Está em debate na comunidade científica brasileira a participação do país no Centro Europeu de Ciência Nuclear (CERN), que abriga o acelerador de partículas Grande Colisor de Hádrons (LHC). A entidade acaba de abrir a possibilidade de aceitar países de fora da Europa, e o Ministério da Ciência e Tecnologia deve anunciar em breve uma comissão para iniciar as negociações. A princípio, acolaboração brasileira envolveria o pagamento de 100 milhões de dólaresà entidade, mas espera-se que os valores fiquem muito abaixo disso.
Já existe parceria entre cientistasnacionais e o CERN, como, por exemplo, a participação do físico Sério Ferraz Novaes, da Universidade Estadual Paulista (UNESP), nos experimentos do LHC. No total, são 70 brasileiros que freqüentam o centro, também visitado por professores de escolas públicas. Outra vantagem de um país membro é permitir que suas empresas tomem parte de licitações e os cientistas nacionais favoráveis lembram que Portugal desenvolveu uma sofisticada indústria eletrônica graças a sua condição de filiado ao centro.
O LHC, cuja potência será aumentada gradativamente nos próximos meses, é o maior experimento da física mundial. Os cientistas esperam descobrir, entre outros, o Bóson de Higgs, partícula ainda hipotética que seria responsável pela massa de toda a matéria. O acelerador de partículas também poderá comprovar a existência de outras dimensões e confirmar a Teoria das Cordas, abrindo uma nova era na física que conhecemos.