De alguns anos para cá, estranhas esferas começaram a ser notadas em certas fotografias. A princípio consideradas anomalias óticas, ilusões causadas por poeira na lente, gotículas de água e outros corpos naturais não previstos pelo fotógrafo, essas intrigantes bolinhas começaram aos poucos a ser levadas mais a sério. Logo se tornou fácil atribuir a incidência dos orbs, como são conhecidos, a fenômenos extraterrestres. Os ufólogos consideraram com cuidado e atenção essa hipótese, sem, no entanto, fechar questão em torno dela. Mas muitos entusiastas de primeira hora dos discos voadores, em geral ligados a seitas uforeligiosas que nada têm a ver com a pesquisa ufológica legítima, não economizaram êxtase para considerar os orbs como sendo seres ou sondas extra ou intraterrestres, e tal teoria acabou tornando-se uma solução definitiva para o enigma.
Um exame mais isento do fenômeno, no entanto, pode nos levar a novas perguntas e respostas e, ao mesmo tempo, à uma investigação que pode vir a ser mais fascinante e intrigante do que imaginávamos antes. E por incrível que possa parecer, as referidas seitas ufológicas podem ter alguma ponta de razão. Isso simplesmente pelo fato de que, por não sabermos o que os orbs são também não podemos afirmar com certeza aquilo que eles não são. Claro, é muito mais fácil e cômodo preencher nosso desconhecimento com decretos metafísicos e messiânicos do que reconhecer esse vazio e trabalhar pacientemente com teses. O fato é que, hoje, há várias considerações em torno da realidade dos orbs, todas realmente em aberto e a maioria bastante razoável, ao menos como hipóteses.
O que significa orb — Mas qual é o significado do termo orb? Orb é apenas uma palavra inglesa para designar orbe, que significa mundo, esfera, globo e assim por diante. Em português podemos falar simplesmente orbe, que quer dizer mais ou menos a mesma coisa e significa justamente corpo esférico em toda a sua extensão, esfera ou globo. Alívio! Afinal, orb quer dizer apenas orbe e, portanto, em síntese, esfera. A própria incidência do fenômeno já é mistério o suficiente e todos merecemos um nome simples, sem rodeios para tornar menos bizarro o que, por si mesmo, é até agora inexplicável. Mas o que seriam? Poderíamos considerá-los realmente como sondas extraterrestres? Bem, não podemos negar isso a priori, mas tampouco afirmar. Assim, o que podemos dizer é que os orbs podem ser sondas extraterrestres, mas não necessariamente.
As hipóteses são as mais variadas e, até o momento, ninguém conseguiu decifrar o enigma. Dentre as explicações possíveis, orbs poderiam ser tanto raios globulares – um fenômeno ainda pouco conhecido, mas já aceito cientificamente como real – quanto efeitos oriundos de campos eletromagnéticos diversos, manifestações psicoespirituais, poltergeist e, é claro, as tais sondas extraterrestres. Há também os chamados falsos orbs, que seriam ilusões óticas provocadas por corpúsculos muito conhecidos, como gotículas de água, poeira e outras partículas agregadas à lente da máquina fotográfica. Mas esses não podem ser incluídos entre as várias teorias sobre os orbs, até mesmo porque os pesquisadores já aprenderam a se prevenir contra esse tipo de erro. Um deles é Geraldo Medeiros Júnior, presidente do Instituto Medeiros de Pesquisas Avançadas (IMPA), que já tirou a prova dos nove.
O IMPA tem um trabalho científico bastante consistente, com diversos resultados, em torno das bioenergias e fenômenos correlatos. Dentre suas investigações incluem-se os orbs que já foram fotografados e filmados pelos cientistas da entidade. Portanto, o instituto já separou o joio do trigo e pôde sistematizar algumas características do fenômeno. De acordo com Medeiros, tais?manifestações “possuem uma estrutura energética muito bem definida, linhas que delineiam sua forma e lhe fornecem estrutura”.
Intencionalidade dos orbs — Para o estudioso, os orbs apresentam movimentos também determinados, seguindo uma trajetória linear, sem sofrer alterações de curso, mesmo que provocado por qualquer alteração cinética, como vento, deflexão térmica etc. “Desconhecemos a origem de tais estruturas energéticas. Portanto, não podemos afirmar sua real natureza. O que sabemos é que as bioenergias estão intimamente relacionadas aos orbs”. Para o presidente do IMPA, a estrutura dos orbs apresenta uma negativação do vetor luminoso, como se fosse um colapso fotônico, a ponto de formar um globo muito bem estruturado, tecnologicamente difícil ou quase impossível de se reproduzir.
