Uma série de avistamentos de luzes estranhas no céu causou controvérsia na comunidade do Centro-Oeste da Austrália Ocidental, sem ainda uma explicação clara para os fenômenos.
Pai e filho Shane e Bradley Plane estavam dirigindo perto de Point Moore em Geraldton, 420 quilômetros ao norte de Perth, quando avistaram três ou quatro luzes no céu.
“Estávamos dirigindo em direção ao farol e eu disse ao Brad: ‘Está vendo aquela estrela lá em cima? Ela não parece normal’. Parecia que eles estavam em um triângulo. O brilho deles era como um arco-íris.”
Bradley Plane disse que os objetos, que eles avistaram em 10 de setembro, pareciam estar se movendo em várias formações.
Relatórios de toda a região
O Observatório de Perth disse que recebeu vários relatos de luzes em uma área ampla na mesma época e até no interior do país, no norte de Goldfields.
O porta-voz Matt Woods disse que a disseminação e o número de avistamentos eram incomuns. “Tivemos avistamentos em lugares tão a leste quanto Laverton, Monte Magnet e Cue, até a costa. É bem estranho“, disse ele. Woods disse que primeiro verificou o radar de voo em busca de atividade da aeronave, mas não encontrou nada. “Há algo sendo testado? Uma empresa testando drones ou algo novo em desenvolvimento? Será muito interessante descobrir o que é“.

O Departamento de Defesa confirmou que não houve atividades de treinamento militar na área na noite dos avistamentos.
O capitão do porto da Mid West Ports Authority, Heathcliff Pimento, acredita que a causa seja a refração atmosférica — um fenômeno conhecido que pode fazer com que as luzes de navios ou barcos de pesca pareçam pairar, flutuar ou desaparecer.

“Às vezes, uma massa de ar mais fria fica presa sob uma massa de ar mais quente, o que cria um duto que curva a luz, fazendo parecer que um objeto está flutuando antes de desaparecer repentinamente.” Ele disse que tais miragens não aparecem no radar. “Você vê as luzes, mas o objeto em si não está lá“.
Mas Matt Woods não está convencido pela explicação.
“Teria que ser uma refração muito grande para todo o Centro-Oeste ver. É possível que sim, mas é interessante que tenha sido relatado em lugares tão distantes quanto Laverton. Eu ficaria muito interessado em saber o que é.”
Histórico ufológico da Austrália
A ufologia australiana é rica em casos que marcaram não apenas o país, mas também a pesquisa internacional sobre objetos voadores não identificados. Desde os anos 1950, diversas histórias de encontros, avistamentos e experiências misteriosas ganharam notoriedade, transformando a Austrália em um dos pontos mais intrigantes do mapa ufológico mundial.
Um dos episódios mais conhecidos é o chamado “Caso Westall”, ocorrido em 6 de abril de 1966, na cidade de Melbourne. Naquela manhã, mais de 200 alunos e professores da escola secundária Westall afirmaram ter observado um objeto metálico em forma de disco pousar em um campo próximo. O UFO teria decolado novamente em alta velocidade, deixando marcas circulares na vegetação. O caso é até hoje considerado o maior avistamento em massa na história da Austrália e nunca recebeu uma explicação satisfatória das autoridades, apesar de investigações militares e relatos de testemunhas que permanecem consistentes décadas depois.
Outro episódio de grande impacto foi o encontro da família Knowles, em janeiro de 1988, enquanto viajavam pelo deserto de Nullarbor, a caminho de Perth. O carro em que estavam teria sido perseguido e até erguido por uma estranha nave em formato de ovo. Eles relataram ouvir vozes metálicas, sentir pressão sobre o veículo e até mesmo notar danos físicos no automóvel após o incidente. O caso Knowles se tornou um dos mais espetaculares da ufologia australiana, frequentemente citado em programas de televisão e documentários sobre encontros de alto grau de estranheza.
Na cidade de Tully, em Queensland, em 1966, o agricultor George Pedley declarou ter visto um objeto voador levantar voo de um pântano. O que ficou registrado foi um grande “ninho de UFO” formado pela vegetação achatada em círculo perfeito. Este caso ganhou destaque porque, além da observação direta, havia uma prova física incontestável, o que atraiu grande atenção da mídia e de pesquisadores. Décadas depois, ainda se discute se o fenômeno teria sido natural ou de fato um rastro de pouso de um objeto anômalo.
Também merece destaque o caso do piloto Frederick Valentich, desaparecido em 21 de outubro de 1978. Enquanto sobrevoava o estreito de Bass, entre Melbourne e a Tasmânia, Valentich comunicou à torre de controle que um objeto estranho o seguia e executava manobras incomuns. A transmissão terminou abruptamente, e seu avião nunca foi encontrado. O desaparecimento de Valentich permanece um dos enigmas mais famosos da história da aviação australiana e, para muitos, um dos indícios mais fortes de que encontros aéreos com UFOs podem ter consequências fatais.
A Austrália também abriga a região de Wycliffe Well, no Território do Norte, considerada por muitos como a “capital dos OVNIs” do país. Desde a Segunda Guerra Mundial, moradores e viajantes relatam avistamentos frequentes de luzes anômalas e objetos não identificados nos céus. A fama foi tanta que a cidade passou a explorar turisticamente sua ligação com o fenômeno, atraindo curiosos e entusiastas de todo o mundo.
Esses episódios revelam que o território australiano é palco de ocorrências impressionantes, muitas vezes testemunhadas por grande número de pessoas ou acompanhadas de evidências físicas intrigantes. Embora a ciência oficial e as autoridades mantenham cautela ao abordar esses relatos, os casos de Westall, Knowles, Tully, Valentich e Wycliffe Well permanecem vivos na memória coletiva, alimentando debates sobre a presença de inteligências não humanas na Terra e reforçando a importância da Austrália na história mundial da ufologia.
Fonte: ABC Australia