O estranho objeto caído do céu em Ushuaia, na Argentina, além da cadeia de montanhas Martial, pôde ser observado por uma dezena de moradores da cidade e causou danos em uma área de bosque de cerca de 150 metros quadrados, localizada dentro do Parque Nacional. Ao impactar, porém, não deixou rastros visíveis no solo, o que faz aumentar ainda mais o mistério, estimulando a imaginação da população local. A “bola de fogo”, assim batizada pela imprensa, e até para justificar uma falta de precisão científica em sua identificação, destroçou uma quantidade considerável de árvores assim que se chocou contra a superfície terrestre.
A área parece ter sido convertida em uma grande zona de desmatamento florestal, com exemplares partidos a uma altura de aproximadamente 8 m. Os investigadores, porém, desejam certificar-se desses fatos e para tanto, estarão realizando uma expedição até o local avistado por uma patrulha – que teria inclusive tirado fotografias e coletado amostras do solo. Um dos investigadores a ir à região, Daniel Acevedo, foi testemunha do episódio e planejou recolher amostras de solo para estudá-las e tentar identificar se a mesma contém partículas de metal ou de algum outro material estranho à geografia local.
Acevedo vai ao epicentro da “aterrissagem”, uma área de aproximadamente 40 m de lado, acompanhado de um engenheiro florestal, que estará determinando se o estado em que as árvores se apresentam corresponde a algum tipo de intervenção humana, à ação do vento ou então se a situação geral obedece às conseqüências do fenômeno investigado. Por enquanto, os cientistas descartam que se trate de um meteorito, uma vez que nesse caso, a rocha deixaria rastros indeléveis de seu impacto contra a terra.
Tampouco descarta-se que a Terra tenha atravessado o caminho de algum cometa e que as “bolas de fogo” sejam partes dessa evidência. O parecer dos técnicos do Centro Austral de Investigações Científicas (CADIC) será decisivo para definir as características do fato, colocando um fim ao mistério que perdura e que faz navegar na incerteza cada tentativa de explicá-lo. Uma expedição de cinco horas a pé, realizada até o local por Fernando García e Roberto Ceballos, autores das fotografias publicadas em Botella al Mar, comprova a existência de “30 a 40 árvores arrancadas desde a raiz, algumas quebradas pela metade e outras como que dobradas, todas caídas ao solo em sentido sul-norte”.
Ao que parece, García e Ceballos chegaram ao mesmo local descoberto por uma patrulha policial, porém com uma diferença de poucos metros, o que significa que há ao menos dois lugares de impacto, e isso incrementa a quantidade de indícios do feito que se busca esclarecer. Vale lembrar que os habitantes de Ushuaia observaram por dois dias consecutivos a queda de dois objetos estranhos em direção ao solo, e realizaram numerosas chamadas à direção municipal de Defesa Civil e à polícia relatando o fato, descrito então como uma “bola de fogo de diversas cores e que teria caído na região do Glaciar Martial”.
Todas as chamadas ocorreram após às 20h, e as descrições dos objetos foram similares às relatadas por aqueles que teriam observado um fenômeno similar, na mesma hora e local. Texto traduzido por Roberto C. Pintucci, da Equipe UFO.