INTRODUÇÃO – O presente artigo deverá deixar impressões bem positivas quanto à existência de uma complexa maquinaria funcionando nos porões governamentais de todos os países, dedicada a pesquisar e manter-se atualizada sobre o Fenômeno UFO. Mas, ao mesmo tempo – e é esta a intenção que temos ao publicá-la -, nossos leitores observarão como é nefasta sua existência e seu funcionamento para o progresso da Ufologia e sua disseminação por todos os segmentos da Sociedade Terrestre.
No artigo, seu autor, Waldo Luís de Faria Viana, pesquisador do assunto há anos e ex-candidato a vereador pelo PTB em 1982, um batalhador incansável por uma “preparação para o 3º Milênio”, pela “preservação dos princípios ecológicos” e pela “divulgação da cultura alternativa”, como ele próprio se identifica, apresenta a questão da interferência política na Ufologia como uma realidade que, embora escondida e camuflada, é responsável pelo estado de ignorância que a Humanidade mantém com relação aos nossos visitantes.
Sua conotação, ao escrever este artigo, é essencialmente política, linha segundo a qual deixa suas idéias e teorias, sobre a condução do Fenômeno UFO pelas autoridades, bem nítidas e claras. Segundo Waldo, que nos cedeu seu artigo já há vários anos, existe uma grande falácia de pânico em torno da questão ufológica: enquanto os governos trabalham no sentido de fazerem uma imagem de superioridade quanto a questão dos UFOs, cultua-se a idéia de que uma revelação surpreendente sobre o assunto geraria enorme e desenfreado pânico.
Esse, na opinião de Waldo, é o maior erro de todos os cometidos pelos historiadores e defensores da Ufologia. O que há, na verdade, é uma política sistemática de “se fazer pensar assim”, fomentada pelos serviços de segurança dos países, enquanto trabalham às sombras da confusão formada e coletando informações para alimentar seus computadores e superiores.
A FALÁCIA DO PÂNICO – A questão fundamental que cerca a Ufologia na atualidade e que sobrevive na mente das pessoas interessadas no fenômeno dos discos voadores, talvez possa ser resumida na seguinte pergunta: “Se a Ufologia está tão disseminada e vem sendo pesquisada com tamanha seriedade em quase todo o mundo, por que não é discutida oficialmente pelas nações em foro internacional apropriado ou mesmo na ONU?”
De fato, muitos se contentam com a afirmativa de que esse debate não acontece em razão do pânico coletivo que iria causar. Nada, porém, é mais falso. Os que assim pensam se esquecem de que neste século XX, tão sanguinário e violento, já tivemos pelos meios de comunicação social revelações muito mais terríveis que a existência dos discos voadores e nem por isso houve pânico. Muito ao contrário. A humanidade, anestesiada, acostumou-se a conviver com as guerras, com a injustiça de regimes despóticos, com a fome e a miséria absoluta, com o desrespeito aos direitos humanos e jamais se entregou à histeria generalizada por causa desses males. Acostumada a ver, através das telas de TV, as atrocidades diárias cometidas pelo mundo a fora, não dedicaria mais do que alguns dias aos seres extra terrestres, deslizando sua atenção para outros assuntos, ao sabor dos interesses das agências de notícias, que monopolizam as informações no planeta.
Não se deve crer, com efeito, que seja o perigo de pânico o principal motivo a conduzir os governos do mundo ao não reconhecimento dos OVNIs (Objetos Voadores Não Identificados) como instigante realidade. As causas da reticência das nações sobre o tema das visitas de inteligência exteriores à Terra descem a regiões muito mais profundas…
O ESTÁGIO ATUAL DA UFOLOGIA – Fazendo um balanço das pesquisas realizadas desde 1945, podem-se resumir as conclusões da Ufologia em seis pontos básicos (três evidências e três hipóteses):
1. A evidência de que existem inteligências em outros planetas, não importa quais sejam suas formas físicas ou os limites de seu conhecimento.
Partindo-se do principio da existência de inúmeras galáxias, com seus milhões de estrelas e bilhões de planetas, tais como o nosso, reduz-se quase a zero a probabilidade de estarmos sozinhos no Universo. Além disso, o desenvolvimento dos rádio-telescópios tornou possível captar sinais considerados inteligentes, como os originários da constelação da Ursa Maior.
