Recentemente o senhor causou grande agitação na comunidade ufológica mundial, não apenas mexicana, ao mostrar supostas esquadrilhas com dezenas e até centenas de objetos voadores não identificados nos céus de seu país. O que o senhor acredita que sejam aqueles artefatos? São esferas que demonstram claramente inteligência quando se mantêm paradas ou depois, quando se movem todas na mesma direção, ao mesmo tempo. Elas têm sempre a mesma altitude e velocidade. Qualquer um que diga que são balões tem que ser capaz de provar que balões conseguem ter esse mesmo tipo de comportamento. Acredito, ainda que por pura especulação, que as inteligências por trás desse fenômeno poderiam estar tentando estabelecer algum tipo de comunicação conosco. Já pudemos perceber que elas, muitas vezes, usam os objetos para montar figuras geométricas no céu, as quais chamamos de “aeroglifos”. Achamos também que tais imagens podem estar relacionadas às figuras que aparecem nos campos ingleses, que há tempos são chamados de agroglifos.
O senhor acredita que os vídeos ufológicos mais recentes, registrados no México, que apresentou em seu programa semanal e no 14º International UFO Congress and Film Festival, em Nevada, se relacionam com aqueles obtidos nos anos 90, em que se chegou a mencionar até que os antigos deuses pré-colombianos estariam voltando? Em 1991, descobri que havia uma relação entre o eclipse total do Sol e uma profecia que encontrei no Código de Dresden, uma ata astronômica do período clássico dos maias. Ela diz o seguinte: “Cuidado com a Terra. No fim dos cavaleiros do jaguar, haverá o início de uma nova era que será construída sobre as cinzas da anterior. E será o tempo do encontro com os mestres das estrelas”. Fiquei muito impressionado com duas linhas dessa profecia, que falam que o eclipse será o momento de nosso encontro com mestres das estrelas. Isso realmente mexeu comigo. Especialmente porque parece que isso está acontecendo agora. No congresso em Nevada eu também mencionei o retorno de Quetzalcoatl, a serpente emplumada da mitologia mexicana. Era uma cobra voadora reverenciada pelos maias, toltecas e várias outras civilizações. A lenda diz que Quetzalcoatl voltará antes do final dos tempos para reclamar seu reino. Bem, em 27 de outubro de 2004, Arturo Robles Gil [Veja matéria nesta edição] filmou e fotografou algo que ninguém foi capaz de explicar até agora. É uma coisa que se parece com uma serpente emplumada, colorida. Quem vir o vídeo que Gil produziu e as fotografias que tirou, se conhecer o folclore mexicano, não terá problemas em entender isso. O que me pergunto é se esse avistamento seria uma explicação para a lenda de Quetzalcoatl – também chamado de Kukulcan pelos maias. Como se sabe, por trás de cada mito há sempre alguma verdade.
Há alguma relação disso que o senhor está dizendo com qualquer outra evidência física do passado de seu país? Sim, nós temos também o Calendário Maia que traz referências a tais fatos e sugere que o fim dos tempos será em 2012. E veja que, curiosamente, uma figura com a forma do calendário surgiu em Silbury Hill, Wiltshire, Inglaterra, no ano passado. Tal imagem estava entre os mais interessantes de todos os círculos ingleses descobertos até hoje. Bem, a expressão “fim dos tempos” não significa necessariamente o fim de uma civilização, e sim o fim de uma era. Mas como seria isso, eu não sei. Não sei nem se realmente irá acontecer alguma coisa assim. Também não sei se há alguém que saiba. Não creio, mas é muito interessante…
No caso das flotillas UFOs serem de fato de objetos de origem extraterrestre, a que o senhor atribui tamanha movimentação nos céus mexicanos? Seria seu país um “território escolhido” pelos seres alienígenas para fazer uma aproximação com a Terra? Não sei se os objetos nos vídeos têm origem extraterrestre, mas podem ter. Sim, pois até agora ninguém foi capaz de provar o contrário e as esferas demonstram ter uma atitude inteligente. Agora, por que o México, eu não sei. Posso apenas especular sobre isso, com uma boa probabilidade de encontrar respostas interessantes. Mas se você me pergunta exatamente por quê, a resposta é: não sei. Poderíamos, talvez, levar em conta uma possível relação que seres “de fora” tiveram com as antigas civilizações do México, especialmente ensinando-lhes astronomia. Outro fator interessante é que o povo mexicano, como os brasileiros sabem, é muito amigável.
