Quando inesperadamente, em janeiro de 2004, a diretoria do Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES) encerrou as atividades do Service d’Expertise des Phénomènes de Rentrées Atmosphériques [Serviço de Investigação de Fenômenos de Reentrada Atmosférica, SEPRA], que ela própria havia reativado pouco antes, muita coisa mudou na entidade oficial de pesquisas ufológicas francesas. Entre elas, o CNES passou a ter mais cautela na forma como trata o Fenômeno UFO. A instituição recebeu críticas incisivas por sua decisão e teve sua reputação questionada, o que a motivou a voltar atrás. Quando o fez, ela reativou o SEPRA com novo nome, novo diretor e uma nova sigla, em setembro de 2005.
A nova entidade foi batizada de Groupement d’Etude et d’Information sur les Phénomènes Aérospatiaux Non identifiés [Grupo de Estudos e Informações sobre os Fenômenos Aeroespaciais Não Identificados, GEIPAN]. Um dos pontos que chamou a atenção dos ufólogos é que, desde a reativação das pesquisas oficiais francesas, os cientistas envolvidos passaram a enfatizar a expressão PAN, que significa fenômeno aeroespacial não identificado em francês, parte final do nome da entidade. A partir de então, até as autoridades do país têm se referido de maneira abundante ao Fenômeno UFO usando esta nova expressão, numa clara indicação de que se trata de uma política proposital que não sugira uma conotação mais impactante para a fenomenologia ufológica e sua origem extraterrestre.
Hoje, alusões aos PANs estão bastante difundidos no site do CNES [www.cnes.fr] e de suas entidades, e quatro categorias deles foram estabelecidas para dividir os relatos de observações de UFOs ou de fenômenos aeroespaciais não identificados: (a) PANs perfeitamente identificados (e explicados em termos naturais). (b) PANs provavelmente identificados (e explicados em termos naturais). (c) PANs com dados insuficientes para análise. E (d) PANs totalmente não identificados (e não explicados em termos naturais). São estes últimos os bons e conhecidos casos de discos voadores de origem não terrestre. Veja no gráfico a distribuição dos tipos de PANs numa estatística apresentada pelo GEIPAN cobrindo as últimas décadas.