Entre todos os mistérios relacionados à Ufologia, sem dúvida o mais intrigante é o fenômeno das abduções alienígenas e dos contatos diretos com seres extraterrestres. Embora relatados com frequência bem menor do que os avistamentos de discos voadores, tais casos contêm subsídios de suma importância, se integralmente conhecidos, para entendermos os motivos de estarmos sendo visitados por inteligências procedentes de fora da Terra. Afinal, por que as abduções e os contatos são realizados por nossos visitantes? Há algum propósito específico nesses atos ou tais seres são movidos apenas por curiosidade? Que critérios eles usam, se algum, para selecionar quem abduzir ou contatar?
Estas questões vão muito além dos conceitos básicos da Ufologia, e aqui lembramos que, diferente da abdução, o aludido contato com aliens constitui uma relação de comunicação entre eles e seus chamados contatados, no qual as partes concordam com os termos — geralmente os humanos são convidados a adentrar as naves e tudo o que é feito ocorre com seu consentimento, como no Caso João de Freitas Guimarães, de 1956 [Veja edição UFO 175, agora disponível na íntegra em ufo.com.br]. Já a abdução, no sentido clássico, se dá quando a pessoa abordada pelos visitantes não tem opções — ela é praticamente arrastada para a nave e obrigada e fazer o que abdutores mandam, como na experiência vivida pelo mineiro Antonio Villas Boas, em 1957 [Veja edição UFO 137, idem].
Frente a frente com eles
Até isso é um mistério no cenário das abduções e do contatismo: por que em alguns casos tudo ocorre com certa cortesia e, em outros, a tônica é um comportamento autoritário por parte de nossos visitantes? Foi com o intuito de discutir todos os aspectos de ambos os tipos de experiências, e também ouvir testemunhas diretas de importantes casos ufológicos, que foi realizado, entre 14 e 16 de junho, no Hotel Sesc Cacupé, em Florianópolis, o I Fórum Mundial de Contatados. Com a chamada “A história de quem esteve frente a frente com eles”, este foi mais um consagrado evento da Revista UFO, que repetiu e até aumentou o sucesso do anterior, o IV Fórum Mundial de Ufologia, que a publicação realizou no ano passado em Foz do Iguaçu [Veja edição 197, idem].
No I Contatados 2013, pesquisadores especializados em abduções alienígenas e contatismo e pessoas que passaram por essas experiências dividiram seus conhecimentos para cerca de 500 pessoas que lotaram o auditório do Centro Multiuso do Sesc Cacupé, todas atentas e ávidas por informações — não raramente protagonistas de casos próprios e igualmente desejosas de compartilhá-los. O evento foi dividido entre as conferências dos especialistas e aquelas dos já conhecidos como experienciadores, os abduzidos, contatados e testemunhas, que, mais do que palestras, chegaram a fazer narrativas por vezes emocionadas do que viveram.
Entre os primeiros estavam sete estudiosos reconhecidos nacional e internacionalmente, vindos de várias partes do país, além dos Estados Unidos e Argentina. No segundo grupo, sete experienciadores foram igualmente convidados e vieram, além do Brasil, também dos Estados Unidos, Peru e Itália. Este foi, portanto, um evento marcado por diversos idiomas, tanto quanto a variedade das narrativas apresentadas. “O objetivo o I Contatados 2013 era ser um congresso revolucionário e inédito na Ufologia Brasileira e Mundial, que reunisse pessoas de várias nações que tiveram a oportunidade única de estar frente a frente com extraterrestres e suas naves”, definiu o organizador do evento, o editor da Revista UFO A. J. Gevaerd.
De um lado os especialistas, integrados e complementando os experienciadores, deram a tônica de suas linhas de trabalho em alguns casos distintos, indo da abordagem seguindo o método científico até um caminho mais espiritualista. De outro, o segundo grupo também apresentou uma vasta miríade de narrativas de contatos de vários tipos, mas todos igualmente profundos com nossos visitantes extraterrestres. Essa mescla era, na verdade, a verdadeira proposta do evento, segundo expresso em seu site [www.contatados.com.br]: “Colocar juntos indivíduos normais tiveram a singular oportunidade de estabelecer contato com ETs, relatando suas experiências e quais tipos de relacionamentos estabeleceram com os visitantes, e estudiosos que se dedicam a conhecer estes tipos
de vivências”.