De que maneira exatamente o senhor acredita que o Fenômeno UFO se relacione com as antigas civilizações que habitaram o México, como os maias, astecas, toltecas, por exemplo? Crê que essas raças tinham contatos com seres espaciais? E em que baseia sua crença? Eu nunca pensei nessas possibilidades até ver a imagem com a forma do Calendário Maia em Silbury Hill. O fato me chamou muita atenção e passei a fazer estudos a respeito. Isso não significa que eu possa provar que a relação que você pergunta de fato existiu, mas me faz pensar bastante. De origem desconhecida e muito semelhante ao calendário, a imagem já teve muitas especulações sobre seu significado, mas até hoje nenhuma delas foi confirmada. É como se uma inteligência quisesse nos alertar para prestarmos mais atenção no conhecimento maia. O Calendário Maia, que se inicia 3.114 anos antes de Cristo, terminará em 2012 e compreenderá um período de 5.125 anos.
Os maias sabiam há séculos que o Sistema Solar completa um ciclo de rotação em torno de si mesmo a cada 26.125 anos. Então, o calendário representa 1/5 de todo esse tempo. Como eles sabiam disso? Diziam também que ao final de cada calendário, uma nova humanidade se iniciaria, após um evento traumático. Esse momento, acho, poderia significar o começo de uma comunicação com outras criaturas inteligentes do universo. Isso destruiria os antigos valores da humanidade e nós precisaríamos começar a construir uma nova maneira de viver. Estaríamos cumprindo a profecia que trata do surgimento de uma nova era e o encontro com os mestres.
Alguns ufólogos do Brasil afirmam que as flotillas de objetos voadores não identificados, mostradas pelo senhor e outros pesquisadores mexicanos, seriam apenas balões inflados com hélio e soltos em festividades nas cidades em que os vídeos foram feitos, ou bandos de aves em vôo. O senhor mandou realizar uma análise criteriosa de algum desses vídeos em alguns laboratórios especializados? Nem todos os ufólogos brasileiros concordam com isso. Eu não fiz nenhuma análise laboratorial porque havia muitas testemunhas independentes corroborando as histórias. Esse tipo de vídeo tem sido obtido de forma cada vez mais freqüente, em muitas cidades diferentes e por pessoas bastante simples. O fenômen
o que se registra neles, que agora atraiu a atenção de gente no mundo todo, já vem acontecendo há mais de 10 anos. Algumas das primeiras testemunhas de esquadrilhas de UFOs no México até já morreram. Os vídeos não são falsos, mas uma análise em laboratório também não seria capaz de provar que não se tratam de balões. Por isso, não vejo motivo para pagar uma análise que é cara e não ter qualquer resultado. Mas incentivo os ufólogos brasileiros a fazerem tais exames. Nada os impede. O fenômeno das flotillas se tornou uma coisa comum no meu país, já aconteceu em cidades grandes e pequenas, e até mesmo em áreas rurais.
O senhor tem alguma preocupação em divulgar tais acontecimentos, como os vídeos das tais flotillas de UFOs, por exemplo, antes de mandar analisá-los? E o que o pensa das críticas que lhe são feitas por agir dessa forma, divulgando o material sem uma análise apropriada? Eu não sou um ufólogo, nem cientista. Sou um jornalista. Meu trabalho é informar e investigar, não fazer análises, que é a tarefa de especialistas, dos investigadores de UFOs e dos cientistas relacionados com esse fenômeno. Entretanto, também é minha responsabilidade estar certo de que as evidências que estou apresentando não são falsas ou boatos. E quando, por algum motivo, não conseguimos evitar que alguns boatos sejam divulgados, então é nossa responsabilidade denunciá-los o mais rápido possível. Somente porque você não consegue evitar que um boato seja divulgado, isso não pode transformá-lo num mentiroso – ou um fraudador, em jargão ufológico. Pelo menos eu não penso assim. Um fraudador é aquele que cria algo falso e tenta fazer com que seja aceito como verdadeira, e não aquele que apresenta um caso duvidoso. Até hoje, todas as vezes que apresentei um fato que, mais tarde, descobri ser uma fraude, eu fui o primeiro a denunciá-lo, antes de qualquer outra pessoa. Aliás, a segunda vez que me envolvi com uma fraude foi quando um programa de TV mexicano me pediu para analisar um caso ufológico supostamente ocorrido em Tepoztlan. Isso levou quase um mês. Meus colaboradores e eu gastamos muito dinheiro para fazer os testes. Quando descobrimos que o fato era realmente uma farsa, fui para uma emissora de TV em rede nacional e expus o caso. Fui eu quem apresentou o caso e precisava ser eu quem deveria falar a verdade sobre ele.
