Tudo começou em abril de 1982, quando as forças argentinas invadiram e ocuparam as Malvinas, ou Falklands, um conjunto de ilhas com uma população de pouco mais de 2.000 habitantes, no sul do Oceano Atlântico. Geologicamente, as Malvinas são parte da Patagônia Argentina, estando conectadas ao continente por uma plataforma submarina. Mas, na prática, o arquipélago é administrado pelo Governo Britânico. Os países disputam a soberania do local desde meados dos anos 60, nas Nações Unidas, e as negociações estavam em progresso naquele mês de abril, quando, sem qualquer aviso, nossos vizinhos invadiram e ocuparam as ilhas por 10 semanas. Contudo, os argentinos foram logo derrotados pelas forças militares inglesas, que retomaram a posse do local.
Em junho de 1982, dois meses depois da invasão, este autor foi visitado por Atilio Spinello, ufólogo argentino de Mendoza, que tinha um importante caso ufológico a tratar. O estudioso relatou o episódio de Ricardo Jesus Velázquez, que havia tido um encontro com extraterrestres que lhe disseram, durante uma abdução ocorrida antes da Guerra das Malvinas, que os militares argentinos iriam invadir o arquipélago e que seriam derrotados pelos ingleses. “O problema é que, depois do conflito, algumas agências de inteligência do governo buscaram Ricardo para interrogá-lo, pois, se ele sabia o que iria acontecer, só poderia ser um espião britânico”, disse Spinello. Uma dessas agências o manteve sob custódia e, depois de interrogá-lo e torturá-lo, lhe deixaram com hematomas e um braço quebrado. Nesta situação, o ufólogo o contratou para trabalhar em sua casa, em Potrerillo.
Nascido em Mendoza, Ricardo Jesus Velázquez era jogador profissional de futebol e ocasionalmente trabalhava como pedreiro. Em 23 de abril de 1981, às 08h00, ele se exercitava próximo da cidade, como sempre fazia antes de um jogo, e descia correndo uma pequena elevação quando colidiu com duas pessoas que descreveu como tendo entre 1,85 e 1,90 m, magros, porém musculosos, de cabelo castanho e vestindo um traje de cor escura. “Eles estavam parados, mas flutuando a uns 30 cm do solo”, relatou. Ele disse que uma das entidades o parou bruscamente com uma luz projetada em seu peito, o que lhe causou queimaduras no corpo — então, viraram como se fossem embora.
Quando um abduzido é levado para uma nave, entra em outra dimensão, em outra realidade do espaço-tempo. Sua mente é manipulada de acordo com a programação dos sequestradores.
“Por causa do susto que levei, comecei a gritar e a insultá-los. Mas eles se voltaram para mim e disseram que eu não deveria ficar nervoso. Depois, perguntaram-me se queria saber por que estavam ali e se gostaria de ir com eles. A conversa foi telepática. Eles não falavam, mas eu podia ouvir as palavras em meu cérebro”, contou o homem. Ele adicionou que os estranhos se colocaram a seu lado e começaram a deslizar com ele, sem mover os pés. Foram para outra montanha e ele pôde observar uma forte luz flutuando perto do solo. “Chegamos perto dela e lá entramos. Dentro havia outra luminosidade e, quando a atravessamos, chegamos a um quarto oval iluminado por uma neblina amarela. Diante de mim havia uma tela grande, do tamanho do para-brisa de um carro”.
À sua frente havia um assento flutuando no ar, sem base, com uma almofada da mesma cor do ambiente. Havia também outras quatro criaturas masculinas com ele, que não viu nenhuma figura feminina. “Estava um à minha direita, um à minha esquerda e dois à minha frente. O da direita não fazia nada e os outros três pareciam ocupados operando os controles de painéis cheios de controles, com luzes que acendiam e apagavam”. Velázquez então começou a escutar um zumbido agudo e percebeu que estavam se movendo. Na tela surgiu a paisagem do que havia lá fora e ele pôde reconhecer os lugares por onde passaram. “Depois nos dirigimos à Cordilheira dos Andes. Não pude estimar a velocidade, porque nada vibrava lá dentro — sentia uma força que me segurava, não podia me mover, mas eles nunca me tocaram”.
