A cooperação espacial entre Brasil e Índia deve começar a se concretizar ainda neste ano. Grupo de trabalho bilateral, formado por representantes da Agência Espacial Brasileira [AEB] e da Organização de Pesquisa Espacial da Índia [ISRO], analisará as possibilidades de parceria. As conclusões do grupo embasarão um documento bilateral que será assinado em setembro, na Índia, durante o 58º Congresso Astronáutico Internacional, promovido pela Federação Internacional de Astronáutica [IAF]. O Brasil quer aplicar as ciências espaciais e as informações obtidas por satélite para o desenvolvimento científico, social e econômico do país.
Brasil e Índia firmaram acordo para uso pacífico do espaço exterior em 2004, durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país asiático – o acordo foi aprovado em abril deste ano na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados. As conversas na área espacial se intensificaram com a visita de uma comitiva indiana ao Brasil há cerca de 15 dias. Na ocasião, ficou acertada a criação do grupo de trabalho com representantes dos dois países.Os indianos têm interesse na troca de conhecimentos e serviços em rastreio de satélites, desenvolvimento de projetos em aplicações de satélites, lançamento de satélites de pequeno porte, estudos científicos sobre o eletrojato equatorial, entre outros. Já o Brasil, segundo a Agência Espacial Brasileira, no uso de satélites para telemedicina e teleducação e intercâmbio de cientistas, entre outros temas.
O programa espacial indiano dá ênfase às aplicações de satélites. O país já construiu 29 satélites, desenvolveu dois tipos de lançadores e estabeleceu infra-estrutura para desenvolvimento, construção e testes de satélites de telecomunicação, sensoriamento remoto e meteorologia.Os atuais e futuros artefatos espaciais abrangem desde navegação por satélites a segurança alimentar, gerenciamento de recursos naturais, monitoramento de desastres, e-governance e previsão do tempo, sem contar os satélites científicos e plataformas orbitais recuperáveis para experimentos em gravidade zero.