Por Pedro de Campos
Numa época em que sigilosamente as grandes potências, especialmente os Estados Unidos e a antiga União Soviética, viviam a chamada Guerra Fria, na qual uma nação tentava sobrepujar outra em termos de tecnologia bélica, o médium Chico Xavier apontou precauções relativas aos discos voadores. Essas grandes potências chegaram a construir secretamente naves em formato discóide, simulando os discos relatados por testemunhas em várias partes do mundo. Para isso, os Estados Unidos estreitaram os laços de amizade com o Canadá e empresas de ambos os países juntaram forças para trabalharem em regime de parceria no desenvolvimento de engenhos aéreos em formato discóide.
A grande fábrica de aviões Canadian Avro Aircraft passou a trabalhar para a Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), desenvolvendo um engenho do tipo disco. Sua engenharia de projetos acreditava que a melhor maneira de entender os objetos discóides seria tentando produzi-los. Por conseguinte, o bom trânsito de informações secretas deveria ser crucial. E o fluxo delas ocorreu não só entre os governos, mas, saindo deles, chegou à cúpula das grandes empresas.
Foi assim que na investigação dos UFOs apareceram equipes altamente capacitadas, oriundas de empresas renomadas, tais como a IBM, a Hughes Aircraft, a Bell Labs, a Dow Corning e outras. Em razão da Guerra Fria e do ganho em negócios com tecnologia de ponta, essas empresas colocaram a campo o seu pessoal altamente especializado para obter informações, investigar tudo o que estava ligado aos UFOs e desenvolver tecnologia militar avançada.
O estudo dos fragmentos da nave alienígena acidentada em Roswell, no ano de 1947, proporcionara aprofundados estudos de engenharia reversa. E em meados de 1959, um protótipo de disco-voador com cerca de sete metros de diâmetro foi apresentado ao público norte-americano pela empresa canadense Avro. Embora essa tentativa de construção tivesse malogrado, ainda assim o projeto seguiu, sugerindo para o futuro lançamentos de aeronaves com formato mais ou menos discóide.
Foi nesse tempo que o médium espírita Chico Xavier começou a participar de inúmeras entrevistas em rádio, televisão e jornal, nunca se recusando a responder nenhuma pergunta que lhe era endereçada. O assunto “discos voadores”, tidos como engenhos de outras civilizações do universo, embora não fosse sua especialidade nem sua preocupação costumava vir à baila nas entrevistas. E recebia de Chico e de seu mentor espiritual, Emmanuel, sempre a devida apreciação, com o médium se posicionando com a necessária prudência e equilíbrio ao examinar os casos. Certa feita, perguntaram ao Chico:
Atualmente, fala-se muito em contatos de seres extraterrenos. O senhor acredita na existência de discos voadores?
– “Eu acredito que existem naves interplanetárias – respondeu Chico. Mas o assunto é um tanto quanto difícil, porque pertence ao campo da ciência. Nós não podemos ignorar que, depois da Segunda Guerra Mundial, as superpotências experimentaram determinadas máquinas, mormente máquinas voadoras, naturalmente com segredos de Estado que são compreensíveis. Possivelmente teremos máquinas de formas esféricas para voar e concorrer com nossos aviões, com nossos ‘Concordes’ e, talvez, estejam esperando a hora certa para surgir. Se entrarmos aí numa contenta sobre discos voadores, que dependem de outros mundos, ‘de outras regiões da nossa galáxia’, e se as sedes desses engenhos não permitir que eles venham visitar a Terra durante muito tempo e [nesse ínterim] aparecerem as máquinas esféricas das superpotências, então com que rosto iríamos aparecer? Vamos deixar que a ciência resolva este problema.” [Francisco Cândido XAVIER, livro Mandato de Amor, Belo Horizonte, União Espírita Mineira, 1992, organizado por Geraldo LEMOS NETO].
