Naves alienígenas são vistas cada vez com mais frequência, até mesmo nos grandes centros urbanos e em plena luz do dia. Mas parece que, ao mesmo tempo em que progridem em suas ações na Terra, os responsáveis pelo fenômeno podem se alojar em locais ocultos, de onde saem para realizar suas tarefas. Segundo muitos estudiosos, nossos rios, mares e oceanos têm servido de base para várias civilizações extraterrestres, que se estabeleceram nas profundezas abissais para poderem intensificar suas operações em nosso planeta. São milhares os registros de objetos submarinos não identificados (OSNIs) entrando e saindo de grandes extensões de água — e centenas os casos de avistamentos destes veículos por tripulações de barcos, navios e até mesmo de submarinos.
Casos do gênero se avolumam a cada dia nos registros dos ufólogos de todo o planeta, mas nem todos são recentes. Há alguns incidentes de grande importância, como as experiências do italiano Gualtiero Jacopetti, que ocorreram há décadas, que até hoje espantam os estudiosos. Seu caso ocorreu em 27 de outubro de 1949, quando o grande pesqueiro Gilera I, sob comando do livornense Salvatore Magliulo, deixara o Estreito de Gibraltar, fazendo a rota para as Ilhas Canárias com destino final na Venezuela. A bordo da embarcação encontrava-se também Jacopetti, jornalista e diretor cinematográfico que se tornou conhecido nos anos seguintes pelas belas e chocantes imagens dos seus longas-metragens, tais como Mondo Cane [1962], Mondo Cane 2 [1963] e La Donna nel Mondo [1963].
O céu estava claro e perfeitamente sereno naquela noite de Lua cheia. Enquanto parte da tripulação estava pronta para a pescaria de alto-mar, Jacopetti encontrava-se na ponte de comando, aproveitando a noite morna. Com ele, também o comandante Magliulo, o primeiro oficial Celio Pezzini e o proprietário do pesqueiro, Alfio Giorgetti, que esperava os primeiros resultados da pesca em andamento — foi o próprio Jacopetti que percebeu uma desconcertante aparição. Quase nos seus ombros, de repente, se entreviu no ar, entre o céu e o mar, um objeto discoide escuro, como uma mancha redonda que subia à velocidade que o jornalista estimou em torno de 1,5 m/s.
O caso teve grande repercussão e Jacopetti declarou em entrevista ao semanal La Settimana Illustrata, em 1962: “À noite, o disco não mostrava qualquer densidade e parecia imóvel sobre si mesmo, exatamente como uma Lua apagada, tal qual reluzente girândola de centelhas sobre toda a periferia”. Naturalmente, também Giorgetti, Magliulo e Pezzini ergueram os olhos e puderam observar o fenômeno. O misterioso disco escuro era grande como uma Lua no zênite. “De vez em quando aparecia também algo como língua de fogo que parecia aprisionar-se pelas arestas do disco entre densas nuvens de centelhas. Por instantes, a chama parecia ir reta como se formasse auréola semelhante àquela que aparece em torno da cabeça dos santos, mas logo depois se dobrava como se estivesse sob a ação de um sopro poderoso, até envolver grande parte da circunferência”, completou Jacopetti.
Disco perfeitamente redondo
Ele não foi a única testemunha deste caso. Dois marinheiros do grupo de proa também tiveram tempo de observar o objeto, que percorreu todo o arco do céu em direção sudoeste e desapareceu, por fim, baixando no horizonte. Uma espuma leitosa, como um débil risco de nuvens, permaneceu por alguns momentos no céu antes de se desmanchar, ao longo do percurso efetuado pelo UFO. “Como rastilho de pólvora erguido em noite de Lua cheia por automóvel à grande velocidade em estrada do campo”, precisou Jacopetti. A bordo, não foi registrado nenhum distúrbio no motor ou nos instrumentos — claro que o diretor nunca imaginou que a desconcertante experiência teria tido continuação inesperada para ele, cinco meses depois.
Mas assim foi, até que, em 16 de março de 1950, de volta havia pouco para a Itália, Jacopetti dirigiu-se para Torre Del Lago Puccini, Lucca, no litoral de Versilia, para uma visita aos pais, residentes ali. Às 17h00, o jornalista foi à praia, deitando-se na areia próximo a uma moita. De repente, virando o olhar para o alto, viu surgir um objeto perfeitamente redondo que cortava o céu e subia na vertical em velocidade vertiginosa por trás das colinas de Massarosa e de Massaciuccoli, que se elevam a nordeste. Alcançado o zênite, depois de haver diminuído levemente a corrida, o objeto parou, de repente, alto sobre o mar. De cor azul, escuro e silenciosíssimo. “Era um disco perfeitamente redondo, semelhante a chapéu lançado com efeito no ar. Se o termo disco voador ainda não tivesse sido inventado, eu o teria criado”, comentou Jacopetti.
O jornalista italiano continuou observando o inusitado veículo, com um misto entre curiosidade e medo, assim como na experiência anterior no pesqueiro. Seu relógio marcava 17h15. Por um momento, passou por sua cabeça a ideia de que o misterioso fenômeno manifestasse algum interesse particular para com sua pessoa. O UFO se manteve estacionado por um minuto. Depois, moveu-se novamente para sudoeste, diminuindo sua velocidade e baixando a trajetória até sumir no horizonte, além da linha do mar, “com a lentidão do último pedacinho de Sol em uma noite de verão, como se tivesse realmente mergulhado nas ondas”. O avistamento de Jacopetti foi confirmado depois por seu amigo, Giulio Maschietto, que também havia observado, por outro ponto, o estranho objeto em voo sobre a região.
