Em 1988, recebi a ligação de uma senhora residente em São Paulo, mãe de dois filhos, um dos quais com cerca de cinco anos na época. O menino nasceu com hidrocefalia, acumulação de líquido cefalorraquidiano na cavidade craniana, tendo sido acompanhado por médicos a vida toda. O outro filho, mais velho, era saudável. A mãe, aos prantos, começou dizendo que ligou à redação do jornal Folha de S. Paulo para solicitar o telefone de algum ufólogo do Mato Grosso do Sul, pois foi neste estado – onde está a sede da Revista UFO – que ela, seu marido e os meninos tinham vivido uma experiência aterradora que, posteriormente, transformou suas vidas. O jornal passou o telefone e ela ligou.
Relatou aquela senhora que, certo dia, a família recebeu a dolorosa confirmação de que o filho com hidrocefalia estava desenganado e que teria apenas mais algumas semanas ou meses de vida, dado ao agravamento da situação com a idade que ele atingira. Na época, eram raríssimos os casos de crianças com tal doença que atingiam três anos e permaneciam vivas. Curiosamente, partiu dos próprios médicos a sugestão para que a família aproveitasse os últimos momentos de seu filho na Terra e o levasse para conhecer as belezas naturais que temos, fauna e flora. Todos decidiram ir para o Pantanal, local onde tais belezas existem em abundância.
A família foi de automóvel – um modelo Volkswagen Passat antigo – até a cidade de Corumbá, no coração do Pantanal. Lá permaneceu alguns dias excursionando o local de carro e barco, pelo Rio Paraguai, conhecendo as belezas da maior planície inundável do planeta. Ao iniciar o retorno para São Paulo, tendo que vencer inicialmente os 420 km da BR-282 que separam Corumbá de Campo Grande, onde pretendiam pernoitar e seguir viagem no dia seguinte, algo inusitado e inesquecível se passou. Já caía a noite quando a família parou no município de Miranda para um café. Saindo do posto de gasolina, a próxima cidade era Aquidauana, 70 km à frente, pela estrada de excelentes condições. E dali, Campo Grande.
Logo ao pegarem a rodovia, pelas 19h00, já escuro, uma misteriosa luz passou a acompanhar o carro a distância, mas se aproximando gradualmente, a ponto de ficar sobre o veículo, iluminando o ambiente ao redor e inquietando a todos. Pelo formato apresentado e as condições do fato, o pai e a mãe, nos bancos da frente, tentando acalmar os filhos no de trás, já sabiam se tratar de um disco voador. O objeto seguiu o carro por cerca de 30 minutos, de perto, o suficiente para o motorista vencer boa parte da distância entre as duas cidades, especialmente considerando-se a velocidade que imprimiu ao veículo, com medo e atendendo ao pedido de todos para saírem dali. Depois desta meia hora de perseguição, o objeto desapareceu e todos prosseguiram viagem assustados, mas em paz.
Chegaram a Campo Grande, pernoitaram, tomaram os habituais cuidados com o menino doente e, na manhã seguinte, retomaram viagem para seu destino final. Lá chegando, dias depois, foram ao médico da família, que já acompanhava a situação da criança desde seus primeiros meses. Exames de rotina feitos, nada de anormal foi observado e ninguém tocou no assunto da perseguição pelo UFO – isto, até então, não tinha qualquer importância para o caso e já fora relativamente esquecido, dada a prioridade médica e o estado emocional da família com a morte iminente. Passadas mais duas semanas, a família visitou novamente o médico para mais exames, visto que, pelo prognóstico, a vida do menino estaria chegando ao fim. Nestes exames, entretanto, foi constatada uma ligeira melhora na situação da criança, algo que deu esperanças a todos, mas que o médico explicou ser normal e nada que alterasse o quadro já definido antes.
Passadas mais duas semanas, numa nova visita ao médico, mais exames foram feitos e todos tiveram uma grande surpresa. O quadro clínico do menino regredira um pouco mais, já podendo ser notado algo excepcional, além dos altos e baixos de qualquer doença. Isso intrigou o médico e deu esperanças à família, que passou a levar a criança ainda com mais assiduidade à clínica. E de fato, na semana seguinte, novos exames deixariam o profissional ainda mais espantado e a família, mais esperançosa. O processo se repetiu por mais algum tempo, até que, sem qualquer explicação plausível, constatou-se que aquele menino estava simplesmente curado. Completamente, e sem explicação! Foi ao longo destes últimos dias de tratamento que a família passou a considerar que a cura pudesse estar de alguma forma relacionada com a perseguição do UFO entre Miranda e Aquidauana, porque nada mais de fora da rotina havia ocorrido naqueles quase seis meses entre a viagem ao Pantanal e a cura do menino.
O médico, segundo relato da mãe, tomou o fato com ceticismo, não acreditando que pudesse haver qualquer ligação entre as coisas – mas tampouco apresentou uma explicação razoável para a cura inesperada, mesmo tendo consultado a literatura e outros colegas. O caso é raríssimo e permanece sem elucidação. Na época em que aquela mãe me ligou, já haviam se passado dois anos do fato e o menino estava bem, saudável, estudando, brincando e vivendo uma vida normal, como se nunca tivesse tido qualquer problema antes, e menos ainda um tão grave. A família estava convicta de que a criança foi salva por quem quer que estivesse naquela luz e a mãe quis relatar a história, fazendo-o aos prantos, de tanta alegria. Não pretendia que qualquer investigação ufológica fosse feita, apenas contar uma história que mudou a vida de todos.