Contatados são pessoas comuns, mas que têm susceptibilidade à hipnose e passam por fenômenos paranormais, geralmente com posse de habilidades psíquicas. Alguns estão em contato com ETs e chegam a se sentir escolhidos por eles, como se tivessem uma missão na Terra
Desta forma, as palestras dos estudiosos foram tão apreciadas quanto às do outro grupo. Aqueles que abordaram o fenômeno das abduções e contatos por uma ótica científica tiveram suas apresentações bastante concorridas e puderam agregar muito conhecimento ao público presente. Entre estes, Leonardo Martins, psicólogo e doutorando pela Universidade de São Paulo (USP), por exemplo, apresentou um resumo da sua recente dissertação de mestrado, em que analisou os perfis psicológicos de pessoas que alegam avistar discos voadores e relatam terem tido contato com alienígenas — elas foram consideradas perfeitamente normais. Com essa introdução, o resto do evento se tornou menos exótico para a imprensa, que também participou ativamente das atividades, tentando entender o que são os tais casos de abduções e contatismo.
Martins foi apenas um dos vários conferencistas que abordou o tema de maneira acadêmica. Sua dissertação, intitulada Contatos Imediatos: Investigando Personalidade, Transtornos Mentais e Atribuição de Causalidade em Experiências Subjetivas com OVNIs e Alienígenas, que o levou à conclusão acima, foi resumidamente apresentada no I Contatados 2013 e chamou a atenção por ser um trabalho desenvolvido e apresentado em uma universidade de prestígio. O doutorando descobriu que não há diferenças, quanto à sanidade mental, entre experienciadores e não experienciadores do Fenômeno UFO. Ele também aproveitou para falar do evento Alienígenas na Universidade: Perspectivas Acadêmicas Sobre Vida Fora da Terra e Discos Voadores, ineditamente ocorrido na USP, em 23 de maio passado.
UFOs e fenômenos paranormais
Desenvolvendo uma linha de trabalho igualmente científica, a psicóloga carioca Gilda Moura abordou em sua palestra inte
ressantes casos de contatos e abduções que investigou. A conferencista, que é consultora da Revista UFO desde os anos 90, apresentou um histórico de outros eventos similares, em que abduzidos e contatados também foram ouvidos, citando, entre outros, a Conferência de Contatismo de Rocky Mountain, de 1980, organizado pelo doutor Leo Sprinkle na Universidade do Wyoming. Gilda destacou que os contatados que conheceu e cujos casos analisou são homens e mulheres normais e ávidos por conhecer o que lhes passou. “São pessoas comuns no seu meio social e no funcionamento psicológico, mas que têm susceptibilidade à hipnose e passam por fenômenos paranormais, geralmente com posse de habilidades psíquicas”, disse.
A psicóloga antecipou o que se veria no I Contatados 2013 quando se apresentaram os experienciadores, em especial o italiano Antonio Urzi e o peruano Asís [Veja box nesta matéria]: que tais pessoas têm muita preocupação com a humanidade e vivem sob a sensação de serem continuamente monitoradas. “Alguns estão em contato permanente com ETs e chegam a se sentir escolhidos por eles, agindo como se tivessem uma importante missão na Terra e muitas vezes sentindo ansiedade pelo atual estado da humanidade”. Completando sua muito aplaudida palestra, Gilda concluiu que os contatados expressam o sentimento de serem cidadãos cósmicos e se sentem como se sua verdadeira casa não fosse aqui. Para chegar a todas estas conclusões, além de suas próprias pesquisas, Gilda Moura também se referiu ao trabalho de diferentes pesquisadores de abduções e contatos, e descreveu como realizou um inédito levantamento neurológico com experienciadores.
