Por Pedro de Campos
Segundo estudos recentes, milhares de anos antes de Cristo o Rio Grande do Sul fora ocupado por antigos grupos de seres humanos. Eram hordas de povos caçador-coletores que nas épocas da pedra lascada e pedra polida usavam técnicas rudimentares de subsistência, mas tinham fartura de víveres. A ocupação de Porto Alegre remonta àqueles tempos. Aos poucos, a Arqueologia tem conseguido achados do povo Charrua e desvendado seus mistérios.
Sem dúvida, o Gaúcho herdou muita coisa do povo Charrua em termos genéticos. Estudos mitocondriais e cromossômicos apontam que “Os charruas vivem nos gaúchos”. Na questão sociocultural, observa-se a alma indomável, a personalidade forte, o costume de andar a cavalo, de tomar mate – chimarrão, de comer o assado de espeto – churrasco. Em suma, há no Gaúcho caracteres de ancestralidade Charrua.
Segundo os especialistas, a cultura Charrua revelou uma sociedade que mesmo sofrendo com as transformações do mundo ao seu redor, nunca perdeu sua fama de guerreira indomável, homens que procuravam conservar seu estilo de vida contrário à submissão, fator responsável pelo seu quase extermínio no século XIX.
Hoje, objetos com datação em torno de dez mil anos são ainda achados, denotando vestígios dos primeiros charruas em terras brasileiras. A descoberta de acampamento antigo tem sido rara, mas de valor inestimável à historiografia que ainda está para ser contada. A comunidade Charrua, dada como quase extinta no Rio Grande do Sul até 2007, tem hoje cerca de 400 membros espalhados pelas cidades de Santo Ângelo (Rincão do Sossego e bairro Braga), São Borja, São Miguel das Missões e Porto Alegre.
Em suas cerimônias religiosas, os charruas invocam um ser superior, que às vezes se mostra visível a eles, quer pela vista espiritual quer materializando-se. Acreditam num ser maléfico que lhes traz desgraças, na imortalidade da alma e nas vidas sucessivas – a morte, para eles, é tida como fato natural. É certo que na Antiguidade os charruas não deixavam seus mortos insepultos, mesmo em situações de guerra – todos eram enterrados em covas rasas, cobertas com pedras ou ramas, sobre as quais colocavam as boleadeiras e a lança do guerreiro; o luto era proporcional ao status do morto e implicava obrigações diferenciadas segundo o sexo e o parentesco.
A VII Semana Ufológica, Ciência e Espiritualidade de Porto Alegre teve a participação dos principais chefes da nação Charrua. Os participantes do evento tiveram a oportunidade de conhecer e conversar longamente com os índios da Aldeia Polidoro, uma reserva de 17 hectares na Estrada São Caetano, Parada 38 – número 2004, no Lami, em Porto Alegre.
No evento, esteve presente a distinta cacica Acuab (Akuabê – Água da Chuva na Flor da Manhã), cujo nome registrado em português é Maria do Carmo Lima de Moura. Além de ser a cacique, ela é também a pajé, responsável pelos rituais, trabalhos de cura, rezas e cânticos indígenas. Tudo que diz respeito ao xamanismo e à cosmologia é de sua alçada nas comunidades charruas de Porto Alegre. Esteve também presente o índio Sérgio Senakê, vice-cacique geral Charrua do Rio Grande do Sul.
Os charruas de hoje são um povo sofrido, com enormes dificuldades para manutenção da morada que lhes foi concedida recentemente pelo poder público. Porque esses índios não têm mais os campos de caça, os rios piscosos, as frutas nativas e os vegetais para alimentação diária. Seu terreno é limitado, a criação é parca e o alimento natural difícil de cultivar. Então, com suas habilidades, fazem algum comércio e lançam mãos a donativos de subsistência, procurando superar as carências. Vez ou outra, seus membros são ameaçados, porque a presença deles próxima à cidade os torna distintos em costumes, para desconforto de alguns que se chamam civilizados.
Os principais do povo Charrua estiveram presentes na VII Semana, fizeram perguntas e falaram de ocorrências insólitas na Aldeia Polidoro. Akuabê relatou a presença de entidades diferentes de seu povo. Descreveu uma entidade feminina de cabelos platinados que surge no local, moça loira que teria sido morta na localidade. Contou sobre as luzes que sobrevoam a Aldeia, sobre a aterrissagem de luzes e seres diferentes do tipo humano que fazem contato. Há também casos de abdução, inclusive de animais. “Na Aldeia Polidoro todo o universo se reúne”, diz Akuabê.