O senhor acha que ultimamente muitas fraudes sobre o Fenômeno UFO têm sido registradas? Minha experiência no México tem deixado claro que as fraudes são raras. Muitas vezes acontecem alguns enganos involuntários, mas casos em que há declarações baseadas em fraudes são muito poucos, pelo menos em meu país. Ocorre, lamentavelmente, que eu fico no centro dos debates e essas coisas tolas que falam sobre mim na internet são mentiras. Por exemplo, dizem que afirmei que algumas estrelas são UFOs, que eu teria dito que havia uma nave atrás do cometa Hale Boppe, que tenho um “chip” implantado em meu corpo etc. Ora, sou um jornalista investigativo. Minha atuação sobre o Fenômeno UFO foi somente criar a cultura de olhar os céus com uma câmera nas mãos, abrindo um espaço na mídia para apresentar as evidências. E isso motivou muitas pessoas a efetivamente olharem para o céu. Não há um só lugar na Terra com mais vídeos sobre possíveis UFOs do que o México, graças a esse procedimento. E vai aumentar mais ainda.
Como o senhor tem acesso a tanto material fotográfico e videográfico sobre objetos voadores não identificados? Eu tenho um programa semanal de TV, o que ajuda muito. Noto que cada vez há mais crianças participando da Ufologia e, muito em breve, isso será ainda mais espetacular, porque as pessoas que estão participando têm acesso à mídia. Se o meu trabalho tem perturbado tanta gente, sinto muito. Meus arquivos são agora os maiores e os mais importantes do mundo! Depois de 35 anos de trabalho como jornalista e de ter recebido alguns dos maiores prêmios de jornalismo no México, infelizmente ainda há gente que imagina que eu precisaria mentir sobre qualquer coisa em minha vida – inclusive sobre UFOs. Não preciso.
Ora, quando você mente como jornalista, acaba sua carreira, não há caminho de volta. Entretanto, pode estar errado ao dar uma notícia, desde que não minta. É por isso que, quando eu leio na internet críticas ao meu trabalho, fico confuso. Sim, pois quando proponho alguma coisa, algum fato, não espero que ele seja necessariamente verdadeiro. Eu o considero como uma possibilidade, e com essa intenção o divulgo. Mas, na maioria das vezes, o retorno que obtenho são críticas de que eu faço isso, divulgo esses fatos, somente para ganhar dinheiro. Isso é totalmente falso. O motivo pelo qual estou envolvido com Ufologia é o amor que tenho ao meu planeta. Eu amo a vida e tenho filhos, por isso tenho medo do que será o mundo para eles daqui a uns 20 ou 30 anos.
Tenho um dos maiores arquivos de imagens de UFOs do mundo
O que o senhor acha que é necessário se fazer para mudarmos o mundo em que vivemos? E de que forma faremos tal mudança? Eu acredito que a única maneira de mudarmos o mundo será através do Fenômeno UFO e da maneira pela qual as pessoas reagem a ele. Há uma necessidade urgente de mudarmos todos os nossos valores porque, se não o fizermos, acho que não haverá futuro para nós. As mudanças climáticas em todo o planeta, o esvaziamento da camada de ozônio, superpopulação, destruição das florestas, o desperdício de água, escassez de petróleo, erosão do solo, poluição em todos os lugares, extinção de espécies etc. Por anos a fio lutei pelo meio ambiente, mas nada realmente significativo aconteceu. O ser humano precisa aprender a respeitá-lo, e talvez alguém “de fora” tenha que fazê-lo ver isso. Quem quiser saber porque que eu luto pela Ufologia, são essas as razões.
Em 1928, Adolfo Torres, um pensador mexicano, disse: “Todos os grandes pensadores devem ser tanto heróis quanto idealistas. Somente o homem que trabalhou sozinho, que sentiu o abismo negro em torno de si e persistiu com a sua vontade inalterada, é aquele que triunfa. Aquele que sabe que, depois de estar morto e esquecido, as pessoas que nunca ouviram falar no seu nome continuarão a avançar no ritmo dos seus pensamentos”. Depois que a pessoa for capaz de compreender isso, depois que perceber que não importa quem é ou se a história será justa ou não com ela, será possível prosseguir. Sim, simplesmente porque é preciso continuar. E continuar pelo bem da humanidade. Eu faço o que faço porque acredito que o futuro será bom.
