É consenso entre estudiosos do mundo inteiro que os círculos nas plantações inglesas representam algum tipo de mensagem codificada que alguém ou algo tenta nos passar, ainda que não se saiba com que razão. Uma breve observação do desenvolvimento do fenômeno desde seu surgimento, há uma década e meia, mostra que há um componente inteligente por trás das manifestações – e esse componente não é algo desse mundo.
No início, surgiram as simplórias (porém já enigmáticas) esferas ou bolas desenhadas nas plantações, o que fez os ufólogos imaginarem que estavam diante de pousos de UFOs típicos, onde há amassamento e queima da vegetação tocada pelos objetos. No entanto, esta hipótese foi logo descartada por não se constatar, em absolutamente nenhum caso, ter havido calor provocado por algum objeto ou mesmo contato físico entre este e as plantas atingidas.
Essas plantas não são tocadas ao serem entortadas, quase sempre em ângulos de 90 graus. Há, isso sim, vestígios de radioatividade em seus caules e no solo dentro ou próximo dos círculos. Logo após espalhadas pelo sudoeste da Inglaterra, estas bolas ou esferas foram dando lugar aos círculos propriamente ditos – desenhos feitos nas plantações em que tanto a área externa quanto a interna das figuras não passam por alteração, mas somente o que se chama de coroa do círculo, o seu desenho. Esta coroa do círculo nas plantações envolve um pequeno corredor que varia de 0,8 até 2,0 m de largura, dentro do qual estão as plantas entortadas. Outro ponto curioso é que as plantas na coroa do círculo estão todas perfeitamente dobradas no mesmo ângulo, às vezes em sentido horário, noutras em sentido anti-horário.
Entre as plantas entortadas e as intactas, nas áreas limítrofes do desenho, não existe uma única que esteja mais ou menos dobrada [no caso das bolas simples, as plantas de dentro estão entortadas e as de fora não]. Ou seja: o fenômeno dos enigmáticos círculos nas plantações aráveis do sul da Inglaterra é simplesmente perfeito. Não há como não se admitir isso!
Seguindo a evolução das figuras, após o surgimento dos círculos propriamente ditos, estes passaram a dar lugar a desenhos mais complexos, como de vários círculos concêntricos ou com outro padrão geométrico. Às vezes, os círculos, ou vários deles numa única figura, apareciam combinados com as esferas. Enfim, foi havendo uma nítida e inquestionável evolução nas figuras, o que significa dizer que, se são mensagens, seus emissores passaram a transmiti-las com conteúdos mais complicados.
De fato, não tardou para começarem a surgir desenhos instigantes, como o de um sistema estrelar, um escorpião, um chip de computador, uma teia de aranha etc. – todos criados a partir do amassamento de plantas dentro de um determinado padrão. Essas figuras são compostas de vários círculos, bolas, cones, elipses etc, arranjadas de maneira a formar um desenho específico, num verdadeiro trabalho artístico. Como o implemento na complexidade dos círculos aumentava, crescia também a dificuldade em examiná-los e tornavam-se maiores suas chances de serem efetivamente mensagens inteligentes de alguma civilização, possivelmente conectada com as extintas populações que habitaram o sudoeste inglês.
Padrões que se repetem – Continuamente, os círculos foram se aperfeiçoando e indignando cada vez mais aqueles que tentavam compreendê-los. Os padrões ora se repetem, ora se tornam mais complexos, sempre mostrando aos estudiosos que não são de forma alguma aleatórios e sempre os desafiando a vencer sua impotência e solucionar o mistério. Mas isso não é tarefa fácil. Há, no entanto, tentativas bem intencionadas de se entender o que significam as mensagens, empreendidas por pesquisadores que codificam e estudam a cronologia do surgimento das figuras.
O pioneiro nesse trabalho foi Ralph Noyes, autor de O Enigma dos Círculos, publicado no Brasil pela Mercuryo. Noyes, hoje presidente da mais expressiva entidade de pesquisa do assunto – a prestigiada Centre for Crop Circles Studies -, defende a tese de que há alguma força não terrena querendo nos passar informações. Atualmente, Patrick Palgrave Moore, colaborador de Noyes, tem tentado trazer alguma luz para o mistério. Seu livreto Crop Circles Classification, reeditado em 1995, é o melhor trabalho feito até então para se classificar as diferentes figuras que compõem os círculos que surgiram até o lançamento de seu livro – e foram centenas de formas distintas. No entanto, a partir do momento em que a complexidade das figuras atingiu seu ápice, o trabalho de Moore passou a ser incompleto, por melhor que seja sua iniciativa. Vários outros estudiosos tentaram em vão criar uma sistemática que colocasse ordem nesse caos.
Na interpretação desse autor, baseado na observação do assunto há mais de 10 anos [UFO publica matérias sobre o assunto desde 1988] e no exame das evidências existentes, somados a uma visita à região onde os círculos ocorrem, em junho passado, é evidente que se trata mesmo de uma forma de mensagem. Mas, antes disso, é possível que os transmissores de tais mensagens – sejam extraterrestres, intraterrestres etc – tentaram transmitir-nos inicialmente as bases para entendê-las de uma forma apropriada. Isso se confirma com o fato de que os desenhos iniciaram-se com singelas bolas e círculos e foram evoluindo sempre para figuras mais completas, que usavam como base as mais simples.
Linguagem cósmica – Numa analogia grosseira, ainda que aplicável, é como se os transmissores das tais mensagens nos tentassem inicialmente ensinar o a, e, i, o, u. Depois, com a evolução do fenômeno, parece que tentaram nos ensinar uma espécie de bê-á-bá com pequenas sílabas – estes eram os círculos em conjunto com as bolas. Ato contínuo, tais transmissores passaram então a nos ensinar pequenas palavras, tais como casa, papai, gato e coisas do gênero. Isso se deu com o uso das figuras primárias que já vinham sendo impressas por forças ocultas nas plantações da Inglaterra.
Em seguida, fomos “recebendo” figuras mais e mais complexas, indicando obviamente que seus transmissores queriam dizer-nos coisas mais importantes, talvez frases como viva a vida ou o verde é uma linda cor. Essas pequenas frases, aqui representadas por figuras de complexidade mediana, eram formadas por distintos conjuntos dos desenhos originais, aqueles que foram os primeiros a serem recebidos. E assim por diante, foi acontecendo um aumento significativo na complexidade das figuras, evidentemente representando u
ma evolução no nível da mensagem que se tentava passar. Parece que quem quer que esteja por trás dos círculos tenta ensinar-nos uma linguagem para depois utilizá-la a fim de comunicar-se conosco. De acordo com esta analogia, as formas atualmente observadas no sudoeste inglês, por sua imensa complexidade, devem representar mensagens com informações igualmente complexas ou extensas.
Éno entanto inverossímil, ou no mínimo imensamente desconcertante, que uma civilização que tenha recursos e tecnologia para fazer tais desenhos nas plantações inglesas sem serem detectados, tenham que se utilizar do expediente descrito para comunicar-se conosco, trocando mensagens. Isso não tem lógica alguma! Porém, quem garante ser necessário que o processo de comunicação tenha que ter uma lógica específica? Ou então, por que teriam os responsáveis pelos círculos que possuir a mesma lógica que temos nós e que nos permite dizer justamente isso: as figuras não têm lógica? Tudo é conjectura, pelo menos até que os transmissores das mensagens se apresentem.