Editor: A credibilidade do Caso Varginha é diretamente proporcional à credibilidade dos ufólogos que descobriram, investigaram e divulgaram os fatos: Ubirajara Franco Rodrigues e Vitório Pacaccini. A seguir, ambos fazem um relato pessoal de seu envolvimento com o caso, sua atividade na Ufologia e suas idéias sobre a presença de alienígenas na Terra.
Ubirajara foi o primeiro ufólogo a tomar parte das investigações sobre o Caso Varginha. Sorte de toda a comunidade Ufológica Brasileira e do restante da população que esse mineiro, natural de Campanha, sul do estado, desistiu de se afastar de suas pesquisas ufológicas! Pois é graças a sua seriedade e total certeza dos fatos que se iniciaram as investigações. Ele se formou em Direito na Universidade de Varginha, vinculada à Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Hoje é vice-diretor e professor de Filosofia na Faculdade de Ciências Econômicas. Contábeis e Administração de Varginha. Considerado um dos maiores advogados da região (prestígio esse que lhe rendeu excelentes clientes nos setores particular e estadual), sempre atuou com postura séria e serena, resultando em admiração e respeito de todos os cidadãos varginhenses e das mediações. Estudioso do Fenômeno UFO há 25 anos, é acusado pela maioria dos ufólogos de ser radical, porém não se importa e até concorda com tal afirmação. E radical ao ponto de não aceitar que “certos” ufólogos se apresentem ao lado de pesquisadores respeitados em congressos ou palestras (um dos motivos que o afastou da Ufologia). Não concorda com embasamentos feitos sem uma metodologia científica séria e indiscutível. Não tem crenças, prefere ler convicções. Um típico e radical ufólogo cientista. Em nossa conversa. Ubirajara expôs seus objetivos pessoais e profissionais, seus planos futuros, suas certezas e dúvidas.
INÍCIO NA UFOLOGIA
Ubirajara Franco Rodrigues, 40 Anos — Meu pai era um exímio hipnólogo. Tinha uma prática incrível em relação a esse tema, além de ser um espírita convicto que se dedicava com afinco a esse trabalho. Desde os dez anos, tive uma tendência muito grande a me fascinar por esses assuntos. Eu me interessei demais por isso e, ao mesmo tempo, entrei num confronto intelectual violento com meu pai. Por um lado, caminhávamos em uma mesma linha de interesse, só que eu tinha tendência a seguir um curso e ele, outro, completamente diferente.
As brigas homéricas que tive com meu pai me incentivaram a buscar maior fundamento no estudo da Parapsicologia, do esoterismo (particularmente magia pessoal), adquirindo um fascínio cada vez maior por isso. Até que um dia, comecei a ouvir notícias sobre os tais discos voadores, provocando em mim um fascínio ainda maior. E, no meio de todo esse emaranhado de estudos. o que mais me chamou a atenção foi o estudo da Ufologia, dedicando-me com mais afinco a ele.
PROFISSÃO E UFOLOGIA
Nunca considerei a Ufologia como uma carreira. Ela é um interesse primordial e subjetivo de aprendizado e de aquisição de conhecimento, não tem nada a ver com o meu lado profissional. O meu trabalho é aquilo que tiro para minha sobrevivência, para meu aumento de patrimônio e realização estritamente social. E a Ufologia é uma realização pessoal de busca de conhecimento. Eu não misturo as duas, apesar de estar sendo difícil administrar o tempo e conciliá-las. Dedico-me ao Caso Varginha à noite e nos finais de semana.
Lido com Ufologia há 25 anos, e isso jamais me causou problema. Tenho 16 anos de advocacia e nunca senti nenhuma influência na minha profissão. Aqui em Varginha, meus negócios crescem cada vez mais, represento alguns órgãos particulares e estatais importantes não só para a região como para o país. Por ser um advogado, portanto uma pessoa em quem as outras devem acreditar, o fato de estar envolvido nessas investigações não está causando problemas à minha profissão.
Nunca me aconteceu de algum cliente preferir outro advogado a mim, por eu ser ufólogo. Acredito que a postura que tenho procurado manter em Varginha e nas regiões próximas com relação à Ufologia tem contribuído bastante. Eu não sou do tipo que já chega dizendo que se trata de discos voadores ou de um extraterrestre… Antes de tudo, usar essas expressões é anti-científico e imaturo.