Portal nas montanhas andinas
Continua seu relato: “Demos meia volta e vi uma típica montanha andina e nos colocamos bem em frente à formação rochosa. Um dos seres se moveu para outro painel de controle e o zumbido aumentou de intensidade. Eu podia ver na tela à minha frente que íamos colidir. Entrei em pânico, mas, no momento do impacto, a rocha se abriu”. Ao entrarem pela abertura, ele sentiu como se uma porta se fechasse atrás do objeto. Calculou que viajava a uns 250 ou 300 km/h. A luz se apagou por dois ou três segundos e, quando se acendeu, todos se encontravam em um hangar. Levando em consideração os segundos que viajaram sem iluminação, tal lugar estaria localizado a 4 ou 5 km dentro da montanha. “Saí do objeto da mesma maneira que entrei, através das duas luzes e com duas criaturas de cada lado”.
No primeiro local visitado Velázquez viu uns 10 seres trabalhando em aparelhos parecidos com computadores — todos se vestiam do mesmo modo. No segundo cômodo acontecia o mesmo, mas com umas 15 criaturas. Ele pôde observar nas telas que havia ali um agricultor, um cavalo e uma grande cidade, como Nova York, que já tinha visto na televisão. Em outra tela estava Buenos Aires. “Em um terceiro recinto as imagens eram diferentes. Entramos em um quarto muito maior e com uma tela enorme, que mostrava imagens em três dimensões. A entidade que ia à frente parou e mentalmente me perguntou se eu gostaria de ver coisas do passado, do presente e do futuro. Mostraram-me o subúrbio de uma cidade com pessoas normais, umas magras outras gordas, de peles branca e escura, algumas caminhando, outras em bicicletas etc. Tudo parecia tranquilo e em paz”.
Depois, conta Ricardo Jesus Velázquez, os extraterrestres lhe mostraram na tela 3D uma cidade vazia e com edifícios perfeitos. Perguntaram-lhe se queria saber de onde vinha. “De meus pais”, respondeu. “Não. Você quer saber de onde realmente vem sua alma?”, insistiram. E na tela apareceu a figura do que pareceu ao abduzido ser Jesus Cristo. “Eles usavam a palavra Pai para Jesus, em vez de Deus. E ele estava pregando sobre uma montanha para um grupo de seguidores. No final, apenas oito pessoas o seguiram, sete homens e uma mulher. Eles me explicaram que o mesmo aconteceria quando eu contasse minha experiência — entendi que, ainda que relatasse a milhares o que ocorrera ali, poucos me entenderiam”.
Cenas da guerra futura
Continua o abduzido argentino: “Tudo o que me mostraram na tela gigante vinha com uma explicação, como quando se formou a Terra do ponto de vista católico — acho que o fizeram porque sou católico. Mostraram o planeta Terra hoje, mas com sua ecologia destruída”. Mostraram-lhe ainda a causa de nossa tragédia, cenas das guerras da Líbia, de Israel e, mais tarde, a das Malvinas. Nestas imagens havia o Polo Sul com suas camadas de gelo, barcos, aviões e soldados lutando. “Foi tão real que eu podia sentir o cheiro da pólvora e da morte. Eles me mostraram armas
modernas feitas pelo homem e como éramos estúpidos”, desabafou.
Os seres também disseram a Velázquez que existiam várias raças no universo e mostraram quatro ou cinco espécies que viviam paralelamente. Eles ainda revelaram que sua etnia seria idêntica a que viveu no planeta Marte, no passado. “Ao final, perguntaram-me onde eu gostaria que me deixassem e respondi que no mesmo lugar em que haviam me encontrado, e refizemos o trajeto. Eu cheguei lá e corri para a minha casa. Tudo aconteceu em cerca de uma hora”. Sete meses mais tarde, ele caminhava durante a noite quando viu uma pequena luz próxima ao solo. “Ela foi ficando cada vez maior e então uma criatura se materializou — era do mesmo tipo das outras e vestia uma roupa escura. Por telepatia o ser me disse: ‘Vamos ter outro encontro’ e entrou na luz, desaparecendo”.
De fato, houve mesmo um terceiro encontro, ocorrido em 23 de fevereiro de 1982, exatamente um ano depois do primeiro, quando novamente Velázquez estava correndo e treinando para uma partida de futebol e se encontrou com os alienígenas no mesmo lugar. “Eles me levaram para o hangar subterrâneo, mas só me mostraram na tela 3D o Polo Sul, as calotas de gelo e as batalhas. Então me dei conta de que era uma guerra nas Ilhas Malvinas”. Mostraram-lhe barcos de guerra, helicópteros, batalhas e prisioneiros. Mas dessa vez o devolveram de um jeito diferente, saindo por baixo de uma barragem hidrelétrica, pela água. Este, sem dúvidas, é um caso ufológico espantoso.