Caso o senhor venha a descobrir que se enganou ao publicar de maneira tão bombástica que as de flotillas – chamadas por muitos como uma verdadeira “invasão silenciosa de UFOs” – tenham explicação terrestre, como agiria? Não gosto de responder a especulações, mas saberei o que fazer somente se isso acontecer. Por outro lado, a verdade é o que importa. Da mesma maneira que todo mundo, eu também quero compreender esse fenômeno e o quanto é realmente importante para todos nós – e a única maneira de se conseguir isso é através da verdade. E se o contrário for verdade, quero dizer, se as frotas de UFOs e os aeroglifos forem de fato comprovados como sendo verdadeiros e de origem não-terrestre, assim como as formações nas plantações na Inglaterra, como reagiríamos a respeito? Se isso for confirmado, então os aeroglifos e os agroglifos terão sido a mais clara mensagem extraterrestre que nós já recebemos. Por isso, acho que vale a pena o risco de atrair a atenção do mundo para este fenômeno. Então, os leitores da Revista UFO devem esperar um pouco mais antes de me chamarem de louco.
Muita gente afirma que as principais filmagens de flotillas que o senhor apresenta foram produzidas por pessoas de baixa credibilidade, como o senhor Arturo Robles Gil. O que tem a dizer sobre isso? O que as pessoas sabem sobre Arturo Robles Gil? Nada! A única coisa que se sabe na comunidade ufológica mundial é que ele cometeu um erro ao fraudar um caso no passado. Mas, para ele, como um fotógrafo, aquilo foi um desafio. Ele foi incentivado e persuadido por um homem chamado Sérgio Ruiz a cometer a fraude. Gil é um fotógrafo incrível e uma pessoa muito simples e humilde. Ele não sabia o que estava fazendo quando trabalhou nas referidas fotografias fraudadas, que foram apresentadas por Ruiz no canal 13 do México, e depois por mim. Fui eu quem, com a ajuda do ufólogo Pascal Lopresti, descobriu a fraude e a expôs publicamente – e eu o fiz na TV. Mas ninguém reconhece isso. Todos dizem que foi o Jaime Maussán quem fez a fraude, que é responsável por ela etc. Por que? Eu fui o primeiro a apresentar o caso e, depois, quando se soube que não era legítimo, quem o denunciou como fraude!
Qual foi a reação de Arturo Robles Gil à sua denúncia pública? Ele ficou envergonhado com sua atitude. Arturo Robles Gil não sabia quão sério é a Ufologia para nós, e realmente se arrependeu do que fez. Eu acredito nele e acho também que todos merecem uma segunda chance. A vida está provando a todos que não estava errado com relação a ele, ao dar-lhe uma segunda chance – e está correspondendo a ela. Hoje em dia, Gil tem feito ótimas fotografias e vídeos de UFOs no México, principalmente de flotillas. Como jornalista, sei o valor de suas imagens e de seu trabalho, e não poderia me permitir deixar alguém com sua experiência trabalhar de graça para documentar este fenômeno. Especialmente quando há tantas coisas acontecendo. Por isso, tomei a decisão de contratá-lo em minha equipe e continuar a trabalhar com ele. Desde então, Gil não fez mais nada de errado.
Para esclarecer essa mancha em seu passado a toda a comunidade ufológica mundial, pedi ao investigador Santiago Yturria Garza para fazer uma entrevista com Gil e deixar que falasse por si mesmo [Leia matéria nesta edição]. Acho que ele representa um ótimo caso de arrependimento, pois é uma pessoa que, se um dia foi um fraudador da Ufologia, hoje é um dos mais ativos e produtivos vigilantes do céu no México [No país, ufólogos se organizam em equipes e se revezam na observação do céu, e são por isso chamados de vigilantes]. Os vídeos e fotografias feitos por Gil têm o mais alto padrão já conseguido até agora na Ufologia, e todos sabem que nada é mais difícil do que conseguir registrar UFOs com qualidade, seja com uma filmadora ou com uma câmera fotográfica. Entretanto, há muita gente tentando destruir Arturo Robles Gil, por saber que isso me afeta diretamente, mas não me importo. Sou e sempre fui uma pessoa honesta, nunca fraudei nada e nunca menosprezei nenhum caso. Desafio qualquer pessoa a provar o contrário.
E quanto aos demais autores de vídeos recentes das flotillas, como Pedro Miguel Ávila, Amado Márquez e Raul Orozco, por exemplo. O que o senhor teria a dizer sobre suas reputações e históricos na Ufologia? O que eu tenho a dizer é que eles são pessoas incríveis, claramente desinteressadas etc. Ávila, por exemplo, merece reconhecimento internacional. Ele tem distrofia muscular e não consegue se mover. Tudo o que possui é uma casa com uma pequena janela, bem pequena, através da qual grava seus vídeos. O mais importante deles foi feito em 10 de junho do ano passado e tem centenas de UFOs registrados [Veja foto em UFO 109]. É simplesmente incrível o que ele conseguiu sob tais condições. Márquez também é uma excelente pessoa, assim como Orozco. Acho que grupo ao qual eles pertencem, Los Vigilantes del Cielo, merece um reconhecimento especial de todas as pessoas interessadas pelos UFOs.
