Comunhão. Foi assim que Whitley Strieber conseguiu definir, numa só palavra, as sensações adquiridas em suas experiências de abduzido: o sentido de tornar algo comum, dividir, compartilhar. Uma expressão que sozinha revela o significado de muitos mistérios, encontros e dúvidas, propondo uma importante reflexão sobre os contatos extraterrestres. Ou seja, a abdução pode ser uma via de mão dupla, capaz de proporcionar também uma enriquecedora troca entre humanos e ETs. No filme Estranhos Visitantes, produzido em 1990 nos Estados Unidos, é possível perceber alguns detalhes da enigmática situação vivida por Strieber. Baseado no livro Comunhão, o filme tenta mostrar o universo psíquico do abduzido — universo este que sempre apresenta mais interrogações do que respostas. A trama gira em tomo de um contatado que busca desvendar os mistérios de suas abduções, cujas lembranças são sempre sombrias e vagas, só retomando ao nível consciente através de métodos hipnóticos. Estranhos Visitantes, embora tenha sido baseado no livro de Strieber, não apresenta uma descrição fiel dos fatos nele narrados.
Mas isso já era de se esperar. Jamais um filme conseguirá reproduzir integralmente qualquer obra literária, pois trata-se de uma outra forma de linguagem, compondo oralidade, imagem, música e outros detalhes que somente o cinema pode oferecer. A história de Strieber é complexa em demasia, sendo que o filme sobre ele deve servir apenas como indicador de uma busca maior a respeito de seus contatos. Estranhos Visitantes tem muitas características singulares e positivas, que proporcionam ao espectador reflexões de suma importância. Strieber não foi abduzido somente uma ou duas vezes. Isto é: as abduções fazem parte de um longo processo de monitoramento do contatado, que geralmente tem início há muito mais tempo do que se imagina – no caso de Strieber, desde sua infância.