“Nunca considerei a Ufologia como uma carreira. ela é um interesse primordial e subjetivo de aprendizado e de aquisição de conhecimento. não tem nada a ver com meu lado profissional. O meu trabalho é aquilo que tiro para minha sobrevivência, para meu aumento de patrimônio e realização estritamente social. A Ufologia é uma realização pessoal de busca de conhecimento”
Sempre fui considerado, na Ufologia, como uma pessoa extremamente radical. Acho que têm razão, pois não vejo como pode se misturar pesquisa científica séria com Ufologia Mística, que crê em tudo, sem metodologia. Quando participo de congressos e vejo grandes conferencistas ao lado de alguns que se dizem ufólogos, começo a pensar sobre o que eu estaria fazendo num local desses. Não que eu saiba muito mais do que eles, mas é exatamente por não saber nada! Deveria haver uma troca de idéias metodológicas e sérias na Ufologia. Não há nenhuma outra forma de o homem entender qualquer fenômeno que se manifeste em seu meio, a não ser a racional e científica.
Acreditarmos em que a hipótese de trabalho mais viável é a de que são naves construídas por seres inteligentes extraterrestres é uma coisa. Por outro lado, o aprofundamento no estudo do fenômeno nos afasia, cada vez mais, de sua compreensão. Mesmo porque, dentro do próprio fenômeno ufológico, existem nuanças totalmente diferentes que nos mostram que muitas vezes não têm nada a ver com nave e muito menos, com seres de outros planetas. Nesse ponto, até dou um crédito – não faço mais do que minha obrigação – à chamada Ufologia Mística. Só que nós não compreendemos o que ela é ainda.
Além disso, sou daquela linha da Psicanálise que nos ensina que não é por que o homem, científica e racionalmente, ainda não compreendeu um fenômeno, que ele pode partir para atribuir a esse fenômeno causas sobrenaturais e desconhecidas. Isso é uma tendência normal de quem estuda Filosofia. Nós sabemos que as fases do pensamento humano foram claras durante toda história do homem desde seu surgimento em nosso planeta. Assim é, também, com as fases de evolução do raciocínio do próprio indivíduo.
Chega num ponto em que ele se perde em relação à compreensão de certas identidades dele próprio e de fenômenos que ele observa, criando um “outro mundo”, com explicações sobrenaturais fáceis e escapistas. Prefiro não agir assim.
RADICALISMO CIENTÍFICO
Se quisermos mencionar uma prova absoluta e cabal, temos que pegar um disco voador ou um ser extraterrestre, colocá-lo em cima de uma mesa de laboratório, chamar cientistas e mostrar a eles. Como isso ainda é utópico e, se já aconteceu, está por trás do pano, talvez como esteja ocorrendo agora em Varginha, nós vamos partir para outra linha de pensamento: engano de quem pensa que é difícil existir uma metodologia científica para verificar tais fenômenos quando não se tem evidências, provas materiais, um pedaço de disco voador para analisar, apenas testemunhos, não podendo evoluir nessas pesquisas.
Vamos falar da área em que sou credenciado para falar. Em Ciência – Direito lambem é uma ciência – e em Filosofia, você não tem somente esse tipo de prova. A Ciência realmente precisa experimentar, tocar o fenômeno e o reproduzir. Mas antes disso, existem passos que são altamente convincentes na aceitação de um fenômeno, não só pelos métodos diferentes como tipo de provas diferentes. Temos provas testemunhais, circunstanciais, documentais, materiais, evidenciais – e a prova testemunhal é importantíssima. E a prova testemunhal que nos permite chegar ao ponto em que chegamos.
Falando da Ufologia em si, temos provas testemunhais que são muito importantes. A prova testemunhal nos permite trabalhos estatísticos, análises de sintomas, de comportamento, padrões de manifestação, tudo que faz parte da metodologia científica. Mas, por outro lado, a prova testemunhal é a mais complexa que existe. Na testemunha, acabam-se por influenciar outros fatores que deturpam seu testemunho, tomando-se mais difícil de ser analisada, quero dizer: uma análise da própria prova é necessária antes. Tem-se que usar de conhecimento de Psicologia – com pessoas acostumadas a analisar testemunhos – prestar atenção em detalhes, para se fazer comparações metodológicas, verificando se há contradições. Entra o problema de saber distinguir o que é realidade objetiva – que essa pessoa tenha de fato visto de realidade subjetiva criada por ela própria.
