Reginaldo de Athayde é o mais conhecido e produtivo ufólogo da região Nordeste. Pesquisando Ufologia há quase cinco décadas, Athayde percorreu milhares de quilômetros no sertão de vários estados, além da Amazônia, em busca de ocorrências ufológicas. Seu trabalho já foi publicado em várias obras, sendo a mais importante o livro ETs, Santos e Demônios na Terra do Sol, publicado pela coleção Biblioteca Ufo em 2000. A obra tem dezenas de casos como o de Barroso e os que Athayde narra a seguir, representando, assim, o maior compêndio sobre UFOs no Nordeste brasileiro de que se tem notícia.
Um dos casos mais fantásticos da Ufologia Cearense aconteceu quando os senhores Muller, viajante comercial do Laboratório Carlo Erba, e José Alves Araújo, gerente de um laboratório, notívagos passageiros de uma camioneta Ford, se dirigiam para mais uma viagem de rotina. Nas proximidades de Canindé, a poucos quilômetros de Fortaleza, foram seguidos por uma estranha aeronave em forma de “aparelho de banho de luz”. Ao avistá-la, o senhor Araújo mostrou ao seu companheiro, resolvendo parar o carro para melhor identificarem o objeto. Nesse momento, o UFO efetuou uma incrível manobra e desceu rapidamente, colocando-se acima do carro e jogando sobre ele uma luz amarela que o fez trepidar descontroladamente. O carro estava totalmente sem direção e não obedecia aos comandos.
Quando finalmente parou, Muller e José estavam apavorados, desceram e viram o disco voador, que agora estava à frente do carro, parado a alguns metros do solo. De dentro dele saltaram dois seres escuros, largos e baixos, com andar lento, bamboleante, como se fossem máquinas, enquanto o UFO permanecia com a luz direcionada para o automóvel e emitia um zumbido estridente. A intensidade da luz deixava-os parcialmente cegos. Num grande esforço, o senhor Araújo – que estava com muito medo dos dois humanóides que se aproximavam – abriu a porta da camioneta, tirou uma espingarda calibre 36 e abriu fogo contra as duas criaturas. Uma explosão surda se fez ouvir, acompanhada de um forte clarão que os deixou totalmente zonzos e impossibilitados de enxergar qualquer coisa. Alguns minutos após, quando já tinham recuperado parcialmente a visão, procuraram localizar os possíveis cadáveres. Nada encontraram, nem mesmo marcas de aterrissagens ou pegadas dos esquisitos seres.
Ainda com muito medo e pensando tratar-se de assombração – pois nunca imaginaram que pudessem estar diante de discos voadores ou coisa parecida – ligaram rapidamente o carro e seguiram viagem. Chegando a um posto de gasolina contaram o ocorrido e foram informados que outras pessoas também tinham avistado um estranho objeto cor de fogo cortar os céus de leste para o norte, exatamente na hora em que os viajantes haviam sido contatados pelo UFO. Segundo as testemunhas – mais de dez – o objeto era comprido, possuía uma luz vermelha, voava em movimentos ascendentes e descendentes em uma rota irregular, além de ser silencioso e, vez por outra, acender uma luz tipo holofote em direção ao solo.
O Caso Socorro Maia
Tânia Pimenta, dois sobrinhos, Socorro e Lúcia Maia viajavam tranqüilamente da cidade de Campina Grande para Catolé do Rocha, ambas na Paraíba, quando viram ao longe “uma outra lua” que piscava incessantemente, aumentando e diminuindo de tamanho, como se estivesse aproximando-se e afastando-se do automóvel. Curiosas, diminuíram a velocidade do carro e passaram a observar a esquisita luz que fazia evoluções no céu estrelado. Tânia, que dirigia o carro, pensava em parar para apreciarem melhor o fenômeno. Repentinamente, com uma velocidade incalculável, o estranho objeto desceu em direção ao carro e passou a acompanhá-las a aproximadamente 100 m de altitude, emitindo um feixe de luz no veículo, que começou a trepidar e acelerar sem obedecer aos comandos de Tânia. Ela gritava pedindo a Deus para escapar daquela “coisa demoníaca”. O pânico tomou conta de todos, que viam a coisa passar de um lado para o outro da estrada, sempre com a ofuscante luz clareando a pista ou acima do carro que, nessas ocasiões, ficava como se estivesse suspenso, sem controle.
Ao longe, avistaram um caminhão que se aproximava em sentido contrário, fazendo com que o UFO – em forma de disco, silencioso, com janelas redondas e luzes multicoloridas – desaparecesse entre as pequenas serras à direita da estrada. Sentindo que estavam livres do objeto, Tânia freou bruscamente, fazendo sinais de luz para o caminhão, que passou velozmente. Nervosos e aos prantos, todos resolveram seguir viagem e, decorridos alguns minutos, notaram novamente o UFO se aproximando lentamente, sempre com o forte clarão. Ele passou por cima do automóvel, fazendo-o trepidar e perder a direção, indo para a direita e a esquerda da pista, enquanto o disco desaparecia em uma das curvas à frente.
