Astrônomos britânicos que estudam o sistema estelar de Tau Ceti descobriram que este contém dez vezes mais matéria em forma de asteróides e cometas que o nosso próprio Sistema Solar. Esse achado sugere que os planetas existentes em torno desta estrela poderiam não ser capazes de albergar vida devido ao elevado número de devastadoras colisões que esses poderiam sofrer. Outra interpretação não menos interessante é de que um meio espacial tão calmo, como aquele em que se encontra o nosso planeta, poderia ser menos freqüente do que nós estimamos. Na imagem ao lado podemos ver o disco de partículas de pó situado ao redor de Tau Ceti. A imagem foi obtida com a câmera de comprimento de ondas submilimétricas denominada SCUBA. As cores falsas indicam o brilho relativo das diversas zonas do disco. Tau Ceti, situada a uma distância de somente 12 anos-luz, é a estrela semelhante ao nosso Sol mais próxima de nosso sistema planetário e a primeira na qual se achou um disco de pó e cometas similares em tamanho e forma ao que apresenta nosso Sistema Solar. Mas apesar dessas similitudes, existem diferenças importantes: “Tau Ceti apresenta mais de dez vezes o número de cometas e asteróides que existem em nosso sistema. Não sabemos ainda se há planetas em torno do astro mas, se assim for, possivelmente experimentam um bombardeio constante de asteróides idênticos aos que produziram extinções em massa na Terra. Seguramente, devido a tantos impactos, a vida não pode ter tido a oportunidade de surgir ou evoluir” ? explicou o Dr. Norman Lockyer, pertencente à Royal Astronomical Society. Essa descoberta tem suas implicações: os cientistas vão ter que pensar com mais riqueza de detalhes, além de estrelas, para procurar indícios de vida. É necessário observar astros do tipo de nosso Sol, mas que apresentem um número não muito elevado de cometas e asteróides ou, inclusive, poderiam ocorrer que os sistemas do tipo de Tau Ceti fossem muito comuns. A razão que explique o grande número de corpos menores orbitando em torno à dita estrela ainda não foi esclarecida, fazendo com que alguns cientistas se questionem e se perguntem o porquê de não existir um maior número de asteróides e cometas em torno do nosso Sol. Os resultados obtidos do estudo de Tau Ceti se baseiam nas observações realizadas com a câmera submilimétrica mais sensível do mundo, SCUBA, situada no telescópio James Clerk Maxwell, no Hawaii. As imagens obtidas com a câmera mostraram a presença de um disco de pó muito frio em torno de Tau Ceti (aproximadamente 210°C), cujo origem se supõe seja devida à colisão entre grandes cometas e asteróides que se fragmentaram em partes menores.