Não é só por eu ter, em média, mais uns 25 anos de vida, e esse tempo parece ser muito curto, que vou buscar explicações paralelas que me satisfaçam, criadas por mim mesmo, sem nenhuma comprovação, sem nenhum indício. Não concordo com esse tipo de subterfúgio. A Humanidade não precisa ter pressa e nem desespero por desconhecer certas explicações, porque, um dia, fatalmente elas virão. A história nos tem provado isso.
A Filosofia é a base de todo o pensamento cientifico. O estudo da Filosofia me influencia diretamente. A Filosofia é que ensina o pensamento científico correto, a arte de raciocinar com métodos, dentro de princípios éticos e da dialética. Quem não estuda o básico sobre isso. não tem condições de participar de ciência e nem de intelectualizar nada, sobre nenhum fenômeno. Quando começamos a estudar Filosofia, vemos coisas que jamais havíamos pensado antes. Gosto muito de Nietzsche, Sêneca, Platão. Apesar de não ser especialista na área, baseio-me muito na Psicanálise, com destaque a Jung, que foi um homem que pensou muito à frente de sua época.
A Parapsicologia praticamente não existe. E simplesmente uma área de pensamento que tenta trazer, para a explicação científica, fenômenos considerados sobrenaturais, ou sem explicação. Não a considero uma ciência. E uma área de estudos que toma por base ciências que a compõe, tais como Psicologia, Psicanálise, Biologia, Física. Durante muito tempo, no Brasil, quando se falava em Parapsicologia, relacionavam-na somente ao combate do espiritismo e religiões afins. Não é verdade. Nenhuma ciência ou algo que pretenda ser científico deve ser destinado apenas a combater religiões. É um sistema de estudos destinado a explicar, de uma forma científica, fenômenos que se produzem no próprio homem.
TIPOLOGIA DO ET DE VARGINHA
Nos anais da Psicologia não existe um caso sequer onde a pessoa tenha tido alucinações vendo seres extraterrestres ou discos voadores. O que ocorre, segundo Harrison, ufólogo inglês já falecido, e que a maior parte das testemunhas, quando vai narrar o avistamento de criaturas estranhas, faz. relação a uma imagem conhecida. Isso é extremamente sintomático. Um fazendeiro diz que o que viu se parecia com um animal com chifres, aparentemente um boi ou uma vaca. Uma freira via uma criatura que estava vestida com roupas semelhantes ao arquétipo, ao símbolo de Nossa Senhora ou de outros santos. As associações que fazem com informações que têm são transformadas pela visão paia interpretar aquilo que viram.
Tenho certeza de que as três meninas (Liliane, Kátia e Valquíria) sofreram algum tipo de interpretação subjetiva. Isso ocorre em todos os casos. Afinal de contas, elas são de família extremamente católica, onde há uma crença superficial nessa figura absurda, utópica e de um simbolismo muito pobre do capeta. Quando viram a criatura, diferente de tudo o que conhecem, com características que as impressionaram, ficaram apavoradas e, quando a descreveram, sem querer, acabaram travestindo ainda mais a criatura. Por causa desse mito de terror que já está dentro delas.
A Ufologia vem traçando uma tipologia desses seres, classificando-os como seres desse ou daquele tipo. Eu pergunto: será que há mesmo uma tipologia tão diversificada que vem nos visitando? Necessariamente não. Por quê? Eu vejo uma criatura hoje e você vê a mesmíssima criatura. A primeira coisa que um ufólogo faz é pedir que você não apenas descreva, mas desenhe. O meu traço é diferente do seu e a minha habilidade de desenhista é diferente da sua. Você vai dar um toque pessoal no seu desenho, na sua interpretação artística. Eu também vou fazer. Aí vamos comparar. Muitos ufólogos cometem esse erro afoitamente: “esse é um tipo de criatura, aquele é outro. Não eram iguais…”, mas não eram iguais como?! Você tem que olhar as informações básicas, para ver se eram do mesmo tipo ou não.
Se pedirmos para um ser extraterrestre descrever duas pessoas da Terra, ele descreverá duas pessoas completamente diferentes. A estrutura de uma pessoa não tem nada a ver com a de outra, o tipo físico de uma é diferente do da outra. Os ufólogos cometem esse erro. Mas vamos inverter a situação: podem ser, de fato, tipos completamente diversificados, e em muito maior número do que n&oacut
e;s imaginamos. Isso não tem nenhum interesse à Ufologia. Pois se um ufólogo acredita que o universo é infinito, ele tem que acreditar que possam existir milhares de mundos habitados por diversas espécies diferentes. Há uma pobreza de pensamento nesse sentido, por não conhecerem a filosofia, e por não a estudarem, Não conhecem os métodos de raciocínio científico. Se conhecessem, não falariam besteiras desse tipo.
