Ao final da tarde de 4 de janeiro surgiram relatos de “bolas de fogo” no céu do norte da Espanha, também relatadas por muitas testemunhas em Portugal. Os relatos as descreviam em tons de vermelho, laranja e verde. As três hipóteses mais prováveis são: um meteoro, a queda de meteoritos ou a reentrada de um objeto artificial na atmosfera terrestre. O Orbital Information Group, da NASA, que mantêm controle sobre todos os objetos em reentrada provenientes de lançamentos orbitais descartou a última hipótese. A hipótese de um meteoro também não encontra respaldo frente aos relatos de “estrondos” e “trovões” acompanhados de pequenos fogos no solo. Tais sons indicam penetração atmosférica e podem ser indicativos de duas situações: o colapso terminal de um meteoro ou então a passagem para uma velocidade subsônica de um objeto na atmosfera (sonic boom). No entanto, para formar tal onda de choque o objeto deve ter descido abaixo dos 30 km de altitude. A duração do fenômeno ajuda-nos a esclarecer sua origem. Caso fosse a reentrada de um satélite, teria sido visível por mais de 30 segundos, enquanto um meteoro dura somente alguns segundos (satélites movem-se em velocidades da ordem de 7 km/s na reentrada, enquanto meteoros atingem de 26 a 60 km/s). Até o momento, a hipótese mais crível é que um fragmento de asteróide (originalmente com pelo menos 50 t), e que passou despercebido pelos astrônomos, penetrou na atmosfera no dia 4 de janeiro. Um impacto grave poderia ter acontecido na península Ibérica caso sua reentrada tivesse ocorrido de outra forma, ou se a sua massa fosse ligeiramente maior.