Em linha de trabalho semelhante, os argentinos Eduardo Grosso e Liliana Flotta trataram de uma particularidade dos contatos com ETs, as chamadas “visitas de dormitório”, ou seja, casos de pessoas que relatam ter tido alienígenas adentrando seus quartos, quase sempre durante a noite. Grosso e Liliana descreveram qual é o modus operandi desses seres, cuja ação nas residências geralmente envolve danos físicos a aparelhos elétricos. “Os alienígenas atravessam paredes para chegar às pessoas que querem ‘trabalhar’, contrariando aí todo o nosso conhecimento de física e demonstrando, portanto, uma base tecnológica que sequer podemos imaginar”, disse Grosso. Geralmente as visitas de dormitório são feitas pelos conhecidos grays, seres com cabeças grandes e desproporcionais ao corpo franzino, com olhos pretos e grandes e cerca de 1,2 m de altura.
Mesmo tipo sanguíneo
Os efeitos físicos que as visitas de dormitório causam aos experienciadores podem ser cicatrizes em diferentes partes de seus corpos, às vezes devido à introdução de implantes — os seres que realizam esta modalidade de contato também provocam queimadura na vegetação em torno do domicílio das pessoas. “Outro fato que chama a atenção é um tipo sanguíneo comum que se verifica entre os abduzidos, que é O positivo, considerado doador universal”, disse Liliana. Os pesquisadores argentinos chegaram a duas conclusões tanto polêmicas quanto intrigantes em seus estudos. A primeira é a de que, havendo casos de mutilação de gado próximos aos de visitas de dormitório, esse procedimento serviria para imunização dos abduzidos e obtenção de órgãos dos animais para proveito dos alienígenas. E, segundo, que há evidência de que os experimentos que esses seres estariam fazendo poderiam levar à criação de uma raça híbrida entre nós e eles.
O conceito de raça híbrida, aliás, também esteve muito presente em outras três conferências do I Contatados 2013, a do professor norte-americano David Jacobs e das paulistas Margarete Áquila e Mônica de Medeiros, estas duas últimas mais focadas em uma análise histórica envolvendo elementos espiritualistas de tais vivências. Jacobs, que lecionou História Americana na Universidade de Temple, estudou mais de 1.100 casos de abdução por meio de hipnose — e muitos dos incidentes que investigou revelaram a presença de incubadoras com fetos híbridos retirados de abduzidas sendo gestados no interior de naves. “Também são comuns entre os relatos sob hipnose que os seres com quem tais pessoas convivem têm uma compleição mista humana e alien, e às vezes eles veem crianças humanas brincando com crianças híbridas nas naves”, relatou a uma estupefata plateia. Explica-se: Jacobs convive com o fenômeno da abdução alienígena há décadas e para ele estas situações são normais.
Claro que estes cenários parecem surreais, mas, segundo o que professor concluiu a partir de seus estudos, é a pura realidade que há por trás dos contatos e das abduções. “Todo este processo é um programa realizado por seres extraterrestres com humanos, com início, meio e fim. Seu objetivo, aparentemente, é aplicar alguma forma de integração entre humanos e aliens, mas a razão disso escapa à minha compreensão”, disse Jacobs, que completou que só saberemos a razão quando penetrarmos ainda mais fundo na pesquisa das abduções. Apenas com as descrições destas conferências já é possível ao leitor ter uma ideia de como foi aquecido e fervilhante o I Fórum Mundial de Contatados. Espere até chegarmos às palestras dos experienciadores convidados.
Eles estão entre nós
Antes disso, no entanto, façamos uma parada para analisar a conferência da psicanalista integral paulista Margarete Áquila — também talentosa cantora —, na qual abordou a questão do hibridismo entre humanos e ETs com base na Bíblia e em antigos registros históricos, nos quais há, por exemplo, casos de “deuses” gigantes que cruzavam com fêmeas humanas. Segundo Margarete, hoje esses fatos podem estar se repetindo e tal abordagem pode ser hostil para nós, uma vez que os visitantes extraterrestres não revelam em nenhum momento suas intenções. “Esse processo teria cinco estágios, desde a seleção de mulheres para serem hospedeiras de fetos híbridos até a produção de seres que em nada se diferenciam dos humanos e que estariam aptos a viver ent
re nós sem que percebêssemos diferenças físicas”, disparou.