Objeto com forma de prato
Ocorrências como estas abundaram especialmente entre 1954 e 1973. Durante a que ficou conhecida como onda de avistamentos de 1954, depois da inicial em 1950 — o primeiro grande exploit dos UFOs na Itália —, um comunicado da Aeronáutica italiana confirmou, oficialmente, recorrentes testemunhos no céu do litoral tirrênico, quase a indicar alguma associação entre os avistamentos e essa zona costeira. E, embora os numerosos e recorrentes avistamentos próximos das costas adriáticas nos anos 60 tenham feito falar de alguma associação dos UFOs com essas águas marinhas, será apenas com a onda seguinte de 1973 que a presença desses objetos no mar começará a ser considerada como algo mais do que simples coincidência.
A cúpula do objeto emitia uma intensa e deslumbrante luz branca, semelhante à de néon, e havia uma luz vermelha ao seu redor. A parte inferior do UFO, com forma de prato, parecia ser de cor metálica e era luminescente
Depoimentos foram colhidos de importantes testemunhas, Carmine Arcucci, que declarou aos investigadores do Centro Ufologico Nazionale (CUN): “Era dia 18 de maio de 1973. Depois de u
m passeio, eu e meu amigo Giovan Giuseppe Lenci estávamos no carro nas proximidades da Praia de Maliscola, Nápoles, para observar o espetáculo pirotécnico que fazia parte dos festejos daquela noite”. Ele conta que, de repente, algo muito luminoso atraiu a atenção do seu amigo, que olhava para o mar. Puderam assim observar, à distância de cerca de 50 m, na altura do quebra-mar, um objeto luminoso com forma de prato sobreposto a uma cúpula. “Nós dois tínhamos a nítida impressão de que o objeto houvesse emergido do mar nas proximidades da praia. Levitava, de fato, a menos de três metros do solo e seguia lentamente em nossa direção, mantendo estabilidade de voo inclinado à cerca 30º em relação ao horizonte”.
Ambos estavam visivelmente apavorados, mas o amigo tentou várias vezes ligar o automóvel para fugir — ao efetuar essas tentativas, todas vãs, notaram que nem as luzes do painel nem as dos faróis se acendiam. Ficaram, assim, paralisados pelo terror, a olhar aquela coisa que lentamente seguia sobre eles. A cúpula do objeto emitia uma intensa e deslumbrante luz branca, semelhante à de luz de néon. A parte inferior do UFO, com forma de prato, parecia ser de cor metálica e era luminescente — quando se aproximou, notaram uma luz vermelha que girava ao redor da base da cúpula, dando o efeito de faixa luminosa. “Durante todo o tempo da observação, eu e meu amigo percebemos um intenso ruído rítmico, parecido com o que é produzido pelo motor de um barco pequeno”, detalhou.
O UFO superou a distância de automóvel em três ou quatro minutos. Quando estava quase sobre a dupla, mantendo-se a três ou quatro metros do chão, pôde-se facilmente calcular seu diâmetro, em torno de oito a 10 m. O objeto parou por alguns segundos e depois rapidamente atenuou até desaparecer tanto a luz emitida pelo objeto que iluminava a dupla como o ruído, pelo que deduzimos que tivesse se erguido velozmente na vertical. Assim que se deram conta de que havia ido embora, o amigo tentou ligar o automóvel, que dessa vez funcionou sem qualquer dificuldade, e rapidamente se afastaram da região.
Curioso e tremendo submarino
“Durante todo o tempo que o UFO ficou nas proximidades, quer pelo terror que nos atormentava, quer por outro motivo desconhecido, os pelos dos nossos corpos se ergueram de modo uniforme e doloroso, especialmente os das pernas, que em parte saíram pelo tecido das calças. Durante todo o dia seguinte, apresentávamos inexplicável cansaço físico, que atribuímos à emoção sentida na noite anterior”, completou. A emoção violenta provocou leve albinismo nos cabelos, completamente pretos antes disso. Na noite do avistamento, as condições atmosféricas eram ótimas, com céu sereno e estrelado, ausência de vento, e mar calmo. Cinco meses depois, em outubro de 1973, um novo e espantoso caso ocorreria.
Agora, Giovanni Da Pozzo, conhecido especialista skipper da província de La Spezzia, participou de regata a vela para barcos com um tripulante. O itinerário era Gênova — Minorca — Gênova. A competição mostrou-se particularmente arriscada e árdua pelas péssimas condições atmosféricas e mar muito agitado. Tanto que, das 19 embarcações da competição, apenas três conseguiram terminá-la. O barco de Da Pozzo, o Show 29, com cabine e 8,9 m, chegou em segundo lugar. Ele era um velho lobo do mar e chegou com sua embarcação na altura das ilhas Hyères, no Golfo de Lion, quase diante de Toulon, no dia 19 de outubro — então, começou uma grande tempestade com ondas de sete metros e vento mistral com mais de 50 nós.
Sem ser levado a sério
O skipper enfrentava com muito esforço os vagalhões, quando percebeu estar diante de uma espécie de quebra-mar. Mas, naturalmente, isso não podia ser, pois se encontrava em mar aberto. Pensou, então, ser um submarino e aproximou-se, curioso. Percebeu que o objeto era enorme, com 100 m de comprimento. Era compacto e aparentemente metálico, mas também não se percebia superestrutura — tal característica o fez abandonar definitivamente a ideia de que pudesse se tratar de submarino. Logo em seguida, outro fator surgiu no desconcertante e dramático cenário: dois objetos discoides luminescentes, um branco e outro esverdeado, fizeram sua espectral aparição na rota da embarcação do skipper.
