esta preparação os nossos visitantes já estão providenciando ao se mostrarem discretamente aqui e acolá, desenhando figuras maravilhosas em plantações de todo o mundo, surgindo nos radares dos aeroportos, deixando-se fotografar etc. E veja que tais manifestações têm sido cada vez mais freqüentes em todos os rincões do planeta, deixando claro que a preocupação “deles” é garantir um mínimo de consciência, de nossa parte, para poderem se mostrar.
Suas conclusões são bastante incisivas. Elas são derivadas de estudos ou o resultado de sua fé de que o contato em massa é inexorável? Os participantes de minhas palestras devem estar lembrados de que sempre procurei solicitar que os temas abordados não devem ser acreditados ou tidos como assuntos de fé ou de crença. Assim, me costumei a proceder por três questões básicas. Primeiro, porque alguns assuntos se elevam muito acima da minha capacidade de entender e repassar adequadamente em seus múltiplos aspectos. Segundo, as minhas imperfeições pessoais não permitem que eu tenha a pretensão de afirmar com tranqüilidade que estou conseguindo não estragar as informações que suponho chegarem de outras instâncias dimensionais. E, por fim, os assuntos abordados são todos abraçados pelas religiões do mundo, o que cria a falsa idéia de que têm que ser sempre tratados com fé quando a fé e a crença mal administradas pela razão somente conseguiram desfigurar, ao longo dos séculos, o já difícil pano de fundo espiritual e cósmico que envolve a vida terrena. Portanto, como eu poderia demonstrar a quem sequer admite a existência de vida além das fronteiras terrenas que mentores espirituais ou extraterrestres realmente existem e ainda nos informam sobre temas de que trato em minhas conferências pelo Brasil afora?
Você acredita que este contato em massa, quando ocorrer, será um elemento transformador da espécie humana? A humanidade está vivendo momentos de expectativa frente às incríveis mudanças que ocorrem a cada instante. Estamos no limiar de grandes revelações, que deverão acontecer em breve, e seremos nós próprios atores e testemunhas delas. E entre tais revelações se encontra o que chamo de Revelação Cósmica, quando o homem terrestre vai tomar contato oficial com as formas de vida extraterrestres que nos visitam, o que deverá, sim, ser um elemento de grandes transformações.
Você acha que a possibilidade de um contato em massa, como defende, possa ser também um motivo de preocupação por parte dos governos, que, assim, mantêm aceso o acobertamento ufológico? É possível. A intensa manifestação de fenômenos aéreos e luminosos em todo o mundo cai dentro de certos cenários e levam à reflexão dos porquês que os meios oficiais não querem ainda liberar as tais informações que retêm. Precisamos entendê-los para saber o que nos espera. Entretanto, sou daqueles que crêem que o dia do contato oficial com civilizações extraterrestres está muito próximo. Não como um dogmático ou sectário seguidor de alguma seita, mas como alguém que ponderou muito sobre a evolução dialética dos acontecimentos nos quesitos sociedade, economia, religião, espiritualidade, história e Ufologia.
Quais seriam os principais valores humanos que se encontram perdidos ou escondidos no atual contexto da humanidade terrena? Não concordo que haja valores humanos perdidos no atual contexto da humanidade. Considero que, devido à enorme eficiência alcançada na transmissão de informações, com o advento dos satélites e da internet, os ajustes que se processam em termos globais são conhecidos em todo o mundo praticamente em tempo real, dando a impressão de que os problemas existem de modo amplificado. Mas não é bem assim. Os problemas sempre existiram, mas nem sempre tomávamos conhecimento. Por exemplo, quando Abraham Lincoln foi assassinado, em 1865, a notícia de sua morte somente chegou à Europa 13 dias depois, porque este era o tempo que o navio demorava para ir de Nova York à Inglaterra. Hoje a coisa é instantânea. Assistimos aos acontecimentos do mundo em tempo real.
Em sua opinião, o que esta instantaneidade acarreta à nossa espécie? A humanidade não é mais violenta do que antigamente, como muita gente fala por aí. A título de exemplos, tomemos como fonte de informação, em primeiro lugar, a Bíblia. Diversos livros do Antigo Testamento descrevem verdadeiros horrores de matanças, crueldades, traições, genocídios e fratricídios. E, no entanto, são tidos como livros “sagrados”. E isto aconteceu naqueles tempos, há milhares de anos. Como segundo exemplo, quero lembrar que, no século XX, entre os anos de 1935 e 1946, aproximadamente, apenas seis homens foram responsáveis pela morte de mais de 160 milhões de pessoas – Adolf Hitler, Joseph Stalin, Mao Tsé Tung, Benito Mussolini, Chang Kai-shek e Hiroito. Ou seja, hoje em dia, mesmo com tanto desequilíbrio e insanidade, o homem está “um pouco melhor” do que antigamente.
