A Comunidade Ufológica Brasileira sabe que são frequentes os casos de avistamentos de discos voadores em nosso litoral. As testemunhas de tais acontecimentos, quase sempre pescadores, relatam detalhadamente incríveis aparições que presenciam nos mares e em terra, despertando o interesse até mesmo da Marinha e de autoridades civis em geral. Um exemplo disso é o episódio ocorrido na década de 70 na região central de Santa Catarina, quando um UFO caiu na praia de Navegantes atraindo a atenção de vários pesquisadores. Com base em informações obtidas em uma publicação da extinta Sociedade Brasileira de Estudos Sobre Discos Voadores (SBEDV), membros do Centro de Investigação e Pesquisa Exobiológica (CIPEX), de Curitiba, iniciaram as investigações na área.
Os ufólogos foram atraídos ao local principalmente pela possibilidade de ainda estarem sendo desenvolvidas pesquisas secretas sobre o acontecimento — talvez pelas Forças Armadas do país. A investigação teve início em 1979 e perdurou por vários anos, especialmente no referido balneário, onde se descobriu, através de vários depoimentos, que a data do evento em questão é 02 de julho de 1974 — e não 13 de setembro de 1975, como se pensava. O caso tinha sido pesquisado pelos escoteiros Marcelino Edmundo Claudino, depois editor do jornal Folha de Lages, e Belisário Rogério de Souza. Ambos foram informados incorretamente pelo pescador Humberto Generoso sobre a data do incidente. Claudino e Souza eram apreciadores da pesquisa do Fenômeno UFO e tinham, inclusive, fotografado dois discos voadores sobrevoando a cidade de Lages (SC).
No dia da presumida queda do estranho artefato em Navegantes, entre 14h00 e 15h30, pescadores da região viram um aparelho discoide deslocando-se no ar a velocidade aproximada de 50 km. Era branco ofuscante, não tinha asas ou luzes e nem emitia qualquer ruído. Segundo Generoso, que passeava com a família pela praia, o objeto parecia ter cerca de 8 m de diâmetro e 3 m de altura. Em determinado momento, no entanto, ele interrompeu seu voo, baixou em direção à superfície daDa água, até tocá-la, e ficou boiando a cerca de 100 m da costa. As testemunhas ali presentes estavam preocupadas com um suposto acidente e, imaginando que alguém a bordo do veículo pudesse estar em perigo, dirigiram-se para o local da queda rapidamente, na esperança de resgatar possíveis vítimas.
O aparelho afundou
O pescador Ubelino Severino, no entanto, afirmou ter encontrado apenas uma leve espuma na superfície da água onde o objeto voador não identificado caíra. Disse também que, à medida que remava seu barco na direção do incidente, notou que o estranho aparelho afundava — em questão de minutos ele já estava completamente submerso. José Custódio, ex-marinheiro, disse que não teve coragem de mergulhar a procura daquilo, pois não sabia nadar. O que mais intrigou os pescadores foi o fato de que, se fosse realmente um acidente de avião ou algo assim, o aeroporto de Itajaí, que fica a alguns quilômetros do local, teria enviado socorro imediato, o que não aconteceu. Eles também notaram que nada foi publicado nos jornais. Contudo, pouco tempo depois, a notícia da queda de um UFO em Navegantes apareceu com destaque em vários noticiários de toda a região sul do estado.
Como consequência, a praia de Navegantes foi invadida por fotógrafos, jornalistas e curiosos, o que obrigou o delegado local a investigar o ocorrido. Ele concluiu que o relato das testemunhas era autêntico, pois todos os detalhes coincidiam. Na época, os moradores do balneário acreditavam que o artefato caído no mar fosse algo secreto de origem norte-americana ou russa. Algumas testemunhas mais afoitas afirmaram que, dias após a queda, barcos dos Estados Unidos, estampando o logotipo da NASA, teriam navegado em águas próximas. A unidade da Capitania dos Portos em Itajaí — que garante a segurança do tráfego marítimo na região — investigou in locu o incidente, mas não fez qualquer pronunciamento oficial. Ela foi guiada ao ponto exato da ocorrência pelo pescador Ubelino Severino.
Atividades secretas da Marinha
Lá, um mergulhador da Marinha submergiu para procurar os destroços do suposto objeto. Ao retornar à tona, ele afirmou que nada havia sido encontrado, mas, ao subir no convés, teve uma conversa particular com alguns oficiais, voltando a mergulhar na área — dessa vez com uma corda que estava presa a uma boia sinalizadora. O comandante da operação pediu a Severino que o comunicasse imediatamente se alguém tentasse pegar a boia ou mergulhar no local. Retornando a sua residência, à beira-mar, o pescador ficou observando o movimento no oceano até o início da noite, quando cansou e resolveu dormir, pois tinha que acordar cedo para trabalhar.