Distraído pelas duas novas presenças, Da Pozzo perdeu de vista o misterioso flutuante e avançou para distância de 500 m delas. Notou que os dois estranhos “faróis voadores” o seguiam. Um pouco assustado, virou, afastando-se, e constatou que havia se livrado de ambos. Aliviado, voltou à rota primitiva e continuou a regata. Porém, quando caiu a noite, os dois luminosos reapareceram de repente, escoltando-o na noite por uma hora. Assim como do nada haviam reaparecido, no nada desapareceram definitivamente — o navegador solitário terminou a regata, mas não divulgou logo o ocorrido. Somente o fez três anos depois, conforme declaração às autoridades italianas: “Então não me interessava pelos UFOs. Sequer sabia o que eram. Tanto que o único pensamento lógico que me veio foi que se tratava de alguma nova invenção para vigiar os navegantes em dificuldades”.
Mas sua ideia não foi comprovada e, nos anos seguintes, não ocorreu mais nada semelhante. Ele disse que, quando relatou o fato para as autoridades marítimas de Gênova, se deu conta de que não era levado a sério. “Por medo de passar como visionário, não divulguei o fato. Mas quando soube que outras pessoas, e muitas, tinham passado por fenômenos semelhantes ao constatado por mim, senti-me no dever de torná-lo conhecido para contribuir nas pesquisas com meu testemunho”. Da Pozzo ficou especialmente curioso pelo fato de que a longa fuselagem cinzenta avistada por ele não seguia, realmente, o movimento onduloso, mas permanecia imóvel contra o bater das ondas, como se estivesse estavelmente ancorado ou fizesse parte de provável e grande estrutura superior de colossal complexo acomodado no
fundo.
“Duas contrastantes reações”
Uma nova declaração sua é marcante: “Em um primeiro momento, principalmente quando vi as ondas baterem contra algo que absolutamente não podia existir naquele ponto do mar, tive sensação de surpresa. Pensei em um grande destroço ou em submarino. Estava muito ocupado com a manobra do barco para me aprofundar na observação, além de cansado e nervoso, mas me surpreendi tanto pela forma totalmente insólita do objeto como por vê-lo suportar os golpes das ondas sem sofrer movimentos”. O temor sobreveio quando avistou os dois globos luminosos e constatou que o estavam seguindo — e lembrou-se também de que controlou os instrumentos de bordo para ver se haviam sofrido variações ou avarias, mas os aparelhos elétricos não registraram nenhuma alteração. Quando viu que, mesmo mudando a rota, ainda o seguiam, foi tomado por pânico.
A reação inicial das testemunhas foi de desorientação, mas depois prevaleceu a curiosidade. Atribuíram a atividade insólita a algo subaquático, explicação descartada quando raciocinaram com calma sobre as características do fenômeno
O marinheiro já estava com os nervos testados pela tempestade, durante a qual ficou acordado por dois dias, estressado pelo cansaço e pela vigília, com sentimento de solidão e de abandono que o mar imprime nessas circunstâncias. “Mas podia contar somente minhas forças e temia ceder ao cansaço e ao sono. Essas duas estranhas visões redondas e luminosas que pareciam observar-me do alto acrescentaram muita preocupação e apreensão”. Mas, estranhamente, ele teve uma sensação diferente quando os viu reaparecerem. Disse que se sentiu acompanhado, quase com vigilantes amizades, uma serena confiança. “Nunca soube explicar o motivo dessas duas contrastantes reações para a mesma situação. Faz parte também do mistério daquele estranho e, para mim, inesquecível acontecimento”.
Tais experiências nos remetem a novos casos de objetos submarinos não identificados, agora em 1978. Embora em 1976, antecipando eventos típicos da maior onda ufológica jamais registrada na Itália, a de 1978, o avistamento de globos luminosos ocorrido em Lentini, na Sicília, havia reapresentado o problema. Seria, porém, em 1978, que o fenômeno dos UFOs subaquáticos, ou OSNIs, se elevaria na ribalta do noticiário. Como nos lembram os pesquisadores de Nápoles, entre as 21h30 e as 22h00 de 16 de setembro de 1978, Antonio Attanasio e Franco Prezioso encontravam-se a mais ou menos uma hora do quebra-mar de Mergellina. Não tinham pescado nada nem observado eclipse da Lua. O astro já estava escondido pela metade quando, de repente, os dois ouviram algo como violenta agitação de água.
Feixe de luz subaquático
As testemunhas viram no mar, a cerca de quatro metros de distância, a elevação de grandes bolhas de ar, ou outro gás qualquer, com mais de um metro de diâmetro que explodiam na superfície com já conhecido rumor — ao mesmo tempo, observaram um feixe de luz, que vinha além das embarcações atracadas, iluminar as águas à frente, passando sob os cascos ancorados. O feixe de luz subaquático era do tipo emitido por grande lâmpada elétrica, projetava-se perpendicularmente ao comprimento do quebra-mar, apresentava cerca de 50 a 60 cm de diâmetro e coloria a água com brilhante tonalidade verde-garrafa — o barulho causado pela insólita agitação das ondas atenuou-se rapidamente.
