O encontro entre UFOs e aeronaves a grandes altitudes é sempre um fator de risco e tensão para os pilotos, que muitas vezes precisam usar toda a sua perícia para evitar colisões.
No fim da tarde de 17 de novembro de 1986, o voo 1682 da Japan Airlines, um Boeing 747 com três tripulantes, chegava ao final de uma viagem que se dirigia da Islândia para Anchorage, no Alasca.
O jato carregava uma carga de vinho francês e voava a 10 km de altitude através de um céu quase escuro, pois um fulgor vermelho do pôr do Sol iluminava o horizonte e a Lua cheia elevava-se acima dele.
Pouco depois das 18h00, o comandante da aeronave Kenju Terauchi, um ex-piloto de caça com mais de 10.000 horas de experiência de voo, notou luzes brancas e amarelas à sua frente, abaixo e à esquerda de seu avião. Terauchi não pôde ver detalhes em meio à escuridão e deduziu que as luzes provinham de uma aeronave militar.
Mas elas continuavam a acompanhar com o 747. Prontamente, o primeiro-oficial Takanori Tamefuji contatou o controle de tráfego aéreo de Anchorage e lhes perguntou se havia outra nave nas proximidades.
Anchorage e a estação de radar local informaram que recebiam um fraco sinal próximo ao 747. Terauchi acionou o radar digital com tela colorida, projetado para detectar condições climáticas, e não uma aeronave.
A tela do radar mostrou um alvo verde, uma cor usualmente associada à chuva leve, não a vermelha que ele esperava de um objeto reflexivo sólido.
Nave-mãe e filhotes de urso
Concepção artística de uma nave-mãe. Crédito: Divulgação
Sentado à esquerda da cabine, o piloto pôde ver claramente quando as luzes, ainda em frente e abaixo da aeronave, começaram a se mover erraticamente, “como filhotes de urso brincando”, segundo escreveu mais tarde em uma declaração à Federal Aviation Administration (FAA).
Após vários minutos, as luzes se posicionaram em frente ao 747, disparando raios que iluminaram a cabine com um fulgor quente.
Quando a aeronave passava por sobre a Base Aérea de Eilson, próximo a Fairbanks, o capitão disse que notou por detrás de seu avião a silhueta escura de uma gigantesca nave-mãe, maior do que dois aviões cargueiros.
Ele pediu autorização ao controle de tráfego aéreo para realizar um círculo completo e então descer a 9,5 km. Terauchi disse que o vulto o acompanhou em ambas as manobras.
Um vôo da United Airlines e um C-130 militar estavam também na área de Anchorage. Então a torre de controle solicitou às aeronaves que mudassem o curso para interceptarem o 747 japonês, para confirmar o avistamento.
Ambas se aproximaram o bastante para ver as luzes de navegação do 1628 da Japan Airlines, solitárias no céu, antes de Terauchi ter reportado que os objetos voadores não identificados haviam desaparecido. O encontro durou quase 50 minutos e terminou nas proximidades do Monte Denali, no Alasca.
Punido por falar a verdade
Por envolver um piloto de aeronave e um objeto voador não identificado que aparentemente foi captado por radar, o encontro do voo 1628 atraiu uma grande parcela da opinião pública e foi noticia em vários jornais, à época.
Até hoje esse caso permanece como um dos mais claros encontros entre pilotos e UFOs que se tem notícia, não havendo nada que o explique ou desminta.
Em dezembro de 1986, Terauchi deu uma entrevista a dois jornalistas do jornal Kyodo News. A Japan Airlines o repreendeu por falar com a imprensa e o transferiu para um trabalho administrativo. Ele foi readmitido como piloto vários anos depois, e eventualmente se aposentou no norte de Kanto, no Japão.
Fonte: Arquivo Revista UFO
Assista abaixo um video com a reconstituição do Caso do Voo 1628: