O consultor da Revista UFO Jayme Roitman foi entrevistado pelo programa Fantástico da Rede Globo. Na oportunidade Roitman, psicólogo clínico e parapsicólogo, falou juntamente com a neurocientista Suzana Herculano-Houzel sobre a descoberta científica da capacidade do cérebro de perceber mudanças na rotina e antecipar situações de perigo.
A ciência garante que a percepção de situações de perigo é pura intuição. Pesquisadores americanos acabam de divulgar a descoberta: antecipar situações de risco é uma função especial do nosso cérebro! “Há uma parte do cérebro que se chama singulado anterior. A gente considerava tradicionalmente que a função desta parte do cérebro seria monitorar conflito, ou seja, detectar quando você está fazendo a coisa de um jeito e deveria ser de outro. O estudo mostrou que a função do singulado anterior vai além disso. Ele é capaz não só de detectar que você errou, mas de aprender com a experiência e antecipar que você está de novo numa situação em que a chance de errar é grande”, explica a neurocientista Suzana Herculano-Houzel.
De acordo com a neurociência, a informação obtida pelos cinco sentidos comanda a intuição. Baseado na experiência de cada um de nós, o cérebro é capaz de perceber mudanças na rotina e antecipar situações de perigo. Assim, o cérebro faz com que a gente mude imediatamente o nosso comportamento. O filme Premonição produzido em 2000 antecipou a pesquisa americana. A história mostra que antes de embarcar num avião, um garoto vê e ouve coisas estranhas. Ele acha que são avisos! Chega a sonhar com um acidente minutos antes da tragédia.
Assim como aconteceu com o piloto de aviação José dos Santos Moreno. “Eu vi a fumaça, o avião caído. Foi em São Paulo que vi avião caído no meu sonho”, conta. Ele teve um pesadelo na madrugada do dia 31 de outubro de 1996 depois de falar, pelo telefone, com o filho, José Antônio. “Ia ser meu aniversário, até por isso que ele me ligou, falando: Pai, não vou ligar de manhã porque vou voar cedo e ligo na hora que eu voltar pro almoço”. Comandante Moreno era o piloto do vôo 402 da TAM. O avião caiu 30 segundos depois da decolagem. “Se eu não tivesse contado pra minha esposa e pro meu irmão… Eu criei coragem e contei às oito horas da manhã, 25 minutos antes do acidente, nem eu ia acreditar”.
O pai do piloto não viu o filho ou o avião. Nem sequer estava no aeroporto no dia do acidente. Não foi o cérebro, portanto, que “intuiu” o acidente. “Ele, no jargão comum, teve um sexto sentido, porque esta é uma palavra que não se usa em psicologia ou parapsicologia. Ele teve uma pré-cognição, que é um subconjunto do que costuma se chamar de sexto sentido. Existem dados sensoriais, através da visão, da audição, estamos falando de intuição”, explica o parapsicólogo Jayme Roitman.
“Várias vezes uma coisa parece uma intuição e na verdade é imaginação. Na verdade, é motivada por outras coisas. Eu acho que meu avião vai cair porque eu tenho uma reunião difícil e estou com medo”, compara Roitman. Afinal, como saber a hora de seguir a intuição? “O que dá pra dizer é assim: cada um sabe que tem uma intensidade emocional que pode indicar que seja uma intuição e que pode fazê-lo desistir ou não de alguma coisa. Mas não temos ainda referência científica para dizer o que é exclusivamente intuição”, finaliza Roitman.