Nesse momento, as grandes bolhas que chegavam à superfície se deslocavam para o recife artificial. Por isso, logo os dois não ouviram mais nada nem o viram mais. As bolhas subiam à superfície uma de cada vez, com intervalo de alguns segundos. O ponto de emersão seguia a mesma direção do feixe de luz subaquático e era sempre diferente do anterior. O fenômeno ficou visível por um minuto aproximadamente antes de desaparecer nas vistas das testemunhas, um tanto limitadas pela presença das embarcações ancoradas no quebra-mar. Nenhum odor particular foi sentido durante o fenômeno. Quanto às condições meteorológicas, eram ótimas, com céu sereno e estrelado e Lua visível por causa do eclipse em curso. Não havia vento e o mar estava perfeitamente calmo — naquela noite, os dois nada pescaram nem antes e nem depois da ocorrência do fenômeno.
A reação inicial das testemunhas foi de desorientação, mas depois prevaleceu a curiosidade. Atribuíram a atividade insólita a algo subaquático, explicação descartada quando raciocinaram com calma sobre as características particulares do fenômeno constatado. Após um mês, na noite de 27 de outubro de 1978, às 18h40, os senhores S. U. e M. L. também se encontravam em pesca em Piombino na costa de Falcone. Como constatado pela seção Livorno do Centro Ufologico Nazionale (CUN), assim que os dois decidiram voltar para casa, já que não se pegava nada, de repente notaram algo que se movia na água um tanto velozmente, em torno de 100 m a cada cinco segundos. Era uma espécie de cúpula que emanava luz amarelada e seguia de leste para oeste, paralelo à costa, produzindo algo como zumbido metálico sutil.
O objeto inusitado, a 50 m dos dois, virou na direção sul para os recifes, aproximando-se a alguns metros e, então, parando. Nesse ponto, as testemunhas, invadidas por medo compreensível, afastaram-se dos recifes com todo o equipamento de pesca, observando que outro pescador próximo também assim procedia. Tão logo se refizeram, pararam para observar melhor o objeto que, sempre imóvel e então distante, era percebido com mais detalhes: apresentava faixa escura na base de cúpula, uma espécie de cilindro pequeno e robusto na extremidade dessa cúpula. Sobre ela observava-se também algo parecido com um painel retangular. Sob a superfície da água, iluminada pela luz amarelada da cúpula, entrevia-se ampla e compacta estrutura inferior. Assustadas, as testemunhas subiram no carro e, recuperadas, saíram e se afastaram perturbadas. Mas a experiência ainda não havia acabado. No interior do veículo, de fato, perceberam o mesmo ruído ouvido antes. No céu, observaram um objeto de cor amarelada voando em alta altitude na direção noroeste.
Objeto de cor amarelada
Aquilo era levemente pontiagudo para os lados, mesmo sendo caracterizado por uma forma redonda. As testemunhas, ainda assustadas, pararam o carro e diri
giram o feixe de luz da lanterna para o corpo voador luminoso. Então, quase imediatamente, este inverteu a direção de movimento — para sudeste —, dirigindo-se aparentemente para eles. A emoção foi muito forte para ambos. E, assim, se afastaram a toda velocidade, preocupando-se apenas em chegar a casa rapidamente. Nesse meio tempo, outro mar italiano, o Adriático, se viu no centro de fenômenos do mesmo tipo.
Em 1978, alguns membros do CUN se dirigiam para San Benedetto Del Tronto em investigação sobre vários fenômenos relatados pela imprensa local. O primeiro destino foi a Capitania dos Portos, onde, por cerca de uma hora, se entretiveram em conversa com o comandante, coronel Franco De Martino — para eles, este confirmou ter muitas declarações de várias testemunhas oculares disponíveis, mas como “material reservado”, evitou mostrá-las. Contudo, reconstruíram os acontecimentos em quadro bastante preciso e organizado. Com o trabalho concluído, se encontraram diante de três tipos de fenômenos. Primeiro, observações diurnas de colunas de água que se levantavam repentinamente pela superfície do mar, distantes entre 150 e 300 m de algumas embarcações. Em segundo lugar estavam vários fenômenos luminosos noturnos, em geral, globos de cor avermelhada ou branca, que apareciam e desapareciam de repente nas proximidades das embarcações.
As testemunhas, ainda assustadas, pararam o carro e dirigiram o feixe de luz da lanterna para o corpo voador luminoso. Então, quase imediatamente, este inverteu a direção de movimento, dirigindo-se aparentemente para eles
A casuística ufológica seguinte registrará, porém, também casos de luzes que seguiam as embarcações, assim como avistamentos de corpos escuros em imersão, emersão e evolução sobre ondas, equivalentes diurnos do caso anterior. Em terceiro, fenômenos diurnos e noturnos, provavelmente de natureza eletromagnética — causadores de distúrbios de vários tipos aos radares e a outros instrumentos elétricos, percebidos por notável, porém, impreciso número de embarcações. O coronel De Martino rejeitou categoricamente a ideia de os vários fenômenos serem atribuídos à presença de submarinos ou outros transportes navais, pois a profundidade das regiões indicadas varia de 14 a 20 m. Sua declaração também foi marcante para os pesquisadores: “Os fenômenos do tipo 1, 2, 3 são estranhos e não conheço precedentes semelhantes. É certo, porém, que não podemos falar de sugestão coletiva”, afirmou o oficial.
