por Renato A. Azevedo
Fundador do Wikileaks agora afirma ter documentos ufológicos
Desde a segunda quinzena de novembro até agora é enorme a agitação que o site Wikileaks [Atualmente usando vários endereços] causou em todo o mundo, literalmente sacudido pela publicação de milhares de documentos secretos da diplomacia norte-americana — e o Brasil foi um dos países atingidos. Entre os assuntos de interesse nacional divulgados está o Programa FX2, para aquisição de novos caças para a Força Aérea Brasileira (FAB), as desconfianças do Itamaraty quanto ao regime iraniano e até mesmo a opinião do ministro da Defesa Nelson Jobin sobre o Ministério das Relações Exteriores — que, segundo ele, seria dominado por funcionários que odeiam os Estados Unidos.
Apesar da quantidade de documentos vazados pelo Wikileaks, fornecidos ao site por Bradley Manning, funcionário da Inteligência militar norte-americana, que já está preso, e do constrangimento imposto ao seu governo, a única revelação com potencial desastroso foi a de locais ao redor do mundo que Washington considera fundamentais para sua segurança — naturalmente com chances de serem alvos de terroristas. Entre estes estão os locais de cabos submarinos em Fortaleza e Rio de Janeiro, além de minas de manganês, minério de ferro e nióbio em nosso território. Internacionalmente, o maior problema causado pelo vazamento foi a revelação do pedido, por parte de nações árabes, para que os EUA ataquem o Irã e interrompam seu programa atômico.
O fundador do Wikileaks, Julian Assange, era procurado por acusação de supostos crimes sexuais na Suécia, não esclarecidos, e entregou-se à polícia em Londres em 07 de dezembro, sendo liberado sob fiança pouco depois. De interessante para a Ufologia Mundial é que ele diz possuir, em servidores protegidos por avançados sistemas de criptografia, arquivos mais comprometedores incluindo “documentos secretos ainda não liberados pelo governo norte-americano sobre UFOs”, segundo suas palavras. Mas a reputação de Assange é cada vez mais posta em dúvida, tanto que seu antigo colaborador, Daniel Domscheit-Berg, acaba de lançar um novo site chamado Openleaks, com a mesma linha de atuação, mas dentro da lei.
O cinema perde Leslie Nielsen
Faleceu em 28 de novembro, aos 84 anos, o ator Leslie Nielsen, mais conhecido por papéis cômicos como o de Frank Drebin da série Corra que a Polícia Vem Aí. Contudo, no princípio da carreira, Nielsen estrelou um clássico da ficção científica, O Planeta Proibido [1956]. Na trama, ele viveu o comandante John M. Adams, que, ao lado da tripulação do cruzador C-57D, um perfeito disco voador, visita o planeta Altair IV em busca dos sobreviventes de uma expedição anterior. Lá encontram o cientista Edward Morbius (Walter Pidgeon), que vive sozinho com sua bela filha Altaira (Anne Francis) e o robô Rob-by. Logo estranhos eventos começam a acontecer e vários tripulantes morrem.
Finalmente é descoberto que Morbius fez experiências com a tecnologia dos Kreo, uma avançada raça que vivia em Altair IV, e os acontecimentos saem do controle, levando à morte do cientista e à destruição do planeta. O filme foi baseado na peça A Tempestade, de William Shakespeare, e os chamados Planetas Unidos da trama teriam sido inspiração para a criação da Federação de Jornada nas Estrelas. Leslie Nielsen será sempre lembrado por aqueles que apreciam o gênero.
Filme Apollo 18 realimenta teorias conspiratórias
De tempos em tempos, a Comunidade Ufológica Mundial é invadida por teorias conspiratórias que pouco têm de teorias e muito de falta de informação, ingenuidade e, não raro, de má fé. A rumorosa hoax dos UFOs nazistas, que fatalmente será alimentada pelo filme Iron Sky, serve como exemplo. Ainda temos o caso de um suposto cadáver extraterrestre encontrado no Panamá, o ET de Passo Fundo (RS), os UFOs fajutos do Haiti e, recentemente, o filme Contatos de Quarto Grau [Veja edição UFO 172, agora disponível na íntegra em ufo.com.br]. Agora, novas “conspiratices” podem surgir diante do anúncio do filme Apollo 18.