Qual é sua reação quando ufólogos dos Estados Unidos e de outros países, inclusive do México, lhe cobram um posicionamento quanto ao senhor ter endossado, no passado, casos vividos por personagens duvidosos, como Carlos Diaz e Jonathan Reed? O que o senhor pensa hoje desses dois senhores e de seus casos? Há um equivoco quanto a Diaz, pois não fui eu quem apresentou seu caso, acho que foi Michael Hesemann [Correspondente da Revista UFO na Alemanha]. Eu abandonei o Caso Diaz há 12 anos porque não consegui fazer uma bo
a investigação a seu respeito. Não consegui descobrir se o caso era verdadeiro ou não. Mas, com relação a Reed, posso responder mais à vontade por ter sentimentos diversos a seu respeito. Eu fiz a investigação de seu caso com a ajuda do ufólogo Daniel Muñoz, e obtivemos diversas evidências que comprovam a veracidade do fato narrado por Reed. Por exemplo, recolhemos 30 amostras do local onde o caso ocorreu e as levamos para análises no laboratório do doutor Zohan Gutierrez, um cientista muito conhecido no México, especialista em medicina nuclear. Gutierrez encontrou radioatividade em cada uma das amostras. Ele conseguiu até definir o local, mesmo sem ter mais informações, de onde as amostras foram retiradas. Eu me pergunto como ele conseguiu fazer isso? As amostras eram radioativas e isso é impossível de ser fraudado.
Mas há ainda muitos problemas no Caso Jonathan Reed, entre eles o fato dele ter inventado seu nome – o verdadeiro é Jonathan Rutter. O que o senhor pensa disso? Confesso que fiquei muito desapontado pela maneira como Rutter mentiu sobre o seu nome e o de várias testemunhas que apresentou. De qualquer forma, veja, eu não sou norte-americano e não moro em Seattle, Estados Unidos, onde os supostos fatos envolvendo Rutter ocorreram. Como eu poderia saber de seu passado? Ainda assim, mesmo apenas por ter apresentado o caso, fui responsabilizado por tudo. Mas devo dizer que, quando investiguei o passado de Rutter, junto do ufólogo Daniel Iaria, não gostei de muitas coisas que descobri. Muita gente odeia Rutter, provavelmente por um bom motivo, mas pouca gente sabe de tudo a seu respeito, pois nem tudo foi dito sobre o episódio. Eu não considero o caso terminado e acho que ainda virá um momento em que ele será revisto. Acho que muitas coisas sobre o episódio são verdadeiras, mas não tenho certeza quanto a tudo. Mais uma vez, todos falam, todos criticam, mas poucos investigam. E aqueles que fazem isso se tornam responsáveis. Isso é justo?
Falando um pouco do Caso Campeche, de março de 2004, a que o senhor atribui o fato de ter sido chamado pelo general Clemente Vega Garcia, da Secretaria de Defesa Nacional (Sedena), para receber o material filmado pela tripulação do Merlin C-26A da Fuerza Aérea Mexicana (FAM)? Bem, isso terá que ser perguntado a Sedena. Mas acho que, provavelmente, fui chamado porque, no México, as pessoas me consideram confiável, ético e capaz. Sou jornalista há 35 anos e já ganhei todos os prêmios que podem ser oferecidos a um profissional da área em meu país – apenas o Prêmio Nacional de Jornalismo recebi três vezes. O general Vega Garcia deve ter levado isso em consideração. Também tenho em meu currículo o prêmio Capitol Hill, que recebi em Washington (EUA), o Global 500, concedido pelas Nações Unidas e o Ondas, oferecido pelos jornalistas da Espanha e Canadá. Talvez seja esta a razão de eu ter sido escolhido.