Maior do que o disco lunar
Vamos agora ao exame das diversas sinalizações, relatando aqui, em seguida, uma síntese dos relatórios dos avistamentos cuidados pelo arquivo do CUN. O primeiro tem data imprecisa, entre os dias 14 e 23 de outubro, em torno das 02h30. Ocorreu a 75 km da costa, entre San Benedetto del Tronto e Grottammare, a profundidade de 13 m. A testemunha era Dino Vesperini. O fenômeno, com cinco minutos de duração, manifestou-se com luz vermelha intensa em aproximação, maior do que as luzes das embarcações, e aparentemente maior do que o disco lunar. A forma da aparição era circular, com halo tênue. Vesperini, observando a luz se dirigir para sua embarcação e temendo possível colisão, desviou a rota.
A luz passou a menos de 600 m. Enquanto isso, ele observou que não se refletia na superfície marinha. Entrevia-se, porém, uma zona escura indefinida que seguia de acordo com a luz — nenhum rumor de qualquer gênero foi ouvido. Depois da passagem, a testemunha sentiu um evidente movimento ondulatório, como se causado pela passagem de embarcação normal. As condições atmosféricas eram boas, com mar calmo, céu sereno e ótima visibilidade. O marítimo só deu importância ao fato passados vários dias, após numerosos avistamentos de colegas. Os estudiosos notaram que a intensificação dos fenômenos se deu em torno de 18 de outubro de 1978. Mas olhemos os detalhes através de um evidente crescendo, passando em revista apenas os casos mais significativos.
O primeiro é de 08 de outubro de 1978, 09h00. Sol a toda força e mar calmo, total ausência de vento. A cerca de quatro milhas náuticas da costa de Pedaso, ao sul, próximo de Cupra, inesperada coluna de água com cerca de cinco metros de diâmetro se eleva a menos de 150 m do barco pesqueiro Gabriele Padre, caindo depois na superfície do mar — a altura da coluna foi avaliada em 30 m. Outro fato se deu em 23 outubro, às 11h00, a mais ou menos 4 km ao largo da foz do Rio Tesino, próximo a Grottammare, com condições do mar idênticas às do episódio acima. Estava ao largo o mesmo pesqueiro Gabriele Padre, desta vez acompanhado da embarcação Patrizia — novamente, e sem nenhum aviso, uma coluna de água em tudo e por tudo semelhante à anterior se eleva do mar. Ainda na mesma manhã, a cerca de 20 km da costa, Luigi Pace dal Breghisse avista por quatro a 8 segundos outra coluna de água, com pelo menos 12 m de altura.
Uma grande coluna de água
Mais um caso ocorreu em 24 de outubro, 09h00. As testemunhas envolvidas são Fausto Ricci, presidente da cooperativa Maripesca, e Florindo Soncini, a bordo do pesqueiro Rapepì. Na mesma região de mar, e assim como no dia 23 de outubro, dessa vez em torno de 200 m da popa, algo aflora na superfície. Mas não é coluna de água, trata-se de grande corpo escuro com mais de 20 m de comprimento que, observado por cerca de meio minuto, imerge depois sem qualquer ruído. É inicialmente lançada a ideia de uma baleia, mas, pela proximidade da costa e a baixa profundidade de 10 a 12 m, é logo abandonada.
Mas o mistério permaneceu por mais tempo. Na manhã de 26 de outubro, com Sol e mar calmo, marinheiros do pesqueiro Nello avistam na superfície aberta uma espécie de sulco vorticoso, como produzido pela passagem de uma lancha. Mas não havia nenhuma lancha. Algo, de qualquer maneira, corria rapidíssimo e sob a superfície da água, tanto que produzia uma esteira visível na superfície. No dia seguinte, às 13h00, ainda a testemunha Fausto Ricci, justamente com Nicola Paolini, a bordo do pesqueiro Triglia, teriam outra experiência — os dois entreveem, na mesma região de mar, uma “grande forma” imergir rapidamente, que provocou imensa onda que, por sua vez, faz oscilar a embarcação — não é ouvido qualquer barulho. No dia anterior, as mesmas testemunhas haviam observado, no mesmo trecho marinho, ou
tra coluna de água levantar-se de repente das ondas.
Luz circular avermelhada
Ricci havia observado na metade da coluna uma espécie de mancha escura, não muito definível, que, de qualquer maneira, fazia pensar em algum corpo sólido, rígido e compacto. O mesmo detalhe foi notado por Paolini. Já Paolo Pratti, marinheiro da Praia de Fermo, relatou haver verificado em data incerta — mas, em todo caso, entre os dias 18 e 31 de outubro —, sobre a superfície marinha, movimento onduloso anômalo como se algo de grande dimensão imergisse de repente. Também o senhor Lino Sciocchetti avistou as colunas de água ao largo de San Benedetto del Tronto, enquanto o já mencionado Fausto Ricci também viu inexplicáveis movimentos sobre a superfície das ondas nas proximidades da foz do Rio Tronto. Importante testemunha ocular do episódio dos globos luminosos foi o senhor Antonio Pallesca, entre os primeiros a observar um fenômeno a distância próxima — que é o caso de ser colocado posteriormente em foco.
O pesqueiro Libera de Pallesca, que acabava de sair do porto San Benedetto perto das 03h00 de 07 de novembro, quando estava no trecho de mar compreendido entre San Benedetto del Tronto e Grottammare, cruzou de repente com uma luz circular avermelhada. Bem visível apesar da leve neblina, se colocou a 200 m de distância da embarcação, que seguia na direção norte. Depois de alguns momentos de compreensível desorientação, a testemunha prefere voltar para San Benedetto. A luz, porém, mantém sua posição, seguindo ainda o Libera. De repente, aparece muito próxima do pesqueiro, mas do lado oposto, uma segunda fonte de luz, desta vez de cor branca. Pallesca, assustado, entrou imediatamente no porto — não antes de ter observado distintamente um corpo escuro de grandes dimensões, imóvel na água.