Com direção de Trevor Cawood e roteiro de Brian Miller, o filme também terá formato de documentário, como em Contatos de Quarto Grau, e abordará uma fictícia missão secreta à Lua para recolher provas de que uma civilização alienígena teria visitado nosso satélite natural. Um teaser de Apollo 18 já pode ser visto no Youtube. Na realidade, entretanto, o Programa Apollo se encerrou com a missão 17, que decolou de volta para a Terra em dezembro de 1972. E apesar de ter havido um plano para mais três alunissagens, elas foram canceladas devido a cortes no orçamento da NASA. Portanto, até onde se sabe, nunca houve uma missão Apollo 18.
Em fóruns conspiracionistas da internet o assunto de missões secretas dentro do Programa Apollo é sempre discutido. Contudo, o acesso à Lua com a tecnologia atual só seria possível com o foguete Saturno 5, e lançar em total segredo um projétil imenso como ele, de mais de 110 m de altura e potência de 150 milhões de HP, é obviamente impossível. Ademais, o único local onde poderia ser construído seria o Edifício de Montagem de Veículos (VAB) do Kennedy Space Center, na Flórida, sempre sob os olhares da população e da imprensa de todo o mundo. Mas “detalhes” como esses certamente não irão deter os “conspirólogos” de todo o mundo, que não têm capacidade de distinguir entre fantasias e fatos reais.
Avião espacial robótico retorna à Terra
Pousou em 03 de dezembro na Base Aérea de Vandenberg, Califórnia, o avião espacial não tripulado X-37B, projeto conjunto da Força Aérea Norte-Americana (USAF) e da companhia aérea Boeing. Lançado de Cabo Canaveral em 22 de abril de 2010, sua missão e carga útil não foram divulgadas. Também referido como Veículo de Teste Orbital [Orbital Test Vehicle, OTV], o aparelho começou como um projeto civil da NASA ainda na década de 90, até ser absorvido pelos militares. A natureza secreta da missão fez surgir especulações de que seria utilizado como satélite de espionagem — e até mesmo como plataforma de armas espaciais. A USAF nega esta última teoria, afirmando somente que o robô, com um peso total de 5.400 kg, destina-se ao teste de novas tecnologias, como o pouso totalmente automático.
Nave Dragon faz seu primeiro vôo
Em 08 de dezembro passado a companhia SpaceX [www.spacex.com] tornou-se a primeira empresa não governamental a lançar um veículo em órbita terrestre e a recuperá-lo com sucesso. A cápsula Dragon ainda não foi tripulada nessa primeira missão, que durou cerca de 3 horas e 20 minutos e completou duas órbitas ao redor da Terra, mas poderá ser em outras. A SpaceX é uma das duas empresas que assinaram contrato com a NASA para desenvolvimento de uma nova geração de naves capazes de levar astronautas ou cargas para a Estação Espacial Internacional (ISS), após a aposentadoria dos ônibus espaciais, em 2011 [A outra é a Orbital Sciences]. A nave foi lançada com o foguete Falcon 9, também fabricado pela empresa. A Dragon tem ainda um escudo de calor para, futuramente, ser capaz, inclusive, de retornar da Lua ou de missões ao espaço profundo. Ela deve começar a servir a ISS em 2016.
Voyager 1, nossa primeira nave a atingir o espaço exterior
O Grand Tour, como é chamada a grande viagem pelo Sistema Solar exterior, começou com o lançamento da Voyager 2, em 20 de agosto de 1977. Sua gêmea, a Voyager 1, foi paradoxalmente lançada depois, em 09 de setembro do mesmo ano, em uma trajetória muito mais veloz. Ela passou por Júpiter em 1979, Saturno em 1981, Urano em 1986 e Netuno em 1989. Já Voyager 1 visitou Júpiter em 1979 e Saturno em 1980. Como sua irmã não passaria próximo ao grande satélite Titã, os cientistas da NASA decidiram direcioná-la para aquela lua. A alternativa, descartada por ser menos segura, seria enviar a Voyager 1 a Plutão.
Neste instante, ambas as naves afastam-se do Sistema Solar em direções opostas, sendo que a Voyager 1 tornou-se o primeiro veículo que enviamos para fora dele. Em 13 de dezembro a NASA anunciou que a nave, atualmente a 17,4 bilhões de quilômetros da Terra, aproxima-se do espaço interestelar.
A Voyager 1 está atravessando a região conhecida como heliopausa, onde a velocidade das partículas emitidas pelo Sol é muito próxima de zero. A agência estima que a Voyager 1 chegue finalmente ao espaço interestelar em 2014, continuando a emitir informações após mais de três décadas de uma viagem extraordinária.