“A curvatura é negativa e os feixes luminosos convergem finalmente como linhas longitudinais, transformando-se numa esfera. Realizamos também vários experimentos com poeira, respingos d´água na lente da câmera, desfoque etc, e não?foi possível?reproduzir este fenômeno”, destaca Medeiros. Estas considerações, nascidas de experimentos recorrentes e reflexão científica, podem indicar que algumas dentre as hipóteses sobre a natureza dos orbs têm tudo para também serem descartadas em breve, especialmente quando mais pessoas passarem a estudar essas intrigantes bolinhas luminosas. A eventualidade de raios globulares, por exemplo, ou fenômenos causados por campos eletromagnéticos pura e simplesmente, não parecem ser propostas muito consistentes de explicação.
Além das características mencionadas acima, há também uma outra razão, esta muito simples, para deixarmos de lado tais hipóteses: os estudiosos mais aplicados já perceberam que os orbs têm algo que aqueles tipos de fenômeno, em princípio, não poderiam apresentar. Algo que poderíamos chamar de intencionalidade. Em outras palavras, tudo indica que os orbs trazem, em si mesmos ou por trás de suas manifestações, algo que se assemelha muito a uma autoconsciência e a uma vontade exercida em algum grau. Medeiros percebeu isso muito claramente: “Eles parecem apresentar um comportamento de sondagem, localizando-se sempre em pontos estratégicos, cujo ângulo de observação – como se fossem câmeras de filmagem – é bastante abrangente. Ou ainda, próximo de pessoas, envolvendo-as quando em grande número ou muito próximas a elas”.
Eis aí algo que justifica, ao menos em parte, a idéia
de que orbs podem ser sondas extraterrestres, ou pelo menos sondas de algum tipo. A vontade exercida, a localização em pontos estratégicos, a escolha de ângulos favoráveis à observação mais conhecedora do ambiente poderiam levar-nos a adotar a hipótese extraterrestre sem pensar muito. Será, então, que isso resolve a questão, ao menos hipoteticamente? Não, claro que não. Porque se de um lado essas características podem reforçar a hipótese das sondas extraterrestres, por outro reforça também outras idéias igualmente interessantes.
Tradições do Oriente — Há uma série de outros acontecimentos registrados que envolvem fenômenos parecidos ou que poderiam ser considerado orbs. E essas ocorrências nem sempre carecem de uma explicação ou de uma origem extraterrestre. Os estudos da consciência, sejam eles científicos, paracientíficos ou tradicionais – neste caso relativos às tradições do Oriente e do Ocidente, uma das principais raízes do pensamento científico contemporâneo –, leva em conta um grande número de manifestações psíquicas que já eram de conhecimento popular sob explicações próprias e tinham destaque nos folclores de diversas regiões do planeta. Se tais manifestações eram o que se acreditava ser, essa é outra história. No entanto, a percepção de clarividentes, de praticantes das experiências fora do corpo e estudiosos da pesquisa psíquica, indica que nem todas as explicações populares podem ser reduzidas a simples crendices, e que se alguns dos fenômenos observados podem não ser exatamente aquilo que se acreditava que fossem, nada impede que sejam algo bastante próximo ou similar.
Nessas experiências pessoais ou coletivas, há uma incidência bastante significativa de bolas luminosas, que poderiam ser consideradas manifestações específicas do que chamamos hoje de orbs. Um relato que me foi feito há alguns anos, por exemplo, dá conta de uma “visita” realizada por uma esfera de luz, que não foi percebida como algo necessariamente extraterrestre, mas como uma outra forma de ser. A experiência foi narrada por M. F., que não tem religião definida, mas possui desde jovem uma clarividência intermitente. O relato é bastante interessante. Segundo ela, há alguns anos estava na cozinha de sua casa, durante o dia, quando viu entrar uma bolinha luminosa. “Aquilo não era uma ilusão, pois eu estava com plena consciência, sem qualquer estado alterado”, afirma.