A palestrante — que não estava no programa, mas foi convocada para suprir a ausência, por motivo de força maior, do abduzido norte-americano Travis Walton — citou o estudo de um caso envolvendo um desses seres híbridos, extasiando a plateia com uma descrição rica em detalhes. “Mas ainda fica a grande pergunta a ser respondida: o que os alienígenas realmente querem? Não sabemos. Talvez neste processo nos caiba ensinar a eles o que ainda mal sabemos: como sermos todos seres humanos”. Do hibridismo entre humanos e ETs o I Contatados 2013, pulou imediatamente para a questão da intervenção extraterrestre da genética humana para gerar as chamadas “crianças índigos” e “cristais”, e este foi o tema da conferencista Mônica de Medeiros, médica paulista pós-graduada em Chicago e consultora da Revista UFO.
Índigo e cristal
Mônica fez um apanhado da evolução genética da humanidade desde os primeiros seres a habitar o planeta até os tempos atuais, enfatizando que durante o processo foi crescente a ocorrência de contatos com alienígenas, especialmente nas últimas sete décadas. “Atualmente, a humanidade está refém de suas crenças, predominando a matéria sobre o espírito, as religiões dogmáticas e o consumismo desenfreado, o esquecimento da verdade e o sobreviver e não viver”. Para ela, com essa progressiva materialização da sociedade planetária, há uma banalização do sofrimento alheio — e isso não seria tolerado por nossos vizinhos cósmicos. Sem uma mudança neste cenário não haveria salvação, e as intervenções genéticas resultantes das abduções e contatos teriam como propósito justamente colocar a humanidade de volta no caminho que nos teria sido ensinado por esses seres no passado.
“Como resultado dessa intervenção, surgiram dois tipos de seres humanos: os índigos, extremamente inteligentes, porém mais retraídos, e os cristais, que teriam inteligência espiritual, racional e emocional superior, além de uma personalidade mais leve e alegre do que os primeiros”, disse Mônica. A conferencista também mostrou diversos exemplos de crianças precoces e com habilidades especiais que estariam dentro dos perfis dos índigos e dos cristais, hoje vivendo e crescendo em muitas partes do globo. “O processo teve início e não irá parar mais”.
Entre os especialistas brasileiros em abduções também esteve no I Contatados 2013 o coeditor da Revista UFO Marco Petit, que abordou o que pode haver por trás da presença alienígena na Terra. Ele iniciou sua palestra mostrando algumas interessantes evidências de objetos manufaturados com milhões de anos de idade, e que obviamente não poderiam ter sido construídos pelos seres humanos, mas que foram encontrados aqui mesmo na Terra. “Se não fomos nós quem os produzimos, é claro que outras inteligências cósmicas aqui estiveram no passado remoto e deixaram estas pistas”, disse o tarimbado Petit. Ele fez um apanhado de casos de abdução incluindo episódios em Alexânia (GO), o Caso Travis Walton e o Caso Karran, além de se referir ao trabalho de renomados pesquisadores na área, como Budd Hopkins, John Mack, Joseph Hynek [Todos já falecidos] e Jacques Vallée.
Frente a frente com um UFO
Petit, que atua em variados segmentos na Ufologia — mas confessa especial interesse pelas abduções alienígenas —, descreveu como se dão esses processos e todos os fatores emocionais que eles despertam nas pessoas que os vivem. Enfim, sua palestra, apresentada justamente na abertura do evento, na sexta-feira à noite, foi uma compilação muito detalhada do fenômeno das abduções e contatos, preparando o público para o que viria nos dias seguintes. “Não restam dúvidas de que o processo de contato com nossos visitantes extraterrestres vêm se acelerando e se aprofundando, e isso certamente deverá desaguar em um desfecho, que pode ser o encontro entre a nossa e aquelas espécies”.
