Os mitos dizem respeito ao que há de mais remoto na formação cultural-antropológica do ser humano e surgem como uma necessidade de completude e entendimento do mundo. As lendas e personagens mitológicas são resultado da interpretação humana de fenômenos aparentemente inexplicáveis e inusitados. Estão diretamente ligados à realidade cotidiana e às relações homem/natureza estabelecidas pela complexidade social do meio. Hoje, após análises e estudos mais aprofundados, percebe-se que a gênese de elementos folclóricos está basicamente fundada sobre ocorrências ufológicas que, na época, não foram reconhecidas como tal.
Geralmente, o Fenômeno UFO é descrito como aparições de cunho religioso ou divino. Nos livros sagrados de muitas religiões pode-se constatar nitidamente a presença extraterrestre entre os humanos. Buda teve seus contatos com seres inteligentes de outros mundos. Gilgames teve visões de seres espaciais. Zoroastro viu Ahura-Mazda sob luzes, raios e trovões. Moisés e Abraão tiveram contatos com seres que utilizavam naves resplandecentes, queimando tudo o que havia ao redor, expelindo fogo e fumaça. Ezequiel teve um encontro com uma carruagem de fumaça etc. Dessa forma, tais contatos extraterrestres foram interpretados como manifestações sagradas, atribuídas a deuses, santos e outras divin-dades.
No Brasil, por exemplo, a riqueza folclórica e a diversidade mítica revelam o incontável número de visitas extraterrestres ocorridas nas mais variadas localidades do território. O ufólogo Antônio Faleiro registrou e pesquisou muitas lendas do folclore brasileiro, analisando e relacionando os mitos com o Fenômeno UFO [Editor: ver Coleção Biblioteca, edição 04, Discos Voadores e Extraterrestres no Folclore Brasileiro]. Num dos trechos de sua pesquisa, Faleiro cita a carta do padre José de Anchieta, referindo-se a estranhas aparições. “Há também outros (fantasmas) máximes nas praias, que vivem a maior parte do tempo junto ao mar e aos rios. São chamados de ‘que é todo fogo’. Mas não se vê outra coisa senão um facho cintilante correndo para ali. Acomete rapidamente os índios e os mata como a curupiras. O que seja isto não se sabe com certeza.”
O trecho da carta de Anchieta é revelador e um exemplo de que, por todo o país, há uma verdadeira inundação de contos ligados aos UFOs – como esse descrito acima que, de algum modo, diz respeito à manifestações incomuns tanto na cultura popular como na indígena. Todas estas manifestações recorrem ao processo mitológico para relatar o que, na realidade, são ocorrências ufológicas de seres visitantes na Terra.