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Brasil tem 11 áreas excelentes na ciência

Equipe UFO

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Estudo mostra que pesquisas de neurociências e de cirurgia cardíaca são as que geram mais impacto positivo lá fora
Créditos: Divulgação

O Brasil tem 25 núcleos de excelência científica, espalhados por 11 áreas do conhecimento, segundo estudo publicado este mês nos Anais da Academia Brasileira de Ciências. A maior quantidade de grupos, conforme mostra a metodologia que capta o impacto mundial dos artigos científicos que são publicados por brasileiros dentro ou fora do país, estão na neurociência e na área de cirurgia cardíaca.

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“Essas subáreas não apareceram por meio de mágica, elas surgiram exatamente no nosso levantamento”, disse à Folha o autor do estudo Rogério Meneghini, do Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde, institutição criada no Brasil pela Opas (Organização Pan-Americana da Saúde).

Além das duas líderes, outras nove áreas se destacaram. A lista tem ainda doenças infecciosas, genética humana, física de partículas, floresta amazônica, metabolismo oxidativo, catálise química, física quântica, contracepção e genômica.

Segundo Meneghini, que não considera seu estudo excludente, e portanto outros poderão aparecer e mostrar um mapa diferente, foram analisados, primeiro, um total de 248 artigos.

Todos publicados em revistas científicas de impacto internacional e presentes na base de dados da empresa americana ISI (Instituto para Informação Científica, na sigla em Inglês), considerada uma referência internacional. Nela, é possível acompanhar os artigos e também a quantidade de referências feitas a ele.

“O período de corte é de dez anos, de 1994 a 2003. Todos os trabalhos usados na análise receberam mais de cem citações”, explica o pesquisador. Como nesta análise apenas as 11 áreas de maior destaque foram consideradas, o número total de trabalhos caiu para 117.

Entre os grupos de destaque no campo da neurociência, Meneghini destacou o impacto gerado por cinco deles, que foram responsáveis por seis artigos com mais de cem citações.

“Três deles estão voltados para a farmacologia comportamental”, explica. É o caso dos estudos de Frederico Graeff (USP de Ribeirão Preto), André Ramos (Departamento de Biologia Celular, Embriologia e Genética da Universidade Federal de Santa Catarina) e Ivan Izquierdo (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).

Os outros dois são liderados por Xavier Albuquerque (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e Miguel Nicolelis (Universidade de Duke/Estados Unidos). O primeiro investiga a transmissão das informações elétricas nos neurônios humanos e de como isso pode ser alterado pelos medicamentos.

O segundo, que faz experimentos sobre conexões sensomotoras, entrou na análise, mesmo estando fora do Brasil, porque vários pesquisadores radicados no Brasil continuam colaborando com ele.

No artigo captado pela pesquisa de Meneghini e Abel Packer, também do centro da Opas, publicado na “Science” em 1995, houve a participação de Luiz Antonio Baccalá, da Escola Politécnica da USP. Nicolelis é pesquisador na Universidade de Duke, nos Estados Unidos.

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