Seu testemunho será, em seguida, confirmado também por marinheiros do Igea, do Áquila, do Alice, do Maria Palma e do Tonnador. Para todos, os avistamentos acima lembrados apresentam outro fenômeno que poderia, de certo modo, estar ligado às manifestações luminosas. Referimo-nos às interferências no radar, constatadas também pela Marinha militar e pela Aeronáutica, próximas à estação de Pedaso. Entre as primeiras sinalizações desse tipo relatadas pelos marinheiros, lembramos o significativo caso do radar enlouquecido a bordo do Zeus I de Nicola Sciarra. As várias anomalias dos instrumentos denunciadas pelas muitas embarcações, de qualquer modo, pareciam intensificadas durante e depois dos avistamentos das luzes não identificadas no mar.
Grande mancha alongada
Cronologicamente falando, o período de ponta desses fenômenos fica compreendido nos primeiros 10 dias de novembro de 1978, com aparente pico nas noites de 07 e 08 de novembro, entre 04h00 e 09h00. Dos dados recolhidos, resulta que várias embarcações, no mesmo trecho de mar entre San Benedetto del Tronto e Pescara, comunicaram entre si via rádio que seus respectivos radares acusavam insólitas perturbações — de fato, na tela aparecia uma marca indefinida que não permitia identificação. Foi observado que o uso do radar é normal, por parte dos pescadores, para identificar os cardumes de peixes. Segundo o já citado Fausto Ricci, testemunha também deste evento, havia seguramente algo de respeitáveis dimensões em movimento no mar.
O distúrbio havia indicado um componente mais intenso a nordeste. Em seguida, depois de haver girado 360º a embarcação para voltar à posição inicial, Ricci parou bruscamente. Não se tratava, enfim, de um distúrbio imóvel. Alguém lançou a hipótese de possíveis interferências de estações de radares iugoslavas sem considerar, porém, o efetivo movimento do distúrbio. Em todo caso, os irmãos Antonio, Secondo e Gualtiero Palanca, embarcados com Gioacchino Merlini no Andrea Padre, observaram no radar uma grande mancha alongada que, estranhamente, desapareceu a pouco mais de 600 m do porto de San Benedetto del Tronto. Tarantini, no Nuovo Impero, informou à Capitania dos Portos de San Benedetto que, às 10h30 de 06 de novembro, cerca de 20 km em direção a Pedaso, seu radar parecia
perturbado por indecifráveis sinais.
Todavia, não alusivos à presença de outras embarcações na região. Fenômeno análogo foi confirmado por outras duas embarcações, o Aquilotto e o San Giovanni Bosco. E mais outras envolvidas em diferentes datas — mas, de qualquer modo, sempre entre 31 de outubro e 10 de novembro. Eram o Onda Marina, com os senhores Achille Flamini e Giorgio Papetti a bordo, e o Stefano Padre, com Nicola Mastrangelo, testemunha da elevação inesperada de coluna de água misteriosa, em 26 de outubro, perto da foz do Rio Tronto. Também as embarcações Fieramosca, Maria Stella, Eros, Exodus e, por fim, Laura Madre di Giulianova, com Alberto e Flavio Mattiucci, além de Nicola Olivieri, testemunhas também do avistamento de luz muito nítida na proa da embarcação. Com tantas ocorrências espantosas, tais fatos chegariam um dia à Marinha militar e ao Parlamento italianos.
Explosão de cargas subaquáticas
E chegaram, como veremos. Culminante para isso, pela sua própria tipologia, foi o avistamento oficial de 09 de novembro de 1978 feito pela lancha de patrulha CP 2018 da Marinha militar da Capitania dos Portos de Pescara. Uma esfera luminosa vista em evolução ao céu da superfície do mar, em concomitância com interferências instrumentais a bordo. Além da tripulação completa da unidade militar, o episódio — objeto de relatórios formais — foi também confirmado e avaliado totalmente pelo comandante Piero Gallerano da capitania de Pescara. Digno de nota é que, no decorrer dessa e de outras aparições, não foram registrados comportamentos anômalos por parte das bússolas — exceção feita no caso do pesqueiro Trozza que, em 16 de novembro, encontrou-se de repente movido por força misteriosa e potente que o empurrou dos originais três nós at&eacu
te; a velocidade de 15 nós horários, girando a embarcação em 90º em incrível movimento das águas.
Entretanto, nem tudo está claro. De fato, várias testemunhas relataram que, enquanto os radares estavam quase completamente fora de uso, as bússolas funcionavam, porém, perfeitamente. Para complicar a questão posteriormente, contribuiu um incidente ocorrido na noite de 14 para 15 de outubro de 1978, no qual perderam a vida os dois irmãos Di Fulgentis. Dadas as circunstâncias do evento, o acima mencionado coronel De Martino acreditou, porém, tratar-se de acontecimento típico da vida marinheira, ainda que verificado em clima e momento especiais, visto a frequência de tantos fenômenos inexplicáveis. “Provavelmente, a embarcação veio a se prender nas amarras de reboque de dois pesqueiros, sem que dessem conta. Acidentes desse tipo aconteceram mais vezes no passado”, salientou o coronel — os Di Fulgentis teriam se encontrado em poucos instantes no fundo e, no fundo, foi realmente encontrado o barco com os dois corpos. Esta hipótese foi, porém, excluída categoricamente pelos marinheiros de San Benedetto.