O que me faz permanecer na Ufologia é meu amor pelo planeta
Como o senhor reagiu às investigações que teriam sido conduzidas por James Smith e Claude Poher, entre outros, alegando que todas as imagens registradas pelo equipamento Flir do Merlin da FAM eram apenas as chamas da queima de gases em refinarias de petróleo no Golfo do México? Falando de Smith e Poher, eu considero suas investigações engraçadas. Não quero me estender muito sobre isso, mas vou ressaltar dois detalhes. Primeiro, as refinarias a que eles se referem estavam a quase 200 km de distância do avião com a tripulação de militares da Fuerza Aérea Mexicana. Como é possível que suas chamas fossem visíveis para quem estivesse num avião a 3.000 m acima do solo? Gostaria que Smith e Poher pudessem provar o que alegam. Em segundo lugar, as imagens da câmera Flir mostram uma seta na coluna à esquerda e esta indica claramente dois graus acima do horizonte. Isso significa, simplesmente, que é impossível que os objetos estejam sobre o solo. Quanto a isso, também, deve-se salientar que é essencial para os militares utilizar instrumentos bem calibrados, para não confundirem nada, especialmente quando trabalham sob condições ruins quanto aquelas da FAM.
Como se sabe, muitas vezes as condições de visibilidade na região onde o caso se deu são muito ruins. Os aviões são obrigados a voar com muito pouca visibilidade. Isso também ocorre no Brasil, quando muitas vezes os pilotos encontram as mesmas condições ao voar sobre a selva. Por isso, sugiro que se pergunte aos pilotos brasileiros o que significa trabalhar com equipamento defeituoso sob este tipo de condições climáticas. Ademais, para se levar esta possibilidade de chamas de refinarias a sério é necessário provar que o Flir não estava bem alinhado e calibrado.
O equipamento Flir nunca foi testado após o caso, para se saber se estava desregulado. Isso é verdade? Sim, é. Ninguém fez isso ainda, e sabe por quê? Porque a caixa do equipamento é selada e os únicos que podem abri-la são os especialistas da companhia que o produz. Ora, considerando que o instrumento custa uns 500 mil dólares, como é que alguém pode imaginar que pudesse estar operando errado? Se fosse esse o caso, os militares mexicanos poderiam processar a companhia que industrializa o Flir por vender um equipamento defeituoso. Bem, com tudo isso acho que fica claro que o caso é legítimo. Mas, de qualquer forma, ele me mostrou quantos incrédulos existem escondidos no meio ufológico, gente que quer somente destruir as possibilidades levantadas. Mas o tempo dirá quem tem razão.
A equipe do general Vega Garcia, a Sedena e a FAM chegaram a tomar conhecimento dos estudos que teriam sido feitos pelos ufólogos acima? E o que acharam de suas conclusões? Eu acho que eles sabem apenas de alguns dos resultados das análises feitas pelo físico Bruce Maccabee, porque enviei para eles. Mas nunca comentaram
nada. Tudo o que os militares dizem é: “Nós sabemos o que aqueles objetos não são. O que não sabemos é o que são”. Quando citei a possibilidade de serem chamados de gases da refinaria, eles riram. Oras, os céticos do Caso Campeche precisam saber que a Fuerza Aérea Mexicana (FAM) não é composta de idiotas.
O maior defensor da tese das chamas de refinarias de petróleo é o pesquisador Alejandro Franz. O que o senhor tem a dizer sobre a investigação que ele fez, o que o teria levado àquela conclusão? Que investigação? Pelo que sei, ele não fez nenhuma. Há uma passagem célebre no México, em que ele se refere às imagens da FAM da seguinte forma: “Tive a sorte de encontrar os mesmos campos de petróleo [que foram registrados pelos equipamentos do Merlin]”. Ora, Franz disse que conseguiu localizar as mesmas refinarias a partir de um vôo comercial em que estava, indo de Cancun à Cidade do México, a mais de 10.000 m de altitude! Esse sujeito considera tudo o que eu faço uma fraude, por isso ele é contra o caso. Eu não o conheço pessoalmente, mas acho que ele usa o meu nome somente para conseguir publicidade. Aliás, no México, ninguém o conhece. Infelizmente, qualquer caso que eu apresente à população, para esse cidadão será uma fraude. Franz também caluniou muitas pessoas ao tentar me agredir, entre elas integrantes da Fuerza Aérea Mexicana (FAM), o próprio general Vega Garcia, o controlador de tráfego aéreo Enrique Kolbeck, o piloto e capitão Raymundo Cervantes Ruano, o mecânico de aviões Alfonso Salazar, os fotógrafos Alfonso Reyes e Arturo Robles Gil etc. Até o grupo Los Vigilantes del Cielo Franz atacou!
Peço desculpas a todas essas pessoas, por tê-las exposto, quando divulguei o Caso Campeche, a um homem que, na minha opinião, tem problemas. E isso está comprovado. Por exemplo, Franz foi rejeitado pelo Sindicato Nacional de Controladores Aéreos e pelo Sindicato de Pilotos Aviadores, do México. E muito em breve ele terá a chance de provar suas acusações num tribunal, pois, se não o fizer, terá uma grande e desagradável surpresa.