Não era uma esfera muito grande, mas do tamanho aproximado de uma bola de frescobol. Lembrava vagamente uma bolha de sabão, com a diferença de que era ligeiramente mais consistente e tinha a transparência afetada por uma luminosidade que tomava conta dela quase em sua totalidade e que a tornava mais translúcida do que propriamente transparente. A bolinha flutuava pela cozinha, em torno de M. F., e ficou muito claro que a estava observando. “A certa altura, pareceu querer comunicar-se comigo, utilizando sons agudos e curtos, como se fosse uma vozinha emitida por uma garganta minúscula e que, portanto, não poderia alcançar uma amplitude compreensível”.
Tentativa de comunicação com um orb — A testemunha não sabe dizer se o que emitia eram palavras, porque não era possível entender seu significado. Sem ter como interagir com o artefato, M. F. ficou observando-o continuar a falar insistentemente, até que foi embora. Aquela não seria a última vez que a senhora veria seu curioso visitante. Alguns dias depois, a bola apareceu novamente, mas com uma ligeira diferença: “Desta vez, ela estava mais definida, e aquela luminosidade no centro redefinia-se como um corpinho humanóide, muito gracioso e rápido. Naquele instante, não tinha mais dúvida: era uma fada!”
Ela esclarece àqueles que lhe perguntam como sabe que era uma fada respondendo que sabe da mesma forma que saberia se fosse um macaco que tivesse surgido ali naquele instante. “Era uma coisa clara e evidente por si mesma”. Ainda de acordo com a testemunha, a luz fazia manobras no ambiente e em torno dela, pronunciando aqueles mesmos guinchos da primeira vez, ainda parecendo tentar uma comunicação. M. F. continuava sem entender nada, de modo que resolveu tomar a iniciativa de falar com a possível fada e perguntou-lhe o nome. “A resposta veio naqueles mesmos sonzinhos de antes, mas desta vez uma palavra falou forte dentro de minha cabeça: Êmora! Ela ficou por ali mais alguns instantes, mas, talvez diante de minha incapacidade em sustentar uma conversa mais consistente, foi embora outra vez e nunca mais a vi”.
Se era uma “fada” ou não, o orb percebido duas vezes por M. F. manifestou não apenas intenção, mas também iniciativa, no sentido de buscar comunicação. Além disso, na segunda vez que apareceu, mostrou-se como alguém, e não simplesmente como algo. Isso significa que a hipótese que explica os orbs como seres inteligentes pode ser levada a sério, o que não exclui as outras teorias, até mesmo porque orbs podem ser mais de uma coisa. Se os leitores permitirem um relato pessoal, eu mesmo já tive um contato com uma dessas bolinhas luminosas. Mas minha experiência foi bem menos explícita que a de M. F., de modo que não sei se o que vi era a mesma coisa que ela viu, que não envolveu qualquer comunicação direta. Minha visitante também mudou de forma, apenas ligeiramente, mas não chegou a assumir qualquer formato humanóide.
Passeio pelo quarto — Meu contato aconteceu na segunda metade dos anos 90. Era cerca de 01h00 e eu acabara de me deitar. Apaguei a luz do abajur e não adormeci de imediato. Fiquei relaxando, de olhos abertos, deixando o pensamento fluir aleatoriamente por alguns instantes. Antes de adormecer, alguma coisa chamou minha atenção à frente e à direita, junto da porta do quarto. A impressão era de que algo se movimentara. Vi que era uma bolinha luminosa, sem qualquer ruído ou movimento, apenas uma pequena luminosidade esférica. Logo imaginei tratar-se da tomada elétrica que havia naquele ponto, que era feita de material fosforescente. A partir do momento em que a luz do quarto fôra apagada, ela apenas estava devolvendo a luminosidade que acumulara antes da escuridão. Aquilo que interpretei como movimento, pensei, teria sido apenas ilusão de ótica, causada provavelmente por oscilação do globo ocular. Pelo menos foi o que supus no momento, de modo que voltei a cabeça para a posição inicial, olhando tranqüilamente para o teto.
