Os meses de setembro e outubro foram altamente proveitosos e significativos para a Ufologia Mundial, pois contaram com dois grandes eventos ufológicos: o IV Congresso Nacional sobre Discos Voadores, organizado em Salvador, Bahia e a segunda edição do Simpósio Internacional de Ufologia da Austrália, que reuniu especialistas de todo o mundo. Embora realizados em lugares distantes entre si e com públicos distintos, ambos tinham pelo menos dois pontos em comum: celebrar os 50 anos da pesquisa científica dos discos voadores e pavimentar a estrada que conduziam ao I Fórum Mundial de Ufologia, que acontecerá em Brasília, de 07 a 14 de dezembro.
O primeiro deles foi idealizado pela ufóloga Ana Santos, presidente do Centro de Estudos Exobiológicos Ashtar Sheran (CEEAS), com conferências, debates e ampla exposição ufológica. Durante três dias, de 25 a 28, o IV Congresso Nacional sobre Discos Voadores contou com a presença de 300 participantes e duas dúzias de conferencistas. Dentre os internacionais estavam o pesquisador argentino Roberto Banchs, o sociólogo Rodrigo Fuenzalida, líder da pesquisa ufológica no Chile, e o peruano Luis Raygada, que falou sobre a influência dos extraterrestres nas antigas escolas esotéricas do mundo, antes e depois do Dilúvio.
O evento contou ainda com a presença da escritora Chris Griscom – conhecida internacionalmente como a guru de Shirley MacLaine desde quando seu trabalho foi relatado no livro Dançando na Luz, da famosa atriz norte-americana. Chris é autora de bestsellers e trabalha com expansão da consciência. Também garante manter contatos telepáticos assíduos com alienígenas.
Os ufólogos brasileiros deram grande parcela de contribuição ao evento. Ademar Eugênio de Mello, retornando aos palcos ufológicos depois de muito enfermo, fez uma brilhante apresentação, cujo tema tratou da Paraolística extraterrestre. Segundo o estudioso, paraolística é o estudo das intenções de seres mais evoluídos do que nós. Ademar explica que em outros níveis de realidade também se verificam tentativas evolutivas, que são as que movem os extraterrestres a virem à Terra. “Por estarem estas civilizações em níveis acima do nosso, somente um estudo muito aprofundado da Física e de outras ciências, e não apenas a espiritualidade, trará um vislumbre para a situação”, conclui.
Alberto Romero e Emanuel Paranhos apresentaram detalhes da grande onda ufológica que sacudiu a Bahia no mês de agosto. Caracterizada por uma revoada de UFOs e observações diurnas e noturnas registradas, inclusive, pelos radares do Aeroporto 2 de Julho, na capital. O objeto não identificado estava em alta velocidade e, a certa altura, dividiu-se [a cobertura completa você encontra à página 28].
Observatório ufológico – Antonio Faleiro fez palestra sobre o folclore ufológico. Como investigador de campo, Faleiro teve a oportunidade de presenciar vários fenômenos e manter contato com luzes não identificadas, o que o levou a construir um observatório de Ufologia em sua cidade, Passa Tempo (MG). Já Reginaldo de Athayde, co-editor de UFO, desviando-se de seu tema habitual, que são as constantes ocorrências ufológicas no interior do Ceará (e outros Estados nordestinos), abordou, desta vez, a história dos UFOs desde a Antigüidade, enfocando até aparições registradas nos livros Vedas, Mahabarata, Estânzias de Dzian etc. Rafael Cury, editor da revista Fatos e Mistérios (sucessora da Realismo Fantástico), falou da atuação dos extraterrestres junto aos humanos em seus contatos. Alienígenas que curam e que matam foi o tema de sua palestra, que mostrou estranhos acontecimentos registrados em todo o mundo em que aliens sanaram seres humanos de várias enfermidades. Como por exemplo o caso da atriz Martha Anders, que tinha câncer e após um contato ufológico ficou completamente curada, pesquisado pela ufóloga Irene Granchi e pelo hipnólogo Sylvio Lago.
Transformação humana – O casal Marly e Paulo Santos, de São Paulo, mostrou aspectos da Exobiologia e a Mensagem do Fogo Espacial. Arismaris Baraldi Dias discorreu sobre o código de Ética dos ufólogos, aproveitando a ocasião para anunciar o lançamento de seu livro. A. J. Gevaerd, editor de UFO, recapitulou o Caso Varginha, ressaltando as conseqüências que trouxe às pessoas envolvidas. Eustáquio Patounas retratou a Ufologia como meio de transformação humana.
A psicóloga carioca Gilda Moura, que vem se despontando como especialista em abduções, abordou detidamente os efeitos resultantes de contatos com extraterrestres. A base de seu estudo é a de que o Fenômeno UFO ocasiona ao receptor de contatos drástica mudança nas condições de seu comportamento, resultando na alteração de suas ondas cerebrais. Ainda prestigiando o congresso, esteve presente o ator Eriberto Leão, que viveu o papel de João, o ET na novela O amor está no ar, da Rede Globo.
