Entre as pesquisas mais importantes está o desenvolvimento de novas tecnologiasA Rússia vem desenvolvendo pelo menos 65 programas de pesquisa científica e tecnologia aplicada na Estação Espacial Internacional (ISS) durante os últimos seis anos, afirmou nesta segunda-feira, 12, a agência espacial russa Roscosmos. O programa de pesquisa russo na ISS abrange observações da Terra e do Sistema Solar, a influência da radiação cósmica em seres vivos e o desenvolvimento de novas tecnologias, afirmou o comunicado da Roscomos, publicado em seu site. De 2001 a 2006, os cosmonautas russos na ISS concluíram dez programas científicos, continuam desenvolvendo outros 55 e ainda faltam 252 a serem realizados. A maioria dos programas de pesquisa russos concluídos na ISS estudou o efeito do cosmos na estrutura dos materiais inertes e o desenvolvimento de tecnologias para cristalizar proteínas em condições de pouca gravidade.
O conhecimento dos efeitos da radiação cósmica sobre os materiais é fundamental para a construção das naves espaciais, laboratórios orbitais e futuras bases de astronautas na Lua e em outros astros. A cristalização de proteínas no espaço é uma das tecnologias mais avançadas para conhecer sua estrutura molecular e, a partir disso, compreender seus mecanismos de funcionamento. O conhecimento da estrutura das proteínas ou biomoléculas permitirá, em particular, que a medicina descubra o mecanismo da insulina para o armazenamento de glicose, como a hemoglobina do sangue regula o intercâmbio de oxigênio, e como a miosina produz a contração muscular. Medicina e nanotecnologiaSegundo a Roscomos, os experimentos no espaço relacionados à cristalização de proteínas estão proporcionando pistas valiosas para o desenvolvimento de métodos de diagnóstico mais precisos, e contribuem para a obtenção de novos medicamentos.
Além disso, destacou que os experimentos na ISS também desenvolvem uma tecnologia para a obtenção de lâminas proteínicas bidimensionais, ponto de partida para a obtenção de novos materiais de aplicação na nanotecnologia e na bioeletrônica. A nanotecnologia compreende o desenvolvimento de aparelhos e sistemas em nanoescala (um nanômetro é um milionésimo de milímetro de metro), e a bioeletrônica compreende a medição e processamento de impulsos elétricos em nível celular. O relatório da Roscomos ressaltou que, a partir das lâminas proteínicas como elemento “vivo”, é possível a fabricação dos esquemas híbridos ou biochips, protótipos de computadores biológicos que no futuro deverão ser a base para a criação do intelecto artificial.