Sem que eu prestasse atenção nisso, a área da t
omada ficou ainda sob minha visão periférica. Só me dei conta disso quando notei um outro movimento daquela luminosidade. Quase que por reflexo, voltei a olhar diretamente para ela. O que vi, então, me surpreendeu. Ela voltara a se mover lentamente, agora na direção do fundo do quarto, fazendo um lento percurso no ambiente. Pude ver claramente que a tomada continuava em seu lugar, emitindo luz, mas muito fraca em relação àquela coisinha redonda que agora se deslocava pelo quarto. Movi a cabeça lentamente, para poder observá-la melhor, e pude notar que era realmente uma esfera luminosa. Sua ligeira mudança de formato era devido à oscilação que executava enquanto percorria seu caminho, quase perdendo a forma esférica, mas suavemente, sem rupturas nem desarmonia. Quando parava, estabilizava-se novamente em formato de bola.
Pequenina esfera — Em dado momento, pareceu-me que o orb percebeu que eu o estava examinando. A pequenina esfera já havia atravessado boa distância quando sumiu. Mas não me dei por vencido e continuei olhando. Percebi que ela continuava ali, escondida atrás do pé de uma escrivaninha. Então, decidi que continuaria olhando e insisti naquilDepois de alguns momentos, ela saiu de seu esconderijo e prosseguiu mais um pouco seu lento caminhar, parando alguns instantes e flutuando novamente, ainda rente ao chão, em direção ao fundo do quarto. Até que desapareceu realmente. É importante frisar que eu estava plenamente desperto e que aquele não foi um sonho acordado. Conheço muito bem esses estados de consciência para que venha a confundi-los com a vigília. Não houve sequer incoincidência parcial entre meu corpo psíquico – ou astral, se preferirem – e sua contraparte física, fenômeno com o qual tenho também um grau razoável de intimidade. Em suma, eu não estava vendo nada com meus “olhos astrais”, e nem estava tendo uma visão. Apenas vi essa bolinha luminosa cheia de intenções, que parecia me observar, mas, ao que tudo indica, não queria que eu a observasse.
Seres mitológicos — Esses visitantes ou observadores são objeto de outras teorias igualmente razoáveis: corpos astrais, espíritos desencarnados, formas-pensamento e até seres lendários, como vampiros e fadas, por exemplo. Esta última categoria pode soar estranha como hipótese razoável, mas é preciso entender que seres mitológicos e até folclóricos não são mentiras ou delírios em si mesmos, mas formas alegóricas de se narrar coisas que efetivamente existiram ou ainda existem. No que toca aos vampiros, os espiritualistas modernos talvez falem deles ao citarem espíritos obsessores ou assediadores – e não podemos deixar de reconhecer a existência de tais sugadores de energia. Se eles existem como pessoas encarnadas, por que não existiriam também entre as consciências que não possuem mais um corpo físico – quem de nós já não contatou um vampiro de sua vitalidade, no trabalho, entre amigos ou até na família? Ou que os deixam para trás, ainda que temporariamente? Além disso, mesmo que reneguemos integralmente qualquer possibilidade da existência de vampiros, não podemos negar que bolas luminosas foram vistas por povos que acreditam em sua existência, e foram associadas a seres espirituais ou psíquicos.
O fato é que as lendas sobre vampiros se referem freqüentemente em seres sugadores de sangue ou energia que não estão mais entre os vivos, ou estão encarnados e saem do corpo para atacar suas vítimas. Marcos Torrigo, um estudioso do mito dos vampiros, recolheu lendas e narrativas sobre o assunto provenientes de vários lugares do mundo, tanto no Oriente quanto no Ocidente, e de várias épocas. Em alguns deles, estão presentes as nossas intrigantes esferas luminosas. É o caso do Obayifo, um dos muitos tipos de vampiros que se acredita haver na África, um feiticeiro que deixa seu corpo para sugar o sangue das pessoas. As crianças seriam suas vítimas principais, enquanto permanecem incógnitos na comunidade. Quando saem do corpo, fazem-no na forma de uma bola de luz.
Mas Torrigo verificou histórias semelhantes no outro lado do Atlântico, mais precisamente em Granada, onde ele é chamado Loogaroo. Geralmente, eram mulheres praticantes das artes mágicas. Todas as noites elas saíam em busca do sangue de suas vítimas, deixando seu próprio corpo na forma de uma bola de fogo. Outras fontes mencionam que as bruxas do Haiti e do Caribe eram chamadas Loupgarou [Lobisomem em francês]. Suas capacidades mágicas eram atribuídas a um pacto feito com o demônio. Em troca, ofereciam sangue de suas vítimas a ele todas as noites e faziam seus ataques usando seu corpo astral. Já o Asema, o vampiro do Suriname, faz seus ataques à noite como uma bola de luz, também entrando por frestas.