Na manhã seguinte, Ubelino Severino percebeu que a boia havia sumido e telefonou então para a Capitania para alertar o comandante, mas os funcionários que o atenderam não deram importância ao fato. O pescador chamou a atenção dos investigadores do caso para a possível existência de algo importante embaixo d’água principalmente por ter achado estranho a Marinha ter colocado uma boia sinalizadora ali e não reclamar de seu desaparecimento, na manhã do dia seguinte. Severino também ficou intrigado com a conversa que houve entre o mergulhador e os oficiais, e também com o fato de terem amarrado algo no fundo do mar — onde, de acordo com os moradores que sempre realizam pesca de arrasto na região, há somente areia.
Uma hipótese considerada é a de que o mergulhador da Marinha poderia ter atado sua corda na quina que aparentemente existia na popa do estranho objeto, visualizada durante a queda. Mas isso não pôde ser confirmado. Nas semanas seguintes ao incidente não foi possível pescar naquelas águas, porque os peixes desapareceram misteriosamente. Durante vários anos, muitos pesquisadores estiveram na praia de Navegantes examinando a estranha ocorrência, inclusive dois oficiais do Exército de Florianópolis, que colheram depoimentos de moradores e pescadores locais — que, ainda hoje, evitam comentar o ocorrido, pois temem que a Capitania casse suas licenças de pesca artesanal.
O caso se torna complexo quando se penetra em seus detalhes, apurados na investigação. Por exemplo, quando Humberto Generoso informou os escoteiros Claudino e Souza a data errada da ocorrência, é possível que tenha se confundido com outro caso u
fológico registrado no litoral catarinense, já que temos notícias de vários outros avistamentos na área. Disso surgiu a desconfiança, entre os estudiosos, de que existiria na região uma base alienígena submarina ou que a zona seria de grande interesse para os extraterrestres. O falecido médico e ufólogo Walter Bühler, na época presidente da citada SBEDV, comparou o objeto descrito em Navegantes com os registrados em outros dois casos de avistamentos, o primeiro em São Paulo e o outro nos Estados Unidos.
Estranhas coincidências
O caso paulista teve como principal elemento a foto de um disco voador sobrevoando o bairro Jardim Europa, na capital, às 17h00 de 13 de outubro de 1968, pelo estudante Antonio Carlos Freitas — a ocorrência teria sido investigada pelo médico Max Berezovsky, da Associação de Pesquisas Exológicas (APEX), também extinta. O segundo avistamento, norte-americano, aconteceu quando um objeto semelhante ao de Navegantes foi visto aterrissando, conforme noticiou a entidade Mutual UFO Network (MUFON), em setembro de 1977. Também podemos comparar as características dessas aparições com o estranho objeto fotografado nos céus do estado de Michigan, em 1957.
Após a investigação realizada pela unidade da Capitania dos Portos de Itajaí, vários mergulhadores civis de Camboriú e de Curitiba exploraram a área, mas nada foi encontrado. Quando esse autor esteve em Navegantes, foi observada uma velha placa da Aeronáutica na estrada que dá acesso a Blumenau, da qual constava algo relacionado a pesquisas sendo desenvolvidas na área. Segundo informações não oficiais, existiriam ali anomalias magnéticas que provocariam a queda de UFOs — e esse seria o principal interesse da Força Aérea Brasileira (FAB) no local. Tais falhas magnéticas impediriam que naves alienígenas utilizassem os chamados “corredores magnéticos” do sul do país — caso essa hipótese seja verdadeira — para se locomoverem normalmente.
Uma das testemunhas de fatos inusitados em Santa Catarina, o senhor José Custódio, mencionou em depoimento um caso ocorrido enquanto pescava com seus amigos naquela região. Eles avistaram uma espécie de cano com um periscópio preto saindo da água, que percorreu alguns metros e desceu em seguida. Seria um submarino? Anos depois, em nova visita ao litoral catarinense, esse autor entrevistou o senhor João Manuel Barreto e quatro testemunhas que presenciaram um segundo incidente na área, dessa vez ocorrido em Gravatá, praia vizinha a Navegantes — exatamente uma semana após o primeiro caso. Em 09 de julho de 1974, Barreto, sua esposa, vizinhos e uma sobrinha esperavam um carregamento que havia sido comprado naquele mesmo dia, enquanto assistiam TV. Volta e meia, alguém ia até o lado de fora da residência para ver se a encomenda chegava.
Enorme objeto metálico
Em uma dessas saídas, a senhora Olinda Barreto resolveu olhar as estrelas e observou, inesperadamente, uma forte luz sobre a Serra do Mar, a oeste, vindo em sua direção. Com a aproximação, ela notou que se tratava de um enorme objeto metálico, que pairou sobre sua casa. Segundo a testemunha, ele produzia um zumbido parecido com o som “gim-gim-gim” e tinha o formato de dois pratos emborcados um sobre o outro. O artefato tinha ainda uma cúpula com uma pequena antena e uma janela que permitia ver dois vultos, aparentemente humanos, se movendo. Enquanto isso, dentro da residência, passaram a ocorrer estranhos fenômenos. Na televisão, que estava ligada, por exemplo, apareceram diversos chuviscos. Além disso, as lâmpadas acesas tiveram a intensidade da luz diminuída gradativamente, até a total queda de energia.