De repente, apareceu muito próxima do pesqueiro, mas do lado oposto, uma segunda fonte de luz, desta vez branca. A testemunha, assustada, entrou imediatamente no porto — não antes de ter observado um corpo escuro na água
Aliás, alguns desses marinheiros não tiveram escrúpulos em acusar as autoridades de terem procurado colocar rapidamente um véu sobre o episódio — a embarcação afundada e recuperada foi colocada sob arresto — e haver chamado incautamente toda a categoria diretamente interessada, evidenciando comportamento imprudente. Caso Di Fulgentis a parte, os avistamentos do Adriático e sua aparente ligação com as observações do interior de Abruzzo em novembro e dezembro de 1978 ficam, em todo caso, bem distantes de estar ligados a causas convencionais. Como obviamente comentou o semanal L’Espresso de 19 de novembro de 1978: “Estão acontecendo coisas estranhas. Coisas às quais, uma por uma, poderiam ser atribuídas uma causa. Mas depois, essas causas se contradizem, uma exclui automaticamente a outra. Por isso, não existe explicação totalmente razoável”.
A testemunha declarou ainda que na região haviam sido feitas sondagens de metano, e sistematicamente, foram explodidas cargas subaquáticas, as quais poderiam ter movimentado os depósitos de gás inferiores, cujo derrame inesperado poderia explicar as colunas de água. “Mas os corpos escuros, as esteiras e as luzes, o que teriam a ver com o metano?”, questionou. Portanto, esses fenômenos remontam a qual misteriosa presença? Aqueles casos aqui citados e outros seguintes foram, porém, amplamente documentados, com testemunhos e avistamentos ocasionais por vários moradores do interior e por semanais, como L’Europeo de 01 de dezembro de 1978, o Gente da mesma data e o Oggi de 02 de dezembro de 1978, além da imprensa cotidiana local e nacional.
Fenômenos hidrodinâmicos
Algumas vozes, com tom decididamente alarmista, se ergueram perguntando se, sob o Adriático, não haveria um vulcão. O Domenica del Corriere dedicou uma capa para essa hipótese e alguns pesquisadores do Conselho Nacional de Pesquisas (CNP) italiano procuraram minimizar o conjunto, atribuindo os vários fenômenos à emersão de bolhas de metano do fundo do mar. Contra isso, porém, lembra-se que as anomalias instrumentais registradas por vários pesqueiros deixaram assustado o professor Merlin, oceanógrafo do CNP. Durante um colóquio informal com um jornalista do Corriere della Sera, teria textualmente definido como “desconcertantes os fenômenos magnéticos e hidrodinâmicos relatados por marinheiros de Abruzzo”.
Ele tem razão para isso. Foi, de fato, obrigatório e realístico que o honorável Falco Accame, então deputado do Partido Socialista Italiano, ex-oficial da Marinha e ex-presidente da Comissão de Defesa da Câmara de Deputados, apresentasse ao atual presidente do Conselho de Ministros do Governo, senador Giulio Andreotti, uma interpelação parlamentar. “Era para mantê-lo informado sobre o estado de alarme criado, na população de Abruzzo e Marche, após a manifestação dos fenômenos não cientificamente explicados relatados pela imprensa, e relatados também por uma lancha patrulha da Marinha. E para conhecer, além disso, que providências pretende tomar para aprofundar a natureza dos fenômenos e tranquilizar a população interessada”, declarou. E como os OSNIs, a interpelação de Accame — se os leitores permitem o jogo de palavras — realmente moveu as águas.
OSNIs registrados em fotos
De fato, em 1979, o governo Andreotti incumbiu as autoridades italianas de seguirem institucionalmente o fenômeno junto ao 2º Departamento do Estado Maior da Aeronáutica, hoje renomeado Departamento de Geral Segurança. As Forças Armadas italianas cuidaram, assim, de predispor um arquivo de avistamentos ufológicos oficiais, inserindo também certo número de relatos anteriores a 1979. Para o noticiário, nesses dossiês militares figuram mais de 350 casos no período 1972–2003. Bem entendido, fala-se de dossiês “não classificados”, ou melhor, não submetidos a segredos de justiça diversos — esses últimos, obviamente, ficam e ficarão, de qualquer modo, reservados.
A situação chegou a tal ponto que OSNIs foram fotografados sob ordem policial. Em 21 de dezembro de 1978, uma dessas presenças misteriosas foi observada no Adriático por centenas de pessoas por algumas horas e até fotografada na altura de Bellaria. Os sensacionais instantâneos tirados pelo fotógrafo profissional Elia Faccin, por ordem dos policiais, depois publicados no semanal Panorama, de 09 de janeiro de 1979, eram e são até agora muito eloquentes e significativos. Faccin foi despertado pelos militares, previamente alertados pelos transeuntes na beira da praia, perto da meia-noite de 20 de dezembro de 1978: “Corre, Elia, tem um UFO no mar!” Com 45 anos, fotógrafo especializado em fotos da praia, Faccin pensou naquele momento que era uma brincadeira. Depois, reconhecendo como familiares as vozes do brigadeiro Nazareno Fiori e do cabo Petronio Pacelli em serviço em Bellaria, pegou sua Olympus com teleobjetiva de 400 mm e chegou rapidamente à praia.