Outro pesquisador que levou a Florianópolis muitas informações relevantes sobre o tema foi o gaúcho Carlos Odone Nunes, também consultor da Revista UFO e dirigente do Grupo Aldebaran de Investigações e Debates Ufológicos (GAIDU), que descreveu o Caso Foz do Iguaçu, um encontro nos ares vivido pelo comandante Carlos Meireles e outros quatro tripulantes de um avião Airbus A300 da extinta Cruzeiro, em 1987. Odone, que se apresentou com o piloto também gaúcho Haroldo Westendorff [Veja a seguir], relatou que a aeronave — com capacidade para mais de 300 passageiros —, ao se preparar para pouso em Foz do Iguaçu, proveniente de São Paulo, esteve frente a frente com um UFO, fato confirmado pela equipe do centro de controle de tráfego aéreo local.
Meireles e sua equipe puderam avistar um objeto com forma de bola de futebol americano com uma saia ou aba vertical no meio, de cor laranja. O artefato ficou próximo do avião e voando à velocidade idêntica por algum tempo. Esse caso é exemplo de outro segmento que o I Fórum Mundial de Contatados pretendeu abordar: ocorrências de grande impacto, em que, mesmo não contando com abdução ou contatismo, testemunhas de alta credibilidade estiveram diante do Fenômeno UFO. “Nosso evento não pretendeu apenas mostrar casos de abdução ou experiências de contatados, mas também avistamentos de fenômenos ufológicos de grande envergadura, como são considerados aqueles estabelecidos por pilotos”, disse Gevaerd.
Indiscutível veracidade
Seguindo-se esta linha, o evento também contou com o impressionante relato de Westendorff, que viveu uma experiência impressionante sobre a Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, em 1996. Neste caso, foi o próprio piloto quem narrou o fato, arrancando fortes aplausos da plateia por sua maneira particular de descrever as coisas. Ele disse que voava sozinho em seu monomotor Tupi quando, próximo à Ilha da Saragonha, avistou um objeto piramidal enorme, com aproximadamente 70 m de altura e 100 m de diâmetro. “Tinha o tamanho do Beira Rio”, afirmou Westen
dorff, referindo-se ao estádio do Clube Internacional de Porto Alegre. O contato durou 12 minutos, ao fim do qual o piloto pôde observar o imenso objeto por praticamente todos os ângulos. “A pirâmide voadora se locomovia com uma velocidade de aproximadamente 100 km/h, que era lenta o suficiente para que eu me sentisse à vontade para sobrevoá-la sem medo”, relatou.
Haroldo Westendorff somente lamentou não ter à mão uma câmera fotográfica ou filmadora no momento do evento. De qualquer forma, passados os 12 minutos, a cúpula do artefato se abriu e de lá saiu um objeto discoide que se afastou rapidamente do local. Ao perceber que a abertura se mantinha, Westendorff se aproximou no intuito de ver o que havia dentro. “Como tive formação em voo acrobático, estava disposto a fazer uma manobra na qual o avião dá uma volta completa na horizontal a partir de seu eixo longitudinal, mas acabei não a realizando”. Parece que quem estava dentro do UFO não gostou da ideia do piloto, pois de dentro da abertura saiu uma luz vermelha, em forma de jato e muito forte. Ato contínuo, o artefato posicionou-se longe do avião e saiu em disparada. Outra coisa interessante nesse caso é que os profissionais da torre de controle de Pelotas tiveram contato visual com o objeto e houve também registro por radar, tornando indiscutível a veracidade da ocorrência.
ETs atentos e vigilantes
Entre as testemunhas presentes no I Contatados 2013 para narrar suas histórias — que, mesmo não sendo de abdução ou contato, são igualmente fascinantes —, esteve um militar norte-americano de destaque. Robert Salas, capitão reformado da Força Aérea Norte-Americana (USAF), relatou ter visto, em 1967, na base militar em que trabalhava no estado de Montana, discos voadores sobrevoarem o local insistentemente. Aquela instalação não era uma qualquer, mas abrigava silos de mísseis nucleares apontados para a União Soviética na época da Guerra Fria — e era isso que os tripulantes daquelas naves tinham interesse em observar e monitorar. “Os UFOs faziam os sistemas de lançamento dos mísseis pararem de funcionar um por um. Isso ocorria regularmente e eu fiz vários relatórios dos incidentes ao governo, que nunca demonstrou interesse. Isso era o mais absurdo”, disse Salas, que há mais de uma década está em uma cruzada para fazer as autoridades de seu país iniciarem uma abertura ufológica.
