Daqui a dois meses, amostras selecionadas de líquens de montanhas da Espanha viajarão ao espaço para participar da Lithopanspermia, uma experiência com a qual a Agência Espacial Européia (ESA) pretende verificar se organismos vivos podem viajar de um planeta para outro “a bordo” de meteoritos.
Segundo a pesquisadora do Instituto Nacional de Tecnologia Aeroespacial (Inta), Rosa de la Torre, foram planejadas duas experiências a serem desenvolvidas em conjunto com outros pesquisadores europeus no satélite Foton M3, aeronave da ESA que será lançada da base russa de Baikonur no dia 14 de setembro.
A primeira delas será realizada na cápsula Biopan-6, espécie de “frigideira” que exporá as amostras por dez dias ao ambiente espacial, para que depois a resistência delas à radiação e a outras condições extremas seja estudada. O segundo teste terá como palco o dispositivo Stone, onde os líquens estão protegidos por um “pequeno escudo” para simular as condições nas quais os seres vivos poderiam viajar dentro de um meteorito, e verificará como seria sua captura e aterrissagem em outro planeta.
Os líquens, associação entre algas e fungos, foram selecionados por serem modelos de sistemas biológicos de grande resistência. As amostras foram coletadas na Sierra de Gredos e em Sierra Nevada, no sul da Espanha, nos Alpes Suíços, no Reino Unido e no deserto do Atacama, no Chile.