2. A evidência deixada por vestígios de que essas inteligências estiveram na Terra em vários períodos distintos.
Tais vestígios foram longamente estudados em toda a literatura do chamado Realismo Fantástico, incluindo autores como Robert Charroux, Jacques Bergier, Von Daniken e outros, que não se cansaram de advertir que o Homem viveu uma história secreta não admitida e ainda não ensinada pelos ocidentais.
3. A evidência de que essas inteligências visitaram nosso planeta, locomovendo-se em naves espaciais.
Não há dúvida de que mesmo na antigüidade já se falava nisso. Das figuras encontradas nas cavernas em que habitou o homem pré-histórico – onde foram desenhados cimos análogos aos utilizados pelos astronautas atuais – transpondo os testemunhos bíblicos até a casuística atual, todas as épocas são unânimes em afirmar que a Terra foi visitada por estranhos artefatos voadores, cujos ocupantes, confundidos com deuses, eram na verdade astronautas,
4. A hipótese de que os OVNIs sejam templos de sabedoria e colonização do espírito universal, isto é, sejam agentes neguentrópicos.
Sabendo-se que “a energia utilizável no espaço do nosso universo diminui constantemente à medida que o tempo passa”, isto é, o universo material tende à entropia, à desorganização e, cedo ou tarde, à uma morte certa – conforme se pode depreender das leis da Termodinâmica – os agentes neguentrópicos, difusores de entropia negativa, ou seja, do esforço organizativo ou vital, lutam para expandir as energias espirituais, imanentes à matéria, e que adiariam ad infinitum a morte do Universo,
5. A hipótese de que, quando a humanidade estiver moralmente preparada, vale dizer, quando tiver modificado suas estruturas de poder, as inteligências externas deixarão de apenas observar ativamente ou de intervir passivamente, passando ao contato direto e imediato.
Para melhor compreender os termos acima, basta pensar num formigueiro que estivesse sendo estudado. Observação ativa é aquela que, não modificando os hábitos do observado, procura acompanhar todos os seus atos, buscando a compreensão de seu comportamento
. No caso, o pesquisador vê movimento no formigueiro e registra o processo de vida dos insetos. Intervenção passiva é a fase em que o observador demonstra a própria presença, sem modificar, porém, os hábitos do observado. Basta, no exemplo dado, que se coloque um dedo no formigueiro para se observar novas reações nas formigas. Assim também, analogamente, um OVNI se deixando avistar pretende com isso testar as reações novas dos humanóides terrestres. Finalmente, contato direto e imediato é a interrupção das condições anteriores da experiência em troca de um nivelamento de comunicação. Na comunidade das formigas, o pesquisador encontraria uma forma peculiar de comunicação com os insetos. Em se tratando de OVNIs, no entanto, eles buscariam contato físico, visível e incontestável conosco, tencionando trocar informações, de igual para igual, sem intermediários.
6. A hipótese de que os discos voadores passaram a aparecer mais freqüentemente após a bomba de Hiroxima, em 1945, porque a humanidade estaria correndo perigo.
O processo de intervenção passiva se intensificou, a partir de 1945, dado o perigo que representa o uso de armas atômicas, que liberam as forças entrópicas ou destrutivas da natureza. Tal é o perigo nuclear, que será capaz de erradicar a humanidade da face da Terra, caso as superpotências não se decidam pelo desarmamento.
São estas, em resumo, as conclusões atuais da Ufologia. Como vimos, ela maneja com evidências e hipóteses ainda frágeis (porque não são universalmente aceitas), mas que, ao serem confrontadas com alguns preconceitos do pensamento contemporâneo, poderão esclarecer certas questões políticas daquela ciência emergente.
PRECONCEITOS – O primeiro preconceito do pensamento contemporâneo, que importa para a Ufologia, diz respeito à teoria da comunicação. E nos remete ao conceito do Prof. Marshall MacLuhan, também chamado o papa da comunicação, que fez pensar a muitos que o mundo seria uma aldeia global, unificada pelos meios eletrônicos transmissores e receptores de informações. Nada mais falso, tal ponto de vista deveria pressupor o igualitarismo na distribuição do pacote de informações preparado pela imprensa mundial. Isso, porém, positivamente não se dá. Essa imprensa, que funciona submetida ao dinheiro (no lado capitalista) e ao Estado (no lado socialista), detém o monopólio das informações divulgadas, mas as distribui de modo desigual pelos diversos recantos do planeta.
