A equipe analisou uma explosão energética denominada rajada de raios gama (GRB), cuja duração incomum apontou para a fusão dessas estrelas como sua origem
O evento, observado também pelo Telescópio Espacial Hubble, permitiu aos pesquisadores testemunhar o momento exato em que ouro e outros elementos pesados foram forjados. O lampejo de luz resultante, conhecido como kilonova, oferece evidências concretas de que tais fusões são cruciais na criação de elementos mais pesados que o ferro no universo. O estudo, publicado na revista Nature, marca um avanço significativo no entendimento da alquimia cósmica responsável pela existência de elementos preciosos como o ouro no universo.
Eleonora Troja, astrofísica da Universidade de Roma e membro da equipe de pesquisa, expressou entusiasmo: “Estudar uma kilonova de uma forma nunca vista foi emocionante. Pela primeira vez, verificamos a formação de metais mais pesados que o ferro e a prata diante de nossos olhos.”
Apesar de kilonovas terem sido observadas anteriormente, a sensibilidade e a abrangência espectral do JWST e do Hubble permitiram uma análise sem precedentes da kilonova AT2017gfo. Acompanhando a evolução do evento desde sua explosão inicial até dois meses depois, os cientistas conseguiram rastrear a transição de cores e confirmar a recombinação de elementos pesados.
Assista acima à um vídeo explicativo sobre o evento. Fonte: Olhar Digital/Daily Motion
Yu-Han Yang, líder da equipe de pesquisa, destacou a importância dessas observações para entender a nucleossíntese, o processo de criação de novos elementos no universo: “Estudar fusões de estrelas de nêutrons nos permite reescrever os capítulos obscuros da criação de elementos.”
Embora esta descoberta confirme que fusões de estrelas de nêutrons podem originar rajadas de raios gama longas e forjar elementos pesados, muitas perguntas permanecem. A equipe espera que observações futuras de GRBs, kilonovas e ondas gravitacionais forneçam mais insights sobre esses fenômenos extraordinários.