Igualmente testemunha de casos ufológicos de alto impacto, mas não abduzida ou contatada, também se apresentou no evento a médica paraense Wellaide Cecim, conhecida personagem da Operação Prato que teve uma prolongada experiência com UFOs e ETs no final dos anos 70, na ilha de Colares. Médica que atendia os ribeirinhos atacados pelo chupa-chupa naquela localidade, ela mesma viveu várias situações diretas com naves, não sendo atingida. E ainda desafiou os militares que desenvolviam a missão militar, que queriam obrigá-la a sedar seus pacientes para iludi-los com história que explicassem falsamente os ataques. A palestra de Wellaide, a primeira que ela fez em sua vida sobre o tema, foi uma das mais aguardadas do evento — o número de perguntas ao fim de sua apresentação foi enorme.
Ameaçada de prisão
A médica explicou de forma muito clara como se davam os ataques aos ribeirinhos e disse que seus ferimentos se concentravam na região do tórax — predominantemente nas mamas, nos casos das mulheres. “O terror chegou a ser tanto que, de uma população de 10 mil habitantes, a cidade chegou a ter aproximadamente mil no auge dos ataques. Até o delegado da cidade fugiu com medo”, disse ela, que, jovem e idealista, ficou para atender o povo da ilha. A palestrante também contou um fato que pouca gente sabia até então. Segundo ela, o coronel Uyrangê Hollanda, comandante da Operação Prato, a teria ameaçado de prisão e de morte caso não atendesse seus pedidos para dopar e enganar seus pacientes vítimas do chupa-chupa. Polêmicas à parte, Wellaide também relatou situações em que esteve cara a cara com os objetos, e que visualizou dois seres de pele morena e cabelos loiros em um deles, olhando para ela.
Já entre os abduzidos presentes ao I Contatados 2013, o grande destaque foi para Bianca de Oliveira, que protagonizou, junto com o ex-marido Hermínio [Já falecido], o famoso Caso Karran, que foi atração constante do programa Flávio Cavalcante nos anos 70. Sua conferência contou com uma introdução do coeditor Petit falando da experiência e, em seguida, Bianca fez seu relato. Como seu caso era muito conhecido da maioria dos expectadores, a abduzida preferiu que fosse questionada na maior parte do tempo de sua palestra — e o que não faltou foram perguntas. O público se mostrou vivamente ávido por interagir com a conferencista e saber tudo sobre sua vida e sua vivência com Karran e Zir, tripulantes de um disco voador que a abduziram em 1976. E assim foi por mais de uma hora, sem Bianca mostrar sinais de cansaço, apenas de muita satisfação com o interesse de todos.
E não poderíamos deixar de falar de Asís e Antonio Urzi, claro, que eram os únicos reconhecidos pela terminologia clássica de contatados, não de abduzidos ou de testemunhas, no evento. Ambos são bastante conhecidos pelas filmagens de supostas naves alienígenas que obtiveram em várias ocasiões em seus países de origem, respectivamente Peru e Itália. Em suas palestras, Asís e Urzi mostraram farto material em vídeo que comprovaria o registro legítimo de veículos de procedência não terrestre. Algumas delas chegaram a impressionar a plateia, que esperava ansiosa pela tarde de domingo, última seção do I Contatados 2013, para conhecer as experiências desses dois homens, ambos absolutamente normais, a não ser pelo fato de terem sido escolhidos para viver o que vivem.
