Em 1996, em meio a uma onda mundial de interesse pela questão ufológica, motivada pelo sucesso do seriado Arquivo-X e pela proximidade, também fartamente explorada pela mídia, do aniversário de 50 anos do Caso Roswell, o Ministério da Defesa britânico (MoD) encomendou de um contratante a produção de um relatório a respeito de avistamentos de UFOs na Grã-Bretanha. Não era utilizada a sigla UFO, usando-se ao invés disso fenômeno aéreo não identificado (UAP em inglês). Projeto Condign era o codinome da iniciativa, que estou casos ocorridos entre 1987 e 1997, e foi entregue em 2000, com o título Unidentified Aerial Phenomena (UAP) in the UK Air Defence Region (Fenômenos Aéreos Não Identificados na Defesa Aérea da Região do Reino Unido).
O relatório afirmava que os avistamentos podiam ser explicados por vários fenômenos conhecidos, naturais ou provocados pelo homem. A incidência de fenômenos naturais raros foi também descrita, e um trecho dizia: “Não existe evidência que associe o fenômeno a alguma nação em particular”. O ex-funcionário do MoD Nick Pope afirmou que tomou parte do Condign, dizendo: “A razão para o estudo foi que investigamos avistamentos de UFOs caso a caso por décadas, mas não realizávamos análise de tendências. O Projeto Condign deveria corrigir isso e realizar um tratamento de Inteligência adequado, procurando por padrões em dados que já possuíamos”. Pope afirma que tentaram reunir as informações para determinar com o que estavam lidando, quais ameaças poderia representar, e também quais oportunidades de estudo. Pope terminaria por sair do MoD quando o Condign teve seu início.
O estudo era altamente secreto, afirma Nick Pope, pois o MoD não somente afirmava ao Parlamento e ao público que tinha pouco interesse nos UFOs, alegando ter pouco significado para a Defesa, como pelo temor de que se o Condign vazasse exporia sua posição interna quanto aos UFOs, diferente do que propagava publicamente. O relatório do Projeto Condign foi revelado em 2006, após o pesquisador Dr. David Clarke fazer um requerimento utilizando a Lei de Liberdade de Informações (FOIA). Novos documentos obtidos recentemente por Clarke comprovaram como o Condign serviu para os dirigentes do MoD realizarem o intento de encerrar o UFO Desk, seu projeto de investigação ufológica oficial. O Departamento DI55 do MoD, que secretamente coletava ocorrências desde 1967, fechou em 2000, e o UFO Desk foi encerrado em 2009.
RELATÓRIO SERVIU PARA ENTERRAR A INVESTIGAÇÃO UFOLÓGICA OFICIAL
Nick Pope considerou os resultados do Projeto Condign decepcionantes, e acusa: “Em vários trechos parecia que os dados foram utilizados para dar suporte a uma opinião pessoal. Além disso o problema com um estudo de Inteligência tão secreto era que os envolvidos não pesquisaram a fundo a questão, e muito menos consultaram especialistas de fora da comunidade de Inteligência”. O Condign fez várias alusões a plasma atmosférico que poderia explicar alguns avistamentos, e Pope afirma que se cai nesse trecho no clássico erro de tentar explicar um mistério com outro. Ele diz ainda que muito se discutiu alguma forma de utilizar tal conhecimento em uma arma de energia dirigida. Consultado, o MoD respondeu que todos os arquivos sobre UFOs foram liberados ou estão em processo de liberação, e encerrou: “O MoD continua a não emitir opinião a respeito da existência ou não de vida extraterrestre, e não investiga relatos de avistamentos de objetos voadores não identificados”.
Leia o relatório do Projeto Condign
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Saiba mais:
Livro: Terra Vigiada
Terra Vigiada não é um livro comum, mas um verdadeiro dossiê fartamente documentado que comprova que inteligências extraterrestres observam e monitoram nossos arsenais atômicos. O livro contém dezenas de depoimentos prestados por militares norte-americanos que testemunharam a manifestação de discos voadores sobre áreas de testes nucleares, nas décadas de 40 a 70, comprovando que outras espécies cósmicas mantêm nossas atividades bélicas sob severa e contínua vigilância. Hastings vai mais além e mostra em Terra Vigiada que não é incomum discos voadores interferirem nos experimentos de lançamento, muitas vezes inutilizando as ogivas nucleares a serem detonadas, ou sobrevoarem silos de mísseis armados.