Há duas fortes especulações sobre o episódio de Campeche. Uma alega que o senhor apenas recebeu uma pequena quantidade de evidências e filmagens feitas pela tripulação do Merlin, e que o resto teria sido retido pelas autoridades. A segunda é de que o senhor já teria em mãos análises completas dos vídeos e todos os registros feitos pela tripulação, mas não estaria autorizado a publicá-las. O que poderia dizer sobre isso? Eu tenho o vídeo original da FAM sob minha guarda e tenho permissão para fazer o que quiser com ele. Então, por que tantas especulações? Eu não estou escondendo nada, não estou mentindo. Quando recebi o vídeo, em vez de guardá-lo para mim, resolvi mostrar para todo o mundo. Não cobrei nada das pessoas que me pediram cópias. Muitas disseram que o queriam para análises, mas isso não é verdade. Ninguém além de Maccabee analisou o material. Somente ele o fez e me enviou os resultados [Veja a análise em http://brumac.8k.com]. No meu lugar, o que qualquer outro ufólogo teria feito? No entanto, em vez de receber apoio, só tenho recebido críticas. Da próxima vez não serei tão aberto. Estou cansado do meio ufológico.
Qual é sua posição pessoal quanto ao Caso Campeche e o que o senhor acredita que tenham sido aqueles fenômenos registrados pelo Merlin? Crê que haja alguma relação deles com as flotillas, recentes e antigas? Eu penso que são a mesma coisa. A única diferença entre elas é de que, no Caso Campeche, o avião estava muito perto os objetos não identificados e acho que eles ficaram invisíveis aos olhos dos militares – mas não aos equipamentos. Os artefatos se movem em formação e parecem ser esferas. Acredito também que episódio de Campeche é uma prova de que, quando um avião chega muito perto, eles se tornam invisíveis. Isto foi comprovado também por Pedro Miguel Ávila, em 17 de julho de 2004.
No que se refere aos UFOs, a situação no México mudou drasticamente desde o ano passado. Parece que agora as pessoas, junto com os militares e o governo, estão abertas ao fenômeno. Considera esta uma das razões pelas quais os avistamentos têm aumentado no país, em número e tamanho? Seria possível que estas “presenças” se sintam mais à vontade ao voar livremente sobre o território mexicano? Não sei, mas pode ser. Eu acho que, quando você dá atenção ao Fenômeno UFO, ele reage, como aconteceu na Inglaterra com os círculos nas plantações. Se isto for comprovado, então saberemos como fazer para nos comunicar com “eles”.
Os reais motivos dos extraterrestres sempre foram objeto de discussão. Com a sua experiência, quais são suas conclusões sobre as intenções deles? Eles têm sido positivos e amigáveis às pessoas todos esses anos ou, em suas pesquisas, o senhor encontrou casos em que eles agiram de maneira agressiva e hostil? Na minha opinião, eles querem estabelecer algum tipo de comunicação inteligente conosco. Acho que nós deveríamos tentar responder a esta tentativa, mas essa é somente a minha opinião.
As abduções não são muito conhecidas no México, embora existam. Por que o senhor acha que os abduzidos mexicanos não costumam relatar suas experiências, da mesma maneira como fazem os abduzidos nos EUA, Brasil e outros países? Realmente, há poucos casos conhecidos de abdução em meu país. Eu não sei por quê. De qualquer forma, no México, este fenômeno parece ser mais amigável.
Qual é a posição da Igreja Católica mexicana em relação ao Fenômeno UFO? Como já há uma aceitação do tema por parte do público e dos militares, parece que a única força que ainda não reconheceu os UFOs é a igreja. Qual é a posição dela sobre isso? A Igreja Católica ainda não declarou nada sobre os UFOs. Nem mesmo depois de eu ter apresentado a posição favorável ao tema do religioso italiano monsenhor Corrado Balducci em rede nacional de TV. Balducci, como se sabe, é um dos principais teólogos do Vaticano e um dos únicos, senão o único, a admitir publicamente a existência de seres extraterrestres. Pois eu mostrei a todos os religiosos mexicanos a opinião dele sobre a Ufologia e não fui censurado. É tudo o que eu sei.
O Caso Varginha é o melhor caso brasileiro e um exemplo
Na sua percepção de pesquisador, qual é o sentimento da população mexicana quanto ao Fenômeno UFO? O que o povo de seu pa
ís espera de toda esta atividade? Na minha opinião pessoal, o povo mexicano tem nos UFOs, nos visitantes extraterrestres, esperança e celebração.