Você acha que as divulgações a “conta-gotas” das recentes descobertas em Marte podem fazer parte de um plano de revelação gradual da existência de vida extraterrestre, como atestam outros estudiosos? Tanto as descobertas feitas na Lua quanto as feitas em Marte, durante a exploração que a NASA fez durante viagens realizadas a tais corpos, provavelmente seriam chocantes se divulgadas imediatamente. Entendemos que eles, os cientistas e administradores da NASA, não tiveram outra alternativa senão fazerem as revelações com certa prudência, primeiro para não causar pânico e, segundo, para prepararem gradativamente a grande massa para as verdades maiores que serão reveladas – entre as quais está a existência de vida em planetas próximos da Terra.
Esta possível aceleração da liberação de informações seria uma precaução de certos poderes e governos para mitigar o impacto psicológico na população, ou a própria conscientização das pessoas pode acelerar a iniciativa de contato público de outras civilizações? As duas coisas são verdadeiras. Há a exagerada preocupação de certos poderes em não causar eventuais desequilíbrios quando a humanidade souber da existência de outros mundos habitados. Em paralelo, há interesses de certos grupos envolvidos, para os quais não convêm que tais informações venham a público, como é o caso de instituições religiosas, políticas, militares e econômicas. Mas, como já falamos antes, a conscientização popular da realidade cósmica deverá facilitar a antecipação dos contatos oficiais com civilizações extraterrestres que nos observam neste instante.
Considero o termo outras dimensões como sendo o conjunto de todos os planos de manifestação diferentes do físico. Com esta conceituação, os níveis em que se apresentam as diversas estruturas sutis que constituem os vários corpos do homem e outros planos mais tênues ainda são constituídos de tramas teciduais de dimensões variadas
Muitas pessoas que atuam na chamada Ufologia Mística fazem uso de supostos contatos com extraterrestres através de canalizações. Você acha que este é um recurso viável e confiável? Se o contatado é escolhido pelo contatante, como discernir não só que o contato é real, mas também que a entidade contatada é benévola? A coisa não é tão simples assim. Na verdade, a existência de vida em todos os cantos do cosmos faz parte de um processo multidimensional e multi-universal, no qual cada mundo apresenta suas características particulares. Em função de fatores específicos de cada local habitado, os padrões e mecanismos de evolução – e, em particular, os aspectos espiritualistas – são determinados por especificidades locais. Assim, não é necessariamente verdadeiro que os padrões espirituais que conhecemos na Terra sejam iguais aos que ocorrem em qualquer lugar. Contudo, sempre haverá aqueles que procuram iluminar os passos de sua vida com a luz espiritual alheia, sem maiores reflexões e questionamentos, julgando-se “donos das verdades” e arrebanhando crentes e seguidores, o que é lamentável. Sou dos que pensam que a crença e a subserviência espiritual já deram o que tinham que dar, ao longo das páginas da nossa história. Mais um pouco e as novas gerações terrestres caminharão com a luz dos seus espíritos, já desperta pela maturidade moral e emocional que caracteriza os que estão nascendo para os novos tempos. Mesmo correndo o risco de não ser aceito em minhas premissas, entendo que os fenômenos citados fazem parte de uma grande programação de contatos gradativos, e cada vez mais intensos no sentido de nos preparar para o encontro final entre hierarquias de outros planetas e o homem terrestre.
Há uma grande expectativa, tanto de ufólogos como da população em geral, pelo progresso da Ufologia e pelas novas revelações na área. Como você vê isso? Estas “notícias do alto”, que tenho tentado transmitir conforme me permitem as circunstâncias – e que, se eu estiver enganado no que julgo estar entendendo, o tempo haverá de revelar –, nos conduzirão àquilo que estamos chamando de Grande Revelação, que ocorrerá em escala cósmica. Somos a geração de espíritos encarnados que verá com os próprios olhos o cumprimento das promessas pessoalmente proferidas pelo Mestre Jesus, de aqui retornar para presidir os acontecimentos que nos proporcionarão a oportunidade de voltar a conviver com as demais “famílias” espalhadas pelo cosmos, nossos irmãos extraterrestres. É esperar para ver, não uma questão de crença ou de fé. É preciso entender que há diversos modos de contato com os ETs, e entre eles há até a utilização da sensitividade ou mediunidade do contatado, assim como o uso de instrumentação eletroeletrônica.