Recepção de mensagens mentais
“O primeiro caso de contato que tive ocorreu quando eu ainda era bebê e estava no colo da minha mãe, em um bairro de Lima. Uma nave se aproximou de onde estávamos e minha mãe ficou muito impressionada. De lá para cá tenho estado cercado por este fenômeno”, declarou Asís [Pseudônimo adotado]. Ele complementou que raramente vê seres, e sempre como projeções holográficas — disse que o que lhe ocorre é a recepção de mensagens mentais pedindo para que vá a algum lugar, e é nesses momentos que consegue registrar UFOs. As naves também parecem acompanhar Urzi desde sempre. Vivendo nos arredores de Milão, já fez ce
ntenas de filmagens de UFOs a curta distância, geralmente a partir do sótão de sua casa. “Às vezes sinto uma presença, vou à janela e lá está um disco brilhante como que a me pedir que o filme”, disse, comprovando isso com inúmeros registros destas naves com fantástica nitidez [Veja box desta matéria].
Encerrando o inédito e muito bem-sucedido evento, o editor Gevaerd aproveitou a oportunidade para falar dos últimos avanços da campanha UFOs: Liberdade de Informação Já, conduzida desde 2004 pela Comissão Brasileira de Ufólogos (CBU) por meio da Revista UFO. Mostrou, entre outros êxitos recentes, o resultado da Carta de Foz do Iguaçu, documento emitido em dezembro passado durante o IV Fórum Mundial de Ufologia, naquela cidade, que levou o Ministério da Defesa a convidar os ufólogos para uma reunião com as Forças Armadas em Brasília, em 18 de abril. Ele também descreveu pormenores do Citizens Hearings on Disclosure, ou Audiências Públicas sobre Abertura, realizado em Washington, Estados Unidos, de 29 de abril a 03 de maio, no qual o Brasil esteve representado por ele e pelo professor Wilson Picler, conselheiro especial da Revista UFO — ambos comandaram as apresentações dos demais sul-americanos [Veja edição UFO 202].
Enfim, o I Fórum Mundial de Contatados foi uma grande oportunidade de aprendizado para todos, participantes e palestrantes. O clima reinante foi sempre o da cortesia e da harmonia entre os conferencistas, invariavelmente abertos e solícitos. As divergências de opinião sempre foram respeitadas, como é característico de todo evento de alto nível, e as opiniões científicas e espiritualistas conviveram de forma harmônica, com seus defensores sempre buscando a verdade dos fatos, não importando por qual caminho tal verdade nos leve. O enorme público presente, coisa rara em eventos ufológicos no país, teve acesso a informações de qualidade e a casos reconhecidos pelos principais estudiosos. “Foi um prazer assistir ao Fórum e parabenizo a equipe organizadora pelas palestras e pelo sucesso do evento”, resumiu a participante Rosely Pacheco, de Campinas (SP), cuja opinião sobre o acontecido representou a de quase todos.
“Aqui me sinto em casa”
Aliás, o público do evento merece um comentário à parte. Parcela considerável dele esteve presente não apenas porque se interessa verdadeiramente pelo assunto e queria aprofundar seus estudos, mas porque também viveu experiências reveladoras e transformadoras com outras inteligências cósmicas, e desejava compartilhá-las com outros participantes. “Aqui me sinto em casa, como se esta fosse minha família”, declarou Sérgio Carrasco, de Bagé (RS). “Sou apenas uma curiosa do assunto e me senti à vontade durante todo o evento. Aprendi muito com todas as palestras e depoimentos”, arrematou Aline Simões, de Florianópolis. Para este autor e colunista da UFO, que participou da organização do evento, foi uma oportunidade de trocar ideias tanto com os conferencistas quanto com os participantes, enriquecendo minha bagagem de conhecimento ufológico.
Eventos como o I Fórum Mundial de Contatados são oportunidades únicas de dividir conhecimento com a Comunidade Ufológica Brasileira e juntar mais peças para entendermos o intrincado quebra-cabeça que o Fenômeno UFO representa. Agora, nem bem acabou o I Contatados 2013, a Revista UFO já tem lançado seu próximo evento, a nova edição do Fórum Mundial de Ufologia — a quinta —, desta vez para receber até 750 pessoas para assistirem a duas dúzias de conferências de convidados de 10 países. O novo evento tem seu site no endereço www.ufoz.com.br, está anunciado nesta edição, que até seu fechamento, na terceira semana de julho, já contava com 200 inscritos. 750 vagas serão poucas.