O cometa mais brilhante dos últimos 42 anos só voltará daqui a 100 mil anos, segundo seu descobridor, o cientista britânico Robert McNaught. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, McNaught afirmou ainda que sua visibilidade será melhor na próxima semana, apesar de seu brilho estar diminuindo.
“O brilho do cometa que corta o céu do hemisfério Sul neste mês está diminuindo, mas o cometa está se movendo para um céu mais escuro, por isso está mais visível agora do que quando atingiu seu ponto mais brilhante”, afirma McNaught. O cientista, que se considera apenas “um observador”, disse ainda que aqueles que estiverem longe das luzes das cidades poderão ver o cometa com facilidade na próxima semana e, talvez, durante mais algumas.
McNaught também afirmou que o céu mais escuro permitirá observar a enorme cauda do cometa, mas que a aproximação da lua daquela região do céu pode atrapalhar sua visualização dentro de aproximadamente uma semana. O cometa foi descoberto cinco meses atrás na Austrália e sua estrutura é similar à dos demais cometas. Ele é formado por um núcleo, composto de rocha e gelo e duas caudas – uma de gás e outra de poeira.
Passagem pelo Brasil. O cometa pode ser avistado de qualquer ponto do território nacional há duas semanas. O astro pôde ser visto até mesmo a olho nu em algumas localidades, dependendo das condições meteorológicas.As chuvas que afetam principalmente o Sudeste estragaram parte da festa, mas o cometa McNaught ainda pode ser visto a olho nu – e fotografado – em todo o Brasil pelo menos até sábado. Com instrumentos, será visível quase até o fim do mês.O astro que é o mais brilhante de seu gênero, é também cem vezes mais brilhante que o Halley, que se aproximou pela última vez daqui em 1986.
Ele pode ser observado em qualquer lugar de onde se possa ver o pôr-do-sol, desde que não haja muitas nuvens. Basta olhar na direção do poente. O ideal é procurá-lo cerca de meia hora após o crepúsculo. Anteontem, por exemplo, o McNaught ainda era visível por volta das 20h. O cometa fez no fim-de-semana sua aproximação máxima do Sol.
Agora ele se afasta da Terra, e pode ser que não volte nunca mais: alguns astrônomos aventam a possibilidade de que ele seja aniquilado na sua passagem de raspão pela estrela. Por enquanto os astrônomos não se arriscam a prever seu destino: nem a massa nem o período do McNaught foram determinados. Veja aqui uma galeria de fotos do McNaught em sua passagem pela Terra.