Lançada em 19 de janeiro de 2006, a nave New Horizons da NASA passou boa parte dos últimos nove anos viajando através do Sistema Solar. Após um breve encontro com o asteroide 122524 APL, a nave passou a 2,3 milhões de km de Júpiter em 28 de fevereiro de 2007, a fim de ganhar mais velocidade no rumo de Plutão. Boa parte dos anos seguintes foram passados em hibernação, para poupar o equipamento. Neste momento, a New Horizons se encontra a menos de duas semanas de seu histórico sobrevoo de Plutão, que ocorrerá no próximo 14 de julho. Aproximando-se do sistema do planeta anão a 48.000 km a cada hora, suas imagens começam a ficar mais nítidas, e já não aparece como um objeto pixelado.
A foto que ilustra esta matéria, tomada em 29 de junho a uma distância de 18,2 milhões de km, é a melhor imagem que a humanidade já teve de Plutão e sua lua Caronte. Até mesmo o telescópio espacial Hubble não consegue obter imagens com esse nível de nitidez do mundo distante, e a foto foi obtida pelo instrumento Imageador de Reconhecimento de Longa Distância (Lorri) da New Horizons. As fotos obtidas com esse instrumento têm função científica, estética, e também para navegação. A 4,8 bilhões de km da Terra, os sinais de e para a New Horizons demoram 4,5 horas para cruzar o espaço, e portanto cada comando para a nave precisa ser cuidadosamente planejado. No sobrevoo de 14 de julho, será impossível enviar qualquer comando de último minuto, e portanto a precisão precisa ser a melhor possível, para que a nave aponte seus instrumentos na direção correta.
O principal investigador da missão Alan Stern, do Instituto de Pesquisa do Sudoeste, de Boulder, Colorado, disse: “Uma de minhas esperanças, à parte a excelente ciência que iremos fazer, é incentivar as pessoas a respeito do poder da exploração, da audária de nossa espécie, e os grandes objetivos que podemos realizar”. O sobrevoo de Plutão já chama a atenção do mundo, e muitas descobertas são esperadas para as próximas semanas, como a natureza do material que cobre o polo de Caronte, a maior das luas do planeta anão, dando-lhe uma tonalidade escura. E, com 1.200 km de diâmetro, praticamente a metade daquele de Plutão, os dois mundos giram ao redor de um centro de gravidade comum, sempre com a mesma face voltada para o outro, no que é considerado um sistema binário.
REVELANDO OS MISTÉRIOS DE PLUTÃO
A New Horizons tem o tamanho de um piano, sua missão custou 700 milhões de dólares, e viajou ao longo desta última década para revelar os mistérios do pequeno mundo, descoberto ainda em 1930. As imagens já tomadas, que serão em breve ultrapassadas em qualidade conforme a nave se aproximar de seu objetivo, comprovaram que o distante mundo nada tem de monótono, revelando regiões claras ao lado de outras mais escuras. Além disso, suspeita-se da existência de uma capa de gelo em um dos polos do planeta anão. No momento do sobrevoo, as câmeras da New Horizons serão capazes de observar detalhes com o tamanho dos lagos do Central Park em Nova York. Além disso, seus sete instrumentos científicos irão mapear a superfície, composição e temperaturas de Plutão e Caronte, caracterizar a atmosfera do planeta anão, e a geologia dos dois mundos. Espera-se ainda que possam existir outros satélites no sistema, e até mesmo anéis. Além disso, é possível que a missão receba mais fundos para um encontro com um objeto no Cinturão Kuiper, o que pode acontecer em 2019.
Visite o site oficial da missão New Horizons
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