Quando no início de agosto de 1997, juntamente com o amigo e editor de UFO A. J. Gevaerd, viajei para a cidade de Cabo Frio, no litoral do Estado do Rio de Janeiro, para entrevistar o coronel Uyrangê Hollanda, que havia comandado 20 anos antes as investigações sobre UFOs realizadas na Amazônia, não podia imaginar a importância que a chamada Operação Prato teria em minha vida [Veja texto em UFO 101]. Naquela oportunidade, na verdade, algumas horas depois, quando já estávamos em sua residência, além de manter meu primeiro contato com o militar, tive a chance de gravar em vídeo os dois primeiros depoimentos detalhados sobre os acontecimentos ocorridos principalmente no Estado do Pará.
Hollanda e outros membros da área de inteligência do I Comando Aéreo Regional (COMAR), sediado nas cercanias de Belém, mantiveram inúmeros contatos diretos com sondas e naves alienígenas, que permitiram a obtenção de centenas de fotos e vários filmes, experiências detalhadas de maneira precisa nesses dois depoimentos, e em um terceiro mediante sua única conferência pública sobre o assunto, realizada no dia 07 de setembro de 1997, na cidade do Rio de Janeiro, durante um evento promovido pela Associação Fluminense de Estudos Ufológicos (AFEU), poucos dias antes de seu falecimento. Com sua morte, esses depoimentos assumiram uma importância ainda maior, já que não existiam outros militares que haviam participado dessas investigações dispostos a falar sobre o assunto, mesmo já reformados.
Classificação confidencial — Além dos próprios testemunhos, que se revestiram de um caráter histórico, tínhamos em nossos arquivos pessoais e da Revista UFO, cópias de algumas das fotografias e extratos dos relatórios que os militares redigiram e assinavam quando retornavam das missões em meio aos rios da Amazônia ou das áreas afetadas pelos fenômenos no litoral do Pará, especialmente as ilhas do Marajó e Colares. Em nossa visita às dependências do Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (Comdabra), no dia 20 de maio, fiquei responsável por examinar justamente de maneira mais detida a pasta referente à Operação Prato, que totalizava 179 páginas, todas classificadas como confidenciais. O material sigiloso que tive acesso, juntamente com os outros membros da Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU), consistia de um relatório geral remetido ao referido órgão em 1979, pelo então comandante do I COMAR, brigadeiro Protázio Lopes de Oliveira, que havia deflagrado a própria operação no início de setembro 1977.
Após o exame desses documentos oficiais, ficou claro para todos nós que esse se diferenciava dos relatórios que já tínhamos tido conhecimento. Para começar, apresentavam um formato distinto e casos que ainda não tínhamos tido acesso. Algumas páginas, entretanto, estavam relacionadas a experiências de contato já conhecidas. Indiscutivelmente estive diante do relatório final preparado nas dependências do I COMAR, enviado posteriormente a Brasília, mencionado a este pesquisador pelo próprio coronel Hollanda antes de seu falecimento. A parte mais extraordinária sem dúvida está relacionada às imagens obtidas pelos próprios militares durante seus contatos.
Este autor e os outros membros da CBU, juntamente com o jornalista Luiz Petry, da Rede Globo, tivemos a oportunidade de examinar mais de 100 fotografias de UFOs, registradas pela Força Aérea Brasileira (FAB) em vários pontos do Pará. Se ainda pudesse haver qualquer dúvida em minha mente em relação aos acontecimentos extraordinários mencionados pelo coronel Hollanda em seus depoimentos, o que na verdade nunca aconteceu, essa teria sido deixada de lado. Afinal, estivemos frente a frente com documentos de valor inestimável, que nos foram mostrados no interior de um dos órgãos de maior importância no cenário da segurança nacional, que desde o Governo Sarney passou a concentrar os registros da Aeronáutica relativos a UFOs.