Eileen Collins, a mulher que há um ano comandou o ônibus Discovery no retorno da nave ao espaço, anunciou hoje que renunciou ao cargo de astronauta da NASA. No ano passado, a comandante Collins comandou as operações do Discovery na primeira missão tripulada da NASA desde o desastre do Colúmbia, em 1º de fevereiro de 2003. O acidente do Colúmbia, no qual morreram seus sete tripulantes, obrigou as autoridades da agência espacial americana a suspender as operações das naves. Em um comunicado, a ex-piloto de testes de 50 anos e mãe de dois filhos, que participou de quatro missões das naves, diz que renuncia porque pretende se dedicar a outras atividades e a dedicar mais tempo à sua família. A astronauta foi, em 1995, a primeira mulher a pilotar uma nave durante uma missão de acoplamento à estação espacial russa Mir. Em 1999, tinha sido parte da tripulação do Colúmbia em uma missão para reparar o telescópio espacial Hubble.
Collins, que começou a treinar como piloto militar em 1978, o mesmo ano em que a NASA abriu as portas do programa das naves às mulheres, deixa o cargo “com grandes lembranças, mas também com grandes expectativas quanto ao futuro” dos EUA no espaço.Além de concretizar o retorno definitivo das naves após o acidente do Colúmbia, a missão encabeçada por Collins tinha como objetivo a retomada dos trabalhos de construção da Estação Espacial Internacional (ISS). No entanto, os problemas registrados no tanque externo da nave obrigaram uma nova suspensão, de modo que a NASA deve retomar as missões em julho deste ano. A renúncia de Collins foi recebida com pesar entre seus colegas da NASA e dos laboratórios da agência espacial no país. “Eileen é uma verdadeira pioneira do espaço”, disse Mike Coats, diretor do Centro Espacial Johnson da NASA, em Houston. “Seu serviço e dedicação ao país, à NASA e à exploração espacial são uma inspiração. Ela sempre enfrentou os desafios com confiança e um eterno sorriso”, acrescentou. “Eileen foi sempre um líder que sabe o que é preciso para tirar sua equipe dos problemas mais difíceis”, disse o astronauta Ken Bowersox, chefe do escritório de Operações dos Tripulantes da NASA.