Temas ufológicos no cinema sempre fascinaram os expectadores e renderam lucros exorbitantes a seus produtores. Lembremos o grande afã que foi ET, de Stieven Spielberg – isso sem contar com um dos mais recentes fenômenos de bilheteria, Independence Day (ID-4), de Roland Emmerick. E com Homens de Preto, ou simplesmente MiB (do inglês, men in black), não é diferente. A película dirigida por Barry Sonnenfeld, de A Família Adams, atingiu o topo de bilheteria neste verão nos Estados Unidos.
E não era para menos. O filme tem todos os ingredientes para atrair as atenções do público mais exigente, ávido por assuntos ufológicos. Apesar de ser uma ficção, ele é baseado em histórias supostamente reais, pois há dezenas de anos pessoas que têm contato com seres alienígenas, avistamentos de UFO etc narram ter recebido visitas misteriosas de homens mais misteriosos ainda. Segundo as testemunhas, esses homens, geralmente em três, surgem do nada e sempre se apresentam como membros de alguma organização secreta, que mais tarde descobre-se nunca ter existido – detalhe precípuo – mostram distintivos irreconhecíveis, vestem-se com ternos, gravatas e chapéus pretos – daí seu nome – e camisa branca, e desaparecem sem deixar pista. E o mais curioso: eles andam sempre em linha reta.
Entrevista com os MiB – Os homens de preto geralmente encaminham os contatados a um lugar fechado, pouco iluminado, onde fazem um interrogatório exaustivo. Após o encontro e entrevista com os MiB, as testemunhas costumam sofrer de dores de cabeça e problemas psicológicos, como esquizofrenia, depressão profunda e amnésia. Em certos casos, esses sintomas desaparecem em questão de dias, entretanto, em outros, o restabelecimento pode nunca mais vir.
O ufólogo Paulo de Carvalho-Neto, em sua obra fasciculada El Povo del Espacio, publicada em sucessivos volumes pela revista argentina Folklore Americano, entre os anos de 1985 e 1993, traduzida para o português, homônima, e em processo de produção através do Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV), na Coleção Biblioteca UFO, explica que os homens de preto visitam a Terra desde a Antigüidade. “Na visão de Ezequiel havia um \’homem vestido de linho\’ que não fazia parte dos \’querubins\’ ou disco voador. Este \’homem vestido de linho\’ estava na Terra”, referindo-se ao avistamento que teve o profeta Ezequiel. “Infelizmente. Ezequiel não mencionou a cor do linho que trajavam”, completa.
Uma das testemunhas ufológicas para as quais o trio negro apareceu é Albert K. Bender, fundador da Associação Internacional para o Estudo dos Discos Voadores (Internacional Flying Saucer Bureau). Sem motivo, em 1953, Bender fechou-se para temas ufológicos. Agiu dessa maneira porque teria sido visitado por três homens vestidos de preto que se materializaram em seu quarto e o intimidaram a calar-se, senão seu corpo seria pulverizado.
De acordo com o estudioso Roy Stemman, “esses três homens vêm sendo parte do enigma dos UFOs”. Houve diversas versões para se tentar esclarecer a sua existência. Uns diziam que seriam agentes da ClA, intentados a impedir o progresso da Ufologia pelos humanos. Chegam em brilhantes Cadillacs pretos e entram onde querem. Stemman menciona muitos outros casos ufológicos discutindo, inclusive, o tema da tradicional visita dos Três Reis Magos. Estaria relacionada aos MiB?
No filme, coproduzido por Spielberg, os agentes são interpretados pelo veterano Tommy Lee Jones, “K”, e a nova estrela que disponta em Hollywood Will Smith, o agente “J”. Os astros são encarregados de monitorar cerca de 1.500 aliens que recebem permissão do governo americano – com direito a visto de permanência e tudo mais – para viver em Nova York sob a forma de humanos, misturando-se com os citadinos. É óbvio que alguns desses seres, não contentes com a oportunidade extraordinária de morar neste paraíso, ameaçam o planeta de destruição total. Nessa comédia, difícil é descobrir quem é ou não terrestre, mas Jones e Will executam de forma primorosa e burlesca a missão de salvar a Terra.