A cacica Charrua, acostumada desde menina aos rituais xamânicos, diz agora estar com medo das ocorrências, porque as entidades visitantes não são as de seu povo, mas seres de aspecto físico diferente. “As entidades têm cabeça e olhos semelhantes a formigas, mas sua constituição e inteligência nada têm dos tais insetos; e o que elas querem é desconhecido, diferente do costume ancestral da tribo”, explica a índia Akuabê, corroborada pelo vice-cacique Senakê.
Embora os registros da Parapsicologia denotem fenômenos captados pela chamada “vista espiritual”, tidos como figuras amórficas, dados pela ciência espírita como “deformação da forma perispiritual de uma entidade desencarnada, tornando-a algo diferente da humana e até mesmo horripilante”, as incidências na Aldeia Polidoro mostram, além desses, outros aspectos, vinculados aos objetos voadores.
Na Ufologia, há certos testemunhos que corroboram na íntegra os avistamentos dos charruas e recebem interpretações específicas. Há casos de objetos voadores em que descem seres insectiformes. E como ao homem parece demais considerar que insetos tenham evoluído e sejam agora detentores de altíssima tecnologia, outras hipóteses foram aventadas. Em uma delas, tais seres seriam “projeções holográficas” da nave; outra, que seriam “entidades físicas automáticas”, espécie de robô orgânico, elementos que funcionam como servidores de seres inteligentes para execução de trabalhos de risco em solo visitado.
O Grupo Aldebaran de Investigações e Debates Ufológicos (GAIDU) foi chamado a investigar tais ocorrências. O índio Senakê, por sua vez, nos mostrou um pequeno vídeo feito por ele dias antes no Guaíba, no qual aparece um objeto voador não identificado. O filme foi entregue à revista UFO para eventual análise. Resta-nos aguardar o trabalho de perícia nas imagens e as investigações dos ufólogos gaúchos que, sem dúvida, haverão de buscar suporte de especialistas em eventos xamanísticos, para associá-los aos fenômenos ufológicos e tirar tudo a limpo.
Quanto às realizações futuras da Ufologia no Cone Sul, a ufóloga Andrea Perez Simondini, da Argentina, comprometeu-se a trabalhar para que o Congresso de 2016 seja realizado em seu país; Rodrigo Fuenzalida ficou de tentar realizá-lo no Chile, em 2017, e o coronel Ariel Sanchez Rios, da Força Aérea Uruguaia (FAU), comprometeu-se a envidar esforços para realizá-lo no Uruguai, em 2018. Nesses eventos, os ufólogos de cada país pretendem mostrar as novas incidências e poderão, inclusive, realizar ações em regime de parceria, para investigação das incidências no próprio local.
O tenente-coronel-aviador Ariel Sanchez confirmou em sua palestra que quando um UFO, detectado em seu território, entra no espaço aéreo brasileiro, as mossas autoridades fronteiriças são avisadas pela FAU. Disse também que atividades conjuntas, na investigação do Fenômeno UFO, são realizadas entre Uruguai e Chile, por iniciativa de ambos os governos, porque há vestígios de atividades extraterrestres que devem ser investigadas pelas autoridades oficiais.
No evento, Ademar Gevaerd falou do futuro e tratou de clarear ideias para instituir no Brasil uma federativa das agremiações ufológicas. A pretensão é normalizar os métodos de abordagem às testemunhas, as ações investigativas de campo, elaborar manual de procedimento padrão, o código de ética do ufólogo e a organização mínima para funcionamento das instituições.
Pretende-se também incrementar iniciativas judiciais para responsabilizar membros do governo descumpridores da legislação vigente, como na falta de investigação oficial, na alegada perda de arquivo, na não liberação de documentos após vencer o prazo legal de arquivamento ou na fixação de prazo excessivo para liberação, não suportado em lei, configurando uso ilegal de carimbo ultrassecreto. Em suma, pretende-se organizar a Ufologia brasileira e exigir o cumprimento das leis aos membros oficiais e aos órgãos correlatos, com responsabilização.
Pedro de Campos é autor dos livros: Colônia Capella; Universo Profundo; UFO – Fenômeno de Contato; Um Vermelho Encarnado no Céu; Os Escolhidos; Lentulus – Encarnações de Emmanuel, publicados pela Lúmen Editorial. E também dos recém-lançamentos: A Epístola Lentuli e Arquivo Extraterreno. E dos DVDs Os Aliens na Visão Espírita, Parte A e Parte B, lançados pela Revista UFO. Conheça-os! Visite também o blog do autor no site da Lúmen Editorial, clique aqui para conhecê-lo.
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