Alguns quilômetros depois, os viajantes chegaram a uma casinha com aspecto de posto de gasolina abandonado que mantinha apenas uma luz fraca num poste. Dentro da mata, entretanto, percebia-se um casebre que parecia habitado, uma vez que se ouvia música e via-se algumas pessoas olhando para dentro, sem notarem o carro que havia parado à beira da estrada. Tentando funcionar o motor a fim de irem até a casa, que estava uns 300 m distante, Tânia verificou que ele não funcionava. Sua surpresa foi maior ao constatar que o objeto voltara e estava parado um pouco à frente, na estrada, flutuando a cerca de 2 m do solo, com um feixe de luz mercurial dirigido para o chão.
Suas luzes multicoloridas piscavam aceleradamente. Descendo rapidamente do carro, Tânia e Socorro arrastaram os garotos e tentaram sair correndo. Tânia verificou que Lúcia saía pela porta esquerda, dirigindo-se lentamente ao disco voador, sem olhar para trás, como se estivesse hipnotizada – apesar dos gritos alucinantes dos demais, que pediam para ela voltar. Apavorados, correram para o casebre pedindo socorro aos atônitos moradores que, sem nada entender, olhavam apáticos para os recém-chegados. Somente depois de alguns minutos resolveram acompanhá-los até o local onde o UFO havia parado, mas lá nada viram a não ser Lúcia em pé, com olhar fixo e pálida, sem pestanejar, voltando a si depois que Socorro puxou seu braço nervosamente pedindo para que falasse.
Foi se recuperando aos poucos e calmamente perguntou o que tinha acontecido e onde estavam os três homens que haviam saído do objeto e tocado seu ombro. Chorando muito, Socorro, Tânia e os garotos, ao contrário de Lúcia, que estava incrivelmente calma, pediram aos caboclos que conseguissem água para beber. Depois sentaram-se no chão sem nenhuma condição de seguirem viagem. Decorridos alguns minutos, mais calmos, resolveram prosseguir. Ao chegarem a Catolé do Rocha, Lúcia foi levada para um hospital, uma vez
que sentia náusea, fraqueza e tontura. Além disso, estava com febre e tinha pequenas manchas no corpo, as quais foram diagnosticadas pelos médicos como uma alergia muito forte. As protagonistas deste caso não conheciam nada sobre UFOs e hoje, traumatizadas, fogem de qualquer assunto que esteja ligado ao tema.
Duas estrelas brilhantes
Porém, os contatos nessa região não são tão sérios como o acontecido com Socorro Maia e suas parentes. Vejamos o que nos contou o conhecido cantor Belchior: “Quando ainda era frade, estava à noite no pátio do semanário de Guaramiranga (CE), quando avistei no céu algo brilhante, que se deslocava no sentido leste a oeste, com velocidade semelhante à de um avião de caça. Era redondo, tinha a cor amarela e deixava um rastro de luz que se desfazia caindo vagarosamente em direção à terra. Corria na horizontal, deveria medir uns 30 m e estava a uma distância aproximada de 800 a 900 m de altura. Bruscamente parou, desceu alguns metros, andou, subiu novamente e voltou ao local de partida, fazendo assim um quadrado luminoso. Parou alguns minutos e depois seguiu em uma velocidade incrível, desaparecendo entre as árvores mais altas da Serra de Guaramiranga”.
Seu irmão, Nilson Belchior, também teve o privilégio de observar um UFO. O fato ocorreu no dia 20 de fevereiro de 1977, quando se encontrava em férias na Fazenda Melancias, na cidade de São Luís do Curu, Ceará. Lá, deitado em uma rede estendida no alpendre da casa grande, observava o céu estrelado. De repente viu entre duas estrelas brilhantes uma pequena bola de luz que descia verticalmente em direção à terra, aumentando de tamanho à medida que se aproximava do solo, chegando a ficar mais ou menos a 20 m de altura e a 150 m do local em que se encontrava.
Era de uma luminosidade fascinante e tocava as copas das árvores, emitindo um vento fortíssimo que afastava as plantas maiores, inclusive coqueiros que pareciam quebrar-se. O objeto era do tamanho de um carro médio – mais ou menos 5 m – e demonstrava ser leve e sólido. Decorridos alguns minutos, acendeu uma luz amarela tão forte que permitia avistar os mínimos detalhes das palmeiras. Emitindo um ruído esquisito, subiu lentamente alguns metros e depois, acelerando e seguindo a mesma rota, voltou ao local de onde partira, dando a impressão de que lá, muito acima, alguma coisa o esperava e que, talvez, tivesse vindo apanhar algo naquele local. Algumas pessoas que residiam no sítio afirmaram que também observaram a aterrissagem do disco voador. Elas contam que no dia seguinte foram ao local e encontraram, além das árvores chamuscadas, duas palmeiras que estavam afastadas uma da outra, em forma de V, como se algo muito forte as tivesse forçado para os lados, deixando as raízes semi-arrancadas.