O que seria, para você, um homem egresso de áreas da ciência exata, a melhor conceituação do termo “outras dimensões”? Considero o termo “outras dimensões” como sendo o conjunto de todos os planos de manifestação diferentes do físico. Com esta conceituação, os níveis em que se apresentam as diversas estruturas sutis que constituem os vários corpos do homem e outros planos mais tênues ainda são constituídos de tramas teciduais de dimensões variadas. Deste modo, como o homem material se comunica constantemente com Espíritos e ETs em projeções, sonhos, orações, meditações, incorporações e mediunidade, então a interatividade de natureza interdimensional é intensa e constante. E ela se expressa principalmente de um modo não-consciente, ou seja, não percebido pelo cérebro físico do homem.
Quais são os exemplos mais consistentes da interação de seres não físicos em nosso meio e como entendê-los? No século XIX, em diversos locais do mundo, mas principalmente na França, determinado grupo de entidades habitantes de planos sutis, coordenado pelo chamado Espírito da Verdade, por iniciativa exclusivamente dele, passou a se fazer notar movimentando mesas, cadeiras, lustres e utensílios nos salões de Paris. Esta “equipe” de seres multidimensionais começou a revelar ao homem terrestre encarnado uma realidade espiritual, que sempre existiu, mas que até aquela data ainda não tinha se manifestado de um modo metódico e controlado. Tais contatos foram utilizados por alguns homens para elaborar uma ferramenta segura de intercâmbio com espíritos, e assim foi feita a codificação espírita, sendo o principal responsável o professor Hyppolite Leon Denizard Rivail, mais conhecido por seu pseudônimo Allan Kardec. Nos séculos XX e XXI, a mesma espiritualidade, também por iniciativa dela, passou a estabelecer condições para que houvesse uma outra revelação, agora cósmica. Para isso, em vez de movimentar mesas e cadeiras nos salões de Paris, começou a movimentar objetos voadores, luzes e sondas sobre as nuvens, montanhas e mares. Com o intuito de obedecer a uma programação de intensificação gradativa, ainda nesta passagem dos séculos citados.
Esta é uma forma interessante de entender tais manifestações. Sim, e estas “equipes”, como gosto de chamá-las, continuam insistindo em se fazer notar, utilizando agora outras formas de contato, tais como estímulos em circuitos neurais, sonhos, desenhos em plantações de trigo e a utilização de aparelhos eletrônicos – telefones, computadores, rádios receptores, televisores, máquinas fotográficas e filmadoras. Esta última forma de contato tem feito inúmeros pesquisadores em todo mundo levarem para os laboratórios a linha de pesquisa conhecida como Transcomunicação Instrumental (TCI), e os resultados obtidos até agora são animadores, visto que já é grande o acervo de vozes e imagens alcançadas com o emprego destes instrumentos. O uso da TCI tem sido tão auspicioso que não tenho dúvida de que, logo, falaremos com “eles” de forma tão corriqueira como ligar a um amigo utilizando um telefone celular. Pretendo, em algumas palestras e cursos que desenvolverei, estimular grupos regionais que se interessem em montar laboratórios de pesquisa no campo da TCI.
Por que a física convencional ainda não detectou tais possibilidades? Há muitos profissionais altamente qualificados no campo das ciências exatas – físicos, engenheiros, matemáticos, químicos etc – que atualmente se interessam pela TCI. Entretanto, o mundo acadêmico ainda não abraçou esta causa como deveria, oficialmente, corporativamente. Porém, creio que é por pouco tempo, pois os resultados alcançados nas pesquisas, em todo mundo, têm sido cada vez mais animadores e certamente o meio acadêmico, mais cedo ou mais tarde, terá que voltar seus olhos para esta linha de estudo.
