Já se passaram mais de oito anos da publicação do meu livro Paradoxo Marte [Ossimoro Marte, Hera Books, 2006], período em que aconteceu de tudo no processo de exploração espacial do Sistema Solar — e Marte em particular — pela Agência Espacial Norte-Americana (NASA). Um dos fatos mais notáveis foi um debate sobre a antiga sonda Voyager, que esteve no Planeta Vermelho há décadas, organizado pela astrofísica e escritora italiana Margherita Hack em instituições universitárias, para determinar o que, afinal, eram os monumentos encontrados em sua superfície. O livro já tratara daquilo, como tantas outras obras publicadas em várias partes do mundo com a denúncia de que a NASA escondia ter descoberto monumentos artificiais gigantescos sobre o vizinho.
“Verdades oficiais”
Todas estas obras — e Paradoxo Marte em especial — geraram uma infinidade de debates e de polêmicas, suscitando grande interesse entre os estudiosos que acreditam nos tais achados, mas também muita irritação entre aqueles que se sentem depositários das “verdades oficiais”, como se elas fossem absolutas e imutáveis — e, naturalmente, abraçam as explicações da NASA de que tais formações são “caprichos geológicos da natureza marciana”. A experiência já deveria ter-lhes ensinado que “a verdade de hoje é muitas vezes o erro de amanhã”, como disse o grande escritor português Vergílio Ferreira.
Com este texto não pretendo propor novas verdades absolutas, mas apresentar indícios para verificações posteriores, visando excluir ou confirmar a possibilidade de que sobre o Planeta Vermelho já tenha existido uma avançada civilização. Tais indícios mostrados em Paradoxo Marte, a maior parte inédita, são tão desconcertantes que merecem pelo menos ser verificados — neste meio tempo de oito anos, porém, outras anomalias surgiram e muitos outros detalhes chamaram a nossa atenção, confirmando as dúvidas levantadas com a primeira publicação.
Os rostos de Marte
Incrivelmente, são poucos os pesquisadores que buscam explicação para as estranhezas presentes no solo marciano, e o que é ainda mais surpreendente é que são os italianos os descobridores das anomalias mais interessantes. Em outros países, são poucos os pesquisadores que foram além dos debates sobre a bem conhecida “Face de Marte”. Mas os pesquisadores italianos, alguns deles nossos estreitos colaboradores, aventuraram-se muito além, realizando descobertas que despertaram considerável interesse da mídia, relatadas nesse artigo. Vamos começar pelas pesquisas de Matteo Ianneo, um estudioso da região de Puglia, que, analisando com perícia os mapas do site Google Mars [Endereço: www.google.com/mars] — que faz uma apresentação em tempo praticamente real de sua superfície, tal como o Google Earth —, conseguiu vislumbrar algumas particularidades no relevo que lhe renderam reconhecimento e citações internacionais. São simples observações, daquelas que, com um pouco de paciência e de muitas noites insones, qualquer um poderia fazer. Mas o fato é que Ianneo é um dos poucos que conseguiu obter resultados significativos, acima de outros estudiosos que se arriscaram nesse terreno.
De fato, alguns meses atrás, uma imagem de poucos pixels de uma suposta estrutura de natureza artificial hipotética na superfície de Marte foi muito divulgada pela mídia — todos falavam de uma provável base marciana, fantasiando em cima do que era, muito provavelmente um erro de escaneamento. A imagem era formada por pouquíssimos pontos gráficos para fornecer informações adequadas e com detalhes indistintos sobre as dimensões. Foi a atenção dada a esse detalhe pela mídia que nos fez meditar sobre a pouca preparação científica de quem difunde certas notícias, as quais depois acabam girando o mundo imerecidamente.
Isso nos levou a perguntar, então, que atenção deveria ter a descoberta do bunker de Ianneo, que, com imagem de elevada resolução formada por 2214 x 1572 pixels, mostrava uma estrutura de uma clareza incontestável — um alinhamento regular de edifícios geometricamente semelhantes, com lados regulares e alinhados, que se destacava em forte contraste com o panorama circundante. Talvez seja o que resta de uma barragem, visto que parece estar colocado em um estreitamento do que aparenta ser um curso de águas fluviais em Marte.