Assim sendo, a informação dos meios eletrônicos atuais não é nem homogênea nem democrática, como o Prof. MacLuhan concebeu. Os países ricos, devido ao alto nível alcançado por seus equipamentos, podem dispor das informações realmente publicadas em todas as partes, mas não é o que acontece às nações pobres. Estas recebem uma pequena parte da cobertura oferecida pela imprensa mundial, que já é distorcida em relação ao universo de acontecimentos cotidianos, e ainda se prejudica com o fato de só receber uma diminuta parcela do pacote de informações.
Exemplificando bem concretamente, o Brasil é um país que não tem suporte empresarial para receber e processar todas as informações que vêm de fora e têm dificuldades correlatas para exportar as informações externas.
Resulta daí, para a Ufologia, que as nações pobres tendem a aceitar o que lhes é imposto como conhecimento adiantado, sem conseguir cotejar com segurança as notícias e atualizações recebidas.
No Brasil, vivemos a reboque do oxigênio ufológico americano, que nem sempre é o de melhor qualidade e, muitas vezes, como veremos, nos leva à intoxicação.
O segundo preconceito nos apresenta as superpotências, União Soviética e Estados Unidos, como inimigas irreconciliáveis, prontas à destruição mútua ao menor descuido ou desequilíbrio internacional.
Tal julgamento decorre de uma avaliação simplista do funcionamento da História, que parece se movimentar para vários analistas, ora segundo a dialética do senhor versus escravo, ora conforme a ótica do mocinho versus bandido.
Contrariando o exame corrente, as superpotências tendem muito mais do que se pensa a conservar seus interesses geopolíticos, respeitando-se entre si. Prova disso são os acordos de Ialta e Potsdam, firmados após o fim da 2ª Guerra Mundial, que partilharam o mundo numa espécie de Nova Tordesilhas, até hoje inexplicavelmente acatada. Esses acordos, posteriormente atualizados pela Conferência de Helsinque, em 1976, cortaram a Terra em dois blocos diversos, o capitalista e o socialista, e são os mais duradouros exemplos de partilha do planeta entre poucos donos de que se tem notícia.
Também é falso que as superpotências desejem o domínio solitário do mundo, suplantando a rival. Esse é outro preconceito muito comum na opinião pública, alimentado por vários interesses inconfessáveis.
União Soviética e Estados Unidos se necessitam entre si porque são imagens de imperialismo refletidas sobre espelhos mantidos um diante do outro. Essas nações são semelhantes até no potencial de destruição, já que, juntas, podem aniquilar o mundo 37 vezes, embora seja preciso apenas uma devastação atômica para limpar a humanidade da superfície da Terra.
São países que se preservam entre si também por outra razão muito forte: ode manter as outras nações submissas, simulando sempre uma agressão externa que permita a renovação dos compromissos que as mantenham como guardiãs insubstituíveis de seus respectivos blocos.
Permanecendo o status que, Estados Unidos e União Soviética manipulam o ambiente político de tal forma que, deixando seus arsenais pesados intactos, patrocinem guerras localizadas, em países que não comprometam o equilíbrio global, sempre adiando as decisões radicais de confronto entre si mesmos.
As nações que tentam fugir desse esquema bipolar de poder, como a França e a China, não têm força geopolítica suficiente para construir outras &a
acute;reas de influência que afrontem a ideologia das superpotências.
Cai por terra, por conseguinte, o último preconceito, bastante difundido e efeito dos anteriores, que estipula a possibilidade de haver vencidos e vencedores numa guerra total entre os dois blocos. E tal raciocínio se desfaz porque a tecnologia, fiadora do predomínio das superpotências sobre os demais países, se encarregou de garantir que nenhum vestígio de civilização sobrasse depois dos combates da Terceira Guerra Mundial.
Dessa maneira, não se pode negar que, assim como tudo o mais na atualidade, a Ufologia também gravita em torno dos interesses macropolíticos das superpotências e é essa influência que vale a pena comentar.
ASPECTOS POLÍTICOS DA UFOLOGIA – Nos Estados Unidos, onde a lógica do sistema capitalista precisa proteger com pudor os princípios individualistas, a casuística, isto é, o estudo dos casos de aparecimento de OVNIs e de seu provável contato com seres humanos, foi estimulada pela atividade de muitos pesquisadores e até uma imprensa especializada apareceu sob a complacência do Governo, que não pôde impedir o livre pensamento sobre a matéria.
Muitos cientistas, deslocados de suas especialidades, começaram a avaliar a sanidade mental e a reputação das vítimas dos discos voadores e, finalmente, a CIA (Central Inteligency Agency), o serviço secreto americano, passou a se interessar pelo assunto, quando pressentiu que as ocorrências de avistamento e aterragem de tais objetos poderiam afetar a segurança nacional dos Estados Unidos.