De todo modo, vampiros ou não, permanece a associação entre corpos psicoespirituais e os orbs. E se a intencionalidade dessas esferas pode levar-nos a considerá-las alguma forma de consciência, ou de autoconsciência manifesta, há outras características que podem pesar ainda mais em favor dessa hipótese. Entre elas, sua estrutura física. Não se sabe se todos os orbs têm a mesma estrutura, mas em alguns casos ela foi detectada e pareceu-se estranhamente com os meridianos de que nos fala a medicina chinesa, que existiriam em todo o universo, em nível sutil, e que seriam de estrutura particularmente sofisticada nos chamados seres vivos. Ou seja, elas são mais do que simples bolinhas luminosas e parecem obedecer a uma organização estrutural intrigante, como argumentou Geraldo Medeiros Júnior. Em uma das fotografias obtidas pelo IMPA, durante um evento público, isso ficou mais do que evidente. Ampliada a foto, esses meridianos apareceram com surpreendente clareza. Seriam, portanto, os orbs, ou pelo menos alguns deles, corpos astrais?
Corpos psíquicos — O estudo e a prática das experiências fora do corpo [Também conhecidas como EFCs ou viagens astrais] aparentemente contradizem essa possibilidade. Afinal, não se costuma dizer que os corpos astrais das pessoas têm aproximadamente a mesma forma que suas contrapartes físicas? No entanto, essa contradição é apenas aparente. Um estudo mais aprofundado e amplo do assunto revela que nem sempre os corpos astrais permanecem nessa estrutura humanóide. Há pessoas que jamais se vêem em formato humano quando fora de seus corpos físicos. Podem assumir formas diversas, desde nuvens, névoas, forma nenhuma e até esferas luminosas! Além disto, alguns poucos experimentadores podem plasmar – voluntária e conscientemente – uma massa de energia consciencial, e projetá-las para fora de si mesmos, quando não desejam ou não podem deixar o corpo naquele momento. Se
ria uma espécie de sonda psíquica, que recolhe dados para o experimentador, retornando depois ao mesmo, com as informações desejadas.
Os pesquisadores Melita Denning e Osborn Phillips chamam de observador esta energia projetada, o que não deixa de ser intrigante, se lembrarmos de uma das principais características atribuídas aos orbs – que é justamente a observação. O casal de escritores chega mesmo a ensinar um exercício para a produção e emissão do observador [Guia Prático da Projeção Astral, Edições Siciliano, 1990]. Um dos pontos de maior interesse nas instruções do casal é sobre a forma que se deve ou não dar a essa sonda psíquica. “A esfera é a mais recomendada”, sugerem os autores.
De qualquer maneira, se a hipótese do orb como corpo astral tiver realmente algum fundamento, poderia aplicar-se também a corpos astrais de desencarnados. Algumas aparições de entidades consideradas como espíritos dos mortos surgiram na forma de esferas luminosas. Seria um fenômeno bem aproximado do de corpos psíquicos em EFCs, com a única diferença de que, no caso dos desencarnados, não há mais um corpo físico ao qual se possa retornar. Mas ainda no campo das hipóteses psíquicas, há também a possibilidade, bastante razoável, de os orbs emanarem das pessoas de forma involuntária, como porções de energia que, no ocultismo, são chamadas de formas-pensamento. Uma objeção a essa teoria, seria a de que a intencionalidade dos orbs estaria em contradição com a idéia que podemos ter de simples energia exteriorizada, ainda mais involuntariamente. No entanto, os hermetistas dizem que formas-pensamento, criadas voluntária ou involuntariamente podem adquirir um simulacro de consciência, em geral tomada de empréstimo de seu criador. E que, com o tempo, podem desenvolver algo como uma personalidade e uma vontade próprias.