ESPECULAÇÕES
É preciso uma lucidez muito grande da minha parte, pois qualquer outro ufólogo, se estivesse diante de um caso como esse de Varginha, ficaria tão empolgado com as descobertas — eu estou empolgado —, que não pensaria duas vezes em afirmar que era um ET, mas tomo muito cuidado ao dizer as coisas. Alguns ufólogos me acusam de cometer, segundo eles, o erro de ser tão cauteloso. Eles acham que meu radicalismo é uma cegueira que não vai levar a nada. Sempre fui acusado disso, não por ufólogos de corrente semelhante à minha. Já ouvi muitas pessoas que lidam com esse assunto (não sei se posso dizer que são ufólogos), jogarem na minha cara, inúmeras vezes, que se eu não compreendo o que estou dizendo, o tempo todo, se acho tudo isso muito complexo e distante é porque não estou preparado e não tenho conhecimento nem sensibilidade suficientes. Quem sabe um dia, se eu tiver essa sensibilidade, eu possa “conhecer a luz”.
Se as dúvidas sobre intenções dos seres extraterrestres nunca se esclareceram, não quer dizer que não têm possibilidade de serem resolvidas. As coisas acontecem assim. Existem técnicas de investigação para se fazer isso. As testemunhas estão ai, podem ser analisadas, podemos seguir pistas. São coisas que estão acontecendo na sociedade, em nosso meio. Há plenas possibilidades de compreendê-las; pode ser que não venhamos a compreendê-las, mas se as possibilidades existem, basta investigar. As investigações podem ou não dar bons resultados. Especulação é tão fácil de fazer. E por mais que tentemos, ficará muito pobre quando comparada a certas revistas em quadrinhos, ou filmes de ficção científica, que são coisas criadas pela imaginação do autor e que, na verdade, não têm fundamento nenhum. Não tenho a mínima idéia do que aconteceu em Varginha e não ouso especular em cima disso.
Relações entre os ETs vistos em Varginha e os UFOs registrados na região
Coincidentemente, após a captura dos extraterrestres, muitos fenômenos começaram a ocorrer à grande altura e de forma discreta, sendo presenciados por um número muito grande de pessoas, nas regiões próximas à cidade de Varginha, Nos últimos meses, o fenômeno baixou de altitude, está perseguindo e cercando automóveis, pairando sobre casas e pessoas, sobrevoando cidades etc. Parece que, por alguma razão, esse fenômeno está se aproximando como se estivesse dando algum tipo de aviso, fazendo algum tipo de demonstração de força ou procurando alguma coisa, não sabemos, são apenas meras suposições.
Temos relatos de pontos de luzes enormes, sem formato definido e também relatos de formas definidas: objetos quadrados, com diversas luzes em seu corpo, objetos discoidais, também há alongados, semelhantes a ônibus. Uma das testemunhas, o fazendeiro Eurico de Freitas, comparou o que viu a um submarino (pode ser o “charuto”, já muito conhecido entre os ufólogos). Em Varginha, há mais de um mês, foi presenciado em uma empresa de petróleo inglesa, a Standard do Brasil, às 11h da manhã, um objeto em forma de prato metálico que estava parado sobre a empresa à grande altura. Logo em seguida, surgiu um segundo objeto idêntico, em direção norte e parou sobre o outro. Permaneceram assim durante alguns segundos e ambos foram em direção ao horizonte até desaparecerem.
Também há relatos de pessoas que dizem ter visto luzes no céu de Caxambu, vizinha a Varginha, e, no aeroporto dessa cidade pensaram que se tratava de um avião que não conseguia pousar. Resolveram iluminar a pista do aeroporto, deduzindo que o \’\’avião” não descia por estar escuro. Enfileiraram dezenas de carros com os faróis acesos em direção à pista. Porém, o suposto avião freou em pleno ar e saiu velozmente em direção ao infinito, desaparecendo rapidamente. Ninguém soube explicar o que teria acontecido.
Ubirajara Franco Rodrigues