É como se se materializassem e desmaterializassem de repente, pro
jetando-se em outra dimensão física, mas paralela à nossa. Exatamente como uma espécie de hiperespaço, já antecipado pela ficção de Star Trek e não menos aceita pela física
Ali, naquele ponto, as pessoas estavam paradas havia algumas horas, desde que uma espécie de embarcação em chamas, um grande objeto luminoso e quase ofuscante, havia aparecido do nada no horizonte entre o céu e o mar. Um OSNI, como nos livros, enfim, um dos tantos que por pelo menos três meses haviam escolhido a Itália, em especial a costa adriática, como palco de suas evoluções. Desta vez, porém, não foram poucos os observadores perplexos e incrédulos a permanecerem encantados pelas luzes laranja e esverdeada do objeto, mas duas cidades inteiras da costa Romagnola, Cesenatico e Bellaria — tremendo pela emoção no momento de tirar a primeira foto, Faccin percebeu que o obturador automático da sua sofisticada máquina estava inexplicavelmente travado. “Algo havia influenciado magneticamente no mecanismo eletrônico”, declarou.
Seria um efeito emanado do UFO? O mesmo que anteriormente havia enlouquecido os radares dos pesqueiros ao largo da costa de Abruzzo? O especialista, porém, não perdeu tempo. Recorrendo, em tempo recorde, a outro aparelho fotográfico — então do tipo manual — enquadrou e tirou uma série de instantâneos que ficou com ótima qualidade. De sua parte, mesmo sem aparelhos fotográficos, Roberto Mantovani, 25 anos, estava apontando também seu telescópio amador sobre a incrível aparição no horizonte. “Encontrava-me a duas ou três milhas náuticas ao largo”, declarou em seguida. “Vi um objeto redondo cujo centro era circundado por luz ofuscante. Havia uma espécie de cúpula que tinha à direita, no alto, uma fileira de luzes elípticas verdes. Embaixo, à direita, havia outra fileira de luzes quase na superfície da água”.
Inesperado e enorme estrondo
Reconheçamos que aquilo poderia ser qualquer coisa — exceto plataforma petrolífera vista em especiais condições de luz, como alguém tentou sustentar. E se o olho pode ser às vezes enganado, a objetiva fotográfica não. Na ocasião, Elia Faccin forneceu a prova para várias pesquisas desenvolvidas pelo Centro Ufologico Nazionale (CUN) sobre a costa adriática naquelas semanas, as quais indicavam atividades totalmente anormais, ligadas a um fenômeno tecnológico pelas características tanto aeronáuticas como anfíbias: uma tecnologia sem dúvida revolucionária, embora constatada outras vezes, no passado, em outras partes do mundo também. Mais recentemente, em 04 de março de 2003, às 19h52, um episódio parecido foi verificado na mesma região.
Desta vez, um inesperado e enorme estrondo sacudiu Rimini, bem como o espaço aéreo de San Marino, as províncias de Ravenna e Pesaro, enquanto na costa de Gabicce foram vistos curiosos feixes de luz e aparente queda de corpos não identificados no mar. A explicação mais imediata poderia ser a da proeza de um jato militar americano que, durante um exercício de preparação para a ação militar contra o Iraque de Saddam Hussein, teria quebrado a barreira do som. Desde que não se trate, porém, do que os ufólogos chamam de skyquake [Tremor no céu], ou melhor, do forte estrondo celeste às vezes associado a certo tipo de aparição. Nessas situações, sempre segundo a opinião dos ufólogos, em determinadas circunstâncias os UFOs aparecem e desaparecem subitamente.
É como se se materializassem e desmaterializassem de repente, projetando-se em outra dimensão física, mas paralela a nossa. Exatamente como uma espécie de hiperespaço, já antecipado pela ficção científica de Star Trek e não menos aceita pela física de vanguarda. Ou como o chamado teletransporte, que caracterizaria em parte os deslocamentos dos UFOs e permitiria ultrapassagem do limite físico da velocidade da luz, que é de 300.000 km/s. Emergindo, portanto, de repente, de dimensão hiperespacial paralela, os veículos alienígenas deslocariam subitamente massas atmosféricas relevantes — e dão origem justamente aos chamados skyquake.
Teletransportados
Sempre seguindo a hipótese anterior quanto aos OSNIs, considerada relevante sua capacidade de se deslocarem em qualquer meio — vazio extra-atmosférico, atmosfera, água etc — em virtude da faixa ionizada que envolveria seus cascos, nada exclui que os pontos de emersão desses veículos teletransportados sejam cuidadosamente calculados por seus pilotos em concomitância com a hidrosfera terrestre. O objetivo seria resolver, com amerissagens suaves — os splash downs —, qualquer dificuldade possível que surja. Sem contar que as águas do mar têm a grande vantagem de proteger todo movimento de olhos indiscretos, permitindo, contudo, deslocamentos rápidos e seguros.
Seja como for, dadas as devidas interpretações, o mais recente episódio italiano de OSNI se deu às 21h56 de 22 de julho de 2003, na costa de Tarquínia, em Viterbo, reunido pelo coordenador do CUN de Lazio, Alessandro Sacripanti. Dois pescadores, pai e filho, encontravam-se na costa. Foi o jovem quem chamou a atenção do pai sobre o aparecimento de uma luz esférica, compacta e uniforme, aparentemente em queda à grande velocidade no mar. Os dois observaram, assim, o corpo luminoso imergir. E isso foi feito diagonalmente em relação à superfície do mar, sob maior silêncio — e sem gerar efeitos visíveis nas vagas, como ondas ou deslocamentos da água. Segundo as testemunhas, o impacto não aconteceu à grande distância da sua posição. O fato de que o objeto celeste não tenha sido caracterizado por pequena esteira luminosa, típica dos bólidos e meteoritos, traz necessariamente à exclusão qualquer coisa de origem astronômica, sugerindo, portanto, algo bem diferente.