Durante o evento de Salvador, Rafael Cury e Ana Santos foram homenageados com dois troféus do Centro de Pesquisas Ufológicas (CPU), por méritos de serviços prestados à Ufologia. O Troféu CPU já está virando tradição no Brasil, reconhecendo a atuação de ufólogos que se destacam. Os primeiros agraciados foram Irene Granchi (também presente no congresso) e Gevaerd, em 1995. A cada ano, espera-se a indicação de novos receptores do prêmio, idealizado por Hélio Loyola e Reginaldo de Athayde, dirigentes do CPU, que justificam sua iniciativa: “Nós criamos o Troféu CPU por sentir a necessidade de homenagear aquelas pessoas que, como nós, aqui no Nordeste, contra tudo e contra todos, procuram mostrar ao mundo a realidade do Fenômeno UFO”.
Paralelamente ao IV Congresso Nacional sobre Discos Voadores aconteceram o I Encontro Latino-Americano sobre Pesquisas Ufológicas e o I UFO School, uma iniciativa da ufóloga e pedagoga Ana Santos. Mais de 200 crianças, a partir de 10 anos de idade, matriculadas em 12 escolas da rede pública e privada, de primeiro ou segundo graus, tiveram participação efetiva, lotando o auditório do Hotel Meridien, onde foi sediado o evento. Houve mais razões para o congresso: divulgar as pesquisas, fortalecer a união da filosofia, ciência e espiritualidade no estudo ufológico. Informar o público da situação das pesquisas espaciais no Brasil e no mundo e discutir sobre a inclusão de temas cosmológicos nas escolas.
“A introdução da Cosmologia nos currículos vai permitir uma reflexão mais aprofundada e embasada sobre o assunto”, acredita Ana. Essa corrente filosófica se dedica ao estudo do Cosmo e “poderá ser integrada à disciplina de Estudos
Sociais para que os alunos tomem consciência de que há milhares de anos as civilizações da Terra são visitadas por humanidades de outros planetas”, justifica a pedagoga.
Sendo assim, o I UFO School, uma iniciativa inédita do CEEAS junto às escolas da capital baiana, visou estimular a criatividade dos alunos, fazendo-os ter contato com o assunto através de uma série de atividades culturais que incluíram palestras, exposições e um concurso cujo tema foi: “Se você encontrasse um ET, o que diria a ele?”. Na opinião da idealizadora do projeto, esta pergunta fez algumas pessoas vibrarem de excitação, enquanto outras ficaram de cabelo em pé só de pensar na situação.
Premiação – Os dez finalistas do concurso receberam como premiação uma assinatura da Revista UFO e outros brindes. O aluno classificado em primeiro lugar foi Diego Almeida Nascimento, do Centro Educacional Vitória Régia. Seu trabalho, que está sendo apresentado nesta edição, foi considerado belíssimo e emocionou os presentes ao ser lido para a platéia. As redações foram todas julgadas por uma comissão formada por educadores, artistas plásticos, ufólogos e formadores de opinião atuantes em vários meios de comunicação da capital baiana. Ana Santos e sua eficiente equipe prometem repetir a dose no ano que vem, desta vez ainda com mais participantes.
A grande dama da ufologia brasileira
Durante o evento de Salvador a presença mais admirada foi a de dona Irene Granchi, a ufóloga carioca que é nossa mais importante pioneira. E nem poderia ser diferente. Do alto de seus 84 anos, completados em novembro, dona Irene – a grande dama da Ufologia Brasileira – ainda esbanja energia e entusiasmo para participar de congressos em todo o país, mesmo com sua saúde já bastante debilitada.
A carreira ufológica desta notável senhora, com domínio fluente em cinco idiomas, começou quando a Ufologia surgiu nos meios de comunicação, ou seja, há bons 50 anos. Dona Irene, uma pacata dona de casa, em 1947, deparou-se com um grande UFO no quintal de sua residência, numa propriedade em que vivia com a família em Vassouras, no Rio de Janeiro. “Não sossegarei até que possa saber o máximo sobre esses objetos”, pensou imediatamente, passando a dedicar sua vida à causa ufológica. Suas atividades de pesquisa tornaram-se conhecidas e reputadas em todo o mundo, pela acuracidade das informações e pela tenacidade que demonstrava em apurar os milhares de casos ufológicos aos quais se dedicou. Foi ela quem investigou alguns dos mais importantes e clássicos casos de abdução de que se tem notícia.
No exterior, até hoje suas atividades são profundamente admiradas, sendo dona Irene reverenciada da mesma forma que seus contemporâneos Coral e Jim Lorenzen, da Aerial Phenomena Research Organization (APRO) ou o doutor Joseph Allen Hynek, considerado o Pai da Ufologia.