Você acha que as entidades alienígenas que visitam nosso planeta são essencialmente benévolas ou crê que há também extraterrestres nocivos à humanidade? O público, de um modo geral – e os estudiosos da Ufologia, em particular –, está cada vez mais exigente e quer que os assuntos ligados à espiritualidade e à Ufologia sejam tratados com rigor crescente e sob o ponto de vista científico. É fácil perceber que meus textos têm inspiração muito forte de “amigos espirituais e cósmicos”, mas também apresentam minhas tendências comportamentais, moldadas pelos condicionamentos que trago de minhas experiências de vida. Dentro destes condicionamentos, há as diretrizes que minha formação escolar determina nas áreas de exatas, de biológicas e, agora, mais recentemente, humanas. Com isto, tenho podido enxergar e repassar às platéias minha visão holística e multidisciplinar da Ufologia, mas também mostrar a estreita relação entre este campo de estudo e a espiritualidade. Penso estar espalhando sementes de esclarecimento por onde passo. Entretanto, é muito pouco o que estou realizando. Mesmo assim, tal qual a andorinha que tenta apagar o fogo na floresta com gotículas d’água que leva em seu bico, estou fazendo a nossa parte. Falo tudo isso para demonstrar como entendo a presença alienígena na Terra. Para mim, tanto em nosso planeta, onde há homens de todas as índoles, comportamentos e intenções, como noutros, haverá seres de diferentes níveis de evolução, com variados comportamentos e intenções.
Então, dentro desta conceituação, a Terra pode estar sendo visitada, sim, por seres nocivos à nossa espécie. Sim, certamente nosso planeta já deve ter sido observado e explorado por esta enorme gama de visitantes espaciais durante muitos milênios. Entretanto, dentro daquilo que suponho estar informado, parece que os seres mais complicados e nocivos à humanidade não poderiam mais adentrar nos ambientes terrestres, exatamente devido a um certo planejamento cósmico coordenado por hierarquias interessadas em acelerar o contato oficial entre eles e a humanidade.
Para você, qual é o maior problema que a humanidade ainda apresenta? São vários, mas eu citaria a ignorância, o egoísmo, a presunção, o orgulho, a prepotência e a vaidade, apenas para falar de alguns. Tudo isto, associado à defesa de interesses escusos, são trincheiras e a bandeiras afundadas em rotulações dogmáticas, que envolvem o homem terrestre em sectarismos e fanatismos que separam, polarizam, potencializam, conflitam e fazem guerras. E isto é tão patente que nossa espécie se denominou Homo sapiens sapiens…
Daquilo que suponho estar informado, parece que os seres mais complicados e nocivos à humanidade não poderiam mais adentrar nos ambientes terrestres, exatamente devido a um certo planejamento cósmico coordenado por hierarquias interessadas em acelerar o contato ofinial entre eles e a humanidade
E o que falta para mitigar tudo isso? No meu modo de entender, faltam simplicidade, fraternidade, amor e caridade. Precisamos nos reformar intimamente. Sabemos, no entanto, que os compromissos que a materialidade nos impõe são significativos e revestidos de provas e desafios. Dentro dos quadros que a vida apresenta, nem sempre simplicidade, fraternidade, amor e caridade são fáceis de exercer e aplicar. Por isto, tenho sugerido um “treinamento” de retidão, respeito, integralidade, lisura e responsabilidade no trato das questões do dia-a-dia. Este é o modo que suponho ser um bom caminho, no qual tenho tentado ser seguidor, representante e porta-voz.
Você segue alguma religião? Institucionalmente, não me prendo a agrupamento algum e não tenho religião, pois considero que genericamente as instituições limitam, separam, dogmatizam, restringem, cerceiam e amordaçam. Enfim, não nos permitem ser livres. Entretanto, como respeito todos os caminhos pelos quais o homem trafega, considero que, em termos posturais, “faço parte” de todas as religiões. A bem da verdade, quando falo que não me vinculo a instituição alguma, estou me referindo não apenas a religiões, mas também a partidos políticos, agremiações desportivas etc. Isto não quer dizer que eu não tenha posições políticas ou não goste de esportes. Muito pelo contrário. Entendo que, ao nos posicionarmos frente a qualquer aspecto das questões sociais ou econômicas, por exemplo, isso já determina que estamos tomando um posicionamento político sem, no entanto, precisarmos estar filiado a cores partidárias.
Uma última questão: em seu artigo A Mudança Vibratória do Planeta Terra, publicado na edição UFO 110, de maio de 2005, você defende que uma parcela da sociedade planetária acredita que a Terra, no começo deste terceiro milênio, estaria saltando para dimensões superiores, nas quais um verdadeiro paraíso envolveria o planeta. Ainda acredita nisso? Mais do que nunca. Creio que teremos a chance de conviver com as espécies que nos visitam, algo que poderá beneficiar enormemente a humanidade. Nossos visitantes extraterrestres, venham de onde vierem, certamente não estão aqui a passeio, mas cumprindo uma agenda de operações. Além do que, devem ter interesse nas atividades desenvolvidas por nossa espécie. Prova disso é que nos observam atentamente, com um irmão mais velho.