Na noite desta quarta-feira, 03 de outubro, acontece o primeiro debate entre os candidatos a Presidência dos Estados Unidos, envolvendo o atual presidente Barack Obama e seu adversário republicano Mitt Romney. A comunidade científica e as pessoas ligadas ao programa espacial discutem as propostas dos dois políticos para o futuro da NASA e da exploração espacial.
Muitos consideram que o fato de o debate acontecer em Denver significa que o assunto do programa espacial não será mencionado, ao contrário do que poderia acontecer na Flórida, de onde a NASA lança suas mais importantes missões. Contudo, o programa espacial é um dos orgulhos daquele país, motivando intensas polêmicas. Uma delas está relacionada às severas críticas feitas pela campanha de Romney contra a administração Obama. O republicano afirma que o democrata fez escolhas equivocadas e negligenciou esse setor, mas não entra em maiores detalhes quanto a suas propostas.
Romney afirma que pretende convocar os mais importantes líderes do setor espacial nos Estados Unidos e também os parceiros de outras nações a fim de detalhar suas ideias. Um dos aspectos que afirma ter a intenção de manter é o programa já em curso na NASA para incentivar empresas privadas nas operações espaciais. Um exemplo é a nave Dragon da SpaceX, que em maio fez uma viagem não tripulada bem sucedida até a Estação Espacial Internacional (ISS). A empresa possui um contrato com a agência, no valor de 1,6 bilhões de dólares, para realizar 12 viagens de envio de carga para a estação.
Os analistas sugerem que, caso eleito, Romney mantenha o orçamento da NASA no mesmo patamar estabelecido, de 17,7 bilhões de dólares para 2013. De acordo com ele: “Uma NASA forte e bem sucedida não depende de mais dinheiro, mas de prioridades claras”. O candidato criticou no começo o plano do colega republicado Newt Gingrich para estabelecer uma base lunar em 2020.
Quanto a Obama, os especialistas do programa espacial não esperam novidades referentes a suas políticas. Em 2010, por exemplo, ele cancelou o Programa Constellation de George W. Bush para o regresso à Lua, substituindo-o por uma iniciativa para enviar astronautas a um asteroide próximo a Terra por volta de 2025. Para tanto a NASA trabalha na nave Orion, e desenvolve um grande foguete intitulado Sistema de Lançamento Espacial (SLS), que espera ser testado com tripulação em 2021.
De acordo com um dos principais executivos da NASA, Lori Garver, um documento foi enviado aos congressistas norte-americanos detalhando a proposta do novo foguete, capaz de levar astronautas além da órbita da Terra, até à Lua, asteróides próximos e até mesmo Marte. “Deixe-me dizer novamente: iremos voltar a Lua, tentar pela primeira vez enviar humanos a um asteroide, e estamos desenvolvendo planos para levar americanos a Marte”, Garver acrescenta.
Além da SpaceX, a NASA sob a administração Obama investiu 1,9 bilhões de dólares na empresa Virgin Orbital Sciences, igualmente para voos de carga até a Estação Espacial Internacional. A Orbital deve realizar sua primeira missão de demonstração nos próximos meses, ao passo que a SpaceX deve no próximo domingo, 07 de outubro, lançar sua nave Dragon no primeiro transporte de carga até a ISS. O fato comprovado é que a exploração espacial não possui tanto apoio em Washington, com administrações de ambos os partidos seguidamente cortando o orçamento da NASA ao longo dos anos. Em tempos de crise econômica, não se deve esperar que sejam dados passos muito significativos nessa área.
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