Surgiram na América, a partir de 1945, duas metodologias de pesquisa de OVNIs. Uma, dirigida pelo próprio serviço secreto, cuida do tema profundamente, mas evita que as conclusões porventura tiradas cheguem ao conhecimento da opinião pública. Essa abordagem secreta é privilégio de militares, bastante confiáveis, designados especialmente pelo Pentágono, e de órgãos informais civis pertencentes ao serviço secreto, mas que jamais aparecerão em qualquer hipotético organograma da CIA.
Nessas repartições de Governo, o assunto OVNI deve manter-se secreto, pelas implicações de segurança nacional que mantém e pelo conseqüente envolvimento dos falcões, os defensores do com plexo industrial-militar americano, no rumo das investigações.
A outra orientação de pesquisa da Ufologia nos Estados Unidos, bem conhecida do público brasileiro, é a casuística, permitida naquele país para consumo civil, limitando-se à descrição e interpretação dos casos de OVNIs sem, contudo, retirar qualquer conseqüência filosófica mais responsável do material em estudo. Em torno dela, foi montado o maior esquema promocional de que se tem notícia, desde que os militares e o serviço secreto americano foram lentamente liberando informações imprestáveis, ou seja, aquelas que de uma forma ou de outra vazaram para o público externo.
Vários cientistas e pesquisadores de renome acabaram por se preocupar intelectual e comercialmente com o assunto, várias associações foram fundadas, congregando os entusiastas dos discos voadores e praticamente uma cadeia de revistas e jornais se sustenta nos Estados Unidos, graças aos recursos oriundos do debate sobre as luminosas mensagens vindas do céu.
A casuística é, por dedução, uma metodologia de pesquisa estimulada pela CIA e pelo Pentágono porque seus divulgadores, na área científica e comercial, jamais ultrapassaram os limites permitidos pelas autoridades. Através dos adeptos da casuística, a CIA consegue atingir seu objetivo junto à opinião pública: FAZER COM QUE SEMPRE PERMANEÇA A DÚVIDA DE QUE OS OVNIs REALMENTE EXISTAM.
Enquanto os especialistas se preocuparem em fazer palestras, contando casos de aparecimentos, aproximações e aterragens de OVNIs, mostrando slides e laudos de sanidade mental das vítimas, adia-se para bem longe o reconhecimento pelos governos da realidade dos OVNIs, embora já se perceba de um modo visível que o tema é considerado de interesse da segurança nacional de vários países.
O serviço secreto americano, através de alguns representantes institucionais do próprio Governo, paga regiamente a certos pesquisadores no mundo inteiro, a fim de assegurar que os resultados de seus estudos estejam sempre a reboque das revelações permitidas pelos interesses americanos. Com isso, ficam protegidas as informações perigosas ou simplesmente inconvenientes na atual conjuntura histórica.
TAMBÉM NA RÚSSIA – No lado soviético, o Comitê de Segurança do Estado, conhecido pelas inicias KGB, é um pouco mais conservador. Ao contrário da CIA, para ele nem o engodo da casuística interessa e, apesar da luminescência dos OVNIs em Moscou, esse assunto é completamente reservado às autoridades do Estado. Tal postura vale também, é desnecessário dizer, para as nações da Europa Oriental.
Por que isso acontece? Em que a divulgação de noticias sobre OVNIs afetaria a segurança do Estado soviético ou sua sobrevivência ideológica?
Em primeiro lugar, partindo da constatação de que a sobrevivência do regime depende da domesticação das massas, cumpre fazê-las acreditar que o Homem, o Homo sapiens terrestre, é realmente o Rei da Natureza, a criatura mais perfeita já construída pela Evolução, como supõe o humanismo marxista. As conquistas humanas no campo da tecnologia e no da produção são sempre motivo de elogios sistemáticos do Estado Comunista, preocupado em edificar o Homo sovieticus, totalmente isento de preconceitos ideológicos e de religiosidade idealista.
Por serem artefatos estranhos ao conhecimento humano, manifestações ainda não reconhecidas pela ciência oficial, os OVNIs iriam contrariar convicções arraigadas, pré-estabelecidas pelo establishment soviético, porque comprovariam a existência de máquinas cujo funcionamento escapa por completo à compreensão humana e que, supondo um comando inteligente, levariam à conclusão de que o ser humano terrestre não é uma criatura assim tão extraordinária e tão sábia quanto o materialismo apregoa.
