Existe uma unanimidade entre os ufólogos de que haveria uma conspiração para esconder da população a verdade sobre a existência dos UFOs e seus tripulantes. Mas percebemos, com alento, que o forte aparato de desinformação dos governos e das autoridades militares tem apresentado sinais de fadiga. Pensadores, teólogos e cientistas sociais, por sua vez, acreditam que o mundo tem mais a temer diante das reações paranoicas quanto às notícias de um contato definitivo com ETs do que com o momento em si.
Inconformados com esse estado de imprevisibilidade, os ufólogos se inquietam como crianças birrentas e se perguntam: por que eles não aparecem de uma vez? Por que não pousam nos jardins do Palácio do Planalto ou da Casa Branca? Por que não se apresentam à ONU, o local de maior representatividade da raça humana? Por que, enfim, tantos milênios de mistério? As respostas para todas estas questões, a princípio complexas e cheias de controvérsias, é simples: porque eles já fizeram isso!
Estudiosos da presença alienígena no nosso passado não compartilham — ou o fazem com menor densidade — dos mesmos conflitos. Para eles, as linhas de Nazca, as ruínas de Puma Punku, a tribo Dogon e seu conhecimento do sistema de Sirius são exemplos de um estreito contato entre nossos ancestrais e ETs. A lista é interminável. Milhões ou bilhões de anos nos separam de nossos irmãos cósmicos mais velhos, da mesma forma que existe um lapso evolutivo incomensurável que nos separa dos insetos. Qual seria o sentido prático de nos apresentarmos para uma abelha, por exemplo?
Não podemos esperar que alguma entidade das profundezas do espaço zele por nossa segurança e nem mesmo aceitar que alienígenas bondosos, de nome pomposo e vindos de determinado conglomerado estelar, sejam nossos guardiões enigmáticos. Afinal, eles não impediram que duas bombas atômicas explodissem sobre o Japão, em 1945, volatizando pessoas, árvores, casas e automóveis.
Basta de preguiça. Eles não vêm nos livrar do nosso trabalho, estudo, pesquisa e sobretudo das nossas dores nas costas. Ao longo dos séculos, os “deuses” ou “povos do céu” inspiraram o engrandecimento social e técnico da humanidade e de tempos em tempos se afastaram para que caminhássemos com nossos próprios pés, mantendo, porém, uma postura vigilante — eles nos deixam entregues aos nossos próprios cuidados, naquilo que podemos conseguir por nossa própria conta, pelo uso do livre arbítrio.
Em verdade, desconhecemos a agenda extraterrestre e quem afirma o contrário está fascinado ou age de má-fé. Porém, toda essa polêmica envolvendo o acobertamento de informações ufológicas ou a revelação de seus mais obscuros propósitos, em vez de prejudicar a Ufologia, só a coloca mais em foco na mídia, tornando-a cada dia mais popular e dando sobrevida a algo que nasceu como mais uma mania, uma paranoia da Guerra Fria, convertendo-a em uma crença dinâmica, científica, poderosa e atual.