É bem conhecido na Ufologia o fato de que observações de UFOs feitas por pessoal com alta qualificação técnica são os de maior credibilidade e que mais contribuem para o entendimento do fenômeno. Entre tais pessoas, certamente, militares, pilotos e funcionários do sistema de controle de tráfego aéreo — especialmente operadores de radar — estão no topo da lista. Os casos ufológicos relatados por estes profissionais são mais detalhados que os oferecidos por testemunhas comuns por eles terem sido preparados para exercer carreiras que demandam profundo conhecimento de aeronáutica, meteorologia, física atmosférica e outras áreas, além de terem qualificação para distinguir fenômenos astronômicos e artefatos diversos de avistamentos que podem ser de objetos voadores não identificados.
O Brasil é bastante conhecido por seus casos aeronáuticos, que vêm ocorrendo com certa abundância desde os anos 50. Alguns dos mais impressionantes já registrados são o Caso Vasp Voo 169, de 08 de fevereiro de 1982, e a chamada Noite Oficial dos UFOs no Brasil, de 19 de maio de 1986. Em ambas as ocorrências houve envolvimento de pilotos altamente treinados — civil no Caso Vasp e militares na Noite Oficial — e de todo o aparato de controle de tráfego aéreo do país. Estes são apenas alguns exemplos desses acontecimentos, de tantos que a casuística ufológica brasileira tem a oferecer. Para se ter ideia, no primeiro incidente, o comandante Gerson Maciel de Britto acumulava 23 mil horas de voo em diversos tipos de aeronaves. E, no segundo, foram nada menos do que sete pilotos militares os envolvidos em uma perseguição a 21 UFOs que durou quase três horas.
Porém, da mesma forma como são bastante significativos, os casos aeronáuticos são também extremamente raros. Não porque ocorram menos do que os demais tipos de avistamentos, como os feitos pelo resto da população, mas sim porque seus protagonistas relutam em relatar suas experiências. Estima-se que menos de 1% dos episódios envolvendo pilotos venha ao conhecimento público. Entre as razões estão o medo do ridículo por que podem ser submetidas tais testemunhas, o receio de serem vistas com preconceito por seus colegas e também a preocupação que têm de perderem seus empregos. Sim, infelizmente, estas são questões que ainda rondam os profissionais da área. Isso apesar de haver no país determinações para que os relatos de avistamentos sejam feitos oficialmente às autoridades do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra). “Mesmo assim, é uma temeridade relatar um contato com uma nave”, disse recentemente o comandante de uma grande companhia aérea nacional — que, justamente pelo que aponta, não quer ser identificado.