Em sua opinião, seriados de TV e filmes de ficção científica influenciariam de alguma maneira o estudo, a interpretação e até mesmo a divulgação da fenomenologia ufológica no México, Brasil ou em qualquer parte do mundo? A mídia apresenta uma imagem maligna dos nossos visitantes. Esse tipo de imagem foi provadamente criado pelo governo dos EUA. Mas a influência da mídia sobre a Ufologia varia de país para país. No México, por exemplo, esta imagem ainda é benéfica, algo que os mexicanos vêem como esperança e bons presságios para o futuro.
O senhor está familiarizado com a Ufologia Brasileira, por ter vindo ao Brasil algumas vezes e ter sólido intercâmbio de informações com nossos ufólogos, principalmente os da Revista UFO. Qual é sua opinião sobre o Caso Varginha? De que se trata de um caso excelente e um modelo para a investigação desse tipo de ocorrência. Dou meus cumprimentos aos seus pesquisadores. Se houver um caso semelhante a esse no México, algum dia, acho que deveríamos tomar Varginha como um exemplo em nossos trabalhos investigativos.
Falando sobre quedas de objetos voadores não identificados, o que o senhor acha das revelações do coronel Philip Corso, referentes ao Caso Roswell e constantes no seu livro The Day After Roswell [Editora Pocket Books, 1997]? Vê alguma similaridade entre os casos Varginha e Roswell? Na verdade, em seu livro Corso se refere ao Caso Socorro, o local exato onde os corpos de ETs foram encontrados junto à nave acidentada. As criaturas lá encontradas não são similares às de Varginha, e até aonde sei, nenhuma nave foi encontrada no caso brasileiro. As semelhanças ficam, portanto, no fato de que em ambos os casos havia objetos tripulados e seria possível encontrar seres vivos. Outra similaridade é que os tripulantes de ambas podem ter sofrido acidentes.
A Revista UFO vem exercendo forte pressão sobre as autoridades militares brasileiras para que permitam o acesso da comunidade ufológica a documentos sigilosos sobre UFOs. Há no México alguma iniciativa semelhante? Os ufólogos mexicanos têm acesso a esse tipo de informações? Não, não há algo parecido. Mas no México nós temos tentado manter uma relação amigável com os militares, até agora sem problemas. Penso que conseguiremos mais evidências se mantivermos esta postura. Os militares mexicanos não são muito abertos, mas acredito que sejam honestos no que alegam saber sobre isso.
O que o senhor pensa da campanha UFOs: Liberdade de Informação Já? Acredita que ela possa ser vitoriosa e vir a transformar a forma de se praticar Ufologia no Brasil ou mesmo na América do Sul [Esta entrevista foi feita antes da abertura de nossas Forças Armadas, em 20 de maio]? É difícil para uma pessoa que está fora expressar uma opinião sobre isso. Mas minha experiência diz que o melhor é oferecer aos militares as informações que temos e eles não. Eu lhe asseguro que os militares não sabem como agir diante da possibilidade de estarmos sendo visitados por outros seres. Eles reagem da mesma maneira como vêem outros países reagirem – como os Estados Unidos, por exemplo. Mas, a partir do momento que perceberem que precisam dos ufólogos para saber mais, o relacionamento muda.
O senhor vê a possibilidade de uma união da Ufologia Mexicana, a Brasileira e a dos demais países da América Latina, de forma a se constituir um organismo destinado a encontrar as respostas que tantos buscamos para o Fenômeno UFO? Sim, eu desejo isso. E nós deveríamos fazê-lo o mais rápido possível. Gostaria de compartilhar com vocês, os ufólogos brasileiros, tudo o que eu tenho aprendido, todas as evidências que possuo. Tomem a iniciativa que nós os apoiaremos.
O senhor acha que os Estados Unidos permitiriam que isso se concretizasse? Acho que sim. Mesmo estando tão próximo dos EUA, quanto estou, eles não fizeram nada para me impedir. O governo norte-americano sabe que está acontecendo, sabe o que vai acontecer em breve e também quer saber mais.
Muito obrigado por sua entrevista. Por favor, dê uma mensagem final aos nossos leitores. Agradeço esta oportunidade de estar mais próximo do povo brasileiro. Nós, aqui no México, nos sentimos muito próximos dos nossos queridos irmãos brasileiros. E obrigado ao Gevaerd por ter um papel ativo na publicação dessas informações. Agora, não me sinto mais sozinho.