Inúmeras evidências, colhidas principalmente nos últimos anos, apontam para fortes possibilidades de que tenha existido vida em Marte. Há provas conclusivas de que a superfície do planeta vizinho já teve amplas regiões cobertas por mares, rios e lagos, e elementos e compostos químicos essenciais à vida já foram encontrados em vários locais. A comunidade científica afirma que são grandes as chances inclusive de que a vida exista ainda hoje em Marte. Com tantas indicações, a procura por sinais dessa vida tem se concentrado em locais onde antes existia água líquida, mas um novo trabalho indica que certas regiões hoje secas podem proporcionar pesquisas com resultados interessantes.
Os pesquisadores Dirk Schulze-Makuch, astrobiólogo da Universidade Estadual de Washington, e Alfonso Davila do Instituto SETI publicaram no veículo online Astrobiology os resultados de sua pesquisa, onde analisaram como evoluíram e sobrevivem colônias de microorganismos em desertos da Terra como o Atacama, no Chile. Eles descobriram que há uma sequência previsível na evolução de tais seres quando seu ambiente começa a secar. Na Terra muitos organismos se adaptam para sobreviver, até mesmo secando completamente e voltando depois de muitos anos a seu ciclo de vida normal uma vez que água se torne novamente disponível. Muitos desertos têm em sua superfície, abrangendo até 70 por cento desta, crostas de solo biológicas formadas por colônicas de micróbios relativamente complexas.
Os dois cientistas descobriram ainda que quando se passa da aridez para a aridez extrema, tais crostas se fragmentam e os micróbios se tornam menos abundantes. Entre estes os que sobrevivem são os que se adaptaram para tirar sua subsistência de rochas, vivendo em sua superfície ou no interior das mesmas. Finalmente, nas regiões mais áridas da Terra existem comunidades de micróbios relativamente completas e abundantes, sobrevivendo dentro dos poros de crostas de sal. Tais locais são higroscópicos, absorvendo umidade diretamente do ar, e para Schulze-Makuch e Davila esse achado aponta que, conforme Marte secava, seus antigos habitantes micróbios podem ter evoluído para sobreviver da umidade atmosférica.
FUTUROS LOCAIS PARA A BUSCA DE VIDA EM MARTE
Veios de água líquida, como aqueles cujos sinais foram descobertos recentemente, podem ter sido os últimos locais habitáveis na superfície de Marte. Schulze-Makuch comentou: “As últimas formas de vida na superfície ou logo abaixo dela em Marte muito provavelmente estavam associadas a depósitos de sais”. A dupla de cientistas sugeriu que tais refúgios podem ter desaparecido em tempos relativamente recentes, ou até mesmo podem existir ainda hoje em Marte. Assim, sugerem que futuras missões destinadas a pousar em Marte o façam em locais onde será possível analisar rochas e veios com sal. Eles ainda comentaram que pode existir vida marciana ainda hoje, habitando os subterrâneos do planeta em locais como túneis de lava.
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