O impacto de Chelyabinsk, na Rússia, em 15 de fevereiro de 2013, foi o maior fenômeno do tipo desde a explosão de Tunguska em 1908. Dois estudos separados, publicados nos periódicos Nature e Science, apontam que o meteoro explodiu com a potência de 500 kilotons de TNT. A explosão de Tunguska é estimada entre 3.000 e 15.000 kilotons, e por comparação, as bombas atômicas utilizadas em Hiroxima e Nagazaki tinham aproximadamente 16 kilotons.
Parte das conclusões veio da análise do maior fragmento já encontrado, localizado por mergulhadores no lago Chebarkul em 16 de outubro último. Esse pedaço pesa 650 kg e medindo 7 m, e confirmou que o objeto era do tipo condrito, como já se sabia. Além disso os pesquisadores visitaram mais de 50 vilarejos na região e analisaram centenas de vídeos para determinar com precisão a trajetória do corpo celeste. Quando o objeto se encontrava a 30 km de altitude desenvolvia uma velocidade de 67.000 km/h, e após a explosão estilhaçou janelas em mais de 3.600 prédios. Cerca de 1.200 pessoas foram atendidas em hospitais com ferimentos.
O tamanho inicial do meteoro ao entrar na atmosfera era de aproximadamente 19 m, pesando 12.000 toneladas. Pela análise dos fragmentos chegou-se à conclusão de que tinha 4,45 bilhões de anos de idade e graças à análise da trajetória os astrônomos determinaram que a rocha espacial tinha uma órbita similar a do asteroide 86039 (1999 NC43), de 2,2 km de extensão. Os cientistas afirmam que ambos podem ter feito parte do mesmo corpo, que há milhões de anos teria se quebrado durante uma aproximação com a Terra. A análise publicada nesse trabalho levou os cientistas a estimar que o número de asteroides medindo entre 10 e 50 m com órbitas próximas a da Terra seja 10 vezes maior do que se pensava anteriormente.
Lidando com a ameaça
Os cientistas alertam que corpos desse tamanho são muito pequenos para serem atualmente rastreados a partir da Terra e que é provável que atinjam a Terra sem aviso no futuro próximo. Estima-se que 95 por cento das rochas com aproximadamente 1 km já tenham sido identificadas, mas são necessários novos instrumentos para detectar asteroides com o tamanho do de Chelyabinsk. A organização B612 Foundation, do ex-astronauta Ed Lu, tem planos de lançar o Telescópio Espacial Sentinela em 2018. Trabalhando no espectro infravermelho, ele deverá encontrar cerca de 500.000 asteroides próximos da Terra nessa faixa de tamanho.
Lu e aseu colega, Rusty Schweickart, que voou na Apollo 9, fazem parte da Associação de Exploradores Espaciais (ASE), e recentemente alertaram a Organização das Nações Unidas (ONU) acerca dessa ameaça. Deixaram claro a necessidade de acordos de cooperação global para combater ou minimizar um possível impacto, o que convenceu o organismo a estabelecer planos para lançar o Grupo Internacional de Alerta de Asteroides, como parte do já existente Comitê de Uso Pacífico do Espaço Exterior. A ideia é que, se for detectada uma rocha espacial vindo em nossa direção, o Comitê coordenaria uma missão para lançar uma nave que se chocaria contra o objeto e o desviaria da trajetória de impacto.
Infográfico sobre o impacto em Chelyabinsk
Possível origem do meteoro de Chelyabinsk encontrada
O meteoro, o asteróide e as mistificações
Saiba mais:
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