Apenas uma leve espuma foi encontrada onde o objeto voador não identificado caíra. Nas semanas seguintes ao incidente não foi possível pescar naquelas águas, porque os peixes desapareceram de forma misteriosa
Os fenômenos descritos são conhecidos na casuística ufológica como tendo origem eletromagnética e apoiam, mais uma vez, a tese de pesquisadores franceses de que os UFOs têm uma espécie de propulsão relacionada a ondas eletromagnéticas. Depois desses fatos, Olinda pediu a todos que fossem para fora da casa, onde poderiam observar o disco voador — que, aparentemente, era fosforescente e tinha janelas quadradas e coloridas. Essas, quando o aparelho aumentava sua velocidade rotativa, se fundiam em diversas cores, até se tornarem avermelhadas. Para espanto das testemunhas, o objeto permaneceu em cima da casa por cerca de cinco minutos, quando retomou seu movimento e se dirigiu ao mar, exatamente sobre o local da primeira queda. Chegando lá, aquilo parou e emergiu lentamente sob as águas noturnas. As testemunhas, inquietas, não dormiram o resto da noite e ficaram comentando o fato, pois nunca haviam visto nada parecido.
Às 10h00 da manhã seguinte, a praia já estava repleta de repórteres e curiosos em busca de informações sobre o ocorrido. Várias matérias foram produzidas com base nos relatos de testemunhas, que desenharam o artefato observado nas areias da praia. Segundo Barreto, uma semana antes, dois pescadores da região haviam mergulhado para tentar encontrar o primeiro objeto, caído no mesmo local. “Ao retornarem, relataram apavorados que haviam visto algo estranho enterrado na areia, que soltava bolhas muito quentes na água”, disse. Dias depois, os mesmos pescadores foram encontrados mortos, próximos a algumas rochas. De acordo com testemunhas, os corpos estavam nus e foram enterrados rapidamente, sem necropsia, pois já estavam em decomposição — aparentemente, eles teriam se afogado.
Uma radiação mortal
O mais curioso desse aspecto do caso, no entanto, é que os pescadores eram os melhores mergulhadores da região — e apenas eles haviam se aproximado tanto do referido objeto. Já especulando, poderia se supor que o calor emanado do aparelho era alguma forma de radiação, o que, com a aproximação incauta dos homens, sem equipamentos adequados, ocasionou suas mortes. Já quanto ao mergulhador da Marinha, que também se aproximou do local, não se teve qualquer informação sobre seu estado de saúde, pois não se chegou a conhecer sua identidade. De toda forma, pode-se supor que nada ocorreu ao homem, já que quando mergulhou, horas depois da queda, conseguiu amarrar a corda no objeto. Esse estranho incidente serve, sem dúvida, para alertar curiosos ou pesquisadores despreparados para que se previnam contra possíveis situações semelhantes.
Barreto também acrescentou ter pensado que o segundo UFO teria parado em cima de sua residência para determinar o exato local em que o primeiro caiu, na tentativa de socorrê-lo. A hipótese de que naves alienígenas não estariam na região por acaso também tem fundamento — elas utilizariam o local para propósitos bem definidos, infelizmente ainda desconhecidos por nós. Em outras entrevistas realizadas com moradores do litoral catarinense, acabou-se sabendo que os avistamentos continuam acontecendo atualmente. Alguns têm sido investigados pela equipe do Centro de Investigação e Pesquisa Exobiológica (CIPEX).
Após a análise desses incidentes, uma séria pergunta permanece em aberto: haveria alguma relação entre as quedas de discos voadores no mar de Santa Catarina com os conhecidos objetos submarinos não identificados (OSNIs), vistos muitas vezes por veranistas e marinheiros? Talvez. O oceano, ainda pouco explorado pelo homem, cobre 70% de nosso planeta e seria um local adequado para a manutenção de bases alienígenas submersas, ou simplesmente para refúgio dos seres extraterrestres — que de lá sairiam para suas incursões pelos continentes. Essa é uma teoria coerente.
Estranhos artefatos nos oceanos
Entre os casos mais interessantes de OSNIs registrados já até hoje está o que mobilizou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), em 1963, quando o pescador Mons Lagetig surpreendeu-se ao ver um estranho artefato, semelhante a um periscópio, emergir do mar. Logo em seguida, uma embarcação que estava nas proximidades conseguiu rastreá-lo. O barco de guerra norueguês Trodhein também confirmou a presença daquele aparelho através de um sonar de bordo, e mobilizou a Marinha do país para persegui-lo, visto que poderia ser um submarino estrangeiro.
A preocupação foi tamanha que o próprio governo da Noruega destacou outros 30 navios para o local — além de solicitar ajuda de uma frota da OTAN que realizava manobras nas águas daquele país. Graças à ajuda imediata, o artefato foi rapidamente localizado. No entanto, pouco depois, ele desapareceu misteriosamente. Ocorrências como essa são muito comuns em todo o mundo e as autoridades não medem esforços para desmenti-las, tanto quanto o fazem com fenômenos envolvendo discos voadores em nosso céu.