Observa-se hoje que Chico Xavier fora perfeito em sua resposta. Em seu tempo, ele acreditava em “naves interplanetárias” e a hipótese extraterrestre lhe parecia correta. Mas o tema era difícil de ser abordado, porque os Estados Unidos e a antiga União Soviética estavam projetando, em regime secreto, aeronaves inspiradas em discos voadores. A forma discóide, quando realizada, seria confundida com os engenhos alienígenas. E se os aliens parassem de vir à Terra por algum tempo, a casuística verificada após a guerra seria tomada como testes de engenhos terrestres. Por conseguinte, quem se posicionasse certificando os discos voadores como de “outras regiões de nossa galáxia”, sem fazer as ressalvas necessárias, mais tarde, quando os novos engenhos fossem apresentados, seria tido como ingênuo e ficaria em má situação perante o público. Para Chico, a comprovação dos fatos era da alçada científica, somente ela poderia resolver a questão, e ele deixou isso bem claro em sua resposta.
De fato, alguns anos depois foram dados a público os discos fabricados pelo homem, levando muito divulgador ao descrédito. Mas os pesquisadores do fenômeno UFO apresentaram uma quantidade enorme de novas evidências para mostrar que a crença popular nos discos voadores não era infundada. Ao mesmo tempo, a casuística teve prosseguimento e apresentou significativa quantidade de casos registrados com filmes, fotos e relatos de pilotos experimentados. Também veio à tona um número expressivo de abduções, as quais foram examinadas sob olhar aguçado de médicos e especialistas. Implantes alienígenas retirados de corpos humanos por intervenções cirúrgicas foram estudados com modernos recursos de laboratório. Sequestros e mutilações de animais observados em vários países receberam o detido estudo científico. Marcas intrigantes, cientificamente elaboradas e surgidas da noite para o dia, desde a década de 80, formaram agroglifos enigmáticos nas plantações e exigiram acurado estudo para decifração. O programa SETI, ao procurar sinais inteligentes de rádio no espaço, obteve ao menos uma incidência intrigante, sugerindo-nos a existência de vida tecnologicamente avançada em outro distrito da nossa galáxia. Isso tudo mostrou que há razões de sobra para a ciência continuar tomando a sério a questão ufológica, mesmo que a maior parte dos fenômenos seja sugestiva de atividade paranormal e exija dos cientistas investigações avançadas. Para além da realidade concreta dos UFOs, adentra-se hoje ao imponderável mundo das subpartículas que formam outras dimensões, ao não menos imponderável multiverso e seus canais de ligação (Teoria dos Buracos de Vermes) e às captações subjetivas da mente.
O fato é que a antiga crença na pluralidade dos mundos habitados recebeu nas últimas décadas uma contribuição de peso: o Fenômeno UFO! Quem acreditava na vida em outros mundos, ao ver o homem lançar espaçonaves e laboratórios orbitais indagou: Por que uma civilização mais avançada não faria o mesmo? Por que não lançaria os seus engenhos para outros distritos da galáxia? E se o fizesse, sendo mais avançada que nós, tal civilização não teria já descoberto o segredo das viagens interestelares e os UFOs não seriam fenômenos extraordinários de contato?
Hoje, as respostas para estas indagações são buscadas cientificamente pela Ufologia, cujo objetivo é estudar as eventuais manifestações de outras civilizações do cosmos, de seres vivos que chegariam à Terra por um caminho espacial que hoje nos é desconhecido. Quanto à Doutrina Espírita que Chico professava, ela foi definida por Allan Kardec como “uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal” [O que é o Espiritismo]. Portanto, o Espiritismo estuda o mundo dos mortos e suas manifestações no mundo dos vivos, considera que a evolução do espírito é feita no curso das vidas sucessivas, em mundos de todas as instâncias espaciais, quer numa gradação material quer numa menos material. Naqueles mundos, o espírito encarna num corpo situado dentro da escala matéria-energia, cumpre nessa gradação um ciclo vital, produz tecnologia em conformidade com o seu avanço e vive experiências que englobam conhecimento de outras humanidades do cosmos. Essa a razão de Chico Xavier ter acreditado em discos voadores, além da experiência que ele próprio tivera, relatada por nós na postagem 39. Caso Chico Xavier.
Pedro de Campos é autor dos livros: Colônia Capella – A outra face de Adão; Universo Profundo; UFO – Fenômeno de Contato; Um Vermelho Encarnado no Céu; Os Escolhidos da Ufologia na Interpretação Espírita, publicados pela Lúmen Editorial. E também do recém-lançamento: Lentulus – Encarnações de Emmanuel. E dos DVDs Os Aliens na Visão Espírita, Parte 1 e Parte 2, lançados pela Revista UFO. Conheça-os!