Sondas alienígenas — Enfim, vamos às hipóteses extraterrestres. Na verdade, nenhuma das teses acima, sobretudo as psíquicas, entra em contradição com uma possível origem exógena para os orbs. Claro, há ainda a versão de eles serem sondas enviadas por alienígenas. O que significaria uma espécie de aparelho com tecnologia energética, e não os seres extraterrestres propriamente ditos. Pode ser. Nossa idéia de tecnologia não é necessariamente única no universo, e pode perfeitamente ter havido desenvolvimentos tecnológicos que tenham caminhado em outra direção que não a mecânica, elétrica, eletrônica etc, como as conhecemos aqui na Terra, mas em uma direção psíquica. Entretanto, mesmo que não sejam artefatos tecnológicos e psíquicos, os orbs – ou pelo menos alguns deles – podem ter origem extraterrestre sim, exatamente nos moldes psíquicos que levantamos aqui para nós mesmos.
Afinal, por que seriam todos os extraterrestres assim tão diferentes de nós, no que temos de estrutura geral básica? Eu mesmo, em muitas experiências de projeção, jamais encontrei qualquer alienígena. Mas conheço várias pessoas, dentre elas Wagner Borges, consultor da Revista UFO, que já viveram encontros dessa natureza. As vivências de Borges são relatadas em seu livro Viagem Espiritual II – A Projeção da Consciência [Editora Universalista, 1999]. Portanto, os extraterrestres podem estar saindo do corpo ou mesmo enviando seus observadores, para usarmos da linguagem do casal Denning e Phillips. E talvez parte dos orbs fotografados – e até mesmo visto por algumas pessoas – podem ter origem extraterrestre. E como era de se esperar, ao abrirmos nossa investigação para um maior número de possibilidades de explicação, acabamos conseguindo mais perguntas do que respostas.
O horizonte amplia-se e nosso universo de observação aprofunda-se. Se os orbs podem ser sondas enviadas por seres extraterrestres, apresentam um leque ainda mais amplo de possibilidades. Na verdade, podem ser não apenas uma dessas coisas, mas várias delas ou todas. Ou nenhuma delas. O que sabemos até agora é isso: eles existem e não são ilusões, têm intencionalidade e parecem interessados em alguma coisa que nos diga respeito. O que será? Não sabemos ainda. Mas, seja lá o que for que os orbs querem conosco, é importante ficarmos atentos. Talvez agora mesmo, no momento em que você lê este artigo, possamos estar sendo observados. Quem sabe optemos pelo medo, pelo mal-estar de imaginar-nos vigiados por alguém ou por alguma coisa. Mas podemos também fascinar-nos e sair em busca de respostas. Como sempre, a escolha é de cada um.
O que sabemos sobre orbs
Embora possa haver divergência entre os diversos autores que lidam com a temática relativa aos orbs, várias de suas características básicas já foram identificadas e são conhecidas. Elas servem até para, numa análise básica de imagens, apontar o que pode ser orb, o que é resultado de reflexos de flashes fotográficos, micro-gotículas d’água ou de poeira em suspensão, ou mesmo outros fenômenos. Vejamos:
São esferas de luz que aparecem tipicamente em fotos digitais. Há registro de orb em câmera convencional, mas são raríssimos.
Os orbs não são reflexos de flash, pois surgem em locais onde não havia nenhum material que pudesse refletir sua luz. Aparecem em paredes lisas, carpetes, no meio do mato, em fotos noturnas de espaços amplos etc. A variedade de casos é bastante grande.
Não são meros reflexos em gotículas d’água ou partículas de poeira, conforme se constatou em exaustivas experiências realizadas por esse autor. Em experimentos com água ou poeira podem surgir estruturas semelhantes aos orbs, mas uma comparação rápida e básica mostra que são fenômenos diferentes. Enquanto as bolas de luz obtidas com poeira ou gotículas são chapadas ou planas, os orbs são vistos muitas vezes como se estivessem perfilados ou fazendo um pequeno deslocamento.
Algumas câmeras digitais registram orbs com mais facilidade e com maior freqüência do que outras. Isso se deve aos recursos eletrônicos da máquina, que em alguns modelos têm maior sensibilidade – não resolução – do que outras.
Os orbs se movimentam, fazem curvas e isso pode ser registrado com equipamentos com sensibilidade ao infravermelho, como as câmeras Nightshot, fabricadas pela Sony.
Estudos preliminares sugerem que os orbs são algum tipo de seres de uma outra dimensão física, que por alguma razão são registrados pelas câmeras digitais e algumas vezes vistos por pessoas de sensibilidade adequada.