A superação do Homo sovieticus por alienígenas, vindos do espaço, seria insuportável para os dignitários do Politburo, especialistas em preparar para o povo as verdades permitidas.
Assim, para Moscou, nem casuística nem vazamento progressivo de informações secretas do Estado para o público. Do ponto de vista da sociedade socialista, os discos voadores simplesmente não existem. São uma ficção, típica de um mundo capitalista necessitado dos pretextos ufológicos para viver com alguma esperança.
PONTOS EM COMUM – Com efeito, por mais diferentes que sejam seus regimes políticos, como pensam as opiniões superficiais, Estados Unidos e União Sovi
ética dispensam um tratamento muito semelhante à Ufologia: ambos os países jamais se pronunciaram de modo oficial e concludente sobre a matéria. A casuística, por conseguinte, caudatária das informações do Estado, não poderia deixar de ser um método estagnado e repetitivo de investigação, já que não se enriquece com os argumentos governamentais, mantidos em segredo.
Indo para além da temática ufológica, não resta dúvida de que as superpotências só discordam em assuntos conjunturais, periféricos, não divergindo nos temas globais, ligados à manutenção do equilíbrio de poder.
Seus analistas militares, em geral instruídos em escolas materialistas e pragmáticas, não abdicarão nunca de uma ideologia hegemônica, onde as superpotências partilhem do poder e as outras nações se submetam, ao referido Pacto de Tordesilhas não explícito.
As instituições que constituem as forças armadas dos dois países não podem admitir que Objetos Voadores Não Identificados invadam a atmosfera do planeta, usando uma tecnologia incompreensível e poderosa, somente para nos observar. Eles não aceitam que os OVNIs exibam poder, capaz de atacar e render as defesas terrestres e não o façam. Isto iria contrariar os ensinamentos mais simples das doutrinas militares, que antes de tudo preceituam como natural o domínio pela força do mais fraco pelo mais forte.
Aceitar que os OVNIs suplantem toda a nossa compreensão científica, mas não utilizem a própria tecnologia como meio de dissuasão militar, significaria discordar dos motivos que tornam necessária a existência das forças armadas. De forma nenhuma, elas poderiam concordar com essas idéias.
As elites dominantes nos Estados Unidos e na União Soviética, de igual modo influenciadas pelo pensamento militar, não admitem que os OVNIs sejam discutidos, porque a menção de inimigos externos conduziria – não ao pânico, como haveria de se supor, – mas à unificação da humanidade contra a ameaça alienígena, com a conseqüente eliminação do esquema bipolar de poder.
Percebe-se, então, com surpreendente regularidade, que nos países interessados na liderança mundial, a existência dos discos voadores não é reconhecida oficialmente, mas as investigações sobre a matéria são dirigidas por órgãos informais, desligados da administração ordinária de governo.
É sintomático, pelo que foi dito, que a França, país que não tem pretensões hegemônicas, tenha sido a única nação a reconhecer através de relatórios governamentais a importância do estudo dos Objetos Voadores Não Identificados.
POLÍTICA SEM OVNIs – A classe política mundial também se recusa a admitir, como de seu interesse, a questão dos OVNIs. Ela procura omitir esse assunto porque, além de não ter magnetismo eleitoral, não parece contribuir para auxiliá-la na tarefa de condução do Estado.
Prova disso é que jamais se ouviu falar de um presidente da república que tenha afirmado, em alguma parte do mundo, alto e bom som, que avistara em certo dia de sua vida um objeto voador no céu, cujo comportamento fosse diferente de tu do o que já havia visto antes. Se dissesse semelhante coisa, jamais chegaria à presidência da república de lugar algum.
Normalmente, porém, as personagens políticas podem aduzir em sua defesa que não falam de OVNIs por que eles só aparecem para gente simples, descomprometida, que nada tem a perder ou ganhar.
Talvez um a grande lição advenha daí. Talvez as inteligências que comandam os OVNIs se recusem a tratar com pessoas que administrem o falso poder na Terra, alienado das verdadeiras origens espirituais, da sabedoria que deveria norteá-lo. Talvez os discos voadores queiram chamar nossa atenção para a desimportância do ego material e social, que tanto prezamos, revelando o valor que dão aos planos mais elevados do espírito.
CONCLUSÕES – Os OVNIs são uma demonstração inequívoca e visível de que a humanidade ainda é muito primitiva em sua lógica de poder. Contra nossa lógica sem lógica, os discos voadores demonstram, através de sua presença, que civilizações podem se aproximar umas das outras sem o intuito da cruel dominação e sem apresentar sofisticados arsenais de dissuasão.
Anunciantes luminosos de uma Nova Era para a humanidade, os OVNIs poderão provocar modificações profundas nos campos econômico, político e social. A simples confirmação de sua realidade já afrontaria por si só os postulados vigentes de poder e é só por isso que os OVNIs não são discutidos abertamente pelos governos do mundo.
As inteligências que dirigem essas naves especiais, tão sofisticadas, parecem ser entomologistas cósmicos, encarregados de velar por uma colônia de insetos pensantes que está em grave perigo. Enquanto nos comportarmos como formigas, preocupadas apenas em produzir e guerrear, eles não entrarão em contato direto e imediato conosco, privando-nos da certeza plena e cristalina de sua presença. Mas no momento em que estivermos preparados, transformados moralmente por dentro e politicamente por fora, eles descerão do horizonte e nos admitirão na comunhão fraternal dos povos do universo.
AS MANOBRAS CONJUNTAS DE DESPISTAMENTO UFOLÓGICO
Ao contrário do que se imagina, tanto os Estados Unidos como a União Soviética procuram cooperar mutuamente no que se refere à pesquisa ufológica. Embora potentes quanto ao resto do mundo, precisam se unir contra forças superiores às terrestres…
Juntamente com a entrevista do Major Colmar VonKeviczky, apresentada nesta edição de UFO, recebemos do grupo ICU-FON (Intercontinental UFO Research and Analytic Network), dirigido pelo próprio VonKeviczky, uma release divulgada inéditamente em janeiro deste ano.
Nesta release do ICUFON, temos a revelação de que em 1971 os Estados Unidos e União Soviética assinaram um “Tratado para Redução de Armas Nucleares”, até aí conhecido publicamente desde tal assinat
ura, mas que contém detalhes relativos à manifestação de UFOs em nosso planeta. O trecho específico em que aparece citação de que EUA e URSS devem cooperar mutuamente na detecção de UFOs e imediata informação á outra parte, apareceu no contexto do tratado, publicado no boletim Ambassador, editado na URSS, suplemento nº 31, de outubro de 1971. Sua tradução é a seguinte:
“Artigo 3º: As parles deste acordo encarregar-se-ão de notificar uma á outra imediatamente após a ocorrência, a detecção de objetos não identificados através dos avançados sistemas de alarme que possuem, de modo a prevenir a deflagração de uma guerra nuclear entre os dois países”.
O que quer dizer isso: em primeiro lugar, significa que os países que subscrevem o tratado tem sistemas para detecção de UFOs; em segundo lugar, significa que estes países estão acostumados em deteclar UFOs; e em terceiro lugar, significa que ambos os países sabem que os UFOs podem ser interpretados erroneamente por seus instrumentos e isso pode causar uma guerra nuclear.
O tratado foi assinado pelo Secretário de Estado dos EUA, William P. Rogers, e pelo Ministro para Assuntos Exteriores da URSS, Andrei Gromiko. Segundo o 3º artigo deste tratado, fica evidente que há cooperação mútua, ainda que não totalmente declarada, entre as duas maiores potências do planeta, e por razões óbvias: embora estas nações tenham dividido o planeta em duas faces, a capitalista e a comunista, e com isso dominem basicamente “meio-a-meio” o globo terrestre, por serem mais potentes do que as nações que rebocam, sozinhas estas nações (ou uma ou outra) seriam impotentes contra uma força externa à Terra, E é evidente que o Fenômeno UFO é encarado aí como agressor, ou ameaça externa. O que parece uma ilusão, visto estarem os UFOs em nosso meio há milênios sem tentarem nos dominar ou destruir.
Mas ilusão maior pode, ainda, ser o objeto deste artigo, que supõe cooperação entre EUA e URSS contra tais forças externas ou extraterrestres. Peta tecnologia que demonstram ter, nem mesmo 30 Estados Unidos ou 80 Rússias juntas seriam capazes de impedir qualquer ato que tentassem impor ao nosso planeta. Em escala evolutiva, talvez nossos visitantes estejam há uns 3.000 ou 3.000.000 de anos á nossa frente… Mas mesmo que estivessem há apenas 300 anos à nossa frente, é improvável que